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Fato Típico

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Fato Típico
● Conceito:
↳ É o primeiro elemento do crime.
↳ Possui quatro sub elementos, que são:
➔ conduta;
➔ resultado naturalístico;
➔ nexo causal;
➔ tipicidade;
● Conduta:
↳ Segundo a teoria adotada atualmente (finalista), conduta é a ação ou
omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim.
↳ Se não há dolo nem culpa, não há fato típico.
1) Dolo:
↳ O crime doloso por ser mais grave e reprovável, possui uma pena
maior.
a) direto:
↳ a vontade do agente é voltada a produzir determinado
resultado (teoria da vontade).
⇘ Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco
de produzi-lo.
➔ 1º grau: agente buscava o resultado.
⇘ “A” quer matar “B” e o faz.
➔ 2º grau: efeitos colaterais necessários que decorrem da
conduta do agente.
⇘ “A” quer matar “B”, que está em um avião lotado, mesmo
assim “A” explode uma bomba no meio de transporte,
matando “B” e todos os outros passageiros.
b) indireto:
➔ eventual: agente mesmo não querendo, diretamente, o
resultado, age assumindo o risco (teoria do assentimento).
⇘ existe a previsão do resultado, mas age mesmo assim.
➔ alternativo: agente aceita qualquer um dos resultados (um
ou outro).
⇘ causar apenas a lesão OU causar a morte.
c) espécies de dolo:
➔ natural: simples vontade de praticar a conduta e produzir
o resultado.
➔ normativo: vontade de praticar a conduta e produzir o
resultado COM CONSCIÊNCIA DE SUA ILICITUDE.
➔ genérico: vontade do agente se limita à pratica de uma
conduta típica, sem nenhuma finalidade específica.
➔ específico: prática de uma conduta para um fim específico
com o objetivo de produzir um resultado específico
(elemento subjetivo do tipo).
⇘ exige uma finalidade específica do agente.
⇘ Extorsão mediante seqüestro
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou
para outrem, qualquer vantagem, como condição ou
preço do resgate.
➔ dano: agente deseja causar o dano ou assume o risco de
produzi-lo.
➔ perigo: agente quer ou assume o risco de expor o bem
jurídico a perigo de dano.
➔ geral: acontece quando o agente, com a intenção de
praticar determinado crime, realiza certa conduta capaz
de produzir o resultado e, logo depois, acreditando que o
evento se produziu, realiza uma nova ação que causa o
resultado primeiramente desejado.
⇘ “A” atira em “B”, e acreditando que a vítima está morta a
joga em um rio. “B” ainda estava vivo e morre afogada e
não pela lesão dos tiros.
2) Culpa:
↳ O crime é culposo quando o agente deu causa ao resultado, por
imprudência, negligência ou imperícia.
↳ É uma conduta voluntária, de ação ou omissão, que produz um
resultado antijurídico que o autor não desejava produzir, mas que era
previsível.
⇘ por ser excepcionalmente previsto, com a devida atenção poderia
ser evitado.
a) própria (comum):
↳ inobservância de um dever objetivo de cuidado que acarreta
em um crime.
⇘ não há previsão do crime.
➔ culpa consciente:
↳ a ação do agente tinha previsão de resultado, mas esse
acreditava fielmente que, com as suas habilidades, não
iria acontecer.
⇘ culpa com previsão de resultado.
➔ culpa inconsciente:
↳ o agente não prevê o resultado, que é previsível.
⇘ Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode
ser punido por fato previsto como crime, senão quando o
pratica dolosamente.
→ crime de dano só é previsto na modalidade dolosa.
➢ imprudência: ato de agir perigosamente, com falta de
moderação ou precaução.
⇘ agente atua com precipitação.
➢ negligência: falta de atenção ou cuidado; inobservância
de deveres e obrigações.
⇘ indiferença do agente, que podendo tomar as cautelas
necessárias não o faz.
