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FUNDAMENTOS-DA-LUDOPEDAGOGIA-2

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL ....................................... 4 
3 O LÚDICO: DEFINIÇÃO E ORIGEM .......................................................... 7 
3.1 O lúdico e a legislação na educação infantil ......................................... 9 
3.2 O lúdico na infância e a pedagogia .................................................... 11 
3.3 O lúdico e o desenvolvimento infantil ................................................. 17 
3.4 A importância do lúdico na prática pedagógica na educação infantil . 23 
3.5 A relação entre a ludicidade e aprendizado ....................................... 25 
4 JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA ................................................... 29 
4.1 A presença dos jogos na educação infantil ........................................ 32 
5 BENEFÍCIOS DA LUDICIDADE NO ENSINO E APRENDIZAGEM DO 
ALUNO 49 
6 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
Fonte: br.pinterest 
Baseado nas discussões de teóricos como Fortuna (2013 apud BERNARDO H; 
2018) e Piaget (1978 apud BERNARDO H; 2018), entre outros, é possível perceber a 
importância do brincar para o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, à qual é 
compreendida como uma atividade bastante significativa desenvolvidas no âmbito das 
instituições de educação infantil. 
Todos os avanços existentes até hoje passaram por um grande processo de 
mudanças até chegar ao que é atualmente. A partir da existência de alguns aspectos 
contextuais muitas coisas só são compreendidas quando se conhece o histórico e a 
cultural. Portanto, para se entender esta discussão é necessário conhecer um pouco 
sobre a educação das crianças nos séculos passados, a partir de um breve histórico 
da Educação Infantil, conforme BERNARDO H; (2018). 
Pode-se evidenciar que mudanças ocorreram na sociedade de modo geral, em 
vários setores, principalmente na educação e a partir dessas concepções atuais se 
faz importante evidenciar a forma da educação antes das transformações sociais 
sobre a mesma. Portanto, Segundo OLIVEIRA (2005 apud BERNARDO H; 2018), o 
desenvolvimento da ciência e do comércio que aconteceu durante o período do 
Renascimento, fez com que a mulher entrasse no mercado de trabalho, instigando 
assim o nascimento de novas visões sobre criança e sobre como ela precisaria ser 
 
5 
 
educada. As turmas nessa época eram muito grandes e o básico a ser ensinado para 
essas crianças eram a obediência, moralidade e o valor do trabalho. 
Para (ARIÉS, 1981 apud BERNARDO H; 2018), a criança, que por muito tempo 
fora educada no seio familiar, começava a ser um ser integrante do mundo 
considerado moderno. Marcado pelos processos de industrialização e urbanização, 
esse “novo” mundo foi responsável pelas mudanças na função da mulher, consumindo 
sua força de trabalho, o que trouxe contribuições para o início de um processo de 
valorização da infância e sua educação. 
Oliveira (2005 apud BERNARDO H; 2018) ainda afirma que, nos séculos 
XVIII e XIX, importantes mudanças ocorreram no campo educacional, 
especialmente no atendimento para a infância, e nas concepções teóricas 
que embasavam o trabalho pedagógico. As crianças passariam a despertar, 
nos adultos, o interesse por cuidar delas e pensa-las. 
Desta forma, a valorização da criança ganha forças especialmente com as 
contribuições de Comênio (1592-1670 apud BERNARDO H; 2018), que é considerado 
o primeiro grande nome da moderna história da educação, Rousseau (1712-1778 
apud BERNARDO H; 2018), foi um importante filósofo-teórico que contribuiu muito 
com suas ideias pedagógicas e Pestalozzi (1746-1827 apud BERNARDO H; 2018) 
que considerava a força vital da educação, o amor e a bondade. 
O autor Jean Jacques Rousseau (1712-1778 apud BERNARDO H; 2018), ia 
totalmente contra as entidades religiosas daquela época. O mesmo criou proposta 
para combater os preconceitos e os autoritarismos e destacava que o papel da mãe 
era como educadora natural da criança. Contudo, vale ressaltar que Rousseau foi um 
revolucionário da educação, pois o mesmo afirmava que a educação era para ser 
seguida de forma liberta, contrariando assim os paradigmas religiosos da época. 
(OLIVEIRA, 2005 apud BERNARDO H; 2018). 
Durante o século XX, as ideias desses e outros autores ganharam mais 
importância, e tiveram estudos mais rigorosos sobre as concepções de infância. 
Alguns teóricos se destacaram na Pedagogia e na Psicologia, como Vygotsky, Piaget 
e Freinet, que se tornaram alvo de especial atenção na educação infantil. A pedagogia 
de Freinet (1896-1966 apud BERNARDO H; 2018) organiza-se ao redor de uma série 
de técnicas ou atividades, entre elas as aulas passeio, o desenho livre, o texto livre, o 
jornal escolar e etc. A partir da história da educação infantil, podemos perceber os 
 
6 
 
avanços das concepções sobre o desenvolvimento infantil, sobre o papel da família e 
da comunidade. 
Atualmente os objetivos são relacionados aos aspectos corporal, intelectual e 
afetivo da criança. A questão da qualidade deve incluir algumas participações e 
concepções mediadoras da prática pedagógica, tais elas como familiares, 
educadores, teóricos e outros adultos. Em virtude dessas participações, as crianças 
que tem esse serviço tendem a desenvolver mais o raciocínio e a capacidade de 
resolver problemas. Com isso, grande parte desses efeitos contribui em relação à 
aprendizagem escolar, favorecendo-as o sucesso em seus estudos futuros, conforme 
BERNARDO H; (2018). 
As brincadeiras na escola de educação infantil tem sido alvo de discussões no 
meio educacional. A partir disso, percebemos que o brincar é a atividade presente na 
infância, mas ainda existem pessoas que acreditam que estas são incapazes de 
aprender algo, utilizando esses brinquedos somente como meio de distração. Há 
quem acredite também que estas são capazes de desenvolver habilidades com a 
brincadeira mesmo dependendo de um adulto, conforme BERNARDO H; (2018). 
De acordo com BERNARDO H; (2018), com base no Referencial Curricular 
Nacional para a Educação Infantil - RCNEI, o qual resgata também a importância do 
brincar no dia a dia nas Unidades de Educação Infantil, onde tem uma contribuição 
enorme para esses centros infantis é um documento criado em 1998 pelo Ministério 
da Educação e Cultura do Brasil que relata de uma maneira geral a função da 
educação infantil na vida da criança no espaço escolar. 
Segundo o RCNEI, [...] a educação assume as funções: social, cultural e 
política, garantindo dessa forma, além das necessidades básicas (afetivas, 
físicase cognitivas) essenciais ao processo de desenvolvimento e 
aprendizagem, a construção do conhecimento de forma significativa, através 
das interações que estabelece com o meio. Essa escola promove a 
oportunidade de convívio com a diversidade e singularidade, a participação 
de alunos e pais na comunidade de forma aberta, flexível e acolhedora. 
(BRASIL, 1998, p.14 apud BERNARDO H; 2018). 
Partindo disso, pode-se perceber tamanha importância que as Unidades de 
Educação Infantil têm na vida da criança como um todo. Mas, vale ressaltar que para 
isso, o educador deve estar sempre presente, oferecendo-lhes aprendizagens lúdicas 
a partir das diversas brincadeiras. Com isso o brincar é realmente uma das atividades 
fundamentais para o desenvolvimento da identidade e autonomia. O fato de a criança, 
 
7 
 
desde muito cedo, se comunicar por meio de gestos, sons, e mais tarde representar 
determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. 
(BRASIL, 1998, v. 2, p. 22 apud BERNARDO H; 2018). 
O brincar é necessário no ambiente de educação infantil por fazer parte das 
necessidades das crianças bem como o seu próprio desenvolvimento. É através das 
brincadeiras que elas sentem o prazer e a liberdade de aprender desenvolvendo 
experiências que jamais poderiam praticá-las de outra maneira, o que faz fortalecer a 
sua importância e inclusão no ambiente de instituições infantis, conforme BERNARDO 
H; (2018). 
3 O LÚDICO: DEFINIÇÃO E ORIGEM 
 
Fonte: vejaonline.jp.com 
De acordo com Almeida (2009 apud HENRIQUES I; 2019), o termo lúdico 
provém do latim "ludus", que quer dizer “jogo”. Porém, esse termo possui um sentido 
bem amplo, já que está diretamente ligado à brincadeira, diversão, cooperação, 
alegria, motivação e imaginação. Segundo Kishimoto (1995, p.108 apud HENRIQUES 
I; 2019), “o jogo assume a imagem e o sentido que cada sociedade lhe atribui” e essa 
imagem e sentido são construídos de acordo com cada contexto social, conforme seus 
valores e modo de vida. 
 
