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Módulo 2 Sistemas sustentáveis de cultivo 6 Olá! Receba nossas boas-vindas ao Módulo 2 do curso! Nele, você vai aprender sobre os sistemas susten- táveis de cultivo. Vamos estudar três deles. O primeiro, o sistema agroflorestal, permite a conservação dos recursos naturais por meio da combina- ção de cultivos simultâneos de cacau com espécies arbóreas, culturas agrícolas, hortaliças e frutíferas. O seguinte é o já citado sistema cabruca, no qual é feito o cultivo de cacau em meio à Mata Atlântica raleada. E, por fim, você vai conhecer o sistema pleno sol, em que o cacau é plantado no modelo de monocultura, ou seja, o cultivo único do cacaueiro, sem o uso de sombreamento definitivo, como nos sistemas agroflo- restais (SAFs). Diz o Currículo… Segundo o Currículo de Sustentabilidade do Cacau, observar a densidade das plantas é uma prática prioritária! Você deve adequar a densidade de plantas (n.º plantas/hectare) de cacau nas áreas em produção, no plantio de novas áreas e em áreas de renovação, para garantir produtividade com viabilidade econômica. E é isso que você vai aprender nesta aula! Tudo pronto para adquirir todo esse conhecimento? Então, avance para a Aula 1 e comece seus estu- dos! Módulo 2 - Aula 1 Sistema agroflorestal 8 - Edu, então o cacaueiro é uma planta que precisa da sombra de outras árvores pra se de- senvolver, né? - Isso mesmo, por isso que o sistema cabruca é tão eficiente, além de sustentável. - Mas devem existir outros sistemas de plantio que também sejam sustentáveis, permitam a produção de cacau e tragam um retorno financeiro interessante, certo? - Sim, o cacaueiro é uma planta que pode ser cultivada junto com outros cultivares. Vou te explicar algumas possibilidades, como o Sistema Agroflorestal. podcast O resgate de Santo Isidoro Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta história! Nos últimos tempos, muito tem se falado sobre a conscientização dos valores ambientais, sociais, econô- micos e governamentais, certo? Você, provavelmente, tem acompanhado algumas dessas discussões. Mas, você conhece as boas práticas agrícolas nos cultivos agrícolas e para que servem? Bem, por meio dessas práticas, promove-se o uso consciente dos solos e dos recursos naturais, e é pos- sível fazer uma gestão rural eficiente. Todo esse entendimento consiste na base para se chegar a uma agricultura sustentável, em que cada tipo de solo deve ser classificado de acordo com sua aptidão agrícola. A partir desse princípio, a implementação de sistemas agroflorestais (SAFs) ganha destaque nas lavouras comer- ciais, pois o uso desse tipo de sistema proporciona diversas vantagens quando comparado aos sistemas de produção tradicional. 9 Por meio desse sistema, é possível conservar os recursos naturais por meio da combinação entre cultivos simultâneos de espécies arbóreas nativas e culturas agrícolas, hortaliças e frutíferas. Objetivos dos sistemas agroflorestais Tradicionalmente, o cultivo do cacaueiro representa um bom modelo para a abordagem SAF. Isso porque a planta é tolerante à sombra, o que permite o cultivo em associação a outras espécies. Confira de que forma isso pode ser feito. Sob mata raleada Cabruca Sob cultivos alimentícios Sombreamento provisório Com espécies arbóreas introduzidas na área Sombreamento definitivo A combinação entre cacau e espécies lenhosas e não lenhosas é um excelente exemplo de compatibi- lidade e complementaridade de diferentes espécies. Ao mesmo tempo, mostra a sustentabilidade de sistemas de produção multiestratificados, desde que seja feito o manejo do sombreamento para não prejudicar os ganhos de produtividade. São exemplos de espécies lenhosas a eritrina (Erythrina speciosa) e o cajá (Spondias mombin L.). E, como espécies não lenhosas, podemos citar a bananeira (Musa spp.) e a mandioca (Manihot esculenta L.). Não se preocupe, pois, até o fim deste módulo, você vai dominar todos esses conceitos! 10 Atenção! A atividade cacaueira é considerada a mais eficiente comunidade vegetal, quando se refere à proteção dos solos tropicais contra agentes de degradação. Esta atividade dispõe de muitos atributos de sustentabilidade da floresta heterogênea natural e pode se tornar um elemento socioeconômico-ambiental apropriado para a redução da pressão antrópica (fruto de ações causadas pelo ser humano) sobre a cobertura vegetal primária nos trópicos úmidos brasileiros. Em outras palavras, o cultivo de cacau pode ajudar a preservar a mata nativa da região. Não é ótimo? Classificação dos sistemas agroflores- tais Os SAFs podem ser classificados de várias maneiras, dependendo do ponto de vista de que se observa. Quer conhecer algumas dessas classificações? Confira a seguir! 