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Tópicos especiais
Apresentação
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, o tema mais debatido na Justiça do Trabalho é a 
rescisão contratual, relacionada ao pagamento de verbas rescisórias. Em segundo lugar, está a 
indenização por dano moral, alinhada à responsabilidade civil do empregador. O dano moral ocorre 
principalmente quando são violados direitos da personalidade, ligados à honra, à imagem, entre 
outros.
 
O dano moral pode ter origens diversas, entre as mais relevantes, pode-se destacar situações de 
assédio e decorrentes de acidentes de trabalho, que também podem ocasionar danos de natureza 
material. O dano moral é um direito essencialmente de natureza personalíssima, visto que o 
ofendido é, na grande maioria das vezes, o empregado.
 
Fato diverso é quando há uma violação de direitos de vários empregados ao mesmo tempo, 
situação denominada de violação de direitos transindividuais, uma vez que ultrapassa a esfera 
privada de cada trabalhador. Para tais danos, tendo em vista a sua extensão, a legislação prevê a 
possibilidade de ajuizamento de ação civil pública, um tipo de instrumento processual com 
características particulares definidas em lei.
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá mais sobre a responsabilidade civil do 
empregador em casos de acidente de trabalho, os principais aspectos e o funcionamento da ação 
civil pública no direito trabalhista e, por fim, irá compreender o conceito de assédio e sua principal 
subdivisão, descobrindo também como elaborar uma ação trabalhista de danos morais, decorrente 
de situações de assédio.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever a responsabilidade civil nos casos de acidente de trabalho.•
Reconhecer as hipóteses de interposição de ação civil pública trabalhista.•
Esquematizar a ação indenizatória em casos de assédio.•
Desafio
A Justiça do Trabalho realiza campanhas constantemente a fim de conscientizar sobre os acidentes 
de trabalho, na intenção de colaborar com a redução dessas ocorrências. O Ministério do Trabalho 
também, historicamente, edita normas regulatórias, todas objetivando a segurança do trabalhador. 
Contudo, os acidentes de trabalho, infelizmente, são uma realidade e podem ter origens diversas.
 
Com base nisso, analise a seguinte situação:
Na condição de advogado(a) contratado(a) por João, elabore a medida judicial cabível para o 
enfrentamento do problema.
Infográfico
O Código Civil adota duas possibilidades de responsabilização, a subjetiva e a objetiva, bem como 
as excludentes de responsabilidade civil. Ambos os institutos são aplicáveis à responsabilização civil 
nos casos de acidente de trabalho, o que, na prática, gera consequências importantes, entre elas as 
relacionadas à prova dos elementos necessários para configuração da responsabilidade de reparar o 
dano. Do mesmo modo que se exige a existência de determinados elementos para a configuração 
da responsabilidade civil, existem hipóteses que excluem a responsabilidade daquele que é acusado 
de ser responsável pela reparação do dano.
 
Neste Infográfico, você vai ver a aplicabilidade das espécies de responsabilização civil e de suas 
excludentes aos casos de acidente de trabalho.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
Conteúdo do livro
Na prática trabalhista, existem fatos com os quais, provavelmente, todos os profissionais da área já 
se depararam. Dois desses temas são os acidentes de trabalho e suas repercussões, e os casos de 
assédio relatados pelas partes do processo, em ambos se busca o serviço do advogado para pleitear 
direitos ou para defender-se de reclamação trabalhista. Assim, para a prática trabalhista, é essencial 
conhecer os dispositivos legais e os conceitos relacionados a esses temas para que o profissional 
seja capaz de elaborar peças processuais que atendam aos interesses de seus clientes.
 
Também existem ações que são menos recorrentes na Justiça do Trabalho como a ação civil 
pública. O fato de ser menos recorrente não significa que não seja importante, na realidade, esse 
tipo de ação abrange, na maior parte das vezes, muitos trabalhadores.
 
No capítulo Tópicos Especiais, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender 
sobre a responsabilidade civil nos casos de acidente de trabalho, compreendendo a aplicabilidade 
das normas do Código Civil a esses casos. Também vai conhecer as hipóteses de cabimento da ação 
civil pública trabalhista, reconhecendo os legitimados para a interposição desse instrumento 
processual. Por fim, vai descobrir como elaborar uma petição inicial de indenização por danos 
morais em casos de assédio, compreendendo, também, a diferença entre assédio moral e sexual. 
 
