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ASSISTÊNCIA DEASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM APLICADA ÀENFERMAGEM APLICADA À PUÉRPERA COM INFECÇÃO EMPUÉRPERA COM INFECÇÃO EM FERIDA OPERATÓRIAFERIDA OPERATÓRIA FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR Centro de Ciências da Saúde – CCS Curso de Enfermagem Enfermagem Perinatal Alice Gondim Teixeira e Isabela Ferreira Jorge Ayres Professora Aline Feitoza Junho, 2023 Um estudo constatou que o parto cesáreo foi associado a um risco 56% maior de complicações precoces. (Mascarello, K.C. et al., 2018) Segundo PETTER et al. (2013), o parto cesáreo é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento de uma Infecção Puerperal. Do ponto de vista obstétrico, a infecção puerperal representa uma das principais complicações em sítio cirúrgico no pós-parto. Infecção Puerperal (IP) A assistência perinatal influencia na redução do elevado índice de morbimortalidade de mulheres, causado por complicações consideradas passíveis de serem evitadas. (COSTA RF et al., 2013) Infecção Puerperal (IP) Comorbidades maternas preexistentes, Diabetes Mellitus Gestacional, anemia, obesidade. Fatores dependentes da assistência durante o parto. Trabalho de parto prolongado, ruptura prematura de membranas, excesso na manipulação vaginal e parto prematuro podem aumentar o risco de Infecção de Sítio Cirúrgico obstétrico. (PETTER et al. , 2013). O parto cesáreo é um procedimento que desencadeia um potencial risco de desenvolver uma Infecção Puerperal. Fatores de Risco: PAPEL DO ENFERMEIRO O puerpério é um período de risco, tornando essenciais os cuidados de enfermagem qualificados que tenham como base a prevenção de complicações. Assistência de enfermagem no período puerperal é de extrema importância para a redução de agravos à saúde da puérpera e do recém-nascido, atuando com ações preventivas. O parto cesáreo, no Brasil, representa 40% desse procedimento relacionado ao total de parições, atingindo o patamar de 80% na Saúde Suplementar, enquanto no Sistema Único de Saúde (SUS), 30% das mulheres realizaram a cesariana. Em um grande estudo de caso controle sobre os fatores de risco para sítios de infecção cirúrgica, 5% de 1.605 incisões de cesárea tornaram-se infectadas (Martins et al. , 2012). Infecção Puerperal EPIDEMIOLOGIA O autocuidado como sendo a prática de atividades iniciadas pelo individuo em seu próprio benefício, ou seja, o desempenho de atividades que contribuem para a saúde, sua recuperação e bem-estar. (LARA et al. , 2009) O autocuidado é desempenhado pelo individuo para si próprio, quando o mesmo já atingiu um estado de maturidade que lhe permita a execução de ações. Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem O objetivo deste estudo é compreender o papel fundamental da assistência de enfermagem e como pode contribuir para o manejo adequado da Infecção Puerperal, visando a melhoria dos resultados clínicos e a promoção de um atendimento humanizado e de qualidade. OBJETIVO DO ESTUDO METODOLOGIA Coleta de dados realizada a partir de uma entrevista com a paciente.Coleta de dados realizada a partir de uma entrevista com a paciente. Aplicada à uma paciente de 29 anos de idade com infecção em feridaAplicada à uma paciente de 29 anos de idade com infecção em ferida operatória.operatória. Utilizando como meios de pesquisa o NANDA-I, NOC E NIC.Utilizando como meios de pesquisa o NANDA-I, NOC E NIC. Pautado no Processo de Enfermagem (PE), aplicando a SistematizaçãoPautado no Processo de Enfermagem (PE), aplicando a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE).da Assistência de Enfermagem (SAE). TIPO DE ESTUDO: Estudo de caso de Estudo de caso de natureza descritiva e abordagem qualitativanatureza descritiva e abordagem qualitativa Realizado no período de abril a junho de 2023 em umaRealizado no período de abril a junho de 2023 em uma Unidade de Saúde em Fortaleza.Unidade de Saúde em Fortaleza. RESULTADOS E DISCUSSÕES