8 
 
Em tempos passados, o jogo era visto como inútil, sendo denominado apenas 
como divertimento, ocupação, atividade de lazer ou como uma coisa não séria. No 
entanto, depois do romantismo, a partir do século XVIII, o jogo aparece como algo 
sério e destinado a educar a criança, e a brincadeira passou a ser vista como uma 
“conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo” 
(KISHIMOTO, 1995; apud HENRIQUES I; 2019). E atualmente, no caso específico da 
educação, o jogo é visto como uma ferramenta facilitadora e fomentadora do 
aprendizado, no qual proporciona uma aprendizagem eficaz e significativa por ter a 
espontaneidade como base. 
Convém acrescentar que, ao atender necessidades infantis, o jogo infantil 
torna-se forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares. 
Assim, para se contrapor aos processos verbalistas de ensino, [...] o 
pedagogo deveria dar forma lúdica aos conteúdos (KISHIMOTO, 1995, p. 
119; apud HENRIQUES I; 2019). 
No Brasil, a ludicidade que temos é herança da mistura de raças, crenças e 
cultura trazidas pelos índios e portugueses nos últimos séculos. Sant’anna (2011; 
apud HENRIQUES I; 2019) aponta que embora esses povos sejam os precursores 
dos atuais modelos e maneiras de desenvolvimento do lúdico mantidos até hoje, “é 
incerto afirmar de qual povo exatamente seriam suas origens” (SANT’ANNA, 2011, p. 
23 apud HENRIQUES I; 2019). Esse autor também afirma que “desde os primórdios, 
a metodologia lúdica sempre foi valorizada pelos povos, sejam quais forem”, e 
exemplifica: 
Na Grécia antiga era através dos jogos que se passava ensinamento às 
crianças. Os índios ensinavam e ensinam seus costumes através da 
ludicidade. No Brasil da Idade Média, os jesuítas ensinavam utilizando 
brincadeiras como instrumentos para a aprendizagem (SANT’ANNA, 2011, p. 
22 apud HENRIQUES I; 2019). 
O lúdico sempre fez parte da vida da criança e do ser humano em geral. Quanto 
a isso, Sant’anna (2011 apud HENRIQUES I; 2019) alega que os modelos de ensino 
seguem a mesma linhagem desde muito tempo atrás, e embora modificações 
aconteçam constantemente, a finalidade é sempre a mesma: alcançar uma 
aprendizagem significativa. Diante dessa perspectiva, fica claro que o contexto lúdico 
sempre possuiu uma contribuição significativa para a sociedade, sendo valorizado por 
diferentes povos em todos os tempos. E, no âmbito escolar, mesmo após a 
 
9 
 
globalização e os diferentes métodos inovadores de ensino, essa prática ainda 
continua sendo primordial na educação. 
3.1 O lúdico e a legislação na educação infantil 
O desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre a educação infantil e a 
importância da criança na sociedade levou-se a criação de legislações que as 
contemplem como sujeitos de direitos. As legislações possuem forte influência nas 
ações relacionadas à criança, conforme BARROS A; et al., (2018). 
Assim, a educação infantil passa fazer parte da legislação do ensino no Brasil, 
com isso, a criança começa a ser reconhecida como sujeito em desenvolvimento. De 
modo que a constituição de 1988, em seu Art. 208, garante o dever do Estado 
referente à educação infantil, no parágrafo IV refere esse dever “à Educação infantil, 
em creches e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade”. A criança obteve 
no período referido um destaque significante, é bem verdade que grandes avanços 
foram conquistados a fim de garantir os devidos direitos da criança, conforme 
BARROS A; et al., (2018). 
[...] ressalta-se também a presença no texto constitucional do princípio da 
igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, avanços 
fundamentais na perspectiva da qualidade e da ampliação dos direitos da 
criança independentemente de sua origem, raça, sexo, cor, gênero ou 
necessidades educacionais especiais (BRASIL, 2006, v. 1 apud BARROS A; 
et al., 2018). 
A importância da garantia dos estudos a partir da educação infantil, sobretudo 
o respeito aos direitos da criança, em meio a esses direitos o divertimento e a 
brincadeira devem fazer parte do contexto escolar da referida fase. Temos como um 
dos referenciais de garantia desses direitos o Estatuto da Criança e do Adolescente, 
conforme BARROS A; et al., (2018). 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – artigo 2º diz que: “Considera-
se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos 
[...]”. E ainda no artigo 59, diz que os Municípios, Estados e União, devem estimular 
destinar recursos e espaços que proporcione programações culturais, esportivas e de 
lazer para a infância e a juventude. Dessa forma entende -se que se faz necessário o 
despertar para o lúdico na fase mencionada, pois atividades esportivas e lazer estão 
diretamente ligados ao conceito do termo lúdico, conforme BARROS A; et al., (2018). 
 
10 
 
Os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil relatam o 
seguinte, no Brasil, a partir da década de 1980, no bojo do processo de 
redemocratização do país, o campo da Educação Infantil ganhou um grande 
impulso, tanto no plano das pesquisas e do debate teórico quanto no plano 
legal, propositivo e de intervenção na realidade. Em 1988, a Constituição 
Federal reconhece o dever do Estado e o direito da criança a ser atendida em 
creches e pré-escolas e vincula esse atendimento à área educacional [...] 
(BRASIL, 2006, v. 1 apud BARROS A; et al., 2018). 
Já as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) 
(Resolução CEB nº 01, de 7 de abril de 1999) – estipula em seu artigo 3º, inciso I, que, 
as propostas pedagógicas das instituições de educação Infantil devem respeitar os 
seguintes Fundamentos Norteadores: [...] Princípios Estéticos da Sensibilidade, da 
Criatividade, da Ludicidade e da Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais, 
conforme BARROS A; et al., (2018). 
Assim, as atividades lúdicas são elementos pertinentesà educação infantil a 
fim de estimular a capacidade de criatividade da criança e ainda propiciar momentos 
de interação social partindo da concepção de que a criança se trata de um sujeito em 
construção, nesse sentido ela precisa encontrar significados no processo de 
desenvolvimento na vida escolar, conforme BARROS A; et al., (2018). 
Outro documento que concerne à educação infantil é o Referencial Curricular 
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) – destaca que as brincadeiras 
façam parte das atividades permanentes, que devem ocorrer dentro de uma 
unidade de educação infantil. Brincar é uma das atividades fundamentais 
para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, 
desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde 
representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva 
sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas 
capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a 
imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, 
por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis 
sociais (BRASIL, 1998, 2 v, p. 22 apud BARROS A; et al., 2018). 
O brincar, por sua vez, proporciona não apenas a diversão, mas aprendizagem 
trazendo sentido à criança enquanto se brinca. O fato de a criança obter a capacidade 
de representar nas brincadeiras contribui para compreensão de inúmeras situações 
que a mesma vivenciará no contexto escolar. E assim o desenvolvimento social aos 
poucos se constrói, conforme BARROS A; et al., (2018). 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018 apud BARROS A; et al., 
2018) traz no tópico três, fala sobre “A etapa da educação infantil” sobre o brincar, que 
deve acontecer da seguinte maneira: “cotidianamente de diversas formas, em 
diferentes espaços e tempos com diferentes parceiros (crianças e adultos) [...]”. 
 
11 
 
3.2 O lúdico na infância e a pedagogia 
Brincar é, para a criança, fonte de prazer e lazer, aliado à fonte de 
conhecimento. É esta dupla natureza que nos leva a considerar o brincar como parte 
integrante da atividade educativa. Ao utilizar os jogos, os brinquedos e as brincadeiras 
com o intuito pedagógico, é preciso levar em consideração as divergências existentes 
entre as características que são inerentes aos jogos, aos brinquedos e às 
brincadeiras, e os objetos educacionais, conforme MORAES I; (2012). 
A atividade lúdica possui um fim em si mesmo, isto é, ela é diferente de uma 
atividade didática e não se destina à realização de um objeto pré-estabelecido. Na 
educação infantil, as atividades realizadas têm um objetivo específico, algo a ser 
aprendido (TEIXEIRA, 2010, p. 44 apud MORAES I; 2012). 
O jogo, o brinquedo e a brincadeira são analisados e estudados na pedagogia, 
tendo em vista as possibilidades práticas de sua utilização no processo de ensino 
aprendizagem. Brincar é uma situação em que a criança constitui significados para 
assimilação dos papéis sociais e compreensão das relações afetivas que ocorrem em 
seu meio, bem como para a construção do conhecimento (TEIXEIRA, 2010, p. 44 
apud MORAES I; 2012). 
Segundo Wallon (2007 apud MORAES I; 2012), o brincar passa por estágios 
que vão das brincadeiras puramente funcionais, passando pelas brincadeiras de 
ficção, de aquisição e de fabricação. As brincadeiras funcionais podem ser 
movimentos muito simples, como estender e encolher os braços ou as pernas, agitar 
os dedos, tocar objetos, imprimir-lhes um balanço, produzir ruídos ou sons. 
Com as brincadeiras de faz-de-conta, em que um dos exemplos mais típicos é 
o brincar de boneca e montar no cabo de vassoura como se fosse um cavalo, intervém 
uma atividade cuja interpretação é mais complexa, mas também mais próxima de 
certas propostas muito interessantes de definição do brincar. Nas brincadeiras de 
aquisição, a criança fica “toda olhos e toda ouvidos”. Ela olha, escuta, esforça-se para 
perceber e compreender coisas e seres, cenas, imagens, relatos, canções que 
demonstram captar toda a sua atenção. Nas brincadeiras de fabricação, diverte-se em 
juntar, combinar entre si objetos, modificá-los, transformá-los e criar novos (WALLON, 
2007, p. 54 apud MORAES I; 2012). 
 