Boa leitura.
PRÁTICA 
TRABALHISTA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever a responsabilidade civil nos casos de acidente de trabalho.
 > Reconhecer as hipóteses de interposição de ação civil pública trabalhista.
 > Esquematizar a ação indenizatória em casos de assédio.
Introdução
Uma das principais funções do Judiciário é resolver e decidir sobre relações 
conflituosas entre partes na sociedade, o que também ocorre quanto às relações 
trabalhistas. As violações de direito têm características diferentes quando 
se considera o direito violado e sua extensão. Essas diferenças fazem surgir 
algumas particularidades em relação à forma e aos fundamentos legais na 
prática jurídica trabalhista.
Neste capítulo, você vai estudar a responsabilidade civil nos casos de 
acidente de trabalho, reconhecendo a diferença entre a responsabilidade 
subjetiva e objetiva. Além disso, vai ver o funcionamento da ação civil pública 
no âmbito trabalhista e reconhecer como esse tipo de ação é cabível para a 
defesa de direitos transindividuais. Por fim, vai estudar a estrutura de uma ação 
indenizatória por danos morais trabalhista em caso de assédio, reconhecendo 
seus principais aspectos a partir de um exemplo.
Tópicos especiais
Gabriel Bonesi Ferreira
Responsabilidade civil nos casos de 
acidentes de trabalho
O Direito do Trabalho tem normas de proteção ao trabalhador que muitas 
vezes são baseadas na relação assimétrica entre empregado e empregador. 
As relações de trabalho envolvem relações de produção de bens e de pres-
tação de serviços baseadas, basicamente, na realização de algum trabalho 
humano mediante o pagamento de uma remuneração. Assim, ambas as partes 
assumem, nessa relação, direitos e deveres. Se há direitos e deveres, existe a 
possibilidade de responsabilização civil em geral no caso de descumprimento 
de obrigações ou dano.
Uma parte importante sobre a responsabilidade civil envolve o acidente 
de trabalho. O acidente de trabalho é legislativamente conceituado pela 
legislação previdenciária (Lei nº 8.213/1991), que estabelece em seu artigo 19:
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa 
ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados refe-
ridos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, 
da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991, documento on-line).
Esse conceito se refere ao acidente de trabalho típico, ou seja, quando, 
durante o exercício do trabalho, ocorre um evento danoso que provoca uma 
lesão corporal ou funcional que causa a redução ou perda, temporária ou 
permanente, da capacidade de trabalho ou a morte.
Os incisos do artigo 20 da Lei nº 8.213/1991 estabelecem dois tipos de 
acidentes de trabalho considerados atípicos: a doença profissional, entendida 
como a doença produzida ou desencadeada pelo trabalho do dia a dia em si, 
e a doença do trabalho, aquela adquirida ou desencadeada pela forma como 
o trabalho é realizado e que tem relação com ele (BRASIL, 1991). A diferença 
é sutil entre ambas. No primeiro caso, trata-se de uma doença que tem sa-
bidamente a relaçãodireta com o trabalho, quando se sabe de antemão que 
o trabalho pode desencadear uma determinada doença. No segundo caso, 
a doença tem relação com a forma como o trabalho é cumprido e há uma menor 
previsibilidade, estando relacionada à forma como o trabalho é realizado.
Tópicos especiais2
Um exemplo clássico de doença profissional é a silicose, que aflige 
mineiros pela inalação de sílica. Trata-se de uma doença comum, 
sabidamente relacionada à atividade. Outro exemplo de doença do trabalho é a 
tendinite em trabalhadores em linha de produção. Essa doença é comum e pode 
ser desencadeada pelo esforço repetitivo. Isso depende de como o trabalho é 
exercido, da carga horária, das condições de trabalho, etc.
Nos casos de acidente de trabalho, há danos de natureza patrimonial 
(material e lucros cessantes) e extrapatrimonial (moral e estético). Inclusive, 
pode haver a cumulação de ambos os danos.
Nas relações trabalhistas, empregados e empregadores têm responsa-
bilidades a serem cumpridas. Por isso, ambos têm legitimidade passiva e 
ativa para figurarem em reclamatórias trabalhistas, apesar de ser muito 
mais comum que na ação trabalhista o empregado figure no polo ativo e o 
empregador, no polo passivo.
Conforme Leite (2020), a responsabilidade civil pode ser subjetiva ou 
objetiva; veja a seguir.
 � Responsabilidade subjetiva: exige o nexo do ato com o dano e o ele-
mento da culpa ou dolo. Assim, o dever de indenizar exige que seja 
comprovado, além do dano e seu nexo com determinado ato, a culpa e o 
dolo de seu causador. O Código Civil adota, em regra, a responsabilidade 
subjetiva, prevista nos artigos 186 e 187 do Código Civil, que estabelece 
que causar um dano a outrem, por ação ou omissão, é considerado um 
ato ilícito e, por isso, será passível de ser indenizado (BRASIL, 2002).
 � Responsabilidade objetiva: ocorre quando o dever de indenizar nasce 
independente do dolo ou da culpa de seu causador, bastando demons-
trar a existência do nexo entre o ato e o dano sofrido. No âmbito das 
relações civis, a responsabilidade objetiva está prevista no artigo 
927, parágrafo único, do Código Civil, que prevê a responsabilização 
independentemente de culpa “nos casos especificados em lei, ou 
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem” (BRASIL, 
2002, documento on-line).
A partir desses parâmetros, podemos analisar qual é a responsabilidade 
civil aplicável aos casos de acidente de trabalho.
Tópicos especiais 3
Responsabilidade subjetiva versus objetiva 
nos casos de acidente de trabalho
Leite (2020) aponta que a responsabilidade objetiva se fundamenta no fato de 
que a atividade exercida pelo agente pode colocar em perigo bens juridica-
mente relevantes e protegidos, criando, assim, riscos a terceiros. Responsa-
bilizar objetivamente favorece, consequentemente, a reparação de um dano 
que se sabe possível, uma vez que é desnecessária a comprovação de culpa 
ou dolo, mesmo que eles tenham ocorrido.
Para analisar a responsabilidade civil nas relações empregatícias, Leite 
(2020) destaca a importância da responsabilidade socioambiental prevista nos 
incisos XXII e XXVIII do artigo 7ª da Constituição Federal, que estabelece como 
direitos fundamentais dos trabalhadores um ambiente seguro e a redução 
de riscos inerentes ao trabalho por meio da adoção de normas de saúde, 
higiene e segurança (BRASIL, [2020a]). Além disso, é direito do empregador o 
seguro contra acidentes de trabalho, sem excluir o direito do trabalhador de 
ser indenizado quando o empregador incorrer em dolo ou culpa.
Leite (2020) também destaca outros dispositivos constitucionais que 
podem ser aplicados direta ou indiretamente às relações de trabalho, como 
a função social da propriedade, a proteção ao meio ambiente (incluindo o do 
trabalho), a redução de desigualdades sociais, entre outros.