11 Quais as classificações dos sistemas agroflorestais? Os SAFs podem ser classificados conforme suas características ecológicas, econômicas, funcionais ou de acordo com a distribuição dos seus componentes. Quando falamos sobre classificação ecológica, consideramos a localização, a topografia (por exemplo, áreas planas, com declives ou montanhosas) ou ainda a complexidade bioló- gica, ou seja, como os elementos se comportam na área de convívio. Já em relação à classificação econômica, os SAFs podem ser agrupados em comerciais, de subsistência ou intermediários. Sobre os fatores funcionais, a classificação consiste em SAFs de produção de alimentos, de fibras para consumo; ou ainda SAFS de proteção, cuja principal atividade é proteger os recursos naturais. Quando falamos sobre o arranjo dos componentes no espaço, temos três tipos. O primeiro é o sistema contínuo, quando a cultura principal é plantada por toda a área, e as demais es- pécies vegetais são distribuídas em seu entorno, prestando serviços como sombreamento ou, ainda, gerando um complemento de renda ao produtor. Um exemplo disso é o plantio de cacau como cultura principal junto com bananeiras, para prover a sombra necessária. O segundo tipo é o sistema zonal. Nele, áreas de plantio que contêm um determinado componente vegetal, como o cacaueiro, são alternadas por linhas de outras espécies de plantas, como o açaizeiro ou a pupunheira. O terceiro tipo são os sistemas mistos, que misturam espécies vegetais plantadas de manei- ra adensada. Eles podem ser formados por plantas frutícolas, florestais e culturas agrícolas. podcast Direto do campo Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir essa expli- cação! 12 Importância socioeconômica e ambien- tal dos sistemas agroflorestais Agora que você já conhece as várias características dos SAFs, deve estar se perguntando: e os benefícios? Quando bem manejados, os benefícios ambientais, sociais e econômicos resultantes do SAFs são muitos! Confira alguns no infográfico a seguir. Benefícios dos SAFs Conservação da umidade do solo. 02 Maior aporte de matéria orgânica, em virtude da queda das folhas das árvores sob a superfície do solo. 0� Menores perdas de nitrogênio. 0� Aumento da capacidade de absorção e infiltração de água. 0� Redução de processos de erosão e degradação do solo. 0� Estímulo da atividade biológica do solo, que contribui para o aumento da fertilidade. 0� 13 Fixação do homem no campo. 11 Refúgio para a biodiversidade animal, o que dificulta o estabelecimento de pragas e doenças. 08 Controle mais eficiente de plantas invasoras devido ao sombreamento. 0 Conservação de remanescentes florestais, de nascentes e de cursos de água. 0� Geração de mão de obra sem sazonalidade. 10 Criação e difusão de tecnologias e novos conhecimentos. 1� 14 Conservação de espécies arbóreas com função social, por exemplo, plantas medicinais. 13 Exploração comercial dos extratos sob e sobre a copa do cacaueiro. 1� Conservação de espécies arbóreas com finalidade econômica, como as espécies madeireiras. 1� Mas nem tudo são flores! Apesar dos benefícios inquestionáveis, alguns aspectos desse sistema deman- dam atenção especial, vejaa seguir. 15 O cacaueiro necessita de sombreamento para o seu desenvol- vimento pleno, mas é necessário estabe- lecer a quantidade adequada de luz que chega a ele. É preciso definir as espécies arbóreas que crescem melhor em condições de consór- cio, dado o tipo de solo e o espaçamento, para que não ocorra competição entre as plantas. Sistemas agroflorestais com cacaueiros Depois de muita pesquisa feita pela Ceplac e com base em tudo o que você já estudou até aqui, foram estabelecidos alguns modelos de SAFs com o cacaueiro para serem usados principalmente por pequenos e médios produtores. Mas estes não são modelos definitivos; muitos outros vêm sendo testados e implantados. É possível alterá-los para adaptá-los a novas tecnologias agroflorestais e/ou a condições ecológicas de cada região produtora. Neste módulo, você vai conhecer: • sistemas permanentes contínuos; • sistemas permanentes zonais; e • sistemas permanentes mistos. Para começar, conheça os sistemas permanentes contínuos. 16 Agora você vai conhecer o SAF em sistemas permanentes contínuos e como ele pode ser implantado na sua lavoura. Acompanhe! Nos sistemas permanentes contínuos, são cultivadas espécies arbóreas ao redor da espé- cie principal para seu sombreamento, que também fornecem produtos com valor econô- mico, aumentando a rentabilidade da propriedade. São utilizadas prioritariamente plantas perenes, ou seja, que têm um longo ciclo de vida, cultivadas de forma regular e distribuídas por toda a área. Podem ser utilizadas espécies que produzem frutos, fibras, lenha, madeira, látex, palmito ou óleos. É preciso cuidado para evitar o excesso de sombra sobre o cacau! Para aproveitar a luz nas entrelinhas de cultivo e melhorar a rentabilidade do sistema, utilize espécies de sombra lateral provisória, como o milho, o feijão e o arroz. O arranjo pode ser feito associando-se o cacaueiro a espécies florestais. Nesse caso, os cacaueiros jovens devem estar consorciados com espécies de sombra provisória, como a bananeira. Isso dará tempo para as árvores de sombreamento definitivo crescerem. O som- breamento definitivo pode ser formado por espécies de importância econômica regional, como o mogno, o ipê-roxo e a castanha-do-brasil, por exemplo. Outra possibilidade é o sistema de cacaueiros com coqueiros. Aqui, há fileiras duplas de cacau estabelecidas entre fileiras de coqueiros. Você pode plantar a leguminosa gliricí- dia nas linhas do coqueiro. Muito bem, as possibilidades de plantio do cacau em consórcio com outras culturas é uma forma bastante interessante de aumentar a rentabilidade da sua propriedade, não é mes- mo? Mas não tome sua decisão ainda, pois há muitas outras combinações possíveis. Conti- nue seus estudos! Videoaula De olho no horizonte Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para assistir ao vídeo com este conteúdo. Para continuar, conheça alguns detalhes importantes sobre a implementação dos sistemas permanentes contínuos em sua propriedade. 