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Jamil� Chahou� 5° períod� ICTERÍCIA NEONATAL ● Acúmulo de pigmento bilirrubínico não conjugado (indireto), que é lipossolúvel, o que faz com que o pigmento se deposite em tecidos e possa causar encefalopatia bilirrubínica, a principal preocupação em RNs com icterícia; ● Hiperbilirrubinemia indireta > 5 mg/dL → esse acúmulo é o que causa a cor amarelada da pele e mucosa ○ hiperbilirrubinemia direta pode ser causada por colestase biliar, TORCHS ou sepse ● A icterícia que ocorre em menos de 24h é a precoce (normalmente patológica), enquanto a que ocorre após as 24h é a tardia (fisiológica, pelo aleitamento ou pela síndrome da icterícia do leite materno); EPIDEMIOLOGIA ● 60% DOS RN A TERMO ● 80% RN PREMATUROS TARDIOS ● 100% RN PREMATUROS IG< 35 SEM ● ICTERÍCIA PERSISTENTE EM 10% DOS RN EM AME (aleitamento materno exclusivo) FISIOPATOLOGIA ● O RN passa pela adaptação do metabolismo da bilirrubina, haja vista que, no período fetal, ele produzia bilirrubina indireta que por ser lipossolúvel era eliminada pela placenta. Após seu nascimento passa a produzir obrigatoriamente bilirrubina direta, que é hidrossolúvel e precisa ser eliminado pelo TGI e sistema biliar ● METABOLISMO DA BILIRRUBINA: ➢ Em alguns casos, no TGI a BD sofre ação da enzima glicuronidase, ocorre a desconjugação e BD se torna BI novamente e volta para ser conjugada pelo fígado → conhecido como circulação enterohepática ➢ O RN tem maior suscetibilidade a icterícia pois apresenta falhas nesse metabolismo da bilirrubina. ○ MAIOR CARGA DE BI PARA HEPATÓCITO e isso ocorre porque tem MAIOR VOLUME ERITROCITÁRIO e MENOS ½ VIDA HEMÁCIAS, pode apresentar DOENÇAS HEMOLÍTICAS ○ REDUÇÃO DO CLEARANCE HEPÁTICO E ENTÉRICO DE BILIRRUBINA devido a menor capacidade de captação e conjugação hepática e pelo aumento da circulação enterohepática (isso ocorre devido a menor flora intestinal - TGI estéril) e tem Jamil� Chahou� 5° períod� um aumento da beta glucuronidases → que são responsáveis pela transformação da BD em BI na circulação entero hepática ETIOLOGIA ICTERÍCIA NEONATAL TARDIA → ocorre após 24h de vida ICTERÍCIA FISIOLÓGICA ● RN TERMO ○ início após 24h de vida ○ pico entre 3 e 4 horas de vida ○ Máximo 12 mg/dL; ○ Normaliza em até 7d; → baixa para 5 mg/dL ● RN PRÉ TERMO ○ Início após 24h de vida ○ pico entre o 4° e o 7° dia de vida ○ máximo 15 mg/dL ○ normaliza em 10 a 30 dias de vida → isso ocorre, pois o metabolismo hepático no prematuro ainda está sendo formado, é imaturo ● Fatores de risco ○ Idade materna; Asiáticos; DMG; Prematuridade; Extravasamento de sangue - pois, aumenta ao aporte de BI (ex: céfalo hematoma, equimose); Perda de peso; Retardo para evacuar; ICTERÍCIA PELO ALEITAMENTO MATERNO ● Ocorre na primeira semana de vida ● Decorrente de um déficit de ingestão→ ou o RN tem dificuldade de sucção ou tem pouca oferta láctea ● Apresenta perda de peso de 7% e desidratação → justamente pelo aleitamento materno que não está sendo adequado ● Assim, ocorre aumento da circulação entero hepática, que leva a sobrecarga de bilirrubina no hepatócito, levando ao aumento da BI, o hepatócito imaturo não consegue captar toda a bilirrubina que chega levando a hiperbilirrubinemia indireta SÍNDROME DA ICTERÍCIA PELO ALEITAMENTO MATERNO ● Predisposição genética à icterícia - menor atividade da uridina; ● Leite materno é modificador ambiental; → a subst presente no