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TCE e ataxia pós traumática 1 🏍 TCE e ataxia pós traumática Traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma lesão ou um conjunto de lesões produzidas por um impacto ou por bruscas acelerações ou desacelerações na cabeça. Pode envolver danos a partes ósseas do crânio e às delicadas estruturas que, abrigadas na caixa craniana, compõem o encéfalo (cérebro, tronco encefálico, cerebelo e porção superior da medula espinal) O termo traumatismo cranioencefálico inclui uma grande variedade de lesões, que geralmente são classificadas em primárias e secundárias. As lesões primárias resultam diretamente do evento traumático, enquanto as secundárias resultam de processos associados ao trauma. Tipo de lesão Dois grandes grupos: fraturas de crânio, que podem ocorrer com ou sem lesão cerebral associada e que, por si mesmas, não causam importante lesão cerebral, e lesões dos vasos sanguíneos e dos envoltórios cerebrais, que podem causar disfunção neurológica. As lesões desse segundo grupo podem, por sua vez, ser englobadas em duas categorias: focais e difusas. As lesões focais causam danos localizados no cérebro (contusões e hematomas). Já as lesões difusas, que se traduzem em dispersão dos tecidos submetidos ao dano, podem ser tanto funcionais quanto estruturais. Um exemplo de lesão focal é a concussão cerebral. Como exemplo de lesão difusa, cita‐se uma condição chamada lesão axonal difusa. Entre as lesões difusas, inclui‐ se o inchaço cerebral traumático, que pode ocasionar morte por insuficiência circulatória e por falta de oxigênio no cérebro. Fratura de crânio Quando recebe uma força localizada, o crânio deforma‐se para dentro. Se a força persiste, o crânio fraturado desnivela‐se e afunda, podendo ou não lesar a região encefálica adjacente, contundindo-a ou lacerando‐a. As fraturas em si não implicam necessariamente lesão neurológica, mas indicam a importância da força de impacto. Podem ser lineares ou diastáticas (com as bordas afastadas) e associadas ou não a afundamento craniano. As lineares não exigem TCE e ataxia pós traumática 2 cirurgia, mas podem se estender para a base do crânio e romper os envoltórios do cérebro, propiciando a saída do liquor que o envolve pelo nariz ou pelo ouvido. As fraturas podem também lesar artérias e veias intracranianas, favorecendo a formação de coágulos ou hematomas intracranianos que podem causar compressão cerebral. Por esse motivo, todos os pacientes com fratura craniana devem ser submetidos ao controle por tomografia computadorizada. As fraturas diastáticas rompem os envoltórios do crânio e são usualmente tratadas com cirurgia e reconstrução dos tecidos lesados. Lesões de grandes vasos e envoltórios Hematomas epidurais ou extradurais São coágulos situados entre a dura‐máter e os ossos do crânio. Formam‐se em decorrência do rompimento de um vaso sanguíneo por um fenômeno de contato, normalmente associado a uma fratura craniana. Frequentemente, verifica‐se, na vítima, o intervalo lúcido (vômitos,enjoo), um período de preservação da consciência, desde o momento do impacto até a manifestação clínica do hematoma. A pessoa pode ficar inconsciente, acordar em seguida e, depois de minutos ou horas, perder a consciênca de forma abrupta. Grande parte dos pacientes com hematomas epidurais ou extradurais chega ao hospital em regime de hipertensão craniana grave e em estado de coma. Para os que podem ser operados, o prognóstico é bom. Hematomas subdurais agudos Localizam‐se entre a dura‐máter e o cérebro, como consequência de um fenômeno de aceleração e desaceleração que rompe as veias da superfície cerebral e provoca sangramentos graves que causam hipertensão intracraniana e morte. Contusão cerebral hemorrágica Ocorre abaixo da região de impacto, como consequência das forças locais ou da pressão traumática causada pelos ossos do crânio. Caracteriza‐se pela lesão de células nervosas e pela formação de hemorragias confluentes, que podem constituir hematomas de diversos tamanhos dentro do cérebro. As lesões maiores podem causar hipertensão intracraniana e, por isso, devem ser removidas cirurgicamente. Concussão cerebral É uma disfunção cerebral caracterizada por perda transitória da consciência, frequentemente acompanhada por perda da memória de fixação e amnésia transitória. Os fenômenos de aceleração e desaceleração geram disfunção dos neurônios (células nervosas), causando os sintomas transitórios, que geralmente duram algumas horas. TCE e ataxia pós traumática 3 Lesões axiais difusas As cargas de impulso/impacto podem provocar estiramento e ruptura dos axônios. A lesão axonal resulta de forças de aceleração e desaceleração, muitas vezes associadas às forças rotacionais, causando estiramento axonal e mudanças de permeabilidade. A gravidade e a extensão dessas rupturas e desses estiramentos é extremamente variável, de acordo com a característica do traumatismo. A recuperação é lenta e progressiva e são frequentes as sequelas caracterizadas principalmente por acometerem a função motora, gerando movimentos em espasmos e falta de coordenação Inchaço cerebral O cérebro reage às agressões por meio de inchaço, que decorre da dilatação dos vasos e que provoca aumento no conteúdo sanguíneo dentro do órgão, aumentando‐lhe o volume. Após algumas horas, associa‐se o edema cerebral, caracterizado pelo acúmulo de água e de outros componentes dentro das células cerebrais e entre elas. O inchaço geralmente decorre da falta de oxigenação do cérebro, que pode advir de insuficiência respiratória grave pós‐traumática, choque com queda da pressão arterial ou, ainda, da compressão do cérebro por um hematoma. Lesões por agentes penetrantes As lesões produzidas por agentes penetrantes de baixa velocidade (como objetos de ponta ou cortantes) são tratadas cirurgicamente, com o objetivo de estancar hemorragias e promover a limpeza cirúrgica e a reconstrução dos envoltórios do cérebro. Em seguida, o tratamento é feito com antibióticos. As sequelas dependem das áreas acometidas e das dimensões do trauma. QUADRO DISFUNCIONAL DO TCE Embora haja alterações comuns, não existe um quadro típico de TCE, pois este é dependente do local, da extensão e da gravidade da lesão. São comuns: • alterações de atenção: distrabilidade; • alterações da motivação; • alterações de memória; • agnosias: tátil, auditiva, visual, somatossensorial; • apraxias: ideatória, ideomotora, do vestir, da marcha; • paresias/plegias; • alterações de equilíbrio/coordenação; TCE e ataxia pós traumática 4 • alterações do tônus: principalmente espasticidade; • alterações respiratórias; • lesões de nervos cranianos; • úlceras por pressão. Os TCEs, principalmente os mais graves, podem evoluir com quadro de déficit motor caracterizado pela presença de ataxia, que se denomina ataxia pós- traumática (APT). Reabilitação Efeitos da reabilitação vestibular em tonturas e problemas de equilíbrio 2x por semana por 8 semanas Os exercícios normalmente incluíam Brandt Daroff exercícios e tratamento de manobras (manobra de Epley e Bar-B-Que Roll 1), exercícios de habituação para sensibilidade ao movimento e exercícios centrais de adaptação à vertigem pós- traumática para sintomas exibidos durante a coordenação olho-cabeça e redução do reflexo óculo vestibular (paciente 2) e exercícios para redução do equilíbrio com foco na melhora integração (todos os pacientes). Os exercícios para casa foi aplicado no início da intervenção e incluiu 2 a 5 exercícios. Além disso, os pacientes foram encorajados a praticar exercícios físicos e atividades que eles toleravam, como caminhar, nadar ou andar de bicicleta
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