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1 INTRODUÇÃO O bócio é definido como qualquer aumento da glândula tireoidiana, podendo ser classificado como nodular (uninodular/multinodular) ou difuso. ETIOLOGIA BENIGNOS • Bócio adenomatoso • Tireoidites • Cistos • Adenomas foliculares • Adenomas de células de Hurthle MALIGNOS • Carcinoma papilífero • Carcinoma folicular • Carcinoma de células de Hurthle • Carcinoma medular • Carcinoma anaplásico • Linfoma • Metástases EPIDEMIOLOGIA A incidência anual estimada nos estados unidos é de 300mil novos nódulos tireoidianos. À palpação são sentidos nódulos em 1% dos homens e 5% das mulheres. Em ultrassom, 19 a 68% dos nódulos são vistos. 20-48% dos paciência com um nódulo palpável terão mais nódulos vistos na ultrassonografia. 30-50% dos pacientes em necropsia • 80% em indivíduos na 9ª década de vida Prevalência dos nódulos malignos de 7-15% em adultos e até 26% em crianças. HISTÓRIA CLINICA X RISCO DE MALIGNIDADE SEXO • Nódulos são 8x mais comuns em mulheres. • O risco de malignidade é 2-3x maior no sexo masculino. IDADE • Câncer de tireoide é mais comum em crianças e idosos. SINTOMAS LOCAIS • Sugestivos de malignidade, mas também vistos em lesões benignas DOENÇAS ASSOCIADAS • Doença de graves? • Tireoidite de hashimoto? HISTÓRIA FAMILIAR • Câncer de tireoide • MEN-2 → carcinoma medular de tireoide, Feocromocitoma e hiperplasia de paratireoides- hiperparatireoidismo. • Polipose adenomatosa familiar OUTROS FATORES • Radioterapia externa cervical (infância e adolescência). ULTRASSONOGRAFIA DE TIREOIDE Em ultrassonografia, alguns achados implicam maior ou menor suspeita de malignidade dos nódulos. • Isoecoicos: amplitude de ecos igual à do parênquima tireoidiano normal. • HIPOECOICOS: amplitude de ecos inferior à do parênquima tireoidiano normal. • Hiperecoicos: amplitude de ecos superior à do parênquima tireoidiano normal. 1. Nódulos HIPOECOICOS são mais sugestivos de malignidade. 2. Microcalcificações 3. Margens irregulares • Dificuldade em distinguir o que é nódulo e o que é tireoide. 4. Altura > largura 5. Extensão extratireoidiana 6. Linfonodos suspeitos OS LINFONODOS SÃO SUSPEITOS QUANDO • Hiperecoicos • Largura > altura • Forma arredondada NÓDULOS DE TIREOIDE 2 • Degeneração cística → cistos no nódulo dizem a favor de benignidade, já cistos nos linfonodos dizem a favor de malignidade. • Hipervascularização • Microcalcificações • Extensão extracapsular Obs. Pela ATA - american tireoid association, é puncionado – PAAF, o nódulo >= 1cm. Ex. nódulo sólido, hipoecoicos, com diâmetro anteroposterior > diâmetro transverso (altura > largura) – 1,2X2,6X0,6cm. Feita punção → carcinoma papilífero de tireoide. CARACTERÍSTICAS DOS NÓDULOS À USG 1. Benignos (<1%) → nódulos císticos. Não realizar PAAF. 2. Suspeita muito baixa (<3%) → se nódulos espongiformes ou parcialmente císticos sem aspectos suspeitos. Considerar PAAF se >= 2cm ou observar sem PAAF. 3. Baixa suspeita (5-10%) → nódulo hiperecoico de margem regular ou nódulo isoecoico de margem regular. Fazer PAAF se nódulo >=1,5cm. 4. Intermediária suspeita (10-20%) → aquele nódulo sólido, hipoecoicos, com margem regular, sem outras características de malignidade além de hipoecogênico. Fazer PAAF se nódulo >=1cm. 5. Alto risco (>70-90%) → hipoecoicos, sólido + 1 ou + dos achados: margens irregulares, microcalcificações, altura>largura, extensão extratireoidiana. Fazer PAAF se >= 1cm. Obs. Não encaminhar cistos ao endocrinologista. DOPPLER COLORIDO O doppler colorido tem papel de ver o fluxo sanguíneo, que pode ser predominantemente periférico ou central. O doppler ajuda a saber se a tireotoxicose é Graves (a vascularização está aumentada) ou tireoidite (a vascularização está diminuída). CLASSIFICAÇÃO DE CHAMMAS 2005 Leva em conta os aspectos morfológicos e de vascularização, tentando-se estratificar o risco de malignidade, evitando-se a realização de biópsias desnecessárias. A classificação mais antiga de nódulos com uso de Dopple colorido é a de Lagalla e colaboradores em 1993, que foi modificada por Chammas e colaboradores em 2005. A classificação dita que quanto mais central a vascularização, maior a chance de malignidade I. Sem vascularização II. Apenas vascularização periférica III. Vascularização periférica maior ou igual a central IV. Vascularização central maior que a periférica V. Apenas vascularização central Conforme o padrão cresce, maior o risco de malignidade. CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA BETHESDA O Bethesda é o resultado da biópsia. Bethesda I → a amostra não foi diagnóstica, nesses casos, o risco de malignidade é de 1-4% e é necessário refazer a punção em um período entre 3-6 meses. Ex. quando é puncionado um cisto (não há células). Bethesda II → quando o resultado é benigno, o risco de malignidade é de 0-3% e o manejo é somente o seguimento clínico. O seguimento clínico é norteado pelo TIRADS. Bethesda III → quando o resultado é indeterminado, o risco de malignidade é de 5-15% e a conduta é a repetição da punção. Isso quer dizer que há necessidade de mais material. A punção deve ser repetida de 3-6 meses. Se Bethesda III novamente, considerada cirurgia. Bethesda IV → suspeita de neoplasia folicular ou neoplasia folicular, risco de malignidade de 15-30% e a conduta é a lobectomia. Bethesda V → suspeito para malignidade (CA papilífero), o risco de malignidade é de 60-75% e a conduta é tireoidectomia total ou lobectomia. 