➢ imperícia: falta de experiência ou conhecimentos práticos
necessários ao exercício de sua profissão.
⇘ falta de aptidão.
b) imprópria:
↳ agente responde por culpa, mas substancialmente o ato é
doloso.
↳ agente quer o resultado, mas age pelo vício do erro.
⇘ conduta dolosa, resultado desejado.
⇘ Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de
crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se
previsto em lei.
Descriminantes putativas
§ 1º -Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o
fato é punível como crime culposo.
⇘ Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
➔ erro de tipo inescusável (imperdoável):
↳ agente tem uma má interpretação da realidade.
↳ erro que recai sobre algum elemento do tipo penal.
↳ automaticamente destrói o dolo.
⇘ efeito → destruição do dolo.
↳ exemplo: furto → subtrair coisa ALHEIA móvel →
eventualmente o agente acha que algo de outra pessoa é
seu (COISA PRÓPRIA).
obs:
erro inescusável → podia ser evitado → CULPA.
erro escusável → não dava para ser evitado → também
destrói a culpa → FATO ATÍPICO.
➔ erro inescusável nas descriminantes putativas:
↳ fato típico é “autorizado” pela discriminantes.
↳ discriminante → excludente da ilicitude.
↳ exemplo: agir em legítima defesa.
↳ discriminante putativa → imaginária.
⇘ falsa interpretação da realidade → acredita em uma
agressão e se defende.
➔ excesso nas descriminantes:
↳ vítima se defende da agressão, mas age sem cautela e se
torna o agressor (excesso de culpa).
● Graus de Culpa:
↳ Em relação à pena abstrata, não existe diferença quantitativa da
culpa, ou seja, não importa se ela é grave, leve ou levíssima, a pena é a
mesma.
➔ culpa grave.
➔ culpa leve.
➔ culpa levíssima.
● Compensação e concorrência de culpas:
↳ A compensação de culpas existente no Direito Privado, é incabível em
matéria penal.
↳ A culpa do ofendido não exclui a culpa do agente, isto é, não e
compensam.
↳ O sujeito só não responde pelo resultado se a culpa for
exclusivamente da vítima.
● Elementos do fato típico culposo:
➔ conduta humana voluntária:
↳ realização voluntária de uma conduta de fazer ou não fazer.
↳ agente não tem o objetivo de praticar um crime ou de expor
interesses jurídicos de terceiros a perigo de dano.
↳ contudo, ele falta com o dever de diligência que é exigido pela
norma, constituindo uma infração penal ou não.
➔ inobservância do cuidado objetivo:
↳ manifesta-se por meio da imprudência, negligência ou
imperícia.
↳ inobservância do cuidado objetivo exigido do agente, que torna
a conduta antijurídica.
➔ previsibilidade objetiva:
↳ possibilidade do resultado ser antevisto nas condições em que
o sujeito se encontrava.
↳ a conduta culposa é típica quando se puder estabelecer que o
fato era possível de ser previsto pela perspicácia comum dos
seres humanos.
↳ a previsibilidade também deve ser estabelecida de acordo com
a capacidade de previsão de cada indivíduo.
⇘ previsibilidade subjetiva.
➔ ausência de previsão:
↳ é preciso que o agente não tenha previsto o resultado, pois se
ele previu, é “terreno” do crime doloso.
↳ culpa é a imprevisão do previsível.
➔ resultado involuntário:
↳ se não há resultado, não é possível falar sobre crime culposo.
↳ nessa situação, ou a conduta inicial constitui infração em si
mesma ou é um indiferente penal.
➔ nexo da causalidade:
➔ tipicidade:
↳ nos crimes culposos a ação não está descrita da mesma
maneira que nos crimes dolosos.
↳ geralmente, são tipos penais abertos, ou seja, tipos que
precisam de uma complementação de uma norma de caráter
geral.
↳ a tipicidade nesses crimes é determinada por meio da
comparação entre a conduta do agente e o comportamento
previsível.