 
12 
 
Brincar é uma situação em que a criança constitui significados para assimilação 
dos papéis sociais e compreensão das relações afetivas que ocorrem em seu meio, 
bem como para a construção do conhecimento. A atividade lúdica é uma situação em 
que a criança realiza, constrói e se apropria de conhecimento das mais diversas 
ordens. Ela possibilita, igualmente, a construção de categorias e a ampliação dos 
conceitos das áreas do conhecimento. Neste aspecto, o brincar assume um papel 
didático e pode ser explorado pela pedagogia, conforme MORAES I; (2012). 
De acordo com Soares (apud TEIXEIRA, 2010, p. 45 apud MORAES I; 2012), 
Comenius foi o primeiro pedagogo que atribuiu um valor educativo aos exercícios 
manuais. Em meados do século XVIII, Rousseau propôs para a educação de crianças 
os jogos, o esporte e as atividades manuais. 
Outro educador importante, Pestalozzi, com vasta prática no ensino às 
crianças, defendia uma educação que pudesse unir o trabalho manual aos 
conhecimentos elementares. Para ele, o princípio fundamental de seus métodos era 
a descoberta que deveria acontecer no momento da manipulação dos objetos 
concretos. Por isso, sustenta que a educação deveria realizar-se com base nos 
objetos concretos (TEIXEIRA, 2010 apud MORAES I; 2012). 
Neste segmento foi Froebel (apud KISHIMOTO 2010 apud MORAES I; 2012), 
continuador de Pestalozzi, que defendia a ideia de que as crianças deveriam aprender 
pela experimentação e pela prática. Conhecido como o educador das crianças, 
Friedrich Froebel (1782-1852 apud MORAES I; 2012) foi um dos primeiros educadores 
a considerar o início da infância como uma fase decisiva na formação das pessoas. 
Froebel ressalta que o jogo constitui o mais alto grau de desenvolvimento da 
criança, a manifestação espontânea e natural do mundo intuitivo, imediatamente 
provocada por uma necessidade interior. Por isso, quando a criança brinca, ela fica 
imersa em um mundo de alegria, contentamento, paz e harmonia, proporcionadas 
pelo brincar espontâneo, conforme MORAES I; (2012). 
Froebel (apud TEIXEIRA, 2010 apud MORAES I; 2012) considera então, dois 
tipos de jogos: 
 Os jogos livres e interativos com um fim em si mesmos: de 
atividades simbólicas e imitativas que a criança desenvolve 
espontaneamente e em liberdade, definidas à socialização, como as 
brincadeiras de faz-de-conta, conforme MORAES I; (2012). 
 
13 
 
 E os dons e as ocupações: (entre eles os jogos de construção: são 
pequenos objetos geométricos, como bola, cilindro, cubo, triângulo, 
esfera, blocos de construção, anéis, argila, desenhos e dobraduras) – 
suporte de ação para educadores trabalharem com conhecimento e 
habilidades sensoriais, cognitivas, sociais e afetivas. E as ocupações 
são atividades orientadas com materiais e objetos educativos 
específicos. 
Em seu livro “Jogo e educação”, Brougère aborda algumas teorias de Froebel 
afirmando, Froebel defende a ideia de que o professor deve explorar a 
capacidade criadora da criança, permitindo que ela tenha ações espontâneas 
e prazerosas. A partir de objetos de seu cotidiano, a criança tem capacidade 
para criar significações e representar seu imaginário por si mesmo. Por isso, 
o brincar é representar, é prazer, autodeterminação, seriedade, expressão de 
necessidades e tendências internas. “A criança não é uma argila, moldável, 
é uma força mágica dotada de movimento, de resistência, de certa 
autonomia” (BROUGÉRE, 1998, p.63 apud MORAES I; 2012). 
Froebel não cansa de lembrar que o objetivo é exatamente “a atividade 
autônoma”, “a ocupação autônoma” da criança com o jogo: o sentido da educação é 
que se torna supérflua. O critério dessa realização da naturezada criança será a 
alegria como manifestação sensível da conformidade da educação à essência íntima 
da criança. Um meio de garantir a liberdade desse movimento será deixar a criança 
mesma inventar seus próprios jogos, pois, na mesma medida em que a imitação 
enfraquece, a criação revigora a força autônoma (BROUGÈRE, 1998, p.70 apud 
MORAES I; 2012). 
Para Soares (apud TEIXEIRA, 2010, p. 46 apud MORAES I; 2012), Maria 
Montessori ultrapassou os pressupostos de Froebel, discutindo a possibilidade de 
uma escola que permitisse o desenvolvimento das manifestações espontâneas da 
criança. O método montessoriano consiste no exercício sensorial e no seu 
aproveitamento no processo lúdico e pedagógico. 
No Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998 apud 
MORAES I; 2012), é ressaltada a importância da brincadeira quando afirma que 
educar significa “propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens 
orientadas” (RCNEI, p.23). Quando brinca, as crianças potencializam e praticam os 
quatro pilares da educação propostos por Jaques Delors (1996 apud MORAES I; 
2012) à UNESCO, como forma integral de desenvolvimento: ela aprende a conhecer, 
aprende a fazer, aprende a conviver e aprende a ser. 
 
14 
 
Por meio da brincadeira, a criança aprende a seguir regras, experimenta formas 
de comportamento e se socializa, descobrindo o mundo ao seu redor. Brincando com 
outras crianças, encontra seus pares e interage socialmente, descobrindo, desta 
forma, que não é o único sujeito da ação, e que para alcançar seus objetivos, precisa 
considerar o fato de que outros também têm objetivos próprios (TEIXEIRA, 2010, p. 
49 apud MORAES I; 2012). 
A atividade lúdica é, portanto, uma das formas pelas quais a criança se apropria 
do mundo, e pela qual o mundo humano entra em seu processo de constituição, na 
qualidade de sujeito histórico. O brincar pode representar então um suporte para a 
educação, para a aprendizagem, e para a solução de problemas, mas também 
precisamos considerar a função da brincadeira como um todo e lembrar que há 
inúmeros tipos de jogos, brinquedos e brincadeiras que, apesar de propiciar uma ação 
no mundo imaginário da criança, também podem vir acompanhados de desprazer e 
frustração, conforme MORAES I; (2012). 
Quanto aos diferentes aspectos dos jogos, dos brinquedos e das brincadeiras, 
na educação infantil, eles são descritos da seguinte forma por Teixeira (2010 apud 
MORAES I; 2012): 
 Aspectos físicos: são os componentes de ordem cognitiva, afetiva e 
social que acompanham o ato motor. Neste sentido, Neto (apud 
TEIXEIRA, 2010, p. 54 apud MORAES I; 2012) diz que a criança tem em 
si uma grande necessidade de se movimentar, pois da qualidade do seu 
comportamento motor, vai depender todo o seu processo de 
desenvolvimento. É por essa razão que, dos dois aos sete anos de 
idade, os brinquedos assumem grande importância, já que são, ao 
mesmo tempo, instrumentos de brincadeira e jogo e meios de 
desenvolvimento. 
 De acordo com MORAES I; (2012), pode-se dizer então que as crianças, por 
meio dos jogos, brinquedos e brincadeiras, exercitam seu corpo como um todo, 
conhece seus limites, exploram a realidade e coordenam seus movimentos. Alicia 
Fernàndez, em seu livro “A Inteligência Aprisionada”, afirma que “Desde o princípio 
até o fim, a aprendizagem passa pelo corpo” e acrescenta: 
 
 
15 
 
Uma aprendizagem nova vai integrar a aprendizagem anterior; ainda quando 
aprendemos equações, temos o corpo presente no tipo de numeração e não 
se inclui somente como ato, mas também como prazer; porque está no corpo, 
sua ressonância não pode deixar de ser corporal, porque sem signo corporal 
de prazer, este desaparece (FERNÀNDEZ, 1991, p.59 apud MORAES I; 
2012). 
 Aspectos emocionais: Quando está brincando, a criança tem a 
possibilidade de extravasar suas emoções, reproduzir situações que lhe 
foram traumáticas, expressar seus desejos e suas angústias, assumir 
diversos papéis, reviver, refazer e reorganizar situações indesejadas. É 
o que a Psicanálise chama de função catártica9 da atividade lúdica 
(TEIXEIRA, 2010, p.53 apud MORAES I; 2012). 
A teoria psicanalítica de Freud (apud TEIXEIRA, 2010, p. 55 apud MORAES I; 
2012), representa uma grande contribuição na compreensão dos estudos sobre os 
jogos infantis. No texto “Além do Princípio do Prazer”, Freud anuncia que o brincar é 
a primeira atividade normal da mente, sendo que as crianças reproduzem em seus 
jogos, brinquedos e brincadeiras o que lhes causou maior impressão na vida. Por meio 
das atividades lúdicas, os indivíduos podem romper as barreiras do superego 
estabelecidas pela sociedade, expandindo seus instintos primitivos, sendo que os 
tipos de jogos, brinquedos ou brincadeiras não são tão importantes quanto à situação 
que é reproduzida pela criança. 
Pode-se dizer que a atividade lúdica expressa, sem consciência alguma da 
criança, algumas das fantasias primitivas das relações por ela vivenciadas. De acordo 
com o psicanalista Erik Erikson (apud TEIXEIRA, 2010, p.55 apud MORAES I; 2012), 
o jogo inclui todo o tipo de expressão, como a corporal, ideativa, gráfica, afetiva, 
espacial e verbal. É importante para a análise psicológica a qualidade da relação que 
a criança estabelece com o objeto utilizado como brinquedo. 
 Para Erikson, este tipo de jogo tem forte carga projetiva, sendo que o modo de 
relação com os objetos pode fornecer informações importantes sobre a relação que a 
criança estabelece com os pais e com o mundo à sua volta. Psicologicamente, os 
jogos, os brinquedos e as brincadeiras servem para ajudar a superação dos 
sentimentos de perda e a ansiedade depressiva, típicas da infância, conforme 
MORAES I; (2012). 
 