No campo da legislação infraconstitucional, o artigo 2º da Consolidação 
das Leis Trabalhistas (CLT) (BRASIL, 2017) positiva um importante princípio do 
Direito do Trabalho: o da alteridade, segundo o qual incumbe ao empregador 
assumir os riscos de sua atividade empresarial. Leite (2020, p. 486) comple-
menta que esse dispositivo, à luz da Constituição, autoriza a interpretação 
de que cabe ao empregador “dar a adequada e justa função socioambiental 
à sua atividade econômica”.
À luz desses argumentos, fica evidente que o empregador tem o dever 
de garantir a segurança e a saúde de seus empregados, o que se dá pela 
adoção de práticas que evitem ou diminuam os riscos da atividade que ex-
plora. É importante destacar que, segundo a jurisprudência majoritária, 
a responsabilidade civil por acidentes de trabalho típicos ou atípicos é, em 
regra, subjetiva. Assim, se, na prática, o empregador demonstrar que não 
causou nem concorreu de qualquer modo com o dano, ele não poderá ser 
responsabilizado. Isso ocorre por diversos fatores, como ao demonstrar que 
tomou todas as atitudes possíveis para evitar o eventual dano, o que inclui, 
Tópicos especiais4
por exemplo, a existência de normas de segurança e saúde. Também é possível 
mostrar o seu emprenho na implementação e fiscalização de um ambiente 
de trabalho seguro e propício ao exercício da função. Outro exemplo é a 
existência de treinamentos relacionados à saúde e segurança do trabalhador. 
O empregador também pode demonstrar que o dano foi causado por fato de 
terceiro ou por culpa exclusiva da vítima, ou mesmo que a eventual doença 
desenvolvida pelo empregado é meramente degenerativa e não ocupacional, 
entre outras possibilidades.
A situação é diversa quando se trata de atividade de risco, hipótese em 
que é aplicável a responsabilização objetiva do empregador. Essa responsa-
bilização ocorre em razão da aplicação da chamada teoria do risco. Em 2020, 
o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 828040, consolidou a tese de que o 
artigo 927, parágrafo único, do Código Civil, é compatível com o artigo 7º, XXVII, 
da Constituição e, por isso, a responsabilização objetiva é possível nos casos 
previstos em lei ou quando a atividade desempenhada pelo empregado for 
de risco (BRASIL, [2020b]). A atividade de risco é aquela que, por sua natureza, 
expõe o empregado habitualmente a um risco especial que lhe deixa sujeito 
a sofrer mais danos do que aos demais membros da coletividade (BRASIL, 
[2020b]). Há casos em que a responsabilidade objetiva é afastada em razão 
de alguma excludente de responsabilidade, conforme decisões já proferidas 
em tribunais nacionais.
A culpa exclusiva da vítima é uma excludente de responsabilidade que 
pode afastar a responsabilidade objetiva do empregador. Tribunais 
trabalhistas brasileiros já reconheceram em diversos julgados que, mesmo 
em caso de atividade de risco, se há culpa exclusiva da vítima (empregado) 
no evento danoso, é possível afastar a responsabilidade objetiva. O fato de 
terceiro é outro exemplo de excludente de responsabilidade, mas nem sempre 
é aceito como excludente de responsabilidade objetiva. É o caso, por exemplo, 
de um bancário que sofre dano moral decorrente de assalto. O fato danoso é 
praticado por terceiros (criminosos), mas nesses casos a jurisprudência majo-
ritária defende que a responsabilidade objetiva do banco não é afastada. Com 
isso, geralmente, o banco é condenado a indenizar o empregado lesado. Nessas 
hipóteses, há o entendimento que os bancos têm a responsabilidade de zelar 
pela vida e segurança de seus empregados. Portanto, é creditada a eles uma 
parcela de culpa pelos eventos danosos. Por isso, é importante analisar cada 
caso concreto em relação à responsabilização do empregador.
Tópicos especiais 5
Vale destacar que a fixação da indenização deve ser interpretada à luz 
da razoabilidade e proporcionalidade, como já vem sendo decidido pelos 
tribunais (LEITE, 2020). Desse modo, a fixação de eventual indenização — 
ou mesmo responsabilização — nos casos de responsabilidade objetiva ou 
subjetiva devesempre considerar diversos fatores: grau de participação de 
cada ofensor no ato lesivo, sua extensão, as atitudes do empregador antes 
e após o dano, entre outros critérios.
Hipóteses de interposição de ação civil 
pública trabalhista
A ação civil pública é um instrumento processual previsto constitucionalmente. 
Ela é utilizada pelo Ministério Público, pelo Estado ou por outros entes coletivos 
autorizados por lei para promover a defesa judicial de interesses ou direitos 
metaindividuais (LEITE, 2019). A ação civil pública está prevista na Constituição no 
artigo 129, III (BRASIL, [2020a]), ao tratar das funções institucionais do Ministério 
Público. Ela é regulada pela Lei nº 7.347/1985 (BRASIL, 1985).
Segundo Leite (2019), todos aqueles que causam danos de natureza tran-
sindividual (nesse caso, de natureza trabalhista), sejam eles pessoas físicas ou 
jurídicas, de direito público ou privado, têm legitimidade passiva para figurar 
na condição de ré ou corré, assistente simples ou litisconsorcial.
A legitimidade ativa para propor a ação civil pública está prevista no 
artigo 5º da Lei nº 7.347/1985: Ministério Público (inciso I), Defensoria Pública 
(inciso II), União, Estados, Distrito Federal e Municípios (inciso III), autarquias, 
empresas públicas, fundações e sociedades de economia mista (inciso IV) e as 
associações constituídas há pelo menos um ano e cuja finalidade institucional 
envolva a proteção dos direitos transindividuais previstos em lei (inciso V, 
‘a’, ‘b’) (BRASIL, 1985).
Jorge Neto e Cavalcante (2019) ressaltam que existe certa divergência 
doutrinária e jurisprudencial sobre a legitimidade ativa das entidades sin-
dicais no ajuizamento de ação civil pública. Porém, a jurisprudência e a dou-
trina majoritária defendem essa legitimidade, pois as entidades sindicais 
têm natureza jurídica de associação civil e se fundamentam no art. 8º, III, 
da Constituição Federal (BRASIL, [2020a]), que estabelece a função do sindicato 
na defesa dos interesses individuais e coletivos de sua categoria, inclusive em 
questões administrativas e judiciais. Ainda, o Tribunal Superior do Trabalho e 
o Supremo Tribunal Federal já se pronunciaram várias vezes para ratificar a 
Tópicos especiais6
possibilidade de as entidades sindicais terem legitimidade ativa para ajuizar 
ação civil pública.
Leite (2019) afirma que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também 
detém legitimidade para promover ação civil pública, o que pode fazer por 
meio de seu Conselho Federal, conforme previsto no artigo 54, XIV, da Lei 
nº 8.906/94 (Estatuto da OAB) (BRASIL, 1994).
O Ministério Público do Trabalho (MPT) deve atuar obrigatoriamente como 
fiscal da lei em todas as ações civis públicas em que não for ele próprio o 
autor, sob pena de nulidade. Por isso, na petição inicial, aconselha-se requerer 