17 Sombreamento provisório O plantio do cacau deve estar associado a outros dois componentes provisórios, que fornecerão sombra e ali- mento. É comum o uso de bananeira, mandioca, milho e feijão-guandu (Cajanus cajan) em espaçamento de 1 x 1 m ou 1,5 x 1,5 m. Nas entrelinhas do cultivo, você pode usar espécies de sombra lateral provisória, como milho, feijão (Phaseolus vulgaris) e arroz (Oryza sativa), desde que respeitado o espaçamento de 0,7 m do cacaueiro. Sombreamento definitivo com espécies florestais O sombreamento definitivo pode ser formado por diver- sas espécies relevantes na sua região, como mogno, ipê- -roxo, castanha-do-brasil, freijó , andiroba, cumaru, cedro, jatobá, eritina, seringueira, eucalipto, pinus, teca, entre outras. A distância do plantio entre as espécies tem relação direta com o rendimento. Na prática Use espaçamento de 3 x 3 m para as plantas de cacau e de 15 x 15 m até 24 x 24 m para as espécies sombreadoras. Confira o rendimento médio: • Mogno: a produção média aos 36 anos é de 2,99 me- tros cúbicos por árvore (m³/árvore); • Cacau: 800 (kg/ha/ano) quilos por hectare por ano de amêndoas de cacau. Varia de 0,91 a 1,25 kg/planta. • Banana: 0,9 a 1,8 kg/planta. • Castanha-do-brasil (amêndoa): de 1,5 a 12,5 kg/plan- ta. 18 Sombreamento definitivo em sistema com coqueiros Nesse sistema, o cacau é plantado em fileiras duplas com espaçamento de 3 x 3 m entre as fileiras de coqueiros (Co- cos nucifera). É estabelecido entre as fileiras de coqueiros no espaçamento de 9 x 9 m. Na fileira de cacau, entre as plantas, é implantada a bana- neira para que haja sombra provisória sobre o cacau. Já nas linhas do coqueiro, pode ser semeada uma leguminosa arbórea chamada gliricídia (Gliricidia sepium). A densidade populacional do cacaueiro e da bananeira é de 740 plantas/ha; o coqueiro, de 123 plantas/ha; e, a gliricídia, de 247 plantas/ha. Nesse modelo, a produtividade média é de 1.250 kg/ha de amêndoas secas para o cacau, e de 60 a 150 frutos/planta/ ano de coco, a depender da variedade (gigante, anão ou híbrido). Sistemas permanentes zonais Vamos tratar, agora, de outra possibilidade: os sistemas permanentes zonais. Nele, as espécies perenes intercaladas com o cacaueiro estão dispostas de forma não contínua na área. Consequentemente, há melhora na eficiência do sistema, pois são aproveitados a luz e o manejo tanto pelo cacaueiro quanto pelas culturas sombreadoras. 19 Isso possibilita amplo acesso à área, melhora a colheita dos produtos e permite, inclusive, o tombamento (derrubada) das plantas para o aproveitamento da madeira ou do palmi- to, o que reduz os custos de colheita. Mas quais são as combinações mais adequadas para esse sistema? Conheça algumas delas. Croqui de planta baixa da consorciação entre cacau e pupunha em renques: cacau, pupunha e freijó-louro. Na área de cultivo, são dispostas dez fileiras de cacau no espaçamento de 3 x 2,5 m, alternadas com zonas de plantios que contêm três fileiras de pupunheiras (2 x 1,5 m). A sombra definitiva é fornecida pelas árvores de freijó-louro (Cordia alliodora), plantadas no espaçamento de 12 x 10 m de forma contínua nas zonas do cacaueiro. A densidade populacional desse sistema é de 1.148 cacaueiros/ha; 571 pupunheiras/ha e 84 plantas de freijó/ha. Nesse modelo, a receita anual para 2 hectares de consórcio de cacau com pupunheira é de R$ 5.625,00, e uma produção de 112 m³ de madeira em tora/ha do freijó-louro. Cacaueiros com pupunheiras (Bactris gasipaes) 20 3m Croqui de planta baixa da consorciação entre cacau e café em renques: cacau, café e teca. Neste sistema, são dispostas dez fileiras de cacaueiros (3 x 2 m) intercaladas com onze fileiras de cafeeiros (3 x 1 m). Entre as zonas de plantio, são estabelecidas áreas que contêm árvores de teca (Tectona grandis), espécie produtora de madeira, com rápido crescimento vegetativo e elevado valor econômico, no espaçamento de 2,5 entre árvores e 3 m entre as zonas cacaueira e cafeeira. A densidade populacional é de 947 cacaueiros/ha; 1042 cafeeiros/ha e 152 árvores de teca/ha. A produtividade média, a partir do 3.º ano do plantio, é de 0,18 kg/planta de amêndoas secas e de 1 kg/planta de café seco. Cacaueiros com cafeeiros (Coffea spp.) Sistemas permanentes mistos Vamos tratar, agora, do terceiro e último sistema: o permanente misto, que se caracteriza pela adoção dos sistemas zonal e contínuo na mesma área para os cultivos permanentes. Assim, as espécies usadas para sombreamento do cacau são dispostas de forma contínua na área, ao passo que os cultivos princi- pais são plantados em zonas. Conheça um exemplo: 21 Esse tipo de sistema é de grande importância na região Amazônica do Brasil e pode ser obtido a partir do arranjo de plantas de cacau dispostas com árvores de açaí (Euterpe oleracea) e taperebazeiros (Spondias mombin L.), uma árvore frutífera com bastante acei- tação no mercado de polpas. Assim, é possível a obtenção de diversos produtosprovenientes deste sistema: os frutos in natura po- dem ser usados para a produção de bebidas e prepa- ro de sucos, licores, cremes, sorvetes e picolés. Neste caso, a taperebazeira tem função de sombrea- mento definitivo no sistema. 