leite materno ativa fenótipos associados a menor conjugação hepática (UGT1A1) ● 1ª semana de vida; ● Persiste por 2-3 semanas; ● Pode chegar a 10-30mg/dL; ● É diferente das demais causas de icterícia tardia, porque persiste por mais tempo e o RN tem bom estado geral e bom ganho pondero-estatural; CLÍNICA NEONATAL TARDIA: ● Icterícia → coloração amarelada de pele e mucosa, tem uma progressão craniocaudal ● Avaliação pela zona de Kramer: ● Encefalopatia bilirrubínica: lesão cerebral pela bilirrubina indireta acumulada nos gânglios da base Jamil� Chahou� 5° períod� ○ Fase aguda: letargia, sucção débil, hipotonia, choro estridente, hipertonia com hipertermia; → a hipertonia é manifestada com o retro arqueamento do tronco (pode ter convulsão, coma e até levar à morte) ○ Forma crônica (Kernicterus): tétrade - paralisia cerebral, atestóide grave, neuropatia auditiva, paralisia vertical do olhar e displasia dentária. Pode haver ou não retardo mental; → nessa forma, ao fazer uma RM é possível observar um hipersinal nos gânglios da base mostrando a lesão da encefalopatia DIAGNÓSTICO: ● Dosagem BT e frações; ● Hemograma e HTC; → pode ser causada por uma sobrecarga do hepatócito devido a destruição de hemácias ● Reticulócitos; → observar a resposta medular a respeito das hemácias destruídas ● Tipagem sanguínea da mãe e do RN; ACOMPANHAMENTO DO RN: ● Na presença de icterícia, é necessário avaliar se é fisiológica ou se é necessário tratar, e ainda se pode levar à encefalopatia. Para isso, avaliam-se os fatores de risco para hiperbilirrubinemia significativa e os fatores de risco para neurotoxicidade pal bilirrubina; ○ Fatores de risco para hiperbilirrubinemia clinicamente significativa (BT >17mg/dL): Asiáticos; Irmão anterior com icterícia; Aleitamento materno exclusivo; IG < ou = 36S; Icterícia precoce; Doença hemolítica; Cefalohematoma ou equimoses; BT elevada pré-alta (em zona de risco, classificado pelo nomograma de Bhutani); ○ Usado para avaliar zonas de risco de icterícia ○ toda icterícia antes de 24h de vida (precoce) é necessário a avaliação ○ Icterícia após 24h é necessário a preocupação quando a icterícia estiver na zona de risco ○ Neurotoxicidade pela hiperbilirrubinemia: IG < ou = 36S; Doença hemolítica (destrói muita hemácias) ; Deficiência de G6PD; Asfixia; Sepse; Acidose; Albumina < 3g/dL; → asfixia, sepse e acidose tem um comprometimento da BHE passando mais BI ○ Avaliação da icterícia neonatal: ■ Fatores de risco; Examinar RN a cada 8-12h; ■ Caso tenha uma Icterícia precoce: colher exames + fototerapia; ■ icterícia tardia ● Zona 2 - observação clínica; ● Zona > ou = 2 - colher exames. ● Se > p75: fototerapia. ● Se < p75, observação clínica; ■ A alta do RN ocorre em casos: ● Icterícia em zona de risco intermediário baixo ou baixo; Jamil� Chahou� 5° períod� ● Após 48h sem icterícia ou zona I; ● Retorno ambulatorial em 48-72h → reavaliar o RN pra ver se não está ictérico TRATAMENTO: ● FOTOTERAPIA ● Como funciona: ○ BI na pele sobre ação da luz azul e sofre fotoisomerização (BI se torna um isômero mais solúvel, ou seja, mais facilmente excretado pela bile). Além disso, forma-se lumirrubina, que é excretada pela urina; ○ depende da Dosagem de BT; IG ou PN (RNPT); Idade pós-natal; Presença de fatores de risco para lesão bilirrubínica neuronal; QUANDO TRATAR? OBS: reduzir em 2 mg/dL o nível se fatores de risco para neurotoxicidade; OBS: Considerar valor inferior