Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Monalisa Cirqueira - MEDUFOB Monalisa Cirqueira – MEDUFOB PRÉ-OPERATÓRIO OBJETIVOS · Definir se é cirúrgico ou não; quando fazer: eletiva, urgência e emergência · Diagnóstico da doença cirúrgica · Presença de comorbidades · Discernir o risco-benefício da cirurgia INCLUI: preparo da sala cirúrgica, preparo do paciente, preparo do campo de operação e intraoperatório. AVALIAÇÃO NO PREPARO PRÉ-OP: Idade, doenças psiquiátricas, situações ligadas a urgência, eventos cardiovasculares, avaliação nutricional, atb profilático, alterações respiratórias, condições do sistema renal, etc. A avaliação clínica leva em conta fatores relacionados ao paciente e também ao ato cirúrgico. Idade do paciente · Idoso: maior probabilidade de doenças; diminuição da reserva funcional sistêmica. Presença de doenças psiquiátricas · Uso de medicações que podem interagir com a anestesia. Situação ligada a urgência · Decisões que devem ser tomadas no menor intervalo de tempo com objetivo de garantir a vida do paciente. Eventos cardiovasculares · Pacientes cardiopata ativos e compensados. Avaliação nutricional · Avaliar se há risco nutricional perioperatório e realizar a correção da desnutrição/subnutrição bioimpedância, pré-albumina ou albumina, proteínas totais e frações. Antibiótico profilático · Avaliar as condições do paciente, do potencial infeccioso da cirurgia e se uso de prótese, tela, etc Alterações respiratórias · Pacientes com maior risco de diminuição da função respiratória no ato cirúrgico: DPOC, tabagismo, idoso, obeso, etc Condições do sistema renal · Ureia e creatinina. AVALIAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO · Doença de base · Doenças associadas · Hábitos e vícios · Alergias · Uso de drogas e medicamentos · Preparo e competência da esquipe médica e não médica · Condições do hospital e CC RISCO CARDÍACO - CIRURGIAS ELETIVAS Não operar se cardiopatia ATIVA: angina instável ou IAM recente (4-6semanas), IC descompensada, arritmia grave, valvopatia grave!!! É preciso tratar a condição antes da cirurgia eletiva. ÍNDICE DE RISCO CARDÍACO REVISADO – DE LEE < 2 FR: baixo risco e pode-se liberar a cirurgia! ≥2 FR: avaliar a capacidade funcional (CF) do paciente se ≥ 4 METs · O ato cirúrgico demanda no mínimo uma CF ≥ 4 METs se nesse corte, pode-se liberar a cirurgia. · Pacientes com CF menor do que isso possuem um maior risco cardiovascular nesses casos é preciso realizar uma investigação com testes cardíacos não-invasivos (ecocardiografia com dobutamina, cintilografia com estresse, etc) para liberar o ato cirúrgico. CLASSIFICAÇÃO DA ASA ESTADO CLÍNICO GERAL DO PACIENTE · ASA I: saudável · ASA II: doença sistêmica sem limitação HAS e DM controlados · ASA III: doença que limita, mas sem incapacidade · ASA IV: doença limita e incapacita IC descompensada · ASA V: moribundo ruptura de aneurisma de aorta, AVC hemorrágico com PIC elevada, etc. · ASA VI: Morte cerebral e cirurgia para transplante de orgãos. EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS: dependem da idade do paciente, comorbidades e do tipo de cirurgia. Em relação a idade: < 45 anos não há indicação de solicitação de exames. · 45-54 anos: ECG para homens · 55-70 anos: ECG + hemograma · > 70 anos: ECG + hemograma + eletrólitos + glicemia + função renal Em relação a comorbidades: Solicitar os exames de acordo com a comorbidade encontrada. Em relação à cirurgia: · Coagulograma: perda sanguínea estimada > 2L, neurocirurgia, cirurgias cardíacas e torácicas. · Rx de