a intimação do MPT, apesar de o juízo competente poder determinar de ofício 
a intimação do MPT para intervir no feito.
Na Justiça do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho entende que a 
competência territorial terá como base a extensão do dano, nos moldes 
da Orientação Jurisprudencial 130 da Sessão II Especializada em Dissídios 
Individuais (BRASIL, 2014), obedecendo ao seguinte critério: se a abrangência 
do dano for regional, abrangendo a jurisdição de mais de uma vara do tra-
balho, qualquer uma das varas é competente, ainda que sejam vinculadas a 
Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) distintos. No entanto, se o dano for 
suprarregional ou nacional, a competência será das varas do trabalho das 
sede dos TRTs. Em qualquer dos casos, o juízo que julgar a primeira ação 
distribuída se tornará prevento.
Na ação civil pública, pode ser concedida liminar com ou sem a justificação 
prévia (artigo 12 da Lei nº 7.347/1985) (BRASIL, 1985). A multa cominada limi-
narmente conta desde o dia em que houver configurado o descumprimento, 
mas somente será exigível após o trânsito em julgado da decisão favorável 
ao autor, conforme dispõe o artigo 12, § 2º, da Lei nº 7.347/1985 (BRASIL, 1985).
A ação civil pública tem como objeto direitos difusos, coletivos e individuais 
homogêneos. Os direitos difusos são aqueles que pertencem a todos, e a 
sua titularidade é indeterminada ou individualizável. Os direitos coletivos 
também pertencem a uma coletividade (grupos, classes, categorias, etc.) de 
pessoas que têm uma relação jurídica em comum. Eles têm uma indetermi-
nabilidade relativa, pois podem ser, eventualmente, individualizados a partir 
da relação ou das circunstâncias jurídicas que os unem. Os direitos indivi-
duais homogêneos são essencialmente direitos individuais e são coletivos 
apenas acidentalmente. Isso significa que seu objeto é divisível, e cada um 
de seus detentores é individualizável. São considerados homogêneos porque 
têm uma origem comum, e a tutela coletiva se justifica pela identidade da 
homogeneidade dos direitos individuais.
Tópicos especiais 7
Conforme Jorge Neto e Cavalcante (2019), algumas correntes doutrinárias 
negam a possibilidade de ajuizamento de ação civil pública que visa à proteção 
de direitos individuais homogêneos. Há também aqueles que admitem em 
hipóteses limitadas. Contudo, o Tribunal Superior do Trabalho já reconheceu, 
em diversas decisões, a possibilidade de ajuizamento dessa ação visando a 
interesses individuais homogêneos, mesmo de empresas compostas por um 
pequeno número de empregados.
Na prática, na Justiça do Trabalho, a ação civil pública que tenha por objeto 
direitos difusos se refere a uma coletividade indistinta e indeterminável de 
trabalhadores. Por exemplo, seria o caso de uma ação civil pública promovida 
contra uma Central Sindical, patronal ou de empregados, que estivesse ado-
tando ou estimulando prática ilegal. Outro exemplo seria uma ação na qual se 
buscasse que a União, por meio de seus órgãos de fiscalização das relações de 
trabalho (Ministério do Trabalho ou correlato), tomasse determinada medida 
(obrigação de fazer) em vista de sua omissão funcional.
Contudo, é mais comum que no âmbito trabalhista as ações civis públicas 
tenham como objeto direitos coletivos ou direitos individuais homogêneos, 
tendo em vista que, por sua natureza, o polo passivo deve estar delimitado. 
Assim, quando se trata da violação de normas trabalhistas por uma empresa, 
entidade sindical, entes da administração, etc., sempre vai haver de antemão 
uma delimitação. Isto é, serão hipóteses de violação do direito X dos emprega-
dos da empresa Z ou de uma categoria profissional Y, por exemplo. Portanto, 
os sujeitos representados na ação civil pública serão, no limite, delimitáveis 
(direitos coletivos) ou delimitados (direitos individuais homogêneos).
A ação relativa a direitos coletivos representa, por exemplo, o direito 
de diversos trabalhadores de uma categoria ou de uma classe, ou mesmo 
trabalhadores de uma grande empresa onde a individualização é possível, 
mas difícil. Nos casos de direitos individuais homogêneos, a ação envolve 
sujeitos circunscritos a uma situação específica em um determinado local 
ou região e em relação à prática de um mesmo fato por um mesmo réu (ou 
corréus), plenamente individualizado. Em ambos os casos, as hipóteses dos 
direitos envolvidos são abrangentes, podendo envolver praticamente todos 
os direitos trabalhistas. Seriam, por exemplo, casos de omissão na entrega 
de equipamentos de segurança individual, extrapolamento habitual da jor-
nada máxima diária, ausência de emissão de comunicações de acidentes de 
trabalho, omissões na garantia de um ambiente de trabalho seguro, falta de 
concessão dos intervalos legais intra ou interjornada, entre outras hipóteses.
Tópicos especiais8
O objeto da ação civil pública pode ser a condenação em dinheiro ou o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer (artigo 3º da Lei nº 7.347/1985) 
(BRASIL, 1985). Também é cabível a cumulação de pedidos, dependendo da 
situação fática. É importante ressaltar que a ação civil pública não é cabível 
para pretensões que envolvam tributos, contribuiçõesprevidenciárias, FGTS 
ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser 
individualmente determinado, conforme o art. 1º, parágrafo único, da Lei 
nº 7.347/1985 (BRASIL, 1985).
O alcance e os efeitos da coisa julgada de decisão proferida em sede de 
ação civil pública obedecem à sistemática prevista no artigo 103 do Código 
de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990) (BRASIL, 1990; RALIN; ORSI; 
SABINO, 2019); veja a seguir.
 � Efeito erga omnes (inciso I): em regra, a decisão fará coisa julgada erga 
omnes em caso de procedência e improcedência, exceto quando o pe-
dido for julgado improcedente por insuficiência de provas. Nesse caso, 
qualquer legitimado pode intentar nova ação com mesmo fundamento 
e causa de pedir valendo-se de nova prova. Se a improcedência ocorrer 
por qualquer outro motivo, a decisão fará coisa julgada material com 
efeito erga omnes. Esse efeito erga omnes se aplica especialmente 
quando se trata de ação que tenha como objeto direitos difusos.
 � Efeito ultra partes (inciso II): quando se tratar de direito coletivos, 
a decisão terá efeito ultra partes, ou seja, será extensível a todos os 
legitimados, a todos aqueles que estavam representados na ação. 
Com isso, há impossibilidade de ajuizamento de nova demanda com 
a mesma causa de pedir por qualquer legitimado. Esse efeito não 
ocorrerá, tal qual na hipótese do inciso I do mesmo artigo, quando a 
improcedência estiver fundamentada na falta de provas, hipótese em 
que os legitimados poderão ajuizar nova ação com mesma causa de 
pedir e novas provas.
É importante ressaltar, ainda, que nas hipóteses dos incisos I e II, a coisa 
julgada não prejudica a propositura de ações individuais, independentemente 
