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RESUMO 02

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O artigo Sistemas Agroflorestais Biodiversos como alternativa para pequenas propriedades rurais em Mato Grosso do Sul destaca a importância da agricultura familiar para a economia brasileira, bem como a concentração da estrutura agrária no país. É mencionado que os SAFs biodiversos são uma alternativa sustentável de produção, que alia sustentabilidade ambiental à possibilidade de diversificação da produção e de agregação de valor aos produtos agrícolas. Além disso, é ressaltado que a pesquisa tem como objetivo demonstrar a contribuição dos SAFs biodiversos para as pequenas propriedades rurais do Estado de Mato Grosso do Sul, analisando 18 sistemas implantados nos municípios de Bonito, Bodoquena e Ponta Porã. No texto, são apresentados dados sobre a utilização de sistemas agroflorestais no mundo, no Brasil e no Mato Grosso do Sul. Por exemplo, é mencionado que os SAFs são utilizados em mais de 50 países, sendo que o Brasil é um dos países com maior potencial para a implantação desses sistemas. Além disso, são apresentados dados sobre a utilização de SAFs em diferentes regiões do Brasil, incluindo o Mato Grosso do Sul. O texto também discute os desafios e oportunidades para a implantação de SAFs em pequenas propriedades rurais no estado.
Uma vez que esses sistemas podem contribuir para a diversificação da produção, a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida dos agricultores. Além disso, são apresentados dados sobre a utilização de SAFs em pequenas propriedades rurais no Mato Grosso do Sul, bem como os desafios e oportunidades para a implantação desses sistemas nesse contexto. O texto também discute a importância do apoio do poder público para a implantação de SAFs em pequenas propriedades rurais.
A caracterização da área de estudo compreende os municípios de Bodoquena, Bonito e Ponta Porã, no Estado do Mato Grosso do Sul, na região Centro-Oeste do Brasil. É mencionado que esses municípios compreendem dois diferentes biomas brasileiros, cerrado e mata atlântica, sendo esses os dois biomas mais representativos de MS. Além disso, são apresentados dados sobre a extensão territorial do estado e sua localização geográfica.
Foi utilizada a metodologia "Bola de Neve", proposta por Bayley (1994), na qual os representantes das instituições indicaram os primeiros agricultores que trabalham com SAFs biodiversos e estes informaram sobre outros agricultores que trabalham nesses sistemas. A partir desse método, identificou-se a existência de sistemas agroflorestais biodiversos nos municípios de Ponta Porã, Bonito e Bodoquena. De 35 SAFs identificados, optou-se por 18 sistemas como amostra, sendo oito em Bonito, nove em Ponta Porã e um em Bodoquena, para a realização do estudo proposto. A coleta de dados foi realizada com os agricultores responsáveis pelos SAFs, durante visitas às propriedades, por meio de entrevistas seguindo roteiro semiestruturado, contendo questões abertas e fechadas. As entrevistas foram realizadas entre os meses de abril e dezembro de 2015.
Dentre os agricultores responsáveis pelos SAFs biodiversos, que participaram do estudo, 72% são do sexo masculino e 28% do sexo feminino. A média da idade dos entrevistados é de 56 anos, sendo que 61,2% encontram-se na faixa etária entre 61 a 70 anos. Entre os demais membros dos núcleos familiares, que totalizam um grupo de 45 pessoas, a média de idade é de 41 anos, conforme faixas de idade apresentadas na Tabela 1. O texto também apresenta outras informações sobre o perfil dos produtores, como a escolaridade, a renda e a origem étnica.