● Resultado Naturalístico:
↳ É a modificação do mundo exterior por meio da conduta do agente.
↳ A conduta do agente precisa gerar um resultado naturalístico.
↳ Resultado Naturalístico X Resultado Jurídico
➔ Res. Nat: modificação do mundo exterior.
➔ Res. Jur: violação da norma.
↳ Todo crime terá um resultado jurídico, mas nem todo criem terá um resultado
naturalístico.
➔ crime tentado: crime foi iniciado, porém nãofoi consumado por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
➔ crime formal: crime é consumado independentemente da produção do
resultado naturalístico.
⇘ tem como “marca registrada” o elemento subjetivo.
⇘ possui consumação antecipada → eventualmente pode ter resultado.
⇘ “com o intuito de”, “com a finalidade de”.
⇘ Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e
com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa.
➔ crime de mera conduta: não admite resultado naturalístico.
⇘ é uma conduta pura e simples.
⇘ crime se consuma sem resultado → não faz menção à resultado.
⇘ Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
➔ crime material: só é consumado com a produção do resultado
naturalístico.
⇘ Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém.
● Nexo Causal:
↳ Liga a conduta ao resultado.
↳ A teoria adotada pelo CP é a Teoria da Equivalência dos Antecedentes
(conditio sine que non).
↳ Todo comportamento humano, toda conduta que tenha contribuído para a
produção do resultado é levado em conta.
↳ Se esse comportamento específico não existisse, o resultado também não
existiria.
⇘ processo hipotético de eliminação das condutas que levaram ao crime.
⇘ Relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a
qual o resultado não teria ocorrido.
↳ Problema: regressão ao infinito.
↳ Soluções:
a) dolo/culpa:
b) concausas:
↳ Causas EXTERNAS à vontade do agente que influenciam na produção
do resultado do crime.
⇘ autor não desejou que esse outro evento acontecesse.
⇘ concorrência de causas.
➔ concausas preexistentes: acontecem antes da conduta.
↳ duas causas interligadas, sendo uma já existente.
↳ a lesão sozinha não mata.
↳ exemplo: “A” tenta matar “B” a facadas, porém “B” tem hemofilia e
falece dessa condição preexistente.
➔ concausas concomitantes: acontecem simultaneamente com a
conduta.
↳ duas ações que acontecem ao mesmo tempo.
↳ uma causa “ajuda” a outra.
↳ exemplo: “A” esfaqueia “B”, porém no momento da facada o teto
da casa cai sobre ele, vindo a falecer. Dessa forma, a combinação
das duas causas resultou no falecimento.
➔ concausas supervenientes: acontecem após a conduta.
↳ duas condutas que quando combinadas resultaram na morte,
mas que isoladamente não seriam capaz de matar.
↳ exemplo: “A” atinge “B” com facadas. “B” não morre, mas fica
ferido. A ambulância, para socorrer a vítima a tempo, excede o
limite de velocidade e ocasiona um acidente, o que ocasiona o
falecimento de “B”.
➔ absolutamente independentes: causas externas à vontade do
autor que não derivam de sua conduta.
↳ conduta do agente não possui relação com o resultado.
⇘ autor age, mas a vítima morre por outro motivo.
↳ por romper o nexo causal, agente responde por sua conduta e
não pelo resultado.
➔ relativamente independentes: uma causa não produzida pelo
agente quando combinada à sua conduta, causa o resultado.
↳ embora sejam externas à vontade do autor, derivam de sua
conduta.
⇘ nenhuma causa isoladamente culminaria no resultado.
↳ não rompem o nexo causal, fazendo com que o agente
responda pelo resultado.
⇘ Superveniência de causa independente
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente
exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os
fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
c) imputação objetiva: busca limitar a teoria da equivalência dos
antecedentes.
↳ é uma teoria recheada de incertezas e imprecisões.