do motivo de indeferimento do pedido, conforme o artigo 103, § 1º, da Lei 
nº 8.078/1990 (BRASIL, 1990). Portanto, o legitimado pode ajuizar ação indivi-
dual tendo o mesmo objeto e causa de pedir, ainda que na ação civil pública 
em que ele era substituído ele tenha sido julgado improcedente.
Tópicos especiais 9
 � Efeito erga omnes quando versar sobre direitos individuais homogê-
neos (inciso III): se a ação civil pública versar sobre direitos individuais 
homogêneos, seu efeito será erga omnes apenas em caso de benefício 
às vítimas e seus sucessores. Assim, a improcedência da ação, por qual-
quer motivo, não induz à coisa julgada individual. Todos os legitimados 
podem ajuizar ação individual que tenha o mesmo objeto e causa de 
pedir, desde que não tenham intervindo no processo como litiscon-
sortes, conforme o artigo 103, § 2º, da Lei nº 8.078/1990 (BRASIL, 1990).
É importante destacar que a ação civil pública não induz a litispendência 
em relação à ação individual. Ou seja, mesmo que já haja ação civil pública 
em que um trabalhador esteja representado, ele pode ajuizar a sua própria. 
Contudo, aquele que tem ação individual somente se beneficiará de eventual 
procedência de ação civil pública se requerer a suspensão de sua ação indi-
vidual no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento 
de ação coletiva (art. 104, Lei nº 8.078/1990) (BRASIL, 1990).
Ação indenizatória em caso de assédio
O assédio é uma conduta específica cujo resultado é um dano moral, ge-
ralmente ligado aos direitos de personalidade (RESENDE, 2020). O assédio 
moral e o assédio sexual são as duas principais condutas capazes de gerar 
a indenização por danos morais.
Resende (2020, p. 769) conceitua o assédio moral como “a prática de per-
seguição insistente (constante) a um empregado ou um grupo deles, com 
vistas à humilhação, constrangimento e isolamento do grupo, prática esta 
que provoca danos à saúde física e psicológica do trabalhador, ferindo sua 
dignidade”. Assim, o assédio moral está ligado a impor situações vexatórias 
e humilhantes que ofendem pessoalmente o trabalhador. O assédio sexual, 
por sua vez, é a importunação, a perseguição e todas as práticas que objeti-
vam obter favores sexuais da vítima, geralmente utilizando a subordinação 
hierárquica das relações laborais (RESENDE, 2020).
Confira a seguir uma situação hipotética envolvendo o assédio moral no 
ambiente de trabalho e a elaboração de uma petição inicial que objetiva a 
reparação do dano moral decorrente de práticas de assédio moral.
Tópicos especiais10
Exemplo
A petição inicial de uma ação de reparação de danos morais é uma reclamação 
trabalhista. Por isso, tem os mesmos requisitos de uma petição inicial de 
qualquer outra ação desse tipo. Comece com:
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA ____ VARA DO TRA-
BALHO DO ESTADO DO____ (O foro competente será a jurisdição do local de 
prestação dos serviços. Deve ser indicado o nome e a qualificação completa 
das partes, com menção ao advogado, ao endereço e à procuração)
RECLAMANTE, estado civil ..., profissão ..., CPF nº ..., endereço eletrônico ..., 
residente à Rua..., por intermédio de seu advogado abaixo assinado, conforme 
procuração anexa, com indicação de seu endereço profissional, onde recebe 
as intimações, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no 
art. 840, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA (ou RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, ou AÇÃO 
TRABALHISTA) em face de
RECLAMADO, CNPJ ..., estabelecido na Rua ..., pelos fatos e fundamentos 
a seguir expostos:
1. FUNDAMENTOS FÁTICOS (Admite-se outros títulos como “Dos Fatos”, bem 
como a conjugação de outros termos como “Assédio moral”, “Indeniza-
ção por danos morais”, etc. O importante é destacar no título que serão 
apresentados os fatos que fundamentam a causa de pedir. A subdivisão 
entre dois tópicos é opcional, mas ela é aconselhável para organizar 
melhor a causa de pedir, destacando os fatos e o fundamento jurídico 
aplicável ao direito que foi violado. Contudo é essencial a indicação 
objetiva dos fatos e dos direitos que se dizem violados. Neste tópico, 
os fatos devem ser apresentados objetivamente. Devem ser relatadas 
as situações de assédio moral que ensejam o pedido indenizatório. 
É importante mencionar também o período do contrato de trabalho, 
o cargo, as funções e o salário que o Reclamante exercia, além de 
outros fatos relevantes ao pedido indenizatório).
O Reclamante trabalhou para o Reclamado durante o período de.... a ...., 
na função de vendedor, recebendo o salário fixo de .... mais o valor mensal 
médio de....., a título de comissões. Durante o período de serviços prestados, 
houve violações ao contrato de trabalho e à legislação nacional.
Tópicos especiais 11
O Reclamado estabelecia metas de vendas de seus produtos e serviços 
a seus vendedores, dentre os quais o Reclamante. É notória a existência de 
cobranças de cumprimentos de metas pelos empregadores a seus empregados, 
inseridas dentro de uma estrutura hierárquica e de estímulo ao cumprimento 
delas. Entretanto, essas cobranças não podem exceder os limites da razoa-
bilidade, proporcionalidade e, especialmente, da lei, ou seja, não podem se 
materializar em práticas que violem bens jurídicos extrapatrimoniais, como 
ocorreu no presente caso. O Reclamado cobrava resultados do Reclamante por 
meio de práticas abusivas, desrespeitos e grosseiras. Dentre essas práticas, 
é possível citar o seguinte.
Quando o Reclamante não cumpria suas metas, sua foto era divulgada 
em um painel da empresa denominado painel da vergonha. Além disso, por 
diversas vezes, seu superior hierárquico o insultou e o humilhou em reuniões 
e na frente de vários outros empregados, chamando o Reclamante de vaga-
bundo e incompetente. Dizia também que ele não servia para trabalhar. Por 
diversas vezes, referia-se ao Reclamante por apelidos jocosos, como inútil, 
além de o ameaçar regularmente de demissão caso não cumprisse as metas.
Tais práticas ocorreram durante todo o contrato de trabalho, até que o 
Reclamante foi dispensado. Essas atitudes do Reclamado extrapolam os 
limites do poder diretivo do empregador e são reconhecidamente formas 
de assédio moral.
O Reclamante tevea sua honra e imagem ofendida pelo Reclamado, o que 
lhe causou sofrimento profundo, inclusive com episódios de choro compulsivo 
em sua residência, considerando as práticas que objetivavam destruir a sua 
autoestima, honra e imagem.
As práticas de assédio moral praticas pelo Reclamado claramente violaram 
bens jurídicos extrapatrimoniais do Reclamante, passíveis de reparação por 
meio de indenização por danos morais, conforme os demais argumentos a 
seguir.
2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS (Neste tópico, deve-se indicar os disposi-
tivos legais aplicáveis ao caso. Não é necessário transcrevê-los, mas 
deve-se, resumidamente, falar sobre o seu conteúdo e o porquê de 