M.M.C.S, 29 anos, compareceu à unidade de saúde referindo edema em cicatriz de cesárea e saída de secreção serosanguinolenta, causada por esforço físico excessivo e uso de roupas apertadas, sem presença febre e sangramento transvaginal. A paciente relatou que inicialmente compareceu à emergência no 7° dia após o parto, por ter notado a pele da sua filha recém-nascida com coloração amarelada. A RN permaneceu em fototerapia. COLETA DE DADOS RESULTADOS E DISCUSSÕES Idade gestacional de 37 semanas, realizou 14 consultas de pré-natal no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), possui vacinas em dia, relata intercorrências na gestação, pré- eclâmpsia e infecção do trato urinário. A bolsa rompeu com 36 semanas e 6 dias (amniorrexe prematura). Permaneceu com bolsa rota por 18 horas no Centro Obstétrico, fez uso de Betametasona para o fortalecimento pulmonar do feto e antibioticoprofilaxia antes da realização da cesárea, indicado pelo tempo de bolsa rota. A paciente relatou estar ansiosa e preocupada com sua situação de saúde, e sente falta da filha por ter que deixá-la em casa devido a internação. RESULTADOS E DISCUSSÕES Avaliação abdominal: Abdome globoso por adiposidade e doloroso à palpação, hiperemia e endurecimento da região de cicatriz da cesárea, com saída de grande quantidade de secreção serosanguinolenta e ferida operatória com sinais flogísticos. Dados do RN: APGAR: 9/10, Estatura: 47 cm; Peso: 2996g DIAGNÓSTICOS Domínio 11 (Segurança/proteção), Classe 1 (Infecção) - Risco de infecção no sítio cirúrgico, evidenciado por integridade da pele prejudicada, contaminação de ferida cirúrgica e procedimento invasivo. Domínio 11 (Segurança/proteção), Classe 2 (Lesão física) - Integridade da pele prejudicada, relacionada a conhecimento inadequado sobre manutenção da integridade tecidual, secreções e infecção, evidenciada por superfície cutânea rompida, abcesso, hiperemia e dor aguda. Domínio 11 (Segurança/proteção), Classe 2 (Lesão física) - Recuperação cirúrgica retardada, relacionada a esforço físico e infecção de ferida cirúrgica, evidenciada por cicatrização de área cirúrgica interrompida. DE ENFERMAGEM DIAGNÓSTICOS Domínio 13 (Crescimento/desenvolvimento), Classe 2 (Desenvolvimento) - Risco de desenvolvimento atrasado da criança relacionado a lactentes prematuros. Domínio 2 (Nutrição), Classe 4 (Metabolismo) - Hiperbilirrubinemia neonatal relacionada a neonato prematuro, evidenciada por pele amarelo-alaranjada. Domínio 2 (Nutrição), Classe 1 (Ingestão) - Amamentação interrompida relacionada a separação entre mãe e lactente, evidenciada por amamentação não exclusiva. Domínio 7 (Papéis e relacionamentos), Classe 1 (Papéis do cuidador) - Tensão do papel de cuidador relacionado a atendimento inadequado das próprias expectativas, condições físicas, estressores e estado de saúde prejudicado, evidenciado por expressar frustração e preocupação em relação a membro da família. DE ENFERMAGEM DIAGNÓSTICOS Domínio 7 (Papéis e relacionamentos), Classe 2 (Relações familiares) - Risco de vínculo prejudicado relacionado a doença da mãe impedindo início eficaz do contato com o lactente. Domínio 9 (Enfrentamento/tolerância ao estresse), Classe 2 (Resposta de enfrentamento) - Ansiedade relacionada a situação familiar e estressores, evidenciada por expressar angústia e ansiedade sobre mudanças nos eventos de vida. Domínio 9 (Enfrentamento/tolerância ao estresse), Classe 2 (Respostas de enfrentamento) - Sentimento de impotência relacionado a tensão do papel de cuidador e ansiedade, evidenciado por expressar frustração quanto à incapacidade de realizar atividades. DE ENFERMAGEM DIAGNÓSTICO PRIORITÁRIO Domínio 11 (Segurança/proteção), Classe 2 (Lesão física) - Recuperação cirúrgica retardada, relacionada a esforço físico e infecção de ferida cirúrgica, evidenciada por cicatrização de área cirúrgica interrompida. RESULTADOS DE ENFERMAGEM (NOC) CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS: SEGUNDA INTENÇÃO Definição: extensão da regeneração de células e tecidos em ferida aberta. CLASSIFICAÇÃODA META DO RESULTADO: AUMENTAR PARA 5 CLASSIFICAÇÃO GERAL DO RESULTADO Nenhum Limitado Moderado Substancial Extenso 1 2 3 4 5 NA Indicadores : Formação de cicatriz 1 2 3 4 5 NA Tamanho da ferida diminuído 1 2 3 4 5 NA Extenso Substancial Moderado Limitado Nenhum Drenagem serossanguinole nta 1 2 3 4 5 NA Eritema na pele adjacente 1 2 3 4 5 NA Inflamação da ferida 1 2 3 4 5 NA Edema perilesão 1 2 3 4 5 NA Odor fétido na ferida 1 2 3 4 5 NA INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Controle de infecção Definição: Minimização da aquisição e transmissão de agente infeccioso Atividades: Trocar o equipamento de atendimento do paciente, de acordo com a instituição. Ação que fez na prática: A paciente estava em isolamento de contato. Atividades: Posicionar em isolamento de prevenção designado, conforme apropriado. Atividades: Manter as técnicas de isolamento, conforme apropriado. Atividades: Limitar o número de visitantes, conforme apropriado. Atividades: Ensinar a lavagem das mãos para o pessoal da área da saúde. Atividades: Orientar o paciente sobre técnicas apropriadas de lavagem de mãos. Atividades: Orientar o paciente a tomar antibióticos, conforme prescrito. Atividades: Orientar os visitantes a lavarem as mãos ao entrar e sair do quarto do paciente. Atividades: Instituir precauções universais. Ação que fez na prática: Utilizou-se luvas para o manejo da paciente. Atividades: Usar luvas conforme recomendado pelas políticas universais de prevenção. Ação que fez na prática: Utilizou-se avental descartável durante a visita à paciente. Atividades: Usar aventais descartáveis ou jalecos quando manusear material infeccioso. Atividades: Usar luvas estéreis, conforme apropriado. Atividades: Garantir técnica de cuidado de feridas apropriadas. Atividades: Administrar terapia com antibióticos, conforme apropriado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante desse estudo, foi possível observar a importância da assistência de enfermagem à puérpera no alojamento conjunto, visto que é necessária uma assistência eficiente e que contemple as suas necessidades específicas da situação de saúde, respeitando suas particularidades e limitações, tornando essencial o atendimento de forma holística. Em conclusão, consideramos que realizar esse estudo foi essencial para reforçar em nós, estudantes de enfermagem, a importância de valorizarmos e buscarmos meios de incentivar a participação dos profissionais e responsáveis no cuidado à puérpera. Pontuamos que foi muito enriquecedor construir esse estudo para a nossa formação como futuros enfermeiros. REFERÊNCIAS Classificação das intervenções em enfermagem (NIC) / Howard K. Butcher ... [et al.]; tradução Denise Costa Rodrigues, Vilma Ribeiro de Souza Varga. – 7. ed. – Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan Ltda, 2022. Classificação dos resultados de enfermagem NOC: mensuração dos resultados em saúde / Sue Moorhead … [et al.]; tradução Maria Inês Corrêa Nascimento. – 6. ed. – Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan Ltda, 2022. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e classificações 2020- 2023 / [NANDA Internacional]; tradução: Regina Machado Garcez; revisão técnica: Alba Lúcia Bottura Leite de Barros ... [et al.]. – 12. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2021. ARAÚJO, A. B. S. DE et al. Ocorrência de infecções de sítio cirúrgico pós-cesárea em uma maternidade pública. Enfermería Actual de Costa Rica, n. 37, p. 16–29, 1 dez. 2019 BENINCASA, B. C. et al. Taxas de infecção relacionadas a partos cesáreos e normais no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. lume.ufrgs.br, 2012. LARA, A. C. DE L. et al. The postpartum identified in the Dorothea Orem’ self care theory. Revista de Enfermagem UFPE on line, v. 3, n. 3, p. 450–454, 3 jul. 2009. 1. 2. 3. 4. 5. 6. OBRIGADA :)
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