22 Mas essa não é a única combinação possível em sistemas permanentes mistos. Conheça outras possibili- dades a seguir: É um modelo muito usado na recuperação de áreas degradadas na região Amazônica. Além de proporcionar a atividade extrativista, o cupuaçu promove o sombreamento para o cacaueiro e permite maior obtenção de renda para o produtor. Cacau x cupuaçu É o modelo predominante no estado do Pará e configura uma alternativa de plantio para o pro- dutor, pois proporciona um aumento da renda, devido à obtenção de vários produtos, como o cacau e a borracha, extraída da seringueira. É importante fazer a escolha correta das variedades de seringueira para que o sombreamento seja adequado para o cacau. Alguns clones têm sido recomendados para serem usados neste consórcio, como o Sial 893, que tem uma arquitetura de copa mais fechada e baixa densidade foliar. O resultado é um sombreamento ideal para o cacaueiro. Existem diversos arranjos e espaçamentos indicados para esse modelo SAF, como os cacaueiros plantados em fila única (450 plantas/ha) ou em filas duplas (900 plantas/ha) com espaçamento de 3 x 3 m; e as seringueiras, dispostas nas entre linhas: 7 x 3 m (473 plantas/ha). Nesse arranjo, a produtividade média é de 750 kg/ha/ano de borracha e 780 kg/ha/ano de amêndoas secas de cacau. Cacau x seringueira É um sistema muito utilizado no Amazonas, consiste no plantio de treze fileiras de cacau (3 x 3 m) intercaladas com duas fileiras de açaí (4 x 4 m). Pode usar também espécies de sombreamento provisório como a mandioca e a bananeira, além do taperebazeiro, árvore que fornece sombreamento definitivo. Caso o produtor opte por usar, além do açaí, o taperebazeiro, ele deve ser disposto a partir da 3.ª fileira de cacaueiro com um espaçamento de 21 x 21 m. Assim, a densidade populacional é de 951 cacaueiros/ha, 109 açaizeiros/ha e 16 taperebazeiros/ ha. A produtividade média do cacau, nesse modelo de SAF, é de 0,36 kg de amêndoas seca por planta, 45 kg de frutos de açaí por planta, e 30 kg de frutos de taperebá por planta, a partir do 4.º ano de cultivo. Cacau x Açaí 23 Para saber mais sobre o sistema agroflorestal, que associa o cultivo de cacau ao de cupuaçu, acesse a cartilha SAF - Da implantação ao Manejo, Série AMAS Módulo 1, da Organização de Conservação da Terra clicando aqui. Vá além! Independentemente do sistema de SAF x cacau escolhido para implementação em áreas de cultivo, há obstáculos para o estabelecimento. Conheça alguns deles. Plantas invasoras Mão de obra O controle de plantas invasoras se torna bastante complexo, pois, com a derrubada da floresta ou da vegetação secundária, as plantas espontâneas se multiplicam rapida- mente. Como um dos principais métodos de controle é o físico, por meio da capina ou da roçagem, os custos de produção aumentam. A mão de obra passa a constituir mais de 60% dos custos. Para se ter ideia, para a formação da lavoura, a mão de obra re- presenta mais de 70% dos custos totais de implementação. Assim, é necessário ana- lisar os custos para operação dos SAFs, e, principalmente, investir em conhecimento técnico para que aumentar a eficiência do modelo e alcançar a rentabilidade espera- da. https://oct.org.br/download.php?i=396 24 Muito bem! Estamos concluindo a primeira aula deste curso, mas ainda há muito o que aprender! Até aqui, você conheceu: ⚫ o que são e quais são os objetivos dos sistemas agroflorestais; ⚫ a classificação dos sistemas agroflorestais; ⚫ a importância socioeconômica e ambiental dos sistemas agroflores- tais; e ⚫ sistemas com espécies florestais e com cacaueiros. Escreva sua resposta na caixa de texto abaixo. Salve este arquivo novamente em seu computador para registrar a reflexão. E na sua porteira? No meu caso, vejo um caminho bastante interessante se usar os sistemas agroflorestais. Posso manejar a lavoura de cacau com uma segunda cultura, o que vai aumentar a rentabilidade do sítio. Só preciso estudar melhor as condições ambientais que tenho e a situação econômica da região para decidir quais espécies seriam mais rentáveis e interessantes para comercializar. É uma nova etapa para o sítio Santo Isidoro! Agora, diante do cenário apresentado e pensando na sua realidade, quais aprendizados se aplicam à sua produção? Agora, avance para a Aula 2 e saiba mais sobre o sistema cabruca. 25 Módulo 2 - Aula 2 Sistema cabruca 26 - Edu, entendi o que são os sistemas agroflorestais e achei a ideia muito atraente pra imple- mentar no Santo Isidoro. Mas tem uma área na propriedade onde a mata nativa se recupe- rou ao longo dos anos. Está tão preservado, não queria derrubar tudo. Ao mesmo tempo, preciso aumentar a produção pra recuperar a saúde financeira do sítio... Será que tem um caminho do meio? - Lembra que eu disse como era importante a gente conhecer a nossa história? No Brasil, tudo começou com o sistema cabruca, certo? E se eu dissesse pra você que o nosso futuro pode estar nesse sistema? - Você vai precisar me explicar isso melhor! podcast O resgate de Santo Isidoro Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta história! Já falamos sobre o sistema cabruca algumas vezes durante o curso. Então, você deve querer saber do que se trata, certo? Pois bem, chegou a hora de nos aprofundarmos! No Brasil, os primeiros cultivos de cacau foram instalados no estado do Pará. Em 1749, as sementes oriundas dessas lavouras foram enviadas para a Bahia. As condições de temperatura, precipitação e o solo no sudeste do estado são ideais para o desenvolvimento da cultura. As áreas de cacau cabruca na Bahia estão situadas do litoral até o corredor central da Mata Atlântica. Acredita-se que o sistema tenha sido usado para ocupar a terra em regiões menos povoadas, ao norte de Ilhéus. No fim dos anos 1930, os municípios de Una, Mucuri e Cana- vieiras tinham grandes áreas de plantio de cacau. 