↳ estrutura-se sobre um conceito fundamental → risco permitido.
↳ só é admitida a imputação objetiva do fato se o resultado tiver sido
causado pelo risco não permitido que foi criado pelo autor.
↳ objetivos da teoria:
1) ampliar o juízo de tipicidade para incluir novos elementos:
➔ noção atual de fato típico:
→ conduta + resultado + nexo causal + tipicidade.
➔ noção de fato típico pela imputação objetiva:
→ ação ou omissão criou uma situação de risco
juridicamente proibida;
→ que tenha se realizado no resultado (sendo decorrente
do risco);
→ que esse resultado produzido entre no âmbito de
proteção da norma.
2) criar e fornecer critérios jurídicos para limitar a teoria da
equivalência dos antecedentes:
3) a imputação objetiva exclui a tipicidade da conduta quando:
➔ a conduta não cria uma situação de risco proibida.
➔ a conduta não aumenta risco proibido para a lesão do
bem jurídico.
➔ o resultado não se encontra dentro da linha de
desdobramento causal da conduta, ou seja, não está
conforme ao perigo.
➔ o agente se comporta dentro de seu papel social, tendo
confiança que o terceiro também cumpriria o seu, fato
que não acaba acontecendo.
➔ a vítima, com capacidade para tanto, consente em se
colocar em uma situação de risco que é aceita
socialmente.
➔ o agente acompanha a finalidade da norma e se orienta
no sentido de diminuir o perigo para o bem jurídico.
● Tipicidade:
↳ É a adequação perfeita entre o fato natural, concreto, e a descrição contida
na lei.
↳ É a correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de
cada espécie de infração contida na lei penal incriminadora.
↳ tipicidade penal: tipicidade formal + tipicidade material.
➔ tipicidade formal: enquadro da conduta do agente no tipo penal
incriminador.
➔ tipicidade material: efetiva lesão do bem jurídico fundamental (lesão
precisa ser relevante).
↳ Existem duas formas de adequação típica:
➔ adequação típica imediata ou direta:
↳ fato se insere imediatamente no modelo legal, sem a necessidade da
concorrência de qualquer outra norma.
➔ adequação típica mediata ou indireta:
↳ quando é necessário a concorrência de outra norma, de caráter
extensivo, que amplie a abrangência da figura típica.
⇘ geralmente está contida na Parte Geral dos Códigos.
➔ Tipo Subjetivo:
↳ Abrange todos os aspectos subjetivos do tipo de conduta proibida que
produzem o tipo objetivo.
↳ É formado por:
a) elemento geral:
↳ dolo.
↳ vontade de realizar a conduta típica ou voluntariamente consentir que
ele se realize.
b) elemento especial:
↳ intenções e tendências.
↳ são conhecidos também como elementos subjetivos especiais do
injusto ou do tipo penal.
↳ é o especial fim de agir daquele que pratica a conduta criminosa.
↳ se relaciona com a finalidade/meta que o agente deseja obter ao
praticar a conduta.
↳ também pode estar ligado ao momento especial de ânimo do agente.
⇘ só haverá homicídio qualificado por meio cruel se o agente agir com
crueldade
↳ Esses elementos são muito importantes no momento de definir a conduta
típica.
↳ É somente conhecendo e identificando a intenção (vontade e consciência) do
agente que se é possível classificar um comportamento como típico.
1) Espécies de Tipicidade:
a) tipo fundamental:
↳ oferece a descrição mais simples de uma espécie de delito.
↳ localizado no caput do artigo.
↳ possui os componentes essenciais do crime.
b) tipo derivado:
↳ é formado a partir do tipo fundamental.
↳ conduta básica + alguma circunstância agravante.
↳ localizada nos parágrafos dos artigos.
c) tipo permissivo ou justificador:
↳ não descrevem fatos criminosos, mas sim hipóteses em que
estes podem ser praticados.
↳ descrevem causas de exclusão de ilicitude.