 
16 
 
A dramatização de papéis dos jogos infantis cumpre pelo menos duas funções, 
assim caracterizadas por Machado (apud TEIXEIRA, 2010, p.56 apud MORAES I; 
2012): possibilita o diagnóstico de um conflito que a criança esteja vivenciando e tem 
uma função curativa, por levar à diminuição da ansiedade, funcionando como uma 
válvula de escape. O autor destaca ainda que, de acordo com os princípios da 
ludoterapia, há brinquedos terapêuticos que tem como base a função catártica, 
buscando aliviar a ansiedade gerada por experiências ameaçadoras. 
 Aspectos socioculturais: Alguns autores como pesquisaram os 
aspectos socioculturais contidos nos jogos infantis, mas coube a Johan 
Huizinga a autoria de um dos mais representativos estudos sobre o jogo 
como expressão cultural. Na obra “Homo Ludens”, cuja primeira edição 
data de 1938, Huizinga afirma que a cultura não “nasce do jogo” como 
um recém-nascido se separa do corpo da mãe. “Ela surge no jogo, e 
enquanto jogo, para nunca mais perder esse caráter”. (HUIZINGA, 2010, 
p.191 apud MORAES I; 2012). O autor define como jogo uma atividade 
voluntária exercida dentro de certos determinados limites de tempo e 
espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente 
obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um 
sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da 
vida cotidiana. O jogo da criança não é equivalente ao jogo para o adulto, 
pois não é uma simples recreação. Quando joga, o adulto se afasta da 
realidade, enquanto a criança, ao brincar/jogar, avança para novas 
etapas de domínio do mundo que a cerca (apud TEIXEIRA, 2010, p. 57 
apud MORAES I; 2012). 
Huizinga conclui que as manifestações lúdicas da cultura estão em decadência 
desde o século XVIII e afirma que o autêntico jogo teria desaparecido da civilização 
atual, existindo apenas um falso jogo. Ele fundamenta essa ideia baseando-se na 
análise do esporte, que apesar de ainda possuir características lúdicas, perdeu parte 
delas, as mais puras, dada a excessiva sistematização a que o sujeitou como 
competição esportiva (apud TEIXEIRA, 2010, p. 57 apud MORAES I; 2012). 
Brougère (2010 apud MORAES I; 2012)em sua obra sobre brinquedo e 
cultura, relata que a brincadeira é uma forma de comportamento social, que 
se destaca do trabalho e do ritmo cotidiano da vida, reconstruindo-os para 
que se possa compreendê-los segundo sua própria lógica, organizada no 
tempo e no espaço. Segundo Brougère (apud TEIXEIRA, 2010, p. 58 apud 
 
17 
 
MORAES I; 2012), uma das possibilidades de utilização do brinquedo é a 
brincadeira, quando a criança tem a possibilidade de conferir ao brinquedo 
novos significados, sem que ele condicione sua ação. Nessa medida, o 
brinquedo é fornecedor de representações manipuláveis. 
Os brinquedos e as brincadeiras são atividades culturalmente pertencentes ao 
ser humano. Para Brougère (2010 apud MORAES I; 2012), a criança está inserida, 
desde o seu nascimento, em um contexto social, e seus comportamentos estão 
impregnados por essa imersão inevitável. Por essas razões, acredito que o brinquedo 
utilizado na escola não deve ser muito diferente daqueles com os quais as crianças 
estão acostumadas a brincar fora do espaço escolar; deve ser algo que elas já 
conheçam que faça parte de sua realidade. 
A escola deve, portanto, resgatar os brinquedos pertencentes à cultura lúdica 
dos alunos e proporcionar ressignificações, mudanças de materiais adaptados, novos 
jogos, novas brincadeiras. O ambiente coletivo permite que essas sejam realizadas 
com sucesso, pois a interações com outras crianças possibilita que culturas sejam 
compartilhadas e novas ideias sejam expostas e apreendidas, conforme MORAES I; 
(2012). 
Assim, na escola, o principal objetivo da utilização de jogos, brinquedos e 
brincadeiras é sugerir ideias, despertar a imaginação e ultrapassar os limites da 
criatividade. Afinal, trata-se da cultura lúdica do aluno, que é compartilhada entre as 
crianças, dentro da esfera real e imaginária vivenciada no momento do brincar. Essa 
diversidade de culturas é encontrada em ambientes que concentram um determinado 
número de crianças e que, além disso, estimulam a brincadeira de forma livre e ao 
mesmo tempo direcionada. Um ambiente importante que pode oferecer essas 
características é, justamente, a escola, conforme MORAES I; (2012). 
3.3 O lúdico e o desenvolvimento infantil 
 O lúdico na concepção de Piaget: 
Segundo Piaget (1998 apud SANTOS L; 2013), o desenvolvimento da criança 
acontece através do lúdico, ela precisa brincar para crescer. Através dele se processa 
a construção do conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-
operatório, quando a linguagem e a representação mental começam a fazer parte da 
vida da criança com maior intensidade, ou seja, a criança começa a fazer e também 
 
18 
 
a compreender. Para Piaget (1978 apud SANTOS L; 2013) as origens das 
manifestações lúdicas acompanham o desenvolvimento cognitivo. Cada etapa do 
desenvolvimento está relacionada a um tipo de atividade lúdica que se sucede da 
mesma maneira para todos os indivíduos. 
Com relação ao jogo, Piaget (1998 apud SANTOS L; 2013) acredita que 
inicialmente tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma 
determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. Em torno dos 
dois a três anos e dos cinco a seis anos, nota-se a ocorrência do jogo 
simbólico/dramático, que satisfazem a necessidade da criança de não somente 
relembrar mentalmente o acontecido, mas, de executar a representação. Na próxima 
fase surgem os jogos de construção e de regras, que são transmitidos socialmente de 
criança para criança. 
O valor do conteúdo de um jogo deve ser considerado em relação ao estágio 
de desenvolvimento em que a criança se encontra, isto é, como a criança adquire 
conhecimento e como raciocina. Brinquedo é tudo que for utilizado para o uso da 
brincadeira, algo que a criança se envolve, emocionalmente, e interage de forma viva 
e real. Através dos objetos as crianças agem, são capazes de estruturarem seu 
espaço, seu tempo, desenvolvem noções de casualidade chegando a representação 
e a lógica, conforme SANTOS L; (2013). 
O jogo, para Piaget (1998 apud SANTOS L; 2013), constitui-se em expressão 
e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam 
assimilam e podem transformar a realidade. Ferramenta que auxilia no processo de 
ensino e aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no 
desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de 
habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de 
decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de 
dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que ocorrem quando 
jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa 
competição. 
 
 
 
 
19 
 
Piaget (1967 apud SANTOS L; 2013), afirma que “o jogo não pode ser visto 
apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o 
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral. ” Através dos objetos as crianças 
agem, são capazes de estruturarem seu espaço, seu tempo, desenvolvem noções de 
casualidade chegando a representação e a lógica. Portanto, o jogo não é 
simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, mas é um instrumento eficaz 
quando utilizado também no ambiente escolar. 
 Piaget (1996, p.173 apud SANTOS L; 2013) considera que “o lúdico é uma 
característica fundamental do ser humano. ” Portanto, não é um comportamento 
herdado, ele é adquirido pelas influências que recebemos no decorrer da nossa vida, 
no contexto social o qual somos inseridos, desde que nascemos. 
 O lúdico na concepção de Vygotsky: 
Vygotsky (1988 apud SANTOS L; 2013), diferentemente de Piaget (1998 apud 
SANTOS L; 2013), considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que 
as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ele não estabelece 
fases para explicar o desenvolvimento, sendo o indivíduo nem ativo nem passivo, mas 
sim interativo. Segundo Vygotsky (1988 apud SANTOS L; 2013), as crianças, ao 
brincarem, constroem a consciência da realidade e, ao mesmo tempo, vivenciam a 
possibilidade de transformá-la. A brincadeira pode ter papel fundamental no seu 
desenvolvimento, onde o aprendizado se dá por interações, o jogo lúdico e o jogo de 
papeis, como brincar de “mamãe” e “filhinha”. O lúdico cria condições para que 
determinados conhecimentos e/ou valores sejam consolidados ao exercitar no plano 
imaginativo – capacidades de imaginar situações, representar, seguir regras de 
conduta de sua cultura e outros. 
Assim, a criança se projeta no mundo dos adultos, ensaiando atividades, 
comportamentos e hábitos nos quais ainda não está preparada para tal, mas que na 
brincadeira permite com que sejam criados processos de desenvolvimento, 
internalizando o real e promovendo o desenvolvimento cognitivo, conforme SANTOS 
L; (2013). 
De acordo com Vygotsky (1993 apud SANTOS L; 2013), na brincadeira a 
criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida 
real. Além disso, a brincadeira fornece ampla estrutura para mudanças das 
necessidades e da consciência, pois nela as crianças ressignificam o que 
vivem e sentem. (VYGOTSKY, 1993, p.10 apud SANTOS L; 2013). 
 
20 
 
O ato de brincar é de suma importância na constituição do pensamento infantil, 
pois é no brincar, no jogar que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, 
tátil e motor. Ou seja, por meio das brincadeiras as crianças podem manifestar certas 
habilidades que não seriam esperadas para a sua idade. Afirma Vygotsky (1998 apud 
SANTOS L; 2013), que a partir dessa manifestação de habilidades cria-se o conceito 
de “zona de desenvolvimento proximal” que consiste na distância entre aquilo que a 
criança consegue e sabe fazer sem o auxílio de um adulto (desenvolvimento real) e o 
que é capaz de realizar com a ajuda de um adulto ou uma criança mais velha 
(desenvolvimentopotencial), conseguindo depois realizar sozinha. 
O brinquedo cria na criança uma zona de desenvolvimento proximal, que é 
por ele definida como a distância entre o nível de desenvolvimento real, que 
se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o 
nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de 
problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com 
companheiros mais capazes (VYGOTSKY, 1998, p. 112 apud SANTOS L; 
2013). 
Dessa forma, o nível de desenvolvimento real refere-se a tudo aquilo que a 
criança já tem consolidado em seu desenvolvimento, e que ela é capaz de realizar 
sozinha sem a interferência de um adulto ou de uma criança mais experiente. Já a 
“zona de desenvolvimento proximal” refere-se aos processos mentais que estão em 
construção na criança, ou que ainda não amadureceram. A “zona de desenvolvimento 
proximal” é, pois, um domínio psicológico em constantes transformações, aquilo que 
a criança é capaz de fazer com a ajuda de alguém hoje, ela conseguirá fazer sozinha 
amanhã, conforme SANTOS L; (2013). 
É nesse sentido que a brincadeira pode ser considerada um excelente recurso 
a ser usado quando a criança chega na escola, por ser parte essencial de sua 
natureza, podendo favorecer tanto aqueles processos que estão em formação, como 
outros que serão completados, conforme SANTOS L; (2013). 
Sobre o desenvolvimento da criança, Vygotsky (1979) afirma que no 
desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de primeira 
importância. Põe em evidência as qualidades especificamente humanas do 
cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. A 
criança fará amanhã sozinha aquilo que hoje é capaz de fazer em 
cooperação. Por conseguinte, o único tipo correto de pedagogia é aquele que 
segue em avanço relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por 
objetivo não as funções maduras, mas as funções em vias de maturação 
(Vygotsky, 1979, p. 91 apud SANTOS L; 2013). 
 