se aplicarem ao caso concreto, fazendo também a sua relação com os 
fundamentos fáticos apresentados).
O inciso X, art. 5º, da Constituição Federal estabelece a inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, bem como 
o direito à reparação por indenização de dano moral ou material em caso de 
Tópicos especiais12
violação. A relevância desses bens jurídicos é autoevidente, e inclusive são 
protegidos pela própria Constituição.
Os artigos 186 e 927 do Código Civil estabelecem que aquele que causa 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, por ação ou omissão comete 
ato ilícito e tem o dever de repará-lo.
Aliado a esses preceitos basilares, o art. 223-B da CLT estabelece que o 
dano extrapatrimonial é aquele que ofende a esfera moral ou existencial 
de pessoa física ou jurídica. Em complemento, alinhado à CF, o art. 223-C 
estabelece que bens como a honra, a imagem, a intimidade e a integridade 
física são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. Com base 
nisso, o art. 223-E da CLT também estabelece o dever de reparação do dano de 
todos aqueles que tenham colaborado para a ofensa do bem jurídico tutelado.
Assim, os dispositivos legais citados deixam claro que o assédio moral 
sofrido pelo Reclamante é uma forma de dano extrapatrimonial, na medida 
em que se ofenderam bens como a intimidade, a sua honra a sua imagem e até 
mesmo a sua integridade mental, tendo em vista as humilhações e situações 
vexatórias a que foi submetido.
Considerando os critérios previstos no art. 223-G da CLT e os parâmetros 
previstos no § 1º do mesmo artigo, requer que a ofensa seja considerada 
gravíssima, condenando o Reclamado ao pagamento de indenização no valor 
de...., ou em outro grau e valor a serem definidos por este MM. Juízo de acordo 
com o conjunto probatório dos autos.
3. PEDIDOS (Neste tópico, devem ser realizados os pedidos gerais de 
citação do reclamado, o pedido de produção de provas, o pedido final 
de indenização, um eventual pedido dos benefícios da justiça gratuita, 
o valor da causa, o local, a data, o advogado e o número da OAB).
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência a procedência dos pedidos e 
demais requerimentos nos seguintes termos.
 � Requer a notificação da reclamada para comparecer à audiência inicial 
e, querendo, apresentar defesa sobre os fatos arguidos, sob pena de 
reconhecimento de revelia e confissão ficta.
 � Requer a condenação do Reclamado ao pagamento de indenização por 
danos morais no valor de ...., ou em outro a ser fixado por este MM.
 � Protesta comprovar o alegado por todos os meios de prova admitidos 
em direito, especialmente pelo depoimento pessoal, prova documental, 
pericial e testemunhal, conforme o controvertido exigir.
Tópicos especiais 13
 � Requer a concessão dos benefícios da justiça gratuita, por preencher 
os requisitos do art. 790, § 3º, da CLT.
 � Requer a condenação da reclamada ao pagamento dos honorários 
sucumbenciais no valor de ....
Dá-se à causa o valor de....
Local e data
Nome do advogado 
Número da OAB
As ações de responsabilidade civil por acidente de trabalho e de dano 
moral por assédio moral têm basicamente a mesma estrutura, exceto pelas 
particularidades em relação a quais bens foram violados e aos diferentes 
fundamentos fáticos de cada um. A ação civil pública tem diversas particu-
laridades, tendo em vista que é uma ferramenta para a proteção de direitos 
transindividuais.
Referências
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho: CLT e normas correlatas. Brasília: Senado 
Federal, 2017. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/
id/535468/clt_e_normas_correlatas_1ed.pdf?sequence=6. Acesso em: 29 set. 2021.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília: Presidência da República, [2020a]. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 29 set. 2021.
BRASIL. Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Disciplina a ação civil pública de responsabi-
lidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico... Brasília, DF: Presidência da República, 1985. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig.htm. Acesso em: 29 set. 2021. 
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor 
e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. Acesso em: 29 set. 2021. 
BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da 
Previdência Social e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 
1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm. Acesso 
em: 29 set. 2021.
BRASIL. Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia 
e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Brasília, DF: Presidência da República, 
1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm. Acesso em: 
29 set. 2021.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: 
Presidência da República, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 29 set. 2021.
Tópicos especiais14
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 828040. Número único: 
0000438-80.2010.5.24.2002 Distrito Federal/DF - Recurso Extraordinário. Trabalhista. 
Relator(a): Alexandre de Moraes. Recorrente: Protege S/A - Proteção e Transporte 
de Valores. Recorrido: Marcos da Costa Santos. Brasília, DF: STF, [2020b]. Disponível 
em: https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=4608798. Acesso em: 
29 set. 2021.
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Subseção Especializada em Dissídios Individuais 
2. Orientação Jurisprudencial nº 130: Subseção Especializada em Dissídios Individuais 2. 
Brasília, DF: TST, 2014. Disponível em: https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:tribunal.
superior.trabalho;subsecao.especializada.dissidios.individuais.2:orientacao.jurispru-
dencial:2014;130. Acesso em: 29 set. 2021.
JORGE NETO, F. F.; CAVALCANTE, J. Q. P. Direito processual do trabalho. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 2019.
LEITE, C. H. B. Curso de direito do trabalho. 12. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
LEITE, C. H. B. Curso de direito processual do trabalho. 17. ed. São Paulo: Saraiva Edu-
cação, 2019.
RALIN, P.; ORSI, R.; SABINO, R. Prática forense: prática trabalhista. São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019.
RESENDE, R. Direito do trabalho. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2020.
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Tópicos especiais 15
Dica do professor
A ação civil pública destina-se à proteção de direitos transindividuais, notadamente, os direitos 
difusos, coletivos e individuais homogêneos. São legitimados para propor essa ação apenas aqueles 
definidosem lei, tendo em vista que se trata de um tipo de ação em que há uma intervenção em 
face de outrem para garantir direitos da coletividade ou de outros. Essas particularidades induzem a 
um tipo de petição inicial um pouco diferente das convencionais trabalhistas em que se pleiteia 
exclusivamente um direito individual.
 