3 Bethesda VI → maligno, o risco é de 97-99% e a conduta é a tireoidectomia total. Obs. Padrões 3 ou 4 podem fazer teste molecular, para saber se tem ou não mutação para câncer. Se tiver mutação, opera. ORIENTAÇÕES ATA 2017 PAAF se: • Alto risco: hipoecoicos + uma das características listadas + >=1cm. Posso puncionar se menos de 1cm se linfonodos suspeitos ou extensão extratireoidiana. • Risco intermediário: hipoecoicos + margem irregular, sem outras características de suspeita e sem linfonodos. Punciona se >=1cm. • Risco baixo: isoecoico ou hiperecoico + solido + parcialmente cístico. Punciona se >=1,5cm. • Muito baixo risco: se espongiforme ou parcialmente cístico. Punciona se >=2cm. Faço acompanhamento clínico, somente se o nódulo for puramente cístico - benigno. SISTEMA TIRADS DE CLASSIFICAÇÃO DOS NÓDULOS O TI-RADS é a classificação radiológica, me guia para saber se faço ou não a punção. O sistema TIRADS atribui pontos a cada uma das características incluídas no sistema de classificação ATA. Há uma atribuição de maior pontuação a características consideradas com mais suspeita de malignidade. • Benigno – TI-RADS 1 → 0pts • Não suspeito – TI-RADS 2 → 2pts • Minimamente suspeito – TI-RADS 3 → 3pts • Moderadamente suspeito – TI-RADS 4 → 4- 6pts • Muito suspeito – TI-RADS 5 → 7pts ou +. Avalia: • Composição • Ecogenicidade • Forma • Margens • Focos de calcificação Seguimento: TI-RADS 3 – por 3 anos → anos 1, 3 e 5. • Ex, diagnóstico em 2023 → fazer segmento em 2023, 2025 e 2027. TI-RADS 4 – por 4 anos → fazer segmento nos anos: 1,2,3,5. • Ex, diagnóstico em 2023 → fazer segmento em 2023, 2024, 2025 e 2027. TI-RADS 5 – por 5 anos → fazer segmento nos anos: 1, 2, 3, 4, 5. • Ex, diagnóstico em 2023 → fazer segmento em 2023, 2024, 2025, 2026 e 2027. Obs. Quando vou biopsiar novamente se meu nódulo é Bethesda II – benigno: quando crescer mais de 50% do volume ou >20% em 2 diâmetros. Se deu Bethesda II novamente, não preciso re- puncionar. Nódulos >4cm, mesmo se benigno → encaminhar para cirurgia para evitar sintomas obstrutivos. 4 PAPILÍFERO Corresponde a 80% dos cânceres de tireoide. • Pode ocorrer em qualquer faixa etária, porém,predomina entre a 3ª e a 5ª década de vida. • Faz parte do grupo dos carcinomas diferenciados de tireoide. • Crescimento lento com baixo grau de progressão → raramente leva ao óbito em pacientes com < 40-45 anos. • Disseminação linfonodal maior que a sanguínea → lesões multicêntricas. Paciente tem mais chance de ter metástases regionais. o 20% com invasão tireoidiana ao Dx o 25% com metástases cervicais o 5% MTX à distância • Bom prognostico → marcador de seguimento: tireoglobulina, que deve estar baixa. Solicitar anti-tireoglobulina junto com a tireoglobulina. Ambas devem estar zeradas. FOLICULAR 10-15% dos cânceres de tireoide. • Ocorrem em faixas etárias mais avançadas, com pico na 5ª década de vida e em regiões com deficiência de iodo. • Fazem parte do grupo de carcinomas diferenciados de tireoide • Crescimento lento com baixo grau de progressão → raramente leva ao óbito em pacientes com < 40-45 anos. • Disseminação sanguínea maior que a linfonodal → podem abrir o quadro com sintomas inicial a MTX à distância. • Carcinoma de células de Hurthle: variante mais agressiva e de pior prognostico. • Marcador de seguimento: tireoglobulina. • Prognostico: a idade é o fato mais importante → extremos de idade tem pior prognóstico. MEDULAR Originado de células C ou parafoliculares. • Pode se apresentar de forma esporádica (75-80%) ou de forma familiar (20-25%) → fazer pesquisa de gene em toda a família. • Tireoidectomia profilática • Genética: mutações ativadoras protoncogene RET. • Tumor neuroendócrino pode secretar outras substâncias aminoativas: ACTH, endorfina, TSH, CRH, VIP, POMC, CEA, somatostatina, prostaglandina. • O diagnostico é por meio da dosagem de calcitonina sérica: o > 100pg/ml é altamente sugestivo o < 10pg/ml praticamente exclui • A PAAF tem baixa sensibilidade • O marcador de seguimento é a calcitonina. ANAPLÁSICO OU INDIFERENCIADO Tipo mais grave e menos comum das neoplasias malignas da tireoide (1-3%). • Mais prevalente em áreas com deficiência de iodo e em mulheres (3:1) e idosos, com pico de 65-70 anos. • 50% desses Tu surgem de uma lesão benigna ou de um CTD de longa duração. • Diagnóstico: o PAAF o Core biópsia (fragmento da tireoide) • Prognóstico é péssimo → cuidados paliativos. RESUMINDO CÂNCER DE TIREOIDE
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