Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fato Típico ● Conceito: ↳ É o primeiro elemento do crime. ↳ Possui quatro sub elementos, que são: ➔ conduta; ➔ resultado naturalístico; ➔ nexo causal; ➔ tipicidade; ● Conduta: ↳ Segundo a teoria adotada atualmente (finalista), conduta é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim. ↳ Se não há dolo nem culpa, não há fato típico. 1) Dolo: ↳ O crime doloso por ser mais grave e reprovável, possui uma pena maior. a) direto: ↳ a vontade do agente é voltada a produzir determinado resultado (teoria da vontade). ⇘ Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. ➔ 1º grau: agente buscava o resultado. ⇘ “A” quer matar “B” e o faz. ➔ 2º grau: efeitos colaterais necessários que decorrem da conduta do agente. ⇘ “A” quer matar “B”, que está em um avião lotado, mesmo assim “A” explode uma bomba no meio de transporte, matando “B” e todos os outros passageiros. b) indireto: ➔ eventual: agente mesmo não querendo, diretamente, o resultado, age assumindo o risco (teoria do assentimento). ⇘ existe a previsão do resultado, mas age mesmo assim. ➔ alternativo: agente aceita qualquer um dos resultados (um ou outro). ⇘ causar apenas a lesão OU causar a morte. c) espécies de dolo: ➔ natural: simples vontade de praticar a conduta e produzir o resultado. ➔ normativo: vontade de praticar a conduta e produzir o resultado COM CONSCIÊNCIA DE SUA ILICITUDE. ➔ genérico: vontade do agente se limita à pratica de uma conduta típica, sem nenhuma finalidade específica. ➔ específico: prática de uma conduta para um fim específico com o objetivo de produzir um resultado específico (elemento subjetivo do tipo). ⇘ exige uma finalidade específica do agente. ⇘ Extorsão mediante seqüestro Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. ➔ dano: agente deseja causar o dano ou assume o risco de produzi-lo. ➔ perigo: agente quer ou assume o risco de expor o bem jurídico a perigo de dano. ➔ geral: acontece quando o agente, com a intenção de praticar determinado crime, realiza certa conduta capaz de produzir o resultado e, logo depois, acreditando que o evento se produziu, realiza uma nova ação que causa o resultado primeiramente desejado. ⇘ “A” atira em “B”, e acreditando que a vítima está morta a joga em um rio. “B” ainda estava vivo e morre afogada e não pela lesão dos tiros. 2) Culpa: ↳ O crime é culposo quando o agente deu causa ao resultado, por imprudência, negligência ou imperícia. ↳ É uma conduta voluntária, de ação ou omissão, que produz um resultado antijurídico que o autor não desejava produzir, mas que era previsível. ⇘ por ser excepcionalmente previsto, com a devida atenção poderia ser evitado. a) própria (comum): ↳ inobservância de um dever objetivo de cuidado que acarreta em um crime. ⇘ não há previsão do crime. ➔ culpa consciente: ↳ a ação do agente tinha previsão de resultado, mas esse acreditava fielmente que, com as suas habilidades, não iria acontecer. ⇘ culpa com previsão de resultado. ➔ culpa inconsciente: ↳ o agente não prevê o resultado, que é previsível. ⇘ Art. 18 - Diz-se o crime: Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. → crime de dano só é previsto na modalidade dolosa. ➢ imprudência: ato de agir perigosamente, com falta de moderação ou precaução. ⇘ agente atua com precipitação. ➢ negligência: falta de atenção ou cuidado; inobservância de deveres e obrigações. ⇘ indiferença do agente, que podendo tomar as cautelas necessárias não o faz. ➢ imperícia: falta de experiência ou conhecimentos práticos necessários ao exercício de sua profissão. ⇘ falta de aptidão. b) imprópria: ↳ agente responde por culpa, mas substancialmente o ato é doloso. ↳ agente quer o resultado, mas age pelo vício do erro. ⇘ conduta dolosa, resultado desejado. ⇘ Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Descriminantes putativas § 1º -Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. ⇘ Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. ➔ erro de tipo inescusável (imperdoável): ↳ agente tem uma má interpretação da realidade. ↳ erro que recai sobre algum elemento do tipo penal. ↳ automaticamente destrói o dolo. ⇘ efeito → destruição do dolo. ↳ exemplo: furto → subtrair coisa ALHEIA móvel → eventualmente o agente acha que algo de outra pessoa é seu (COISA PRÓPRIA). obs: erro inescusável → podia ser evitado → CULPA. erro