Veja, na Dica do Professor, como elaborar uma ação civil pública.
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Exercícios
1) As teorias da responsabilidade civil e os dispositivos do Código Civil fundamentam as ações 
relacionadas à indenização por acidente de trabalho e responsabilização do causador do 
dano.
 
Sobre a responsabilidade civil, prevista no Código Civil, analise as assertivas a seguir e 
marque a correta:
A) O Código Civil estabelece a responsabilidade objetiva como regra na responsabilização civil.
B) A responsabilidade subjetiva exige a prova do nexo e do dano, não importando se houve dolo 
ou culpa do seu causador.
C) A responsabilidade será subjetiva se for exigida a prova da culpa e objetiva se for exigida a 
prova do dolo.
D) A responsabilização objetiva exige a prova do dano, não importando o nexo, dolo ou culpa do 
seu causador. 
E) O Código Civil estabelece como regra a responsabilização subjetiva e a objetiva como 
exceção, aplicável em determinados casos.
2) Os acidentes de trabalho, anualmente, são responsáveis pela morte, incapacidade ou 
redução da capacidade de trabalho de muitas pessoas no Brasil. A legislação admite a 
proteção do trabalhador, que inclui a responsabilização do empregador em caso de dano.
 
Sobre a responsabilidade civil em casos de acidente de trabalho, analise as assertivas a 
seguir e assinale a correta:
A) Ao assumir os riscos da atividade empresarial, cabe ao empregador zelar por um ambiente de 
trabalho seguro e saudável.
B) A responsabilização civil em caso de acidente de trabalho é, em regra, objetiva.
C) Segundo o princípio da alteridade trabalhista, a responsabilidade do empregador por acidente 
de trabalho é subjetiva.
D) A lei trabalhista considera que toda atividade é atividade de risco, por aplicação do princípio 
da alteridade.
E) O dano ao empregado realizado por terceiro o exclui a responsabilidade do empregador, 
mesmo nos casos de responsabilização objetiva.
3) A ação civil pública está prevista na Constituição Federal e é regulamentada pela Lei n. 
7347/1985. Na atualidade, reconhecidamente, a ação civil pública é aplicável às relações de 
trabalho. Por sua natureza, a ação civil pública possui diversas particularidades.
 