21 
 
Contudo, não é a espontaneidade do jogo que o torna uma atividade importante 
para o desenvolvimento da criança, mas sim, o exercício no plano da imaginação da 
capacidade de planejar, imaginar situações diversas, representar papeis e situações 
do cotidiano, como o caráter social das situações lúdicas, os seus conteúdos e as 
regras inerentes à cada situação, conforme SANTOS L; (2013). 
Vygotsky (1999 apud SANTOS L; 2013), caracteriza o brincar da criança como 
imaginação em ação, afirmando que a imaginação é um dos elementos fundamentais 
das brincadeiras e jogos. O brinquedo que comporta uma situação imaginária também 
comporta uma regra relacionada com o que está sendo representado. Assim, quando 
uma criança brinca de médico, busca agir de forma muito próxima daquele que ela 
observou no contexto real. A criança cria e se submete às regras do jogo ao 
representar diferentes papeis. 
 O lúdico na concepção de Wallon: 
Segundo Wallon (1981 apud SANTOS L; 2013), o fator mais importante para a 
formação da personalidade não é o meio físico, mas sim o social. Destaca o 
emocional, o afetivo e elege a afetividade como algo intimamente ligada a motricidade, 
como desencadeadora da ação e do desenvolvimento da ação e do desenvolvimento 
psicológico da criança. Através do seu corpo e de sua projeção motora, a criança 
estabelece a primeira comunicação (diálogo tônico) com o meio, apoio fundamental 
do desenvolvimento da linguagem. Ou seja, a motricidade é ligada as emoções, que 
leva a representação e que, simultaneamente, precede a construção da ação, na 
medida em que significa um investimento, em relação ao mundo exterior. 
Na concepção de Wallon (1934 apud SANTOS L; 2013), infantil é sinônimo de 
lúdico. Toda atividade da criança é lúdica, no sentido que se exerce por si mesma 
antes de poder integrar-se em um projeto de ação mais extensivo que a subordine e 
a transforme em meio. A personalidade humana é um processo de construção 
progressivo, onde se realiza a integração de duas funções principais: a afetividade, 
vinculada à sensibilidade interna e orientada pelo social e a inteligência, vinculada às 
sensibilidades externas, orientada para o mundo físico, para a construção do objeto. 
Ao classificar os jogos infantis, Wallon (1981 apud SANTOS L; 2013), 
apresenta quatro categorias de jogos: 
 Jogos funcionais: caracterizam-se por movimentos simples de 
exploração do corpo, através dos sentidos, conforme SANTOS L; (2013). 
 
22 
 
 Jogos de ficção: atividades lúdicas caracterizadas pela ênfase no faz-
de-conta, na presença da situação imaginária, conforme SANTOS L; 
(2013). 
 Jogos de aquisição: inicia desde que o bebê, “todo olhos, todo 
ouvidos”, como descreve Wallon, se empenha para compreender, 
conhecer, imitar canções, gestos, sons, imagens e histórias, conforme 
SANTOS L; (2013). 
 Jogos de fabricação: jogos onde a criança se entretém com atividades 
manuais de criar, combinar, juntar e transformar objetos, conforme 
SANTOS L; (2013). 
 
 O lúdico na concepção de Friedrich Froebel: 
Froebel foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo, a atividade lúdica, a 
apreender o significado da família nas relações humanas. Em 1840, Froebel funda o 
primeiro “jardim de infância, para crianças menores de seis anos de idade, constituído 
por um centro de jogos organizado segundo suas concepções. O educador 
comparava as crianças às plantinhas e os professores aos jardineiros, conforme 
SANTOS L; (2013). 
Seu propósito residia em guiar, orientar e cultivar nas crianças suas 
tendências divinas, sua essência humana através do jogo, das ocupações e 
das atividades livres, tal como Deus faz com as plantas da natureza (ARCE, 
2002, p. 67 apud SANTOS L; 2013). 
A criança, segundo Froebel, citado por (ARCE, 2002, p. 59 apud SANTOS L; 
2013) trazia em si a semente divina de tudo o que há de melhor no ser humano. Cabia 
à educação desenvolver esse germe e não deixar que se perdesse. O jogo seria o 
trabalho na educação da criança e os brinquedos criados para esse fim foram 
denominados de “dons”. 
Ele assim os chamava porque acreditava que seriam uma espécie de presentes 
dados as crianças, ferramentas para ajudá-las a descobrirem seus próprios dons, 
descobrir o que Deus havia dado a cada uma delas. Todos os dons eram chamados 
por Froebel de ocupações, “[...] que nada mais são do que jogos nos quais a criança 
simula atividades do seu dia-a-dia, ou complementa através das artes plásticas as 
criações feitas com os dons. ” (ARCE, 2002, p.65 apud SANTOS L; 2013). 
 
23 
 
Em seu Livro “A Educação do Homem”, afirma que “[...] a representação livre e 
espontânea do divino no homem dá-se através da vida do homem, o que como vimos, 
é o objetivo último e a razão de toda educação, tanto quanto o destino último do 
homem”. (FROEBEL, 1887, P.10 apud SANTOS L; 2013). Segundo ele, a educação 
da criança se dava gradativamente, através de três tipos de operações: a ação, o jogo 
e o trabalho. Os materiais eram sistematizados para as crianças de expressarem: 
blocos de construção que eram utilizados pelas crianças para atividades criativas, 
papel, papelão, argila, etc. 
Sua teoria valorizava também a utilização de contos e fábulas, assim como as 
excursões e o contato com a natureza. A criança se expressaria através das atividades 
de percepção sensorial, da linguagem e do brinquedo e as atividades e o material 
escolar eram determinados principalmente para tirar o máximo de proveito educativo 
da atividade lúdica, conforme SANTOS L; (2013). 
3.4 A importância do lúdico na prática pedagógica na educação infantil 
A educação lúdica, na sua essência, além de contribuir e influenciar na 
formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um 
enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática 
democrática enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática 
exige a participaçãofranca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e 
tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio 
(ALMEIDA, 1994, P.41 apud ZANATA N; 2016). 
O Lúdico é uma importante ferramenta na construção da aprendizagem. É 
através da exploração que a criança expande seus pensamentos e aprendizados, 
adjunto à observação e investigação do mundo. Quanto mais a criança explora as 
coisas do mundo, mais ela é capaz de relacionar fatos e ideias, tirar conclusões, ou 
seja, mais ela é capaz de pensar e compreender. A criança processa o conhecimento 
através da exploração concreta do elemento. Ou seja, a criança absorve qualquer tipo 
de informação, contribuindo assim para uma maior carga de experiências e 
conhecimentos para seu desenvolvimento cognitivo, conforme ZANATA N; (2016). 
 
 
24 
 
De acordo com Hermida (2008, p. 92 apud ZANATA N; 2016), a escola 
apresenta-se como um espaço propício a essas atividades e a sala de aula o meio 
para efetivação desse direito, em que o professor exerce um papel de mediador, 
ajudando a criança a construir e ampliar o conhecimento, usando o lúdico como 
importante instrumento na elaboração de situações significativas de aprendizagem, 
para que ao brincar o aluno tenha oportunidade de aprender. Piaget (1975, p. 22 apud 
ZANATA N; 2016) diz que: 
Nas brincadeiras a criança desenvolve a criatividade através do faz-de-conta e 
trabalha o que tem de mais sério, necessário e vital, para o crescimento e o 
desenvolvimento da personalidade e da vida. Na medida em que favorece o processo 
da criança, o brincar enriquece os espaços de aprendizagem. Assim sendo, o 
professor precisa privilegiar um ambiente distinto, preparado para promover a 
realização de jogos, brincadeiras, jogos, músicas, leitura infantil, parlendas, 
quadrinhos, teatros de bonecos de pano e assim despertar a emoção e o imaginário, 
conforme ZANATA N; (2016). 
Desta forma temos que procurar refletir e assim nos livrar de uma concepção 
muito arraigada nos professores de que o brincar no contexto escola, é somente para 
deixar o ambiente agradável, ou como um passatempo para a rotina escolar do 
educando da educação infantil. O professor deve entender que o brincar é mais do 
que isso, uma vez que pode contribuir para o desenvolvimento integral da criança, 
porque através das brincadeiras o aluno constrói um novo repertório de informações, 
além de proporcioná-los a uma interação prática com o meio social no qual está 
inserido. Assim, o brincar no contexto escolar deve ser encarado como uma realidade 
educacional, conforme ZANATA N; (2016). 
De acordo com os RCNEI (1988 apud ZANATA N; 2016) nas brincadeiras as 
crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos 
gerais com os quais brinca. Ao brincar ela assume um determinado papel numa 
brincadeira, e isso provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma 
experiência vivida na família ou em outros ambientes, sendo de grande 
enriquecimento para a sua aprendizagem na medida em que pensa, cria e desenvolve 
novas experiências a partir de outras já vividas. 
 