se fatores de risco para neurotoxicidade; ● Eficácia da fototerapia depende: ○ Comprimento de onda da luz (azul) ○ Irradiação espectral; ○ Distância entre luzes e RN; ○ Superfície da pele exposta; ● Cuidados: ○ Temperatura do RN (hipo/hipertermia); ○ Oferta hídrica (há aumento de perdas insensíveis - amamentar); ○ Proteção ocular radiopaca para não lesar os olhos; ○ Síndrome do bebê bronzeado: coloração da pele castanho-acinzentado e escurecimento de urina devido à impregnação de BD; ■ DOENÇA COLESTÁTICA/DISFUNÇÃO HEPÁTICA ■ COR ESCURA/CINZA ACASTANHADA DA PELE ■ SORO E URINA ■ BENIGNA ■ MELHORA APÓS SUSPENSÃO FOTO) ○ Reavaliar BTF a cada 4-8h; ○ Suspende Jamil� Chahou� 5° períod� ICTERÍCIA NEONATAL PRECOCE CASO CLÍNICO: “Você está evoluindo o alojamento conjunto e passa para avaliar o RN de Marianne, do sexo masculina, nascido de parto cesárea, por DMG, com peso de 3200g, IG de 36S, apgar 8/9. Mãe primigesta. Atualmente o RN tem 16h de vida e está em aleitamento materno exclusivo” ● Fatores de risco no caso para hiperbilirrubinemia indireta significativa: ○ Sexo masculino; ○ DMG; ○ RNPT tardio (36S); ● Ao exame físico, ictérico em face, tronco, abdome indo até joelhos.Apresenta máscara equimótica em face (devido a 2 circulares de cordão). Fontanela bregmática normotensa e plana. BNF, rítmicas, RT2T sem sopros. MV bilateral sem ruídos adventícios. Abdome globoso, com fígado palpável a 1 cm do rebordo costal direito, coto umbilical em bom aspecto. Genitália masculina típica. ○ Fatores de risco no exame físico: ■ Máscara equimótica; ■ Classificar icterícia com relação às zonas de Kramer: no caso, zona 3; ● Avaliar: ■ Devo solicitar exames? ■ Pode ser fisiológica? ■ Pode levar a Kernicterus? ● EXAMES LABORATORIAIS ○ BT 12 mg/dL; BI 11,5 mg/dL; Hb 12,2 g/dL; HTC 36%; Reticulócitos 10%; Tipagem sanguínea da mãe: O Rh positivo; Tipagem do RN: A Rh negativo; Coombs direto negativo, indireto positivo, eluato positivo; DEFINIÇÃO ● Icterícia nas primeiras 24h de vida ( se apresenta BI: 12 mg/dL)→ provavelmente associada a doença hemolítica. É necessário investigar e tratar (fototerapia e/ou imunoglobulina e/ou exsanguineotransfusão); ETIOLOGIA ● Sobrecarga de bilirrubina aos hepatócitos ○ DOENÇA HEMOLÍTICA: ● HEREDITÁRIAS ○ Imunes: Incompatibilidade do sistema ABO; Incompatibilidade de RH; Incompatibilidades por outros antígenos; ○ Enzimática: Deficiência de G6PD; ○ Alterações de membrana eritrocitária; ○ Hemoglobinopatias; ● ADQUIRIDAS ○ Pós infecção bacteriana ou viral; Investigação diagnóstica ● BTF; Hb; Esfregaço sanguíneo periférico; Reticulócitos; Tipagem sanguínea mãe e RN; Coombs direto e indireto; Eluato; Dosagem de G6PD; INCOMPATIBILIDADE RH: ● 1:1000 nascidos vivos Jamil� Chahou� 5° períod� ● MÃE ANTÍGENO D NEGATIVO➔RH NEGATIVO ● RN ANTÍGENO D POSITIVO➔RH POSITIVO ● O sangue da mãe entra em contato com o sangue do RN e ela produz anticorpos anti-D, que geram o teste de coombs direto positivo; Ocorre hemólise neonatal intensa, que pode levar à anemia e ao aumento de reticulócitos pela resposta medular; → pode ocorrer hidropsia fetal ● É importante saber que a mãe deve ter sido previamente sensibilizada para que isso ocorra, logo, não ocorre normalmente na primeira gestação, e sim na segunda; ● A prevenção é feita pelo uso de Imunoglobulina humana anti-D nas primeiras 72h: mãe Rh negativo, não sensibilizada, coombs indireto negativo, RN Rh positivo, não