27 Conceituação e critérios técnicos Antes de explicarmos o que é o sistema cabruca, é importante que você saiba como ele surgiu para com- preender o porquê de esse sistema ser tão relevante para a cacauicultura no Brasil. Então, vamos come- çar com o sistema antecessor? Conheça, agora, “corte e queima”, o primeiro método de cultivo de cacau adotado por aqui. Corte e queima Neste método, a vegetação florestal era totalmente derrubada e queimada. Em seguida, as sementes de cacau eram semeadas no espaçamento de 1,5 x 1,5 m. Também era feito o cultivo de culturas de som- breamento temporário, como a mandioca e o milho. Após a colheita das culturas provisórias, as plantas de cacau eram mantidas sem sombra, até que árvores espontâneas, como Curindiba (Trema micrantha L.), embaúba (Cecropia ssp.) e ingazeira (Inga ssp.), surgissem para promover som- bra. As árvores de sombra eram removidas dez anos após o plan- tio do cacau, e a plantação era mantida sem sombreamento durante toda a fase adulta. Apesar de a prática de queima da vegetação nativa proporcionar elevada produtividade nos primeiros anos de cultivo, facilitar as operações agrícolas na área e possibilitar o cultivo de culturas temporárias, essa técnica é extremamente prejudicial ao ambiente. Descubra agora o motivo. Destruição da fauna local Envelhecimento precoce Ataque de pragas e doenças Uma das consequências nega- tivas do método é a destruição de toda a parte viva do solo e a fauna local. Isso prejudica o processo de ciclagem de nu- trientes e, consequentemente, o fornecimento de alimento para as plantas. Neste método, as árvores en- velheciam em apenas 20 anos (o correto seria em 40 anos), devido à redução da fertilida- de do solo nas plantações não sombreadas. As plantas ficam mais sujei- tas ao ataque de pragas e doenças, além daincidência de espécies invasoras. Isso prejudicava o desenvolvimen- to, aumentava os custos de produção e da mão de obra. Cabruca A partir de alterações do método “corte e queima” nas primeiras décadas do século XX, surgiu o plantio feito na mata raleada, conhecido como cabruca. Nesse método, era feita a remoção de parte da vegeta- 28 ção arbórea nativa com o objetivo de abrir espaços para o cultivo de cacau. Essa ação era chamada pelos produtores de “cabrucar”. Ainda há muito para saber sobre esse sistema. Conheça agora suas características. Agora você vai conhecer o cultivo de cacau no sistema cabruca, que é quando plantamos o cacau em uma área de Mata Atlântica, como ocorre na Bahia. Nesse sistema, a vegetação herbácea e arbórea mais baixa é cortada, e as árvores de madeira de lei, ou seja, de grande porte, copa alta e folhagem pouco densa, são poupadas justamente para serem utilizadas como sombreamento para o cacau. Originalmente, o plantio do cacau era feito de forma aleatória e sem alinhamento, mas isso dificulta as operações culturais na lavoura. Outra prática que se tinha no passado era deixar os tocos das árvores cortadas até sua completa decomposição, o que também dificultava o manejo. Conforme os cacaueiros crescem, precisam de mais luminosidade. Uma prática que se reali- zava era o anelamento de árvores que dão sombra. Em seus troncos eram colocados anéis, o que levava à perda de folhas e ramos de forma lenta. Isso levava à morte da árvore em um período de 12 a 24 meses. Em alguns casos, os cacaueiros eram danificados pela queda de ramos secos ou até mesmo das árvores inteiras. Se compararmos a cabruca ao sistema de corte e queima, ela é muito mais econômica. Na cabruca, o sombreamento permanente permite o controle de plantas invasoras, redu- zindo o número de roçagens necessárias. Por isso, há uma redução de até quatro vezes no custo de mão de obra para sua implementação. Por isso, o sistema foi adotado em regiões da Bahia onde a mão de obra era limitada. Há algumas desvantagens: a produtividade é baixa, cerca de 525 quilos por hectare. Além disso, o sombreamento costuma ser irregular, porque é formado por diferentes espécies que exigem atenção e manejo. Porém a técnica tem seus méritos: o sombreamento diversificado é de extrema impor- tância e valor na conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, um bioma que está seriamente ameaçado de extinção, restando apenas 8% de sua cobertura natural. Mas o assunto não para por aqui! Continue seus estudos! Videoaula De olho no horizonte Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para assistir ao vídeo com este conteúdo. Um terceiro método para implementar cacauais na região consistia na derrubada de parte da mata nati- 29 va, poupando um número menor de árvores. Essa técnica resulta em um sistema menos denso, com sombreamento intermediário entre a cabruca e “o corte e queima”, em que as árvores com copa boa para o sombreamento do cacau eram mantidas. Assim, obtinha-se um sombreamento definitivo imediatamente, sem a necessidade de raleamento mais adiante. Na prática, essas árvores estavam mais sujeitas à ação do vento, o que resultava em maior queda de galhos e, conse- quentemente, mais danos aos cacaueiros. Essa, aliás, é uma das principais desvantagens dessa variação. Derrubada total Depois de 1964, o método denominado derrubada total passou a ser disseminado por toda a Bahia. Primeiro, para a implantação desse sistema, era feita a roçagem da vegetação rasteira, seguida da derru- bada de todas as árvores existentes na área, geralmente, ocupada por mata ou capoeira, uma vegetação composta basicamente por gramíneas que crescem após derrubada da vegetação original. Contudo, esse método é muito agressivo ao meio ambiente e desfavorece a conservação da mata nativa. Conheça mais detalhes sobre este método. 