escusável → não dava para ser evitado → também destrói a culpa → FATO ATÍPICO. ➔ erro inescusável nas descriminantes putativas: ↳ fato típico é “autorizado” pela discriminantes. ↳ discriminante → excludente da ilicitude. ↳ exemplo: agir em legítima defesa. ↳ discriminante putativa → imaginária. ⇘ falsa interpretação da realidade → acredita em uma agressão e se defende. ➔ excesso nas descriminantes: ↳ vítima se defende da agressão, mas age sem cautela e se torna o agressor (excesso de culpa). ● Graus de Culpa: ↳ Em relação à pena abstrata, não existe diferença quantitativa da culpa, ou seja, não importa se ela é grave, leve ou levíssima, a pena é a mesma. ➔ culpa grave. ➔ culpa leve. ➔ culpa levíssima. ● Compensação e concorrência de culpas: ↳ A compensação de culpas existente no Direito Privado, é incabível em matéria penal. ↳ A culpa do ofendido não exclui a culpa do agente, isto é, não e compensam. ↳ O sujeito só não responde pelo resultado se a culpa for exclusivamente da vítima. ● Elementos do fato típico culposo: ➔ conduta humana voluntária: ↳ realização voluntária de uma conduta de fazer ou não fazer. ↳ agente não tem o objetivo de praticar um crime ou de expor interesses jurídicos de terceiros a perigo de dano. ↳ contudo, ele falta com o dever de diligência que é exigido pela norma, constituindo uma infração penal ou não. ➔ inobservância do cuidado objetivo: ↳ manifesta-se por meio da imprudência, negligência ou imperícia. ↳ inobservância do cuidado objetivo exigido do agente, que torna a conduta antijurídica. ➔ previsibilidade objetiva: ↳ possibilidade do resultado ser antevisto nas condições em que o sujeito se encontrava. ↳ a conduta culposa é típica quando se puder estabelecer que o fato era possível de ser previsto pela perspicácia comum dos seres humanos. ↳ a previsibilidade também deve ser estabelecida de acordo com a capacidade de previsão de cada indivíduo. ⇘ previsibilidade subjetiva. ➔ ausência de previsão: ↳ é preciso que o agente não tenha previsto o resultado, pois se ele previu, é “terreno” do crime doloso. ↳ culpa é a imprevisão do previsível. ➔ resultado involuntário: ↳ se não há resultado, não é possível falar sobre crime culposo. ↳ nessa situação, ou a conduta inicial constitui infração em si mesma ou é um indiferente penal. ➔ nexo da causalidade: ➔ tipicidade: ↳ nos crimes culposos a ação não está descrita da mesma maneira que nos crimes dolosos. ↳ geralmente, são tipos penais abertos, ou seja, tipos que precisam de uma complementação de uma norma de caráter geral. ↳ a tipicidade nesses crimes é determinada por meio da comparação entre a conduta do agente e o comportamento previsível. ● Resultado Naturalístico: ↳ É a modificação do mundo exterior por meio da conduta do agente. ↳ A conduta do agente precisa gerar um resultado naturalístico. ↳ Resultado Naturalístico X Resultado Jurídico ➔ Res. Nat: modificação do mundo exterior. ➔ Res. Jur: violação da norma. ↳ Todo crime terá um resultado jurídico, mas nem todo criem terá um resultado naturalístico. ➔ crime tentado: crime foi iniciado, porém nãofoi consumado por circunstâncias alheias à vontade do agente. ➔ crime formal: crime é consumado independentemente da produção do resultado naturalístico. ⇘ tem como “marca registrada” o elemento subjetivo. ⇘ possui consumação antecipada → eventualmente pode ter resultado. ⇘ “com o intuito de”, “com a finalidade de”. ⇘ Extorsão Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. ➔ crime de mera conduta: não admite resultado naturalístico. ⇘ é uma conduta pura e simples. ⇘ crime se consuma sem resultado → não faz menção à resultado. ⇘ Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. ➔ crime material: só é consumado com a produção do resultado naturalístico. ⇘ Homicídio simples Art. 121. Matar alguém. ● Nexo Causal: ↳ Liga a conduta ao resultado. ↳ A teoria adotada pelo CP é a Teoria da Equivalência dos Antecedentes (conditio sine que non). ↳ Todo comportamento humano, toda conduta que tenha contribuído para a produção do resultado é levado em conta. ↳ Se esse comportamento específico não existisse, o resultado também não existiria. ⇘ processo hipotético de eliminação das condutas que levaram ao crime. ⇘ Relação de causalidade Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. ↳ Problema: regressão ao infinito. ↳ Soluções: a) dolo/culpa: b) concausas: ↳ Causas EXTERNAS à vontade do agente que influenciam na produção do resultado do crime. ⇘ autor não desejou que esse outro evento acontecesse. ⇘ concorrência de causas. ➔ concausas preexistentes: acontecem antes da conduta. ↳ duas causas interligadas, sendo uma já existente. ↳ a lesão sozinha não mata. ↳ exemplo: “A” tenta matar “B” a facadas, porém “B” tem hemofilia e falece dessa condição preexistente. ➔ concausas concomitantes: acontecem simultaneamente com a conduta. ↳ duas ações que acontecem ao mesmo tempo. ↳ uma causa “ajuda” a outra. ↳ exemplo: “A” esfaqueia “B”, porém no momento da facada o teto da casa cai sobre ele, vindo a falecer. Dessa forma, a combinação das duas causas resultou no falecimento. ➔ concausas supervenientes: acontecem após a conduta. ↳ duas condutas que quando combinadas resultaram na morte, mas que isoladamente não seriam capaz de matar. ↳ exemplo: “A” atinge “B” com facadas. “B” não morre, mas fica ferido. A ambulância, para socorrer a vítima a tempo, excede o limite de velocidade e ocasiona um acidente, o que ocasiona o falecimento de “B”. ➔ absolutamente independentes: causas externas à vontade do autor que não derivam de sua conduta. ↳ conduta do agente não possui relação com o resultado. ⇘ autor age, mas a vítima morre por outro motivo. ↳ por romper o nexo causal, agente responde por sua conduta e não pelo resultado. ➔ relativamente independentes: uma causa não produzida pelo agente quando combinada à sua conduta, causa o resultado. ↳ embora sejam externas à vontade do autor, derivam de sua conduta. ⇘ nenhuma causa isoladamente culminaria no resultado. ↳ não rompem o nexo causal, fazendo com que o agente responda pelo resultado. ⇘ Superveniência de causa independente § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. c) imputação objetiva: busca limitar a teoria da equivalência dos antecedentes. ↳ é uma teoria recheada de incertezas e imprecisões. ↳ estrutura-se sobre um conceito fundamental → risco permitido. ↳ só é admitida a imputação objetiva do fato se o resultado tiver sido causado pelo risco não permitido que foi criado pelo autor. ↳ objetivos da teoria: 1) ampliar o juízo de tipicidade para incluir novos elementos: ➔ noção atual de fato típico: → conduta + resultado + nexo causal + tipicidade. ➔ noção de fato típico pela imputação objetiva: → ação ou omissão criou uma situação de risco juridicamente proibida; → que tenha se realizado no resultado (sendo decorrente do risco); → que esse resultado produzido entre no âmbito de proteção da norma. 2) criar e fornecer critérios jurídicos para limitar a teoria da equivalência dos antecedentes: 3) a imputação objetiva exclui a tipicidade da conduta quando: ➔ a conduta não cria uma situação de risco proibida. ➔ a conduta não aumenta risco proibido para a lesão do bem jurídico. ➔ o resultado não se encontra dentro da linha de desdobramento causal da conduta, ou seja, não está conforme ao perigo. ➔ o agente se comporta dentro de seu papel social, tendo confiança que o terceiro também cumpriria o seu, fato que não acaba acontecendo. ➔ a vítima, com capacidade para tanto, consente em se colocar em uma situação de risco que é aceita socialmente. ➔ o agente acompanha a finalidade da norma e se orienta no sentido de diminuir o perigo para o bem jurídico. ● Tipicidade: ↳ É a adequação perfeita entre o fato natural, concreto, e a descrição contida na lei. ↳ É a correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de infração contida na lei penal incriminadora. ↳ tipicidade penal: tipicidade formal + tipicidade material. ➔ tipicidade formal: enquadro da conduta do agente no tipo penal incriminador. ➔ tipicidade material: efetiva lesão do bem jurídico fundamental (lesão precisa ser relevante). ↳ Existem duas formas de adequação típica: ➔ adequação típica imediata ou direta: ↳ fato se insere imediatamente no modelo legal, sem a necessidade da concorrência de qualquer outra norma. ➔ adequação típica mediata ou indireta: ↳ quando é necessário a concorrência de outra norma, de caráter extensivo, que amplie a abrangência da figura típica. ⇘ geralmente está contida na Parte Geral dos Códigos. ➔ Tipo Subjetivo: ↳ Abrange todos os aspectos subjetivos do tipo de conduta proibida que produzem o tipo objetivo. ↳ É formado por: a) elemento geral: ↳ dolo. ↳ vontade