⇘ Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
regular de direito.
d) tipo incriminador:
↳ definem infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob
ameaça de sanção.
↳ descreve as condutas proibidas.
e) tipo normal:
↳ descritivo, prevê apenas circunstâncias objetivas.
f) tipo anormal:
↳ prevê circunstâncias objetivas, subjetivas e normativas.
➢ normativo.➢ subjetivo → finalidade → consciência.
g) tipo aberto:
↳ é incompleto, demandando do intérprete um esforço
complementar para situar o alcance da norma.
⇘ complemento valorativo.
⇘ Art. 121. Matar alguem:
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo.
→ intérprete precisa explorar o conceito de culpa para ver se ele
se adequa a esse tipo penal.
h) tipo fechado:
↳ a conduta criminosa é descrita por completo, sem que o
intérprete precise buscar elementos externos.
⇘ Art. 121. Matar alguem:
2) Subordinação Típica:
↳ Coincidência perfeita entre fato e tipo.
a) direta: tipos são iguais, se encaixam.
b) indireta:
➔ tentativa:
↳ tentar praticar o crime e não conseguir.
⇘ Art. 14 - Diz-se o crime:
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma
por circunstâncias alheias à vontade do agente.
➔ concurso de pessoas:
↳ prática de um crime feita por várias pessoas.
⇘ Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de
sua culpabilidade.
➔ omissão imprópria:
↳ omissão inicial do agente dá causa a um resultado
posterior.
↳ tipo penal está como ação, mas a conduta é uma
omissão.
⇘ Art. 13
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O
dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir
o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado.
● Crime Preterdoloso:
↳ Aquele em que a conduta produz um resultado mais grave do que o
pretendido, ou seja, o agente queria causar um resultado menor e seu
comportamento acaba causando um maior.
↳ Caracteriza-se com dolo no precedente (vontade de praticar o resultado
menor) e culpa no consequente (inobservância de cuidado objetivo, que
acarreta em um resultado maior).
↳ É um crime misto, por ter uma conduta dolosa, que se dirige a um fim típico,
e outra culposa, por causar outro resultado que não era o objetivo principal
↳ Contudo, existem casos em que o resultado admite o dolo:
⇘ Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
● Crime Consumado:
↳ O crime é consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua
definição legal.
↳ Consumação: total conformidade do fato praticado pelo agente com a
hipótese que foi descrita pela norma penal incriminadora.
⇘ Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal.
➔ crimes culposos:
↳ consumação ocorre com a produção do resultado naturalístico.
↳ no homicídio culposo o momento consumativo é quando a morte da
vítima é confirmada.
➔ crimes de mera conduta:
↳ a consumação se dá com a simples ação, visto que o tipo penal não
menciona o evento.
↳ como por exemplo a violação de domicílio.
➔ crimes formais:
↳ consumação acontece com a simples atividade, independentemente
da produção do resultado descrito no tipo.
↳ exemplo: violação de segredo profissional > o momento consumativo é
a simples revelação do segredo.
⇘ Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem
ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja
revelação possa produzir dano a outrem:
Crime
Descrição do
Tipo Penal
Importância do
resultado à
consumação
Exemplo
material tipo penal
descreve a
conduta +
resultado
naturalístico.
o resultado é
indispensável à
consumação.
homicídio.
formal
tipo penal
também descreve
a conduta +
resultado
naturalístico.
o resultado
naturalístico é
dispensável, pois
a consumação
ocorre com a
conduta.
obs: se, apesar
de dispensável,
ocorrer resultado
naturalístico há
exaurimento do
crime (que é
considerado na
fixação da pena).
extorsão
mediante
sequestro (o
crime se
consuma com a
privação da
liberdade, não
com a obtenção
da vantagem
indevida).
mera conduta tipo penal
descreve apenas
a conduta.
não há resultado
naturalístico.
omissão de
socorro.
