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@JESSICALECRIM Adeno-hipófise 1. Introdução A adeno-hipófise é composta pelo septo fibrocartilaginoso contendo cistos (parte intermédia), parte tuberal e parte distal. → Células que coram bem de rosa (eosina) são chamadas cromófilas acidófilas. Já as células que coram bem de roxo (hematoxilina) são chamadas cromófilas basófilas. São vistas na parte distal da adeno-hipófise. No eixo hipotálamo-adeno-hipófise, os pequenos neurônios são chamados de parvocelulares. Junto ao sistema porta- hipofisário (dois leitos capilares interligados por um vaso), eles conectam o hipotálamo à adeno- hipófise. Os hormônios de liberação são secretados nesse sistema porta próprio alcançando suas células-alvo na adeno-hipófise. 2. Neuro-hormônios São substâncias químicas liberadas por neurônios na corrente sanguínea para agirem e m a l v o s d i s t a n t e s , d i f e r e n t e d o s neurotransmissores que se difundem através da fenda sináptica até a célula-alvo. No eixo hipotálamo-adeno-hipófise, ocorre uma alça longa de feedback negativo. Dessa forma, o hormônio secretado pela glândula endócrina periférica (fora do sistema nervoso central) retroalimenta a própria via, inibindo a ação dos hormônios hipotalâmicos e hipofisários. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM Também, em uma alça curta de feedback negativo, o hormônio da hipófise retroalimenta a via, diminuindo a secreção de hormônio pelo hipotálamo. → Hormônios com “RH” na sigla, são produzidos no hipotálamo (hormônios de liberação/release hormons). Já hormônios com. “H” na sigla, são produzidos pela adeno-hipófise. O hipotálamo produz 6 hormônios, sendo 4 liberadores (estimuladores) e 2 inibitórios: » Liberadores - TRH: Hormônio liberador de tireotrofina - CRH: Hormônio liberador de corticotrofina - GnRH: Hormônio liberador de gonadotrofina - GHRH: Hormônio liberador do hormônio do crescimento (de somatotrofina) » Inibidores - Dopamina: Hormônio inibidor da prolactina - Somatostat ina: Hormônio inibidor do hormônio do crescimento Com exceção da prolactina, os hormônios tróficos controlam a secreção de outros hormônios em células cromófilas (que produzem hormônios) da parte distal da adeno-hipófise: » Células cromófilas basófilas - Tireotrofas (TSH) - Gonadotrofas (FSH e LH) - Corticotrofas (ACTH) » Células cromófilas acidófilas - Somatotrofas (GH) - Lactotrofas (prolactina) A) TSH Estimula a secreção de T3 e T4 pela tireoide. B) LH e FSH Controlam o crescimento dos ovários e testículos, bem como suas atividades hormonais e reprodutivas. C) ACTH Estimula a produção de glicocorticoides e andrógenos pelo córtex da supra-renal. D) GH Estimula o crescimento corporal, a secreção do fator de crescimento de insulina-1 (IGF-1) e a HORMÔNIO AÇÃO NA ADENO-HIPÓFISE TRH Estimula Secreção de TSH pelos tireotrofos LHRH Secreção de FSH e LH pelos gonadotrofos CRH Secreção de ACTH pelos corticotrofos GHRH Secreção de somatotrofina pelos somatotrofos Somatostatina Inibe PIH Secreção e síntese de prolactina pelos lactotrofos MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM lipólise. Inibe as ações da insulina sobre o metabolismo de carboidratos e lipídeos. E) Prolactina Promove o desenvolvimento da glândula mamária e a produção do leite. 3. Fisiologia do crescimento Todos os principais hormônios da adeno- hipófise, exceto o GH, exercem seus principais efeitos principalmente estimulando glândulas- alvo, incluindo a glândula tireoide, o córtex adrenal, os ovários, os testículos e as glândulas mamárias. As funções de cada um desses hormônios hipofisários estão tão intimamente relacionadas às funções das respectivas glândulas-alvo e, exceto para o GH, suas funções são discutidas nos capítulos subsequentes junto com as glândulas-alvo. O GH, no entanto, exerce seus efeitos diretamente em todos, ou em quase todos, os tecidos do corpo. Também chamado de hormônio somatotrófico, ou somatotrofina, causa o crescimento de quase todos os tecidos do corpo que são capazes de crescer. Promove o aumento do tamanho das células e a elevação do número de mitoses, causando a multiplicação e a diferenciação específicas de certos tipos de células, como células de crescimento ósseo e células musculares iniciais. É produzido nas células somatotrofas, quando estimuladas pelo GHRH (hormônio liberador de somatotrofina). Esse último, é produzido no núcleo ventromedial do hipotálamo (mesma área sensível à concentração de glicose no sangue, l e v a n d o à s a c i e d a d e , n o s e s t a d o s hiperglicêmicos, e à sensação de fome, nos estados hipoglicêmicos). A secreção do GH ocorre em pulsos , principalmente no início das fases III e IV do sono, com meia-vida de aproximadamente 20 minutos. Normalmente, ocorrem 6 a 10 pulsos secretórios nas 24 horas, principalmente à noite, com concentrações entre os pulsos tão baixas quanto 0,04 μg/L. A amplitude dos pulsos e a massa de GH secretada variam com a idade, aumentando durante a puberdade e decaindo na vida adulta. São funções do GH: - Aumento do transporte de aminoácidos através das membranas celulares - Aumento da tradução de RNA para provocar a síntese de proteínas pelos ribossomos - Aumento da transcrição nuclear de DNA para formar RNA O GH aumenta quase todos os aspectos da captação de aminoácidos e a síntese de proteínas pelas células e, ao mesmo tempo, reduz a quebra de proteínas. Também, aumenta a conversão de ácidos graxos em acetil-CoA e sua subsequente utilização como fonte de energia. Portanto, sob a influência do GH, a gordura é utilizada como fonte de energia preferencialmente ao uso de carboidratos e proteínas. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM → Sob a influência de quantidades excessivas de GH, a mobilização de gordura do tecido adiposo às vezes se torna tão acentuada, que grandes quantidades de ácido acetoacético são formadas pelo fígado e liberadas nos líquidos orgânicos, dando origem, assim, à cetose. Essa mobilização excessiva de gordura do tecido adiposo também provoca, frequentemente, a esteatose hepática. O GH diminui a captação da glicose pelos tecidos, aumenta a produção de glicose pelo fígado e aumenta a secreção de insulina. Cada uma dessas alterações resulta da “resistência à insulina” induzida pelo GH, que atenua as ações da insulina para estimular a captação e a u t i l i z a ç ã o d e g l i c o s e p e l o s t e c i d o s musculoesqueléticos e adiposo e para inibir a gliconeogênese (produção de glicose) pelo fígado; isso leva a um aumento da concentração da g l i cose no sangue e um aumento compensatório da secreção de insulina. Por essas razões, os efeitos do GH são chamados de diabetogênicos, e o excesso de secreção de GH pode produz i r d i s túrb ios metaból icos semelhantes aos encontrados em pacientes com diabetes tipo 2 (não dependentes de insulina), que também são resistentes aos efeitos metabólicos da insulina. Embora o GH estimule o incremento da deposição de proteína e do crescimento em quase todos os tecidos do corpo, seu efeito mais óbvio é aumentar o crescimento esquelético. Isso resulta de efeitos múltiplos do hormônio de crescimento nos ossos, incluindo: (1) o aumento da deposição de proteínas pelas células condrocíticas e osteogênicas, que causam o crescimento ósseo; (2) o aumento da taxa de reprodução dessas células; e (3) um efeito específico de conversão de condrócitos em células osteogênicas, ocasionando, assim, a deposição de novos ossos. → O GH exerce grande parte de seu efeito por meio de fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGF-1). A secreção de GH é controlada por alguns fatores: O crescimento pode ser analisado através da idade estatural (idade cronológica relacionada com a média da população) e da idade óssea (maturação óssea associada a características fenot ípicaspara uma determina idade cronológica). → A velocidade de crescimento mede um incremento estatural (cm) ocorrido no intervalo de um ano. Deve considerar a idade cronológica e o desenvolvimento puberal. ESTIMULAM INIBEM Jejum com deficiência grave de proteína Somatomedinas (IGF-1) Hipoglicemia Hiperglicemia Exercício Obesidade Excitação Aumento de AG sérico Trauma Envelhecimento Grelina Somatostatina Arginina Gravidez MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM A d e fi c i ê n c i a d o G H c a u s a n a n i s m o (desenvolvimento em proporção adequada mas muito reduzido, com incapacidade na produção de IGF-1), enquanto seu excesso causa gigantismo (acromegalia, crescimento da superfície com aumento da espessura). 4. Ciclo circadiano Padrão diário alternado de repouso e de atividade, geralmente esse padrão segue um ciclo claro-escuro de 24 horas (1 dia). O “relógio biológico” reside em redes de neurônios localizados no núcleo supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo. Dessa forma, o ritmo circadiano influencia na secreção de alguns hormônios hipotalâmicos. CASO CLÍNICO 1) Um indivíduo, sexo masculino, de 40 anos de idade, procurou atendimento médico após apresentar fortes dores de cabeça, distúrbios visuais e galatorreia (secreção de leite). Relata que as dores de cabeça foram ficando mais frequentes e mais intensas nas últimas semanas, assim como o distúrbio visual e a galatorreia. Foi submetido à ressonância magnética da cabeça e exames laboratoriais. Os exames laboratoriais apresentaram um aumento significativo na quantidade do hormônio prolactina. Os demais hormônios encontram-se na faixa de normalidade. De acordo com os exames físicos e complementares, os médicos chegaram à conclusão que o indivíduo tinha um macroadenoma de hipófise, com indicação de remoção cirúrgica. O macroadenoma desse paciente é do tipo prolactinoma pois apresenta um alto nível de prolactina. Antes da remoção cirúrgica, o médico poderia ter tentado um tratamento farmacológico. Qual seria o medicamento usado? Um fármaco que estimule a produção de dopamina ou iniba a produção de prolactina. Qual célula está produzindo a prolactina? Qual a característica histológica dela? Células lactotrofas, são células cromófilas acidófilas. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA REVISÃO
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