As áreas das propriedades pesquisadas variam de 11 a 58 há, sendo que a maioria (83,3%) tem até 17 ha. Em relação à área dos SAFs, esta varia entre 0,5 e 12 há, sendo que 66,7% tem área com até 2 ha. O período de implantação dos SAFs, na sua maioria (94,4%), varia entre 4 a 16 anos, com média de 10 (dez) anos, apenas um SAF (5,6%) tem período de implantação bastante superior aos demais, cerca de 50 anos. Quanto à orientação para implantação dos SAFs, 55,6% dos entrevistados afirmaram ter tido orientação, sendo que deles 70% foram orientados pela Agraer, 10% pela Embrapa, 10% pela Fundação Neutrópica do Brasil e 10% por familiares.
A Figura 1 apresenta as principais atividades produtivas em SAFs biodiversos de Mato Grosso do Sul, sendo que a produção de frutas é a atividade mais comum, seguida pela produção de hortaliças, mandioca, feijão, mel, frango, queijo e rapadura. A comercialização dos produtos dos SAFs ocorre na maioria das propriedades (66,7%). O principal produto comercializado são as frutas, tanto na forma in natura, quanto processadas. As demais rendas são compostas pela venda de hortaliças, da mandioca, dos frangos, do feijão (feijão verde, feijão de corda e feijão guandu), do mel, do queijo e da rapadura. Os principais locais de comercialização citados foram as feiras, supermercados, venda direta e programas de governo (PAA e PNAE).
Em relação à renda familiar, na maioria das propriedades (83,3%), é composta pela renda agrícola da propriedade somada a alguma renda complementar. A Tabela 2 apresenta as fontes de renda mensal das famílias dos produtores que trabalham com SAFs biodiversos no Mato Grosso do Sul, considerando o salário mínimo em vigor em 2015 (R$ 788,00). As fontes de renda agrícola da propriedade variam de menos de 1 salário mínimo a mais de 3 salários mínimos, sendo que a maioria (50%) recebe 1 salário mínimo. As fontes de renda complementar também variam de menos de 1 salário mínimo a mais de 3 salários mínimos, sendo que a maioria (38,9%) recebe entre mais de 1 a 2 salários mínimos.
Em relação à participação em cursos de capacitação nos últimos doze meses anteriores à pesquisa, a maioria (61%) respondeu positivamente, sendo que, destes, 30% participaram de apenas um curso neste período. Quando questionados a respeito da satisfação em relação a essa orientação, 50% informaram ser esporádica e insatisfatória; já para 37,5%, é considerada contínua e satisfatória, e 12,5% não informou. A dificuldade e a insatisfação dos agricultores em relação à assistência técnica recebida também são apontadas nos estudos de Calvi e Kato (2011), que destacam ser esse um fator limitante à implementação de SAFs em muitas regiões. Em relação ao associativismo e cooperativismo, a maioria dos entrevistados (72,2%) não participa de nenhuma associação ou cooperativa.
A apontadas maiorias dos entrevistados (61,2%) tem entre 61 a 70 anos, o que pode indicar que esses produtores buscam uma vida mais saudável e tranquila no campo. Além disso, em pesquisa feita por Moreira e Schlindwein (2015), no Assentamento Santa Olga, em Nova Andradina-MS, foi observado que há uma grande quantidade de aposentados cuja finalidade da propriedade rural é ter um lugar tranquilo para viver.
Concluindo, os SAFs biodiversos constituem-se em alternativas sustentáveis de produção, que alia sustentabilidade ambiental à possibilidade de diversificação da produção e de agregação de valor aos produtos agrícolas. Além disso, é ressaltado que os SAFs biodiversos apresentam resultados positivos, principalmente nos quesitos ambiental e social, e que, de acordo com os agricultores que participaram da pesquisa, esses sistemas atendem as suas principais expectativas, tendo em vista que as principais motivações para sua implantação foram a produção de alimentos e a melhoria do clima. No entanto, é apontado que o quesito econômico se apresenta como o mais fragilizado, e que há um potencial de crescimento e a possibilidade de obtenção de maiores índices de eficiência. Por fim, é destacado que a adoção de SAFs biodiversos pode contribuir para a melhora na qualidade de vida dos agricultores familiares de Mato Grosso do Sul.

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