de realizar a conduta típica ou voluntariamente consentir que ele se realize. b) elemento especial: ↳ intenções e tendências. ↳ são conhecidos também como elementos subjetivos especiais do injusto ou do tipo penal. ↳ é o especial fim de agir daquele que pratica a conduta criminosa. ↳ se relaciona com a finalidade/meta que o agente deseja obter ao praticar a conduta. ↳ também pode estar ligado ao momento especial de ânimo do agente. ⇘ só haverá homicídio qualificado por meio cruel se o agente agir com crueldade ↳ Esses elementos são muito importantes no momento de definir a conduta típica. ↳ É somente conhecendo e identificando a intenção (vontade e consciência) do agente que se é possível classificar um comportamento como típico. 1) Espécies de Tipicidade: a) tipo fundamental: ↳ oferece a descrição mais simples de uma espécie de delito. ↳ localizado no caput do artigo. ↳ possui os componentes essenciais do crime. b) tipo derivado: ↳ é formado a partir do tipo fundamental. ↳ conduta básica + alguma circunstância agravante. ↳ localizada nos parágrafos dos artigos. c) tipo permissivo ou justificador: ↳ não descrevem fatos criminosos, mas sim hipóteses em que estes podem ser praticados. ↳ descrevem causas de exclusão de ilicitude. ⇘ Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. d) tipo incriminador: ↳ definem infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob ameaça de sanção. ↳ descreve as condutas proibidas. e) tipo normal: ↳ descritivo, prevê apenas circunstâncias objetivas. f) tipo anormal: ↳ prevê circunstâncias objetivas, subjetivas e normativas. ➢ normativo.➢ subjetivo → finalidade → consciência. g) tipo aberto: ↳ é incompleto, demandando do intérprete um esforço complementar para situar o alcance da norma. ⇘ complemento valorativo. ⇘ Art. 121. Matar alguem: Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo. → intérprete precisa explorar o conceito de culpa para ver se ele se adequa a esse tipo penal. h) tipo fechado: ↳ a conduta criminosa é descrita por completo, sem que o intérprete precise buscar elementos externos. ⇘ Art. 121. Matar alguem: 2) Subordinação Típica: ↳ Coincidência perfeita entre fato e tipo. a) direta: tipos são iguais, se encaixam. b) indireta: ➔ tentativa: ↳ tentar praticar o crime e não conseguir. ⇘ Art. 14 - Diz-se o crime: Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. ➔ concurso de pessoas: ↳ prática de um crime feita por várias pessoas. ⇘ Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. ➔ omissão imprópria: ↳ omissão inicial do agente dá causa a um resultado posterior. ↳ tipo penal está como ação, mas a conduta é uma omissão. ⇘ Art. 13 Relevância da omissão § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. ● Crime Preterdoloso: ↳ Aquele em que a conduta produz um resultado mais grave do que o pretendido, ou seja, o agente queria causar um resultado menor e seu comportamento acaba causando um maior. ↳ Caracteriza-se com dolo no precedente (vontade de praticar o resultado menor) e culpa no consequente (inobservância de cuidado objetivo, que acarreta em um resultado maior). ↳ É um crime misto, por ter uma conduta dolosa, que se dirige a um fim típico, e outra culposa, por causar outro resultado que não era o objetivo principal ↳ Contudo, existem casos em que o resultado admite o dolo: ⇘ Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: ● Crime Consumado: ↳ O crime é consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. ↳ Consumação: total conformidade do fato praticado pelo agente com a hipótese que foi descrita pela norma penal incriminadora. ⇘ Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. ➔ crimes culposos: ↳ consumação ocorre com a produção do resultado naturalístico. ↳ no homicídio culposo o momento consumativo é quando a morte da vítima é confirmada. ➔ crimes de mera conduta: ↳ a consumação se dá com a simples ação, visto que o tipo penal não menciona o evento. ↳ como por exemplo a violação de domicílio. ➔ crimes formais: ↳ consumação acontece com a simples atividade, independentemente da produção do resultado descrito no tipo. ↳ exemplo: violação de segredo profissional > o momento consumativo é a simples revelação do segredo. ⇘ Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Crime Descrição do Tipo Penal Importância do resultado à consumação Exemplo material tipo penal