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Fisiologia 1 Consultoria em Recursos Humanos Angela Paula Zão Bastos 2ª e di çã o DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado Texto: Angela Paula Zão Bastos Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Consultoria em Recursos Humanos Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Consultoria em Recursos Humanos 4 Consultoria em Recursos Humanos 5 Sumário Apresentação da disciplina ...................................................................................................... 7 Plano da Disciplina ..................................................................................................................... 9 Unidade 1 - Administração de Recursos Humanos.......................................................