 
25 
 
É muito importante para o educador que trabalha com as crianças da Educação 
Infantil, vivenciar, através da expressividade, o seu corpo e sua ludicidade, pois, desta 
forma, terá maiores chances de alcançar um bom relacionamento com a criança. 
Sendo que essa vivencia poderá permitir ao educador perceber suas possibilidades e 
limitações em termos corporais, desbloqueando resistências e obtendo uma visão 
mais clara sobre a importância do movimento do corpo na vida da criança, conforme 
ZANATA N; (2016). 
3.5 A relação entre a ludicidade e aprendizado 
 De acordo com MENEZES R; (2019), nos dias atuais é muito difícil falar em 
educação sem mencionar a palavra ludicidade, uma vez que ambas estão interligadas 
uma com a outra e pelo fato de se fazer presente no dia a dia no âmbito escolar pois 
sabe-se que o lúdico contribui de forma significativa como as percepções psicológicas 
e pedagógicas do desenvolvimento de uma criança. Dessa forma as atividades lúdicas 
ajudam a vivenciar fatos e favorecer aspectos do cognitivo do aluno. Brincadeiras e 
jogos podem e devem ser utilizados como uma ferramenta importante para o auxílio 
do ensino aprendizagem bem como para que se estruturem os conceitos de interação 
e cooperação. Mediante isto, 
A ludicidade na educação possibilita situações de aprendizagem que 
contribuem para o desenvolvimento integral da criança, mas deve haver uma 
dosagem entre a utilização do lúdico instrumental, isto é, a brincadeira com a 
finalidade de atingir objetivos escolares, e também a forma de brincar 
espontaneamente, envolvendo o prazer e o entretenimento, neste último, o 
lúdico essencial. (MARIA, e tall (2009, p. 4 apud MENEZES R; 2019). 
Diante disso, é possível destacar que através das brincadeiras a criança pode 
expressar seus sentimentos, dúvidas e alegria, descobrir as regras do jogo, as 
emoções, sentimentos e novos conhecimentos; e principalmente o contato com outras 
crianças faz com que a própria criança possa viver melhor socialmente, ou seja, a 
brincadeira possibilita situações imaginárias e faz com que acriança siga regras, pois 
cada faz de conta supõem comportamentos próprios da situação, conforme 
MENEZES R; (2019). 
 
 
 
26 
 
Quanto o educador planeja sua aula, é necessário ter como ponto de partida a 
realidade, os interesses e as necessidades de cada criança, portanto, faz-se 
necessário que o professor se conscientize de que ao desenvolver o conteúdo 
programático, por intermédio do ato de brincar, não significa que está ocorrendo um 
descaso ou falta de planejamento com a aprendizagem do conteúdo formal. Quando 
o conhecimento é construído através do lúdico a criança aprende de maneira mais 
fácil e divertida, estimulando a criatividade, a autoconfiança, a autonomia e a 
curiosidade, pois faz parte do seu contexto naquele momento o brincar e jogar, 
garantindo uma maturação na aquisição de novos conhecimentos, conforme 
MENEZES R; (2019). 
É importante que as crianças se expressem ludicamente deixando aflorar sua 
criatividade, frustrações, sonhos e fantasias, para aprender agir e lidar com seus 
pensamentos e sentimentos de forma espontânea. No entanto, a ludicidade não é 
apenas entretenimento, ou um brincar por brincar é algo que deve ser trabalhado pelo 
educador. As atividades lúdicas podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer 
outra atividade que permita tentar uma situação de interação. Porém, mais importante 
do que o tipo de atividade lúdica é a forma como é dirigida e como é vivenciada, e o 
porquê de estar sendo realizada no ambiente escolar, conforme MENEZES R; (2019). 
Toda criança que participa de atividades lúdicas, adquire novos conhecimentos 
e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, que gera um forte interesse 
em aprender e garante o prazer. Na educação infantil, por meio das atividades lúdicas 
a criança brinca, joga e se diverte. Ela também age, sente, pensa, aprende e se 
desenvolve. Como ressalta Barata (1995, p. 09 apud MENEZES R; 2019): 
É pela brincadeira que a criança passa a conhecer a si mesma, as pessoas 
que a cercam, as relações entre as pessoas e os papeis que as elas 
assumem; - é através dos jogos que ela aprende sobre a natureza e os 
eventos sociais, a dinâmica interna e a estrutura do seu grupo; as 
brincadeiras e os jogos tornam-se recursos didáticos de grande aplicação e 
valor no processo ensino aprendizagem. (BARATA, 1995, p. 09 apud 
MENEZES R; 2019). 
Portanto, o jogo não é somente um divertimento ou uma recreação, mas são 
atividades naturais que satisfazem a atividade humana, e é necessário seu uso dentro 
da sala de aula, desde que sejam utilizados com devidos objetivos. Para compreender 
o significado da atividade lúdica na vida da criança, é necessário que se considere a 
totalidade dos aspectosenvolvidos: preparação para a vida, prazer de atua livremente, 
 
27 
 
possibilidade de repetir experiências e realizações simbólicas. A ludicidade é, então, 
uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas 
como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o 
desenvolvimento pessoal e social do ser humano, conforme MENEZES R; (2019). 
Por conseguinte, Santos (2010, p. 10 apud MENEZES R; 2019) afirma que “o 
lúdico poderá ser usado pelos educadores como forma de provocar uma 
aprendizagem mais prazerosa e significativa, pois é por meio de jogos e brincadeiras 
que ocorrerá o desenvolvimento integral e a potencialidade das crianças”. O lúdico 
auxilia na socialização das crianças umas com as outras, e o professor deve estar 
atento a todos os tipos de mudanças no mundo dos alunos para que possa 
acompanhá-los de forma ativa. 
Desta forma, o docente que é o agente direto da educação, ao adaptar suas 
aulas de acordo com o mundo de hoje, facilitando assim, o processo de ensino 
aprendizagem da criança, através do lúdico, aprende muito mais do que ficar quatro 
horas apenas escrevendo do quadro os só desenhando. Através da ludicidade, a 
criança poderá ter a capacidade de brincar e fantasiar o mundo dela. Friedman (2001, 
p. 55 apud MENEZES R; 2019) diz que “A aprendizagem depende grande parte da 
motivação: as necessidades e os interesses da criança são mais importantes que 
qualquer outra razão para que ela se ligue a uma atividade”. 
Neste sentido, o educador que utiliza a ludicidade como aliada em seu trabalho 
atinge mais facilmente os alunos na elevação ao conhecimento, por esse motivo, o 
educador precisa ser amante do seu trabalho, pois neste percurso encontrará crianças 
com vontade de aprender mais e mais. Para Szymanski (2006 apud MENEZES R; 
2019), ao trabalhar com o lúdico partindo de ações pedagógicas que valorizam jogos, 
brinquedos, histórias infantis, música e poesia, para que as crianças desenvolvam a 
representação simbólica, são fundamentais no processo de aprendizagem. 
As histórias, músicas e poesias infantis trazem um grande leque de 
possibilidades para utilizar o lúdico em sala de aula, onde as crianças poderão 
interpretar, dançar, declamar, mostrando suas habilidades que ainda não foram 
detectadas pelo professor em uma aula “normal”, criando novas possibilidades de 
conhecimentos pertinentes para o aprendizado da criança, conforme MENEZES R; 
(2019). 
 
28 
 
De acordo com Luckesi (2005 apud MENEZES R; 2019), para que a 
aprendizagem ocorra deve haver a apreensão dos conteúdos expressados 
relacionando-os às experiências anteriores vivenciadas pelos alunos, permitindo a 
formulação de problemas que incentivem o aprender mais, o estabelecimento de 
relações entre fatos, objetos, acontecimentos, noções e conceitos, desencadeando 
mudanças e contribuindo para a utilização do que é aprendido em diferentes 
situações. 
Assim, sendo a aprendizagem significativa, critérios avaliativos decorrerão de 
objetivos claros acerca de conteúdos que são efetivamente relevantes dentro de cada 
disciplina, “a partir dos mínimos necessários para que cada um possa participar 
democraticamente da vida social”. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997 apud 
MENEZES R; 2019), assegura que o educador tem ampla responsabilidade em estar 
bem informado sobre a pedagogia do brincar em sala de aula, desde que sejam 
oferecidas atividades lúdicas de alta qualidade, pois ele é o responsável pelo avanço 
do processo de ensino aprendizagem. 
Cabe a ele desenvolver novas práticas educativas que permitam as crianças 
um maior aprendizado. “A participação em jogos representa uma conquista cognitiva, 
emocional, moral e social para a criança e um estímulo para o desenvolvimento do 
seu raciocínio lógico”, conforme MENEZES R; (2019). 
É que a ludicidade movimenta todos os aspectos da criança e do ser humano. 
Todos sempre têm suas brincadeiras preferidas, a ponto de amar e se doar para que 
tenha sucessos; pois o que dá e proporciona o prazer, sempre é desenvolvido com 
fascinação, alegria e magia. A ludicidade é a linguagem da criança, brincar é a 
maneira pela qual ela se expressa. Sem o lúdico, com jogos e brincadeiras, a escola 
pode ser considerada pelas crianças como um lugar desmotivador, por não 
corresponder às suas formas de expressão. Assim, tem- se um elemento parara 
formação da criança em todos os aspectos da educação, conforme MENEZES R; 
(2019). 
A ludicidade traz para a criança um desenvolvimento integral, não apenas em 
aspectos cognitivos, mas a criança como um todo, um indivíduo. O que percebemos 
é que a ludicidade na prática pedagógica faz-se necessária, pois é por meio dela que 
o aluno pode compreender de forma mais fácil o que se quer ser ensinado, muitas 
vezes ainda, aprende sem perceber que está aprendendo, a motivação e o interesse 
 