tórax: cirurgias cardíacas e torácicas. ORIENTAÇÃO QUANTO A MEDICAÇÕES: quais remédios o paciente faz uso e se há necessidade de suspender NÃO SUSPENDER: Corticoide: o uso crônico de corticoide inibe o eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, logo, ao suspender, pode ocorrer insuficiência adrenal aguda. · Utilizar hidrocortisona IV para simular a produção endógena e melhorar a resposta ao trauma desses pacientes (na cirurgia e continuar por 24-48 horas de pós-operatório) Anti-hipertensivos: devem ser mantidos até a manhã do dia da cirurgia. · Alguns autores consideram suspender o DIU TZD da manhã do dia da cirurgia · BB diminuem o consumo de oxigênio pelo miocárdio pela exacerbação de catecolaminas no período operatória · IECA omite uma dose na manhã da operação Insulina: manter em dose mais baixa do que o habitual do paciente, evitando complicações hipoglicêmicas (que são potencializadas pelo jejum pré-operatório) · NPH: 2/3 da dose · Glargina: 1/2 da dose SUSPENDER: Antidiabéticos orais: suspende no dia a última tomada é na véspera da cirurgia. · Metformina suspende 24-48 horas antes · Sulfoniureia suspende 48h antes · Arcabose suspende 24h antes AINEs: suspender 1-3 dias antes. Antiagragante plaquetário: suspender de 7-10 dias. · Coronariopatia: manter AAS [benefício é maior do que o risco de suspender, mas é preciso analisar cada caso, p ex., neurocirurgia e cirurgia de próstata que demandam grande hemostasia] Novos anticoagulantes: rivaroxaban e outros suspender de 24-48h Warfarina/Marevan: suspender de 4-5 dias tempo necessário para droga deixar de fazer efeito. · É preciso acompanhar o INR. Operar se ≤ 1.5 · Deve-se iniciar heparina até poucas horas antes da cirurgia, para evitar que o paciente não fique muito tempo sem anticoagulação · HNF: suspender 6h antes da cirurgia · HBPM: suspender 24h antes da cirurgia Tabagismo: cessar de 4-8 semanas antes. PROFILAXIA ANTIBIÓTICA S. aureus é a principal bactéria associada a infecção de sítio cirúrgico. POTENCIAL INFECCIOSO: Limpas: não penetra nenhum trato corporal, por exemplo, tratos biliar, respiratório, TGI e urinário · Se osso ou colocação de prótese tem indicação de profilaxia antibiótica Limpas-contaminadas/potencialmente contaminada: penetra trato corporal de forma controlada, sem extravasamento · Colecistectomia por colelitíase · Cefazolina: boa para gram+ · Se cirurgia de cólon e/ou reto: cobrir anaeróbios e gram- aminoglicosídeo (gentamicina) + metronidazol Contaminadas: penetra o trato corpora, sem controle. São os abdomes agudos inflamatórios sem pus, trauma recente (<6h) · Cefazolina: boa para gram+ · Se cirurgia de cólon e/ou reto: cobrir anaeróbios e gram- aminoglicosídeo (gentamicina) + metronidazol Infectadas: inflamação supurada, trauma antigo, contaminação fecal · Aqui não é profilaxia, mas ATBterapia a duração é maior!!! Necessidade de atbprofilaxia? Uma dose até 0,5h- 1h antes da incisão cirúrgica. Repetir a dose a cada 2-4h (depende da meia-vida do fármaco) ou se grande perda sanguínea. PONTOS IMPORTANTES A apneia obstrutiva do sono deve ser investigada em pacientes cirúrgicos com testes de screening, pois essa condição aumenta os riscos de complicações cirúrgicas: · Hipoxemia · Falência respiratória · Reintubação não planejada · Transferência para UTI PER-OPERATÓRIO Cuidados de higiene: tricotomia é indicada minutos antes da cirurgia. O banho é indicado com antecedência, pois de 30 a 90min ocorre uma maior propagação de germes na pele após o banho. Controle sobre gases e compressas.
Compartilhar