Sobre suas características, analise as assertivas a seguir e assinale a correta:
A) As empresas possuem legitimidade ativa e passiva para ajuizarem ação civil pública.
B) Qualquer cidadão maior e capaz pode ajuizar ação civil pública, bastando pertencer ao grupo 
que possui o direito lesado
C) Admite-se a concessão de liminar em ação civil pública, desde que não haja fixação de multa.
D) É obrigatória a intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) em ação civil pública em 
que ele não for o autor.
E) As pessoas jurídicas de natureza privada possuem legitimidade passiva na ação civil pública, 
ao contrário das de direito público. 
4) A ação civil pública é um instrumento processual que tem finalidades específicas. A natureza 
dessa ação judicial impacta em seu objeto e na eficácia das decisões judiciais proferidas. 
Sobre esse tema analise as assertivas a seguir:
 
I. No âmbito trabalhista, os direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos podem ser 
objeto da ação civil pública.
 
II. Em regra, quando se trata de direitos difusos, a decisão tem efeitos erga omnes, exceto no 
caso de improcedência de pedido por insuficiência de provas.
 
III. A improcedência da ação civil pública tem efeitos erga omnes, o que impede o 
ajuizamento de ações individuais de legitimados que não atuaram no feito.
 
Assinale a alternativa que contenha a(s) afirmação(ões) correta(s):
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I, apenas.
E) II, apenas.
5) O assédio é uma conduta capaz de dano moral passível de reparação. O assédio moral se 
refere a situações vexatórias e de humilhação que visam a destruir a autoestima da vítima. O 
pedido de indenização por dano moral decorrente de assédio moral é relativamente comum 
na prática trabalhista.
 
Sobre a construção da petição inicial para esse pedido, analise as assertivas a seguir:
 
I. A petição inicial de indenização por danos morais possui requisitos distintos de uma 
reclamação trabalhista comum que pede a condenação, por exemplo, do empregador a 
verbas rescisórias.
 
II. O dano moral é considerado um dano extrapatrimonial, com previsão expressa na CLT.
 
III. O valor do dano moral é subjetivo e de acordo com a ofensa praticada, por isso, é 
desnecessário que na petição inicial conste um valor específico para a indenização.
 
Assinale a alternativa que contenha a(s) afirmação(ões) correta(s):
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I, apenas.
E) II, apenas.
Na prática
O assédio sexual é uma forma de perseguição que exige determinados comportamentos ou favores 
de cunho sexual da vítima pelo ofensor, geralmente utilizando a superioridade hierárquica. A prova 
do assédio sexual geralmente é difícil, uma vez que essas situações de constrangimento ocorrem 
costumeiramente longe de outros empregados, quando o ofensor e a vítima estão a sós.
 
Neste Na Prática, acompanhe uma situação de assédio sexual que foi julgada pelo Tribunal Regional 
do Trabalho da 4a Região.
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código e acesse o link do 
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código para acessar.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O teletrabalho e a responsabilidade civil do empregador 
quanto ao acidente, à saúde e à segurança
As novas relações sociais deram origem a novas relações de trabalho, entre as quais é possível citar 
o teletrabalho, tão amplamente utilizado durante a pandemia da covid-19. O acidente de trabalho 
também pode ocorrer na modalidade de teletrabalho, especialmente quando se trata de doenças 
ocupacionais. Neste link, você terá acesso a uma dissertação de mestrado em que é analisada a 
responsabilidade civil do empregador em relação ao acidente, à saúde e à segurança na modalidade 
de teletrabalho.
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Ação Civil Pública
Neste link, você terá acesso a um vídeo elaborado pela Advocacia Geral da União explicando a ação 
civil pública. São apresentados os principais elementos da ação civil pública, discorrendo sobre o 
seu objeto, hipóteses de cabimento, legitimados e a sua importância.
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Machismo nas alturas: as empresas aéreas e a proteção jurídica 
das comissárias
Os casos de assédio sexual não são raros e suas razões são múltiplas. O machismo é 
costumeiramente apontado como uma das causas do assédio sexual, uma vez que tende à 
objetificação das mulheres na sociedade. Neste artigo, as autoras apontam uma pesquisa que 
mostra que mais de dois terços das comissárias já sofreram algum tipo de assédio sexual, 
mostrando a existência de preceitos machistas ao exigir a performatividade de um tipo de 
feminilidade para o exercício de determinadas funções, como a de comissárias. Propõem, ao final, a 
rediscussão de atitudes impostas às mulheres, tendo por base os princípios basilares da dignidade 
da pessoa humana e da personalidade.
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