➔ crimes permanentes:
↳ a consumação é “adiada” desde o momento em que os elementos do
tipo foram reunidos até o momento em que o comportamento so agente
é cessado.
↳ exemplo: cárcere privado > o momento consumativo dura até que a
vítima recupere a sua liberdade.
⇘ Sequestro e cárcere privado
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou
cárcere privado:
➔ crimes omissivos próprios:
↳ é o simples comportamento negativo, não se condicionando à
produção de um resultado posterior.
↳ deixar de fazer algo.
↳ a consumação acontece no momento da conduta.
↳ exemplo: omissão de socorro > o momento consumativo é a própria
abstenção de prestação de assistência ao necessitado.
⇘ Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
➔ crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão:
↳ simples conduta negativo não produz a consumação, necessitando de
um resultado naturalístico posterior à conduta.
↳ a consumação acontece com a produção de um resultado.
↳ devia agir por dever legal e não age.
↳ exemplo: mão deixa de amamentar seu filho e o mesmo morre por
causa disso > o momento consumativo é a morte do filho (resultado
posterior à ação/omissão).
➔ crimes qualificados pelo resultado:
↳ a consumação ocorre no instante da produção do evento.
● “Iter Criminis”:
↳ Caminho/etapas do crime.
↳ Etapas que o sujeito ativo necessariamente percorre para cometer o crime
1) Cogitação:
↳ é a idealização do crime na mente do criminoso.
↳ não é um fato punível, quando não se projeta no mundo exterior.
↳ caso seja um crime de conspiração ou incitação ao crime, é punível.
⇘ Incitação ao crime
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
↳ Possui duas fases:
a) fase interna:
➔ ideia de cometer o crime (cogitação).
➔ deliberação.
b) faze externa:
➔ atos preparatórios.
➔ atos executórios.
➔ consumação.
2) Atos Preparatórios:
↳ “Reunião” dos instrumentos ou meios que irão viabilizar a prática do
crime.
↳ Também não são atos puníveis.
↳ Exceções:
⇘ Simulação de autoridade para celebração de casamento
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de
casamento.
⇘ Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos
ou gás tóxico, ou asfixiante
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem
licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou
asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
⇘ Petrechos para falsificação de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito,
possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer
objeto especialmente destinado à falsificação de moeda.
↳ Exemplo: aquisição de uma arma > homicídio; aquisição de chave falsa
> furto.
⇘ Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não
chega, pelo menos, a ser tentado.
3) Execução ou Atos Executórios:
↳ São ações/atos dirigidos diretamente à prática do crime.
↳ Agente se coloca em relação imediata com a ação típica.
atos preparatórios atos executórios
atos distantes. atos próximos.
atos equívocos. atos inequívocos.
4) Consumação:
↳ Quando o agente alcança todos os elementos constitutivos do crime.
5) Observações Importantes:
↳ essas quatro etapas são cumpridas, em sua totalidade, apenas nos
crimes materiais, pois nos crimesformais e de mera conduta a
EXECUÇÃO e a CONSUMAÇÃO acontecem no mesmo momento.
↳ o desdobramento natural do crime, conhecido como EXAURIMENTO,
não é considerado uma etapa.
● Tentativa:
↳ Realização incompleta do tipo penal.
↳ Existe a prática do ato de execução, mas por uma circunstância
independente de sua vontade o crime não chega a se consumar.
➔ tipicidade da tentativa: conjugação do tipo penal com o dispositivo que
prevê a sua punição.
⇘ Art. 14 - Diz-se o crime:
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
➔ concurso de pessoas: se o crime é consumado por um dos agentes,
todos respondem pelo crime consumado.
➔ conduta: ato de execução.
➔ não consumação: execução interrompida por circunstâncias alheias.
↳ Espécies:
a) perfeita: o agente pratica todos os atos necessários.
b) imperfeita: agente não pratica todos os atos necessários por
interferência externa.

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