sensibilizado, coombs direto negativo. Não é feita apenas em pós-parto, mas também em pós abortamento, gravidez ectópica ou mola, pós-amniocentese, cordocentese ou biópsia de vilo, pós-sangramento durante a gestação. Pode ser usado durante a gestação entre 28-34S de gestação se o pai for Rh positivo; INCOMPATIBILIDADE ABO ● 15% das gestações (leva à doença hemolítica em apenas 3-4%); ● Mãe grupo O (, RN grupo A ou B ou AB; ● Coombs direto pode ser positivo ou negativo; → a ligação é mais fraca, por isso o coombs pode ser negativo ● Eluato positivo; ● Hemólise menos intensa; → plea ligação mais fraca ● Esferocitose; ● PODE OCORRER 1ª GESTAÇÃO➔ PRESENÇA DE IGG ANTI A E IGG ANTI B (PRESENTES NA GESTANTE COM TIPO O) DEFICIÊNCIA DE G6PD ● Doença genética associada ao cromossomo X, mas acomete igualmente ambos os sexos; ● Acomete 7% da população; ● G6PD reduz radicais livres dentro da hemácia, então sua deficiência leva ao aumento de radicais livres em momentos de estresse oxidativo, levando à hemólise; ● Doença hemolítica aguda: exposição a agentes oxidantes → rápida elevação da BI; ● Doença hemolítica leve: polimorfismo genético para expressão reduzida da enzima que faz a conjugação hepática da bilirrubina → redução da conjugação, levando a uma icterícia por aumento de BI; ● Diagnóstico: dosagem de G6PD; OUTRAS CAUSAS: ● Coleções sanguíneas extravasculares: cefalohematoma e equimose; ● Policitemia: RN PIG, RN mãe diabética, transfusão feto-fetal ou materno-fetal, clampeamento tardio ou ordenha de cordão umbilical; ● Aumento da circulação entero-hepática: anomalias do TGI, jejum oral e/ou baixa oferta oral; Icterícia patológica por deficiência ou inibição da conjugação da bilirrubina ● Hipotiroidismo congênito; Jamil� Chahou� 5° períod� ● Síndrome de Gilbert (não hemolítica); ● Síndrome de Crigler-Najjar; Tratamento: ○ Fototerapia; ○ Imunoglobulina ■ Mais utilizada na doença hemolítica: incompatibilidade Rh, ABO ou antígenos irregulares; ■ Combinada com a fototerapia; ■ IV 0,5-1g/kg em 2h, 2ª dose em 12h; ■ Bloqueia os receptores FC, que captam macrófagos. Dessa maneira, impede a hemólise; Indicações: elevação da BT apesar da fototerapia intensiva ou BT a 2-3 mg/dL do nível de exsanguineotransfusão; ○ Exsanguineotransfusão: ■ doença hemolítica grave por incompatibilidade Rh; ■ Indicação: elevação BT > ou = 0,5-1 mg/dL/h e conforme nível de BT em relação à IG, ao peso e à presença de fatores de risco para neurotoxicidade pela bilirrubina; Diminuir em 2 mg/dL se houver fatores de risco para neurotoxicidade em prematuros Diminuir em 2 mg/dL se houver fatores de risco para neurotoxicidade; Fototerapia de alta intensidade associada; Reavaliar BT em 2-3h; INDICADA IMEDIATAMENTE: Sinais neurológicos (letargia, hipotonia, má sucção, choro agudo); BT 5 mg/dL acima dos níveis de indicação de EST; ● MECANISMOS DE AÇÃO ○ CONTROLE HIPERBILIRRUBINEMIA ○ REMOÇÃO DE ANTICORPOS MATERNOS➔REDUZ HEMÓLISE ○ CORREÇÃO DE ANEMIA ● Como funciona: ○ Atua no controle da hiperbilirrubinemia; Remove os anticorpos maternos, reduzindo hemólise; ○ Corrige anemia; ○ É feita com sangue fresco reconstituído (170-200 mL/kg), de leucotização e irradiado. Fazer trocas lentas de 5-10 mL/kg em 3 minutos; ○ Monitorar: FC, PA, FR, SatO2, temperatura; ○ Hipocalcemia é uma complicação metabólica importante → pode ter outras complicações metabólicas
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