descreve a conduta + resultado naturalístico. o resultado é indispensável à consumação. homicídio. formal tipo penal também descreve a conduta + resultado naturalístico. o resultado naturalístico é dispensável, pois a consumação ocorre com a conduta. obs: se, apesar de dispensável, ocorrer resultado naturalístico há exaurimento do crime (que é considerado na fixação da pena). extorsão mediante sequestro (o crime se consuma com a privação da liberdade, não com a obtenção da vantagem indevida). mera conduta tipo penal descreve apenas a conduta. não há resultado naturalístico. omissão de socorro. ➔ crimes permanentes: ↳ a consumação é “adiada” desde o momento em que os elementos do tipo foram reunidos até o momento em que o comportamento so agente é cessado. ↳ exemplo: cárcere privado > o momento consumativo dura até que a vítima recupere a sua liberdade. ⇘ Sequestro e cárcere privado Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: ➔ crimes omissivos próprios: ↳ é o simples comportamento negativo, não se condicionando à produção de um resultado posterior. ↳ deixar de fazer algo. ↳ a consumação acontece no momento da conduta. ↳ exemplo: omissão de socorro > o momento consumativo é a própria abstenção de prestação de assistência ao necessitado. ⇘ Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. ➔ crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão: ↳ simples conduta negativo não produz a consumação, necessitando de um resultado naturalístico posterior à conduta. ↳ a consumação acontece com a produção de um resultado. ↳ devia agir por dever legal e não age. ↳ exemplo: mão deixa de amamentar seu filho e o mesmo morre por causa disso > o momento consumativo é a morte do filho (resultado posterior à ação/omissão). ➔ crimes qualificados pelo resultado: ↳ a consumação ocorre no instante da produção do evento. ● “Iter Criminis”: ↳ Caminho/etapas do crime. ↳ Etapas que o sujeito ativo necessariamente percorre para cometer o crime 1) Cogitação: ↳ é a idealização do crime na mente do criminoso. ↳ não é um fato punível, quando não se projeta no mundo exterior. ↳ caso seja um crime de conspiração ou incitação ao crime, é punível. ⇘ Incitação ao crime Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. ↳ Possui duas fases: a) fase interna: ➔ ideia de cometer o crime (cogitação). ➔ deliberação. b) faze externa: ➔ atos preparatórios. ➔ atos executórios. ➔ consumação. 2) Atos Preparatórios: ↳ “Reunião” dos instrumentos ou meios que irão viabilizar a prática do crime. ↳ Também não são atos puníveis. ↳ Exceções: ⇘ Simulação de autoridade para celebração de casamento Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento. ⇘ Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação: ⇘ Petrechos para falsificação de moeda Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. ↳ Exemplo: aquisição de uma arma > homicídio; aquisição de chave falsa > furto. ⇘ Casos de impunibilidade Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 3) Execução ou Atos Executórios: ↳ São ações/atos dirigidos diretamente à prática do crime. ↳ Agente se coloca em relação imediata com a ação típica. atos preparatórios atos executórios atos distantes. atos próximos. atos equívocos. atos inequívocos. 4) Consumação: ↳ Quando o agente alcança todos os elementos constitutivos do crime. 5) Observações Importantes: ↳ essas quatro etapas são cumpridas, em sua totalidade, apenas nos crimes materiais, pois nos crimesformais e de mera conduta a EXECUÇÃO e a CONSUMAÇÃO acontecem no mesmo momento. ↳ o desdobramento natural do crime, conhecido como EXAURIMENTO, não é considerado uma etapa. ● Tentativa: ↳ Realização incompleta do tipo penal. ↳ Existe a prática do ato de execução, mas por uma circunstância independente de sua vontade o crime não chega a se consumar. ➔ tipicidade da tentativa: conjugação do tipo penal com o dispositivo que prevê a sua punição. ⇘ Art. 14 - Diz-se o crime: Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. ➔ concurso de pessoas: se o crime é consumado por um dos agentes, todos respondem pelo crime consumado. ➔ conduta: ato de execução. ➔ não consumação: execução interrompida por circunstâncias alheias. ↳ Espécies: a) perfeita: o agente pratica todos os atos necessários. b) imperfeita: agente não pratica todos os atos necessários por interferência externa.
Compartilhar