29 
 
em aprender não vem dos conteúdos, mas a forma que eles são mediados no 
processo de ensino e aprendizagem, conforme MENEZES R; (2019). 
Aprendizagem significativa é o processo que se dá entre a composição 
antecipada de conteúdos estudados ou absorvidos anteriormente e que 
influenciam na maneira de recebimento dos conteúdos novos. Estes, por sua 
vez, passam a influenciar as antigas informações, tornando a aprendizagem 
cognitiva, ou seja, a integração do conteúdo aprendido numa estrutura mental 
ordenada. Segundo Moreira (2001 apud MENEZES R; 2019). Há no 
processo, uma interação cujo resultado modifica tanto a nova informação, que 
passa então a ter significado, como o conhecimento específico já existente, 
relevante, na estrutura cognitiva do indivíduo sujeito da aprendizagem. 
Sendo assim, compreende-se que as práticas educativas lúdicas favorecem o 
processo de ensino-aprendizagem, proporciona a criança um rendimento maior na 
educação e a sua interação de forma espontânea. Diante do contexto da 
aprendizagem, a ludicidade torna-se uma ferramenta de grande importância na 
construção do conhecimento. Portanto, verifica- seque o ato de brincar é algo 
espontâneo da criança e por esse motivo a prática educativa lúdica surge como uma 
peça fundamental de mediação ao processo de ensino, no qual o seu 
desenvolvimento torna-se importante para a construção e interação social do aluno 
com o meio e fortalece as relações interpessoais, necessárias para o bem-estar entre 
grupos e segmentos sociais, conforme MENEZES R; (2019). 
4 JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA 
 
Fonte: ionaramorais.com.br 
 
30 
 
A brincadeira como atividade da infância é uma forma pelo qual as crianças 
começam a aprender, desenvolver a imaginação, a imitação. Jogo: ação de jogar, 
folguedo, brinco, divertimento. Seguem-se alguns exemplos: jogo de azar, jogo de 
empurra. Brinquedo: objeto destinado a divertir uma criança. Brincadeira: ação de 
brincar, divertimento, gracejo, zombaria, festinha entre os amigos e parentes. A 
ambiguidade entre os termos se consolida com o uso que as pessoas fazem deles. 
(BERTOLDO, 2000, p. 10 apud KLEIN F; 2016). 
O lúdico se apresenta de diversas formas, como o jogo, o brinquedo e a 
brincadeira e considerado como ferramentas relevantes para o desenvolvimento das 
crianças. Para Miranda (2001, p. 30 apud KLEIN F; 2016): ’’ O jogo pressupõe uma 
regra, o brinquedo é um objeto manipulável e a brincadeira, nada mais que o ato de 
brincar com o brinquedo ou mesmo com o jogo... [...]. Percebe-se, pois que o jogo, 
brinquedo e a brincadeira têm conceitos distintos, todavia estão imbricados ao passo 
que o lúdico abarca todos eles’’. 
Huizinga (2005 p. 33 apud KLEIN F; 2016) “define o jogo como uma atividade 
ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos limites de tempo e de espaço, 
seguindo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotadas de 
um fim em si mesma, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma 
consciência de ser diferente davida cotidiana”. 
O brincar sem regras como o jogo representa a realidade da criança como 
brincar de boneca e carrinho, representando seu mundo imaginário. O brinquedo pode 
ser considerado como um suporte da brincadeira, representado como objeto. “O 
brinquedo, como objeto, dá à brincadeira uma representação. Ele traz imagens que a 
farão dar sentido à brincadeira, traduzindo o real ou imaginário. A brincadeira pode 
ser considerada como uma forma de interpretação dos significados contidos no 
brinquedo”. (BROUGERE, 2004, p.08 apud KLEIN F; 2016). 
A brincadeira torna-se um espaço de interação onde pode acontecer o 
confronto de diferentes crianças com pontos de vista diferentes. Exerce uma função 
social no processo de socialização da criança, conforme KLEIN F; (2016). 
Kishimoto, (2003, p.07 apud KLEIN F; 2016) aponta o brinquedo como objeto, 
suporte de brincadeira, quer seja concreto ou ideológico, concebido ou 
simplesmente utilizado como tal ou mesmo puramente fortuito. Diz ele que 
esta definição, bastante completa, incorpora não só brinquedos criados pelo 
mundo adulto, concebidos especialmente para brincadeiras infantis, como os 
que a própria criança produz a partir de qualquer material ou investe de 
sentido lúdico. Então, qualquer objeto pode servir como brinquedo, desde que 
 
31 
 
a criança atribua um significado a ele. Esse significado só servirá para o 
objeto enquanto durar a brincadeira. Além de objeto representativo, o 
brinquedo também exerce uma função social, perante a criança. Essa relação 
entre criança e objeto o inscreve no processo de socialização. 
A criança aprende por meio de imagens e formas como os objetos 
representados através da manipulação dos brinquedos, aguçando a imaginação. 
Segundo Silva (2004, p. 25 apud KLEIN F; 2016), pode-se dizer também que “o 
brinquedo é uma produção cultural da criança: no momento da brincadeira, a criança 
faz de qualquer objeto seu brinquedo, ela o cria e recria de acordo com sua 
imaginação, com sua brincadeira e contexto”. 
Os brinquedos são mediadores das brincadeiras quando inseridos como um 
recurso didático no ensino. A criança interagindo com os brinquedos, com os objetos 
constrói relações a respeito do mundo em que vive e com os demais, conforme KLEIN 
F; (2016). 
Brincadeira é o lúdico em ação, é a ação expressa por meio do jogo ou do 
brinquedo, entretanto, este fato não é via de regra, não são fatores 
determinantes para tal ação. O ato de brincar pode ser conduzido 
independentemente de tempo, espaço, ou de objetos, fato que na brincadeira 
a criança cria, recria, inventa e usa sua imaginação. A brincadeira é uma 
linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é “não 
brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto 
implica que aquele que brinca tenha domínio da linguagem simbólica. Isto 
quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a 
brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-
se. Nesse sentido para brincar é preciso apropriar-se de elementos da 
realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa 
peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a 
imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação 
transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade 
anteriormente vivenciada. (BRASIL, RCNEI, v.1, p.27 apud KLEIN F; 2016). 
Brincar é uma atividade natural e um meio de expressão. A brincadeira é uma 
atividade que pode ser realizada individual ou coletivamente, é a ação do brincar. “Os 
jogos educativos com fins pedagógicos revelam a sua importância em situações de 
ensino-aprendizagem ao aumentar a construção do conhecimento, introduzindo 
propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade da iniciação e ação ativa e 
motivadora, possibilitando o acesso da criança a vários tipos de conhecimento e 
habilidades”. (SALOMÃO, 2007, p.8 apud KLEIN F; 2016). 
 
 
 
32 
 
Brincar é a forma que as crianças usam para se manifestar, descobrir o mundo 
e interagir com o outro, sendo fundamental para o desenvolvimento de habilidades e 
potencialidades. Jogos, brinquedos e brincadeiras são ferramentas importantes no 
processo de ensino aprendizagem, conforme KLEIN F; (2016). 
4.1 A presença dos jogos na educação infantil 
Jogo é um termo do latim “jocus” que significa gracejo, brincadeira, 
divertimento. O jogo é uma atividade física ou intelectual definida por um conjunto de 
regras e depende de um campo de jogadores. Os jogos são tão antigos quanto o 
homem e está presente em nossas vidas desde a infância. Por isso, os jogos sempre 
estiveram ligados à vida social, da mesma forma que diversas outras manifestações 
culturais ligadas ao homem, podendo ser este um espelho de uma cultura e uma 
sociedade, conforme BANDEIRA P; et al., (2015). 
Porém, os jogos não são apenas manifestações da vida social de um 
determinado povo. O jogo é algo vivo, dinâmico e transformador, pois através 
dele temos a possibilidade de ensinar e aprender. Nesse sentido, Friedmann 
expõe que [...] acredito no jogo como uma atividade dinâmica, que se 
transforma de um contexto para outro, de um grupo para outro: daí a sua 
riqueza. Essa qualidade de transformação dos contextos das brincadeiras 
não pode ser ignorada. (FRIEDMANN, 1996, p.20 apud BANDEIRA P; et al., 
2015). 
Quando Friedmann diz isso, quer dizer que o jogo pode ser utilizado de diversas 
formas por sua dinamicidade e que cada educador tem sua maneira de proceder em 
cada situação. Ressalta-se que ao usar o jogo na educação infantil é muito importante 
destacar sua qualidade, tendo em seus dobramentos para o processo de ensino-
aprendizagem. Como já visto o jogo contribui para o processo de desenvolvimento da 
criança na educação infantil e por isso ele deve ser um elemento importante, pois 
contribui para a construção do conhecimento de forma descontraída, conforme 
BANDEIRA P; et al., (2015). 
A prática pedagógica voltada para o lúdico, ou seja, com os jogos, favorece a 
mesma, pois enriquecem as atividades realizadas, facilitando o envolvimento das 
crianças e permite que elas explorem de forma mais abrangente as informações que 
lhes são necessárias. No entanto, a criança tem de explorar o mundo que a cerca 
extraindo delas informações necessárias. Nesse processo, o professor deve intervir e 
 