30 Na derrubada total, a queima ocorria de 30 a 60 dias após a derrubada da vegetação. Em seguida, era feita a demarcação do local onde seria feito o plantio do cacau e do sombreamento provisório e definitivo. O sombreamento definitivo era homogêneo, formado pela bananeira e árvores de crescimento rápido, do gêne- ro Erythrina. Na prática 31 Elas eram semeadas com um espaçamento entre plantas de 24 m, o que proporcionava a incidência de 50 a 60% de luz na lavoura. Diz o Currículo… Segundo o Currículo de Sustentabilidade do Cacau, está na legislação e é im- portante proteger e preservar as Áreas de Preservação Permanentes (APPs) e as Reservas Legais (RLs) para fazer a manutenção da flora e da fauna local. Portanto, identifique áreas da propriedade que estão degradadas, não limitadas às áreas de produção, e execute um plano de ação para recuperá-las. Cabruca tecnicamente formada Vamos conhecer, agora, mais uma variante do método cabruca, a chamada cabruca tecnicamente forma- da. Nela, a vegetação nativa rasteira é roçada, e as árvores de menor porte são cortadas. São mantidas apenas as árvores que atuam como sombreamento provisório. São plantadas bananeiras para criar o sombreamento se necessário. A existência do sombreamento provisório permitia que árvores de maior porte fossem derrubadas, e mantidas de 25 a 30 árvores de sombreamento definitivo por hectare. 32 A correção do sombreamento era feita entre o quarto e o quinto mês após o plantio dos cacaueiros, e eliminada a sombra provisória em excesso. Após o segundo até o quinto ano da plantação de cacau, era feito o raleamento por meio do anelamento das árvores de sombreamento. O método é indicado para áreas com características como solos rasos, de baixo nível de fertilidade, locais com dificuldade para obtenção de mudas de bananeira, escassez de mão de obra e risco de inundações constantes. Ele era visto como alternativa à “derrubada total”. Aspectos legais Agora que você já conhece os métodos que podem ser usados no sistema cabruca, vale a pena saber mais sobre os aspectos legais referentes a esse sistema. Devido à grande importância que o sistema agroflorestal cabruca desempenha na manutenção e na re- cuperação de áreas florestais remanescentes do Bioma Mata Atlântica, em 2019, foi publicada uma Por- taria Conjunta Sema/Inema que trata dos critérios e dos procedimentos para a concessão da Autorização de Manejo da Cabruca (AMC). Vale dizer que Sema é a Secretaria do Meio Ambiente. Inema é o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Quer saber o que diz essa Portaria? Então confira a seguir. 33 Quais os critérios para conseguir a Autorização de Manejo da Cabruca? De acordo com a Portaria Conjunta Sema/Inema nº 03 além da preservação da Mata Atlân- tica, foram estabelecidas novas metodologias que estimulam a manutenção do agros- sistema Cacau-Cabruca e o enriquecimento dele com espécies arbóreas nativas, para o planejamento e uso eficiente e racional dos recursos naturais, visando à manutenção e ao aumento da produtividade do cacaueiro. Para ser considerado cabruca, é necessário que sejam cumpridas algumas diretrizes como: ter densidade arbórea de 20 ou mais indivíduos de espécies nativas por hectare; não der- rubar a vegetação nativa, quando a propriedade estiver no bioma Mata Atlântica, entre outras. A perpetuação do sistema cabruca deve ser realizada como estratégia para melho- ria da rentabilidade do produtor rural e conservação da Mata Atlântica. Essa portaria também permite que os produtores retirem árvores que não são nativas da Mata Atlântica, ou seja, espécies exóticas, sem a necessidade de autorização prévia dos órgãos responsáveis. Alguns exemplos dessas espécies são: eritrinas, jaqueiras, seringueiras e cajazeiras. A retirada de espécies exóticas permite maior entrada de luminosidade para as plantas de cacau, favorecendo o aumento de produtividade. podcast Direto do campo Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta explicação! Conheça a Portaria Sema/Inema nº 03 na íntegra clicando aqui. Vá além! http://www.inema.ba.gov.br/download/4910/34 Esta aula estava cheia de informações interessantes, não é mesmo? Até aqui, você conheceu: ⚫ o contexto histórico do sistema cabruca; a conceituação; ⚫ os critérios técnicos; e ⚫ os aspectos legais Escreva sua resposta na caixa de texto abaixo. Salve este arquivo novamente em seu computador para registrar a reflexão. E na sua porteira? No meu caso, a cabruca poderia ser um caminho interessante para a área do meu sítio que tem mata nativa. Porém, preciso ter atenção a dois sistemas de manejo: a cabruca e o sistema que uso no restante da lavoura. Talvez, nesse momento, seja melhor man- ter a mata nativa como está e focar meus esforços em recuperar a lavoura que já tenho. Agora, diante do cenário apresentado e pensando na sua realidade, quais aprendizados se aplicam à sua