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Pré, peri e pós-operatório Lavínia Vasconcellos Patrus Pena 2022 2022 Pré-operatório Geral: anamnese e exame físico, exames pré-operatórios básicos, quando indicados, e cuidados que antecedem a cirurgia (suspensão de anticoagulantes, análise de trombofilias etc.) Específico para determinadas operações (ex: cirurgia bariátrica exige psiquiatra antes) Preparo de pacientes portadores de doenças prévias Não recomendável realização de exames pré-operatórios de “rotina”, já que apenas um pequeno percentual de pacientes irá se beneficiar (0,2%): avaliar porte da cirurgia, idade do paciente, comorbidades e tipo de ato cirúrgico Hemograma Comorbidades Coagulograma Cirurgias de grande porte, pacientes que usam Marevan, insuficiência hepática, pacientes com trombofilias Tipagem sanguínea Cirurgia de grande porte com possibilidade de perda sanguínea -> programar reserva de sangue Glicemia Pacientes > 40 anos Creatinina Comorbidades ECG Homem > 40 anos, mulher > 50 anos, comorbidades RX de Tórax > 60 anos, comorbidades, tabagista, solicitar de acordo com tipo de procedimento cirúrgico Risco Cirúrgico Avaliação se baseia no estado de saúde geral do paciente para identificar possíveis anormalidades que possam aumentar o trauma operatório ou influenciar negativamente na recuperação do mesmo + utilizado: ASA Estado Físico Definição Exemplos ASA I Paciente normal e saudável Saudável, não fumante, não usa ou usa o mínimo de álcool ASA II Paciente com doença sistêmica leve a moderada Fumante atual, etilista social, gravidez, obesidade (30 < IMC < 40), DM/HAS bem controladas, doença pulmonar leve ASA III Paciente com doença sistêmica grave, com limitação sem ser incapacitante Limitações funcionais substanciosas. 1 ou + doenças moderadas a graves. DM/HAS mal controladas, DPOC, obesidade mórbida (IMC > 40), hepatite ativa, dependência ou abuso de álcool, marca-passo implantado, redução moderada da fração de ejeção, bebês com idade pós-conceptual < 60 semanas, história (> 3 meses) de IAM, AVC, AIT ou DCA/stents ASA IV Paciente com doença sistêmica grave, que é uma ameaça constante à vida (incapacitante) IM, AVC, AIT ou DAC/stents recentes (< 3 meses), isquemia cardíaca em curso ou disfunção valvar grave, redução intensa da fração de ejeção, sepse, CIVD, RGE, ou estágio final da DRC não submetido regularmente à diálise programada ASA V Paciente moribundo que não é esperado sobreviver sem a cirurgia Ruptura de aneurisma abdominal/torácico, trauma maciço, sangramento intracraniano com efeito de massa, intestino isquêmico em caso de significativa doença cardíaca ou disfunção de múltiplos órgãos/sistema ASA VI Paciente declarado com morte cerebral cujos órgãos estão sendo removidos para fins de doação ASA no e Emergência Quando atraso no tratamento do paciente leva a significativo aumento de ameaça à vida ou à parte do corpo Avaliação nutricional Indicada em pacientes: · Desnutridos, emagrecidos, candidatos ao tratamento cirúrgico de neoplasia e obesidade mórbida · Doenças consumptivas ou que afetem a capacidade de absorção do trato intestinal · Doentes com perdas por fístulas, vômitos, diarreias ou infecções Parâmetros antropométricos e laboratoriais: quantificação da perda ponderal, prega cutânea tricipital, circunferência do braço, massa corporal, contagem de linfócitos, dosagem de albumina, dosagem de transferrina sérica Nas operações eletivas de pacientes com avaliação nutricional deficiente: realizar um suporte nutricional por um período mínimo de 15 dias: oral ou parenteral · Ex: paciente oncológico, que não está obstruído e não precisa de cirurgia de emergência Restrição da dieta: · 8 horas: evitar estímulo à produção de secreção gástrica e possibilidade de bronco aspiração durante sedação · 6h: raquianestesia · Água suspensa 2h antes da cirurgia · Pacientes obesos, gestantes, portadores de hernia hiatal, ou com grandes tumores intra-abdominais: 12 horas Suspensão de medicamentos Anticoagulantes orais: · Antagonistas da vitamina K: substituídos por Heparina ou Enoxaparina (Clexane), ~5 dias antes -> Varfarina (Marevan). · Heparina deve ser suspensa 6h antes do procedimento cirúrgico e reiniciada 24-48h depois · Nas operações de urgência, deve-se transfundir plasma fresco, para garantir níveis adequados dos fatores de coagulação · AAS: não há dados suficientes na literatura que contraindiquem a realização de bloqueios do neuroeixo ou periféricos Hipoglicemiantes Orais: · Substituídos por insulina regular ou NPH na véspera do ato cirúrgico, para melhor controle da glicemia e para evitar a hipoglicemia · NPH: devem receber apenas 1/3-1/2 da dose pela manhã da operação, seguida da infusão de soro glicosado a 5% Antidepressivos: Inibidores da monoaminoxidase (iMAO) devem ser retirados 3-5 dias antes do ato operatório. Manter: betabloqueadores, anti-hipertensivos, cardiotônicos, broncodilatadores, corticoides, anticonvulsivantes, insulina, antialérgicos, medicação psiquiátrica Tricotomia Uso do tricotomo na área de incisão, + próximo possível do momento da operação Cateterismo Necessidade absoluta de monitorização da perfusão tecidual Operações pélvicas ou das vias urinarias Deve ser realizado com todo o rigor de assepsia e antissepsia, com sistema fechado de drenagem e, de preferência, no centro cirúrgico Antibioticoprofilaxia Paciente sujeitos a risco de infecção do sítio cirúrgico, particularmente da ferida operatória, ou aqueles com baixo risco, mas com a morbidez e mortalidade, em caso de infecção, se beneficiam do uso profilático de ATB, desde que administrados corretamente Antibióticos profiláticos, quando indicados, devem ser iniciados na indução anestésica e mantidos apenas durante o período perioperatório Antibióticos no pós-operatório somente em pacientes operados em vigência de infecção e com terapêutica antimicrobiana · Em cirurgias infectadas (apendicite necrosante), se mantem o antibiótico por um período maior, para terapia (pós-operatório Tipo de cirurgia: uso de próteses, limpa, potencialmente contaminada, contaminada (ainda não tem pus), infectada (temos pus. Ex: PBE > antibioticoterapia) Porte da cirurgia Prescrição do Pós-Operatório Reposição hídrica e eletrolítica, analgesia, profilaxia da TVP, antibióticos, profilaxia da gastrite de estresse Cuidados: Dieta, CNG, sonda vesical, drenos, mobilização/respiração, curativos Profilaxia TVP Deve-se analisar o risco do paciente Hospitais privados e em alguns públicos: compressão pneumática -> compressão nas pernas durante a realização da cirurgia Durante e após a cirurgia: uso de heparina Pós-imediato: mobilização ativa + MI elevados com flexão dos joelhos + deambulação precoce 3 lAVÍNIA VASCONCELLOS PATRUS pena
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