33 
 
proporcionar situações enriquecedoras para construção de conhecimentos, conforme 
BANDEIRA P; et al., (2015). 
Quando o professor utiliza o jogo em sala de aula, este deve objetivar a 
superação das dificuldades que as crianças possuem. A construção de conceitos pode 
advir, simplesmente quando o professor permite que as crianças possam manusear 
um jogo de forma livre. Neste contexto, Silva entende que, ensinar por meio de jogos 
é um caminho para o educador desenvolver aulas mais interessantes, descontraídas 
e dinâmicas, podendo competir em igualdade de condições com os inúmeros recursos 
a que o aluno tem acesso fora da escola, despertando ou estimulando sua vontade 
de frequentar com assiduidade a sala de aula e incentivando seu desenvolvimento no 
processo de ensino e aprendizagem, já que aprende e se diverte, simultaneamente. 
(SILVA, 2004, p.26 apud BANDEIRA P; et al., 2015). 
O “ensinar” na educação infantil deve, por meios dos jogos, estimular o 
interesse das crianças a aprender. É assim que deve ser a educação, um espaço onde 
as crianças são estimuladas e se desenvolver nos aspectos cognitivo, social, lógico 
dentre outros. O jogo ajuda a despertar o interesse da criança, isto acontece à medida 
que estas são desafiadas pelas regras impostas por situações imaginárias, 
desenvolvendo também o pensamento abstrato, conforme BANDEIRA P; et al., 
(2015). 
Para Piaget (1973 apud BANDEIRA P; et al., 2015), os jogos não são apenas 
uma forma de alívio ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios 
quecontribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Azevedo (1993 apud 
BANDEIRA P; et al., 2015) destaca que ao jogar as crianças precisam observar 
sempre a opinião dos outros, isto faz com que o egocentrismo seja substituído pela 
reciprocidade, tanto socialmente como cognitivamente. 
Por isso a criança que tem a possibilidade de jogar, se prepara melhor para as 
atividades. Sendo assim, é importante que a creche compreenda essa necessidade e 
insira o jogo no desenvolvimento das atividades preparando as crianças para a vida. 
Contudo, compreende-se a necessidade que as crianças têm de interagir de forma 
significante para que desenvolvam sua curiosidade construindo ou inventando os seus 
conhecimentos, caso contrário os jogos poderão ser vistos como simples divertimento 
ou brincadeira. Entretanto, os jogos são mais que isso, uma vez que auxiliam o 
 
34 
 
desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo, social e moral e estão divididos em dois 
grupos: os jogos simbólicos e jogos de regras, conforme BANDEIRA P; et al., (2015). 
Os jogos simbólicos surgem na última fase do período sensório-motor, a partir 
do segundo ano de vida, eles representam objetos ausentes, é um ato de faz de conta, 
aquilo que na realidade não foi possível, é uma própria expressão da cultura lúdica na 
infância, se manifesta através de uma expressão afetiva que seria o gesto corporal, a 
fim de que seu pensamento e sua imaginação fluam. Conforme Sarmento (2002 apud 
BANDEIRA P; et al., 2015): 
[...] as crianças desenvolvem a sua imaginação sistematicamente a partir do 
que observam, experimentam, ouvem e interpretam da sua experiência vital, 
ao mesmo tempo que as situações que imaginam lhes permitem 
compreender o que observam, interpretando novas situações e experiências 
de modo fantasista, até incorporarem como experiência vivida e interpretada. 
(SARMENTO, 2002, p.12 apud BANDEIRA P; et al., 2015). 
O jogo simbólico é uma expressão do pensamento artístico da criança, 
possibilitando capacidades tanto em imaginar as transformações do mundo físico, 
quanto em imaginar sensações, necessidades e emoções da realidade em que vive. 
Os jogos de regras dependem de um campo e de jogadores, que conferem um maior 
grau de objetividade, representam normas que as pessoas submetem para viver em 
sociedade, sendo assim imposta pelo grupo, é estruturado pelo seu caráter coletivo, 
conforme BANDEIRA P; et al., (2015). 
Segundo Wallon, citado por Azevedo (1993 apud BANDEIRA P; et al., 2015), 
os jogos necessitam de regras, uma vez que podem desviar as crianças à monotonia 
da repetição. Ressalva, ainda, que as regras existem porque oferecem enigmas 
extraídos da própria função do jogo. Os jogos são, portanto, uma das contribuições 
necessárias para educação infantil, carregados de influência para a formação de 
identidade, a interação e a diferenciação pessoal. Diferente dos jogos, os brinquedos 
são instrumentos que ajudam na interação e representação da criança, que podem 
apoiar no momento das brincadeiras e dos jogos. 
 Como é que os jogos aparecem na escola? 
Foram muitos os educadores que reconheceram que o lúdico tinha um valor 
formativo. De entre eles, podemos destacar Froebel, Montessori, Pestalozzi, Rosseau, 
Comenius, Decroly, Vygostky e Piaget. Todos estes teóricos da educação defenderam 
a ideia que o lúdico podia ser uma ferramenta para o processo ensino-aprendizagem 
das crianças, conforme BARANITA I; (2012). 
 
35 
 
No entanto, segundo Retondar (2007 apud BARANITA I; 2012) só a partir do 
movimento da Escola Nova é que se difundiu a ideia de aplicar o jogo na sala de aula. 
Comenius, na sua obra, Didática Magna, apresentou uma concepção de educação 
que defendia que a aprendizagem se dava através da ação. Na sua teoria considerava 
que a infância era um período de grande desenvolvimento e, como tal, aconselhava 
os jogos. 
Já no século XVIII, outros dois grandes teóricos da educação, Rosseau e 
Pestalizzi, analisaram a contribuição do lúdico no processo da formação da criança. 
Segundo Haigh (2011 apud BARANITA I; 2012), ele reconhece a importância dos 
jogos como sendo ferramentas educacionais eficazes, pois para além de exercitar os 
sentidos, o corpo a as suas habilidades, estes também ajudavam nas relações sociais. 
Para este autor, o ato de educar deveria basear-se nas necessidades das crianças e 
nos conhecimentos que estas já possuíssem. Deste modo, a melhor forma para o 
alcançar era por meio do jogo, onde as crianças de uma forma espontânea 
demonstravam os seus conhecimentos, interesses e necessidades. 
Cabe também destacar o trabalho de Froebel que atribuiu um papel importante 
ao jogo no trabalho pedagógico. Segundo o mesmo autor, Haigh (2011), “Froebel pôs 
em prática a teoria do valor educativo do jogo, principalmente no jardim de infância e 
para isso elaborou um currículo centrado em jogos para o desenvolvimento da 
percepção sensorial, da expressão…” Este teórico acreditava que a criança 
desenvolvia-se através do contato direto com brinquedos e objetos, isto é, agindo e, 
não apenas a escutar e a olhar. Tendo esta preocupação, criou pequenos objetos 
geométricos como os cilindros e os cubos. Na sua opinião, o educador deveria brincar 
com as crianças interagir com as elas, fortalecendo assim a relação criança – adulto 
e, encorajá-las a explorar o meio envolvente, conforme BARANITA I; (2012). 
Focando a metodologia de Decroly, também defendia que o lúdico era uma 
forma para chamar à atenção da criança e que contribuía para a aprendizagem de 
novos conhecimentos. Decroly focou o brincar como algo espontâneo que nasce com 
a criança e, é alterado por ela para lhe dar prazer. A concepção de Piaget, fazia alusão 
que através dos jogos as crianças assimilavam o mundo à sua volta de forma divertida 
e prazerosa ao mesmo tempo que se desenvolviam. Consoante o estágio de 
desenvolvimento que a criança se encontrava explorava os brinquedos de forma 
diferente, conforme BARANITA I; (2012). 
 
36 
 
Por último, também Vygostky (1989 apud BARANITA I; 2012) deixou a sua 
contribuição com os seus estudos, ao dizer que o jogo é uma atividade que ao mesmo 
tempo que dá prazer também responde às necessidades das crianças. 
Como podemos constatar, foram muitos os teóricos da educação que ao longo 
dos tempos se debruçaram sobre o papel dos jogos no contexto escolar. Aos poucos 
o jogo foi ganhando espaço no meio escolar e nos dias de hoje, os jogos são 
considerados por muitos educadores, ou seja, um meio excelente para formar a 
criança sendo indispensáveis ao processo ensino-aprendizagem, conforme 
BARANITA I; (2012). 
 Os brinquedos na Educação Infantil: 
O brinquedo na educação infantil é visto como objeto de apoio da brincadeira, 
no qual pode ser industrializado, artesanal ou confeccionado pela professora junto 
com as crianças, e assim utilizá-los nas brincadeiras em um espaço físico e planejar 
as ações intencionais que favoreçam um brincar de qualidade e significativo para as 
crianças, conforme BANDEIRA P; et al., (2015). 
O art. 4 do Parecer CNE/CEB nº 20/2009 p. 19, diz que, as propostas 
pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro 
do planejamento curricular e do processo educativo, é um sujeito histórico de 
direitos, que nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia. Ela 
constrói sua identidade pessoal e coletiva, imagina, deseja, brinca, aprende, 
fantasia, observa, narra, questiona, experimenta e constrói sentidos sobre a 
natureza e a sociedade produzindo cultura. 
De acordo com BANDEIRA P; et al., (2015), sendo assim, o brinquedo 
possibilita uma entrada no mundo imaginário, e permite diversas formas de utilização, 
como também, possibilita a representação do real no momento em que a criança 
imagina objetos reais do dia a-dia. Neste contexto o Referencial Curricular Nacional 
para Educação Infantil (RCNEI), sustenta que: 
Para que os objetos