produção? Agora, avance para a Aula 3 para conhecer o terceiro sistema de cultivo do cacaueiro que vamos abor- dar neste curso: o pleno sol. 35 Módulo 2 - Aula 3 Sistema Pleno sol 36 - Edu, eu sei que o cacaueiro é uma árvore que precisa de sombra pro desenvolvimento e que pode ser cultivada junto com outras espécies pra aumentar o rendimento do sítio... Mas vejo na televisão aquele mar de soja que o pessoal cultiva em outros estados e me dá uma coceirinha.... não tem jeito de eu ter um campo só de cacau, pra produzir muito mais numa área pequena? - Olha, Gabi, as coisas não são tão simples quanto a gente gostaria, né? Até dá pra cultivar o cacau em monocultura, mas os resultados não serão tão bons quanto você imagina... podcast O resgate de Santo Isidoro Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta história! Tradicionalmente, o cultivo do cacau ocorre em áreas de clima tropical, e isso causa entraves para a ex- pansão da atividade cacaueira, pois o clima é favorável para a disseminação de doenças e torna a ativida- de pouco atrativa para fins econômicos. No sistema pleno sol, o cacau é plantado no modelo de monocultura, ou seja, o cultivo único do cacaueiro em uma determinada área, sem o uso de sombreamento definitivo, como nos SAFs. Outras características são: ⚫ o uso de culturas que promovem o sombreamento provisório; ⚫ o uso de clones de cacau resistentes à vassoura-de-bru- xa. Critérios técnicos e sustentabilidade Se você acompanha de perto as notícias sobre o agronegócio, deve saber que, devido a avanços tecno- lógicos na produção agrícola, nos últimos anos, hoje é possível cultivar em áreas não tradicionais. Graças a técnicas de irrigação, fertirrigação, manejo e variedades melhoradas geneticamente, é possível obter sucesso na plantação de cacau onde antes não seria possível. Mas isso tem um preço. 37 O custo de implementação de um sistema pleno sol é alto: são necessários insumos e irrigação para que o cacaueiro se mantenha produtivo nesse sistema, que tem condições ambientais tão diferentes das que propiciam o desenvolvi- mento da planta na natureza. Atenção! Quando observados os aspectos de sustentabilidade, o modelo pleno sol é bem menos sustentável, pois a diversidade de espécies vegetais que compõem o sistema é menor em comparação à dos SAFs. Apesar dos problemas, quando manejado adequadamente, o sistema tem alta rentabilidade. No Brasil, o cultivo de cacau, neste modelo, representa uma escala pequena quando comparado ao cabruca ou a outros SAFs. Temos exemplos, na região do extremo sul da Bahia e na Chapada Diamantina, com árvores apenas nas bordas para proteção contra o vento, com irrigação e algumas operações meca- nizadas. Embora o rendimento seja superior, pesquisas recentes conduzidas pela Ceplac mostram que esse siste- ma estressa a planta, reduz a longevidade produtiva, além de ter um custo de produção mais elevado. Mas, como acontece a implantação do sistema pleno sol? Descubra agora. 38 Quais os principais cuidados no sistema pleno sol? Para áreas novas, é recomendado o uso de mudas propagadas por estaquia de ramos pla- giotrópicos, que devem permanecer em viveiro até os dez meses. Você precisará proteger os cacaueiros do vento, porque as folhas são muito sensíveis e têm uma alta taxa de perda de água. Use a bananeira como proteção temporária e o eucalipto como proteção definiti- va. Aliás, a água é um fator de atenção. A disponibilidade precisa ser complementada com sistema de irrigação de microaspersão ou gotejamento. Outro cuidado fundamental é a aplicação de fertilizantes de modo parcelado. Eles devem ser utilizados no momento do plantio e também quando as plantas começarem a emitir folhas novas. podcast Direto do campo Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta explicação! Agora, conheça alguns detalhes sobre o sistema pleno sol. Use mudas propagadas por estaquia de ramos plagio- trópicos e transplantadas para sacos de polietileno aos sete meses de idade. Elas devem permanecer nos sacos até atingirem o ponto de “mudão”. Serão dez meses no viveiro. Na prática 39 Ventos com velocidade superior a 2,5 m/s causam diver- sos efeitos negativos para o cacaueiro, como a queima e a queda das folhas jovens e o comprometimento do desenvolvimento. Para evitar isso, use quebra-ventos para proteger o cacaueiro: as árvores de eucalipto servem como proteção definitiva, e a bananeira, como proteção temporária. A água precisa ser complementada por meio de um siste- ma de irrigação localizado de microaspersão ou de gote- jamento. A aplicação deve ocorrer na base da planta, de acordo com sua necessidade hídrica, e apenas uma parte da superfície do solo deve ficar molhada. Os fertilizantes são essenciais para alcançar a produti- vidade média de 2.250 kg/ha. Para tanto, faça o parcela- mento da adubação com nitrogênio e potássio. A aplica- ção deles é feita no plantio e em cobertura (quando as plantas começarem a emitir folhas novas). Diz o Currículo… Segundo o Currículo de Sustentabilidade do Cacau, quando é necessário fazer o uso de irrigação, é importante ter um projeto técnico e um plano de manejo de acordo com a recomendação de um técnico. Também é necessário requerer a outorga ou a dispensa para captação de água dos recursos hídricos, conforme diz a legislação. 40 Esta aula apresentou os critérios técnicos e de sustentabilidade para im- plementar o sistema pleno sol. Agora, pense na realidade da propriedade em que você atua: esse sistema poderia ser adequado para sua condição? Escreva sua resposta na caixa de texto abaixo. Salve este arquivo novamente em seu computador para registrar a reflexão. E na sua porteira? Penso que o sistema pleno sol não é para a minha propriedade. Deman- da um alto investimento e cuidado constante, além de domínio técnico para conseguir a rentabilidade que eu busco. Preciso resgatar minha propriedade por outro caminho! Muito bem! Depois de todo esse aprendizado, você já pode responder à próxima atividade. Atividade de aprendizagem 42 Este é um momento de autoavaliação, em que você vai poder refletir e validar o que aprendeu neste módulo. Leia com atenção a pergunta e, no ambiente virtual de aprendizagem, escolha a resposta ade- quada. D) No SAF, o manejo do sombreamento não é prioridade, visto que a intensidade de sombra não afeta o desenvolvimento das plantas. Assim, não há necessidade de definir as espécies arbóreas que farão parte do consórcio, pois a intensidade de sombra pouco importa. No SAF, o manejo do sombreamento não é prioridade, vis- to que a intensidade de sombra não afeta o desenvolvimento das plantas. Assim, não há necessidade de definir as espécies arbóreas que farão parte do consórcio, pois a intensidade de sombra pouco importa. C) Os benefícios socioambientais proporcionados pelo SAF não são muito signi- ficativos, visto que, para implantar o sistema, é necessária muita mão de obra, o que acarreta aumento nos custos de produção. Também não é possível observar ganhos ambientais significativos. B) No sistema agroflorestal (SAF), é possível obter diversas fontes de renda o ano todo, graças à exploração comercialde extratos na copa do cacaueiro e à comer- cialização da madeira de espécies arbóreas usadas como sombreamento. A) O cultivo de cacau no modelo SAF não é o mais recomendado, porque os cacaueiros não toleram a associação a outras espécies, nativas ou cultivos alimentí- cios, porque competem entre si, o que afeta a produção de amêndoas. E) Os SAFs podem ser usados por qualquer produtor rural, mas é importante se atentar aos recursos tecnológicos e às condições de cada região. Os SAFs podem ser do tipo permanentes contínuos; permanentes zonais e permanentes mistos. Questão 1 Nos sistemas agroflorestais (SAFs), árvores interagem simultaneamente com cultivos agrícolas. Sobre as características dos SAFs, assinale verda- deiro ou falso: Atividade de aprendizagem 43 A) No sistema “corte e queima”, há apenas a derrubada e a queimada de uma par- te da vegetação florestal. Logo em seguida, as sementes de cacau são plantadas e não há a necessidade de fornecer sombreamento temporário para elas. Questão 2 Ao longo da história do cultivo de cacau, o sistema de plantio passou por diversas adaptações a fim de alcançar a sustentabilidade e a rentabilidade dos cultivos. Atualmente, há vários métodos de cultivar o cacau. Sobre este assunto, assinale a alternativa correta. Atividade de aprendizagem B) O plantio feito sob a mata raleada, conhecido como cabruca, foi uma adaptação do método “corte e queima”. Nesse caso, era feita a derrubada da vegetação arbó- rea nativa para a abertura de espaços para o cacaueiro, sem a prática da queimada. C) No sistema cabruca, os custos com mão de obra são superiores ao método “cor- te e queima”, pois é necessário maior atenção ao sombreamento, ao aparecimento de plantas invasoras, pragas e doenças. D) O método de derrubada total teve grande disseminação na Bahia. Para a im- plantação do cacaueiro, era feita a roçagem da vegetação nativa, seguida das práti- cas de derrubada de todas as árvores existentes na área e queima da vegetação 60 dias após a derrubada. E) O sistema cacau x seringueira configura um dos maiores sucessos de cultivo de cacau sob sombreamento. Isso é devido à sombra ideal que as seringueiras propor- cionam aos cacauais. Consequentemente, há diminuição dos custos de produção, devido ao maior controle de plantas invasoras. 44 A) Independentemente da variedade de cacau usada, os ganhos de produtividades alcançados no sistema pleno sol não são compensatórios, visto que os custos de produção são altíssimos. Questão 3 O sistema pleno sol surgiu como uma alternativa de expansão e sustenta- bilidade da atividade cacaueira, devido ao fato de esses plantios estarem menos sujeitos ao ataque da vassoura-de-bruxa. Baseado no conhecimen- to sobre esse sistema, assinale verdadeiro ou falso: Atividade de aprendizagem B) No sistema pleno sol, não há a necessidade de formação de sombra temporária tampouco definitiva, visto que as plantas se desenvolvem de forma excelente. C) Para o estabelecimento de cacaueiros nessas novas áreas, é recomendado o uso de mudas de saco grande, conhecida como “mudão”, para que haja a formação de áreas uniformes e vigorosas. D) No sistema pleno sol, a irrigação pode ser suprimida, pois reduz os custos de mão de obra e de materiais necessários para a instalação dos sistemas de irrigação. Campo de texto 4: Campo de texto 6: Campo de texto 7: Campo de texto 13: Campo de texto 14: Campo de texto 15: Campo de texto 16: Campo de texto 17: Caixa de seleção 32: Off Caixa de seleção 33: Off Caixa de seleção 34: Off Caixa de seleção 35: Off Caixa de seleção 36: Off Campo de texto 20: Campo de texto 19: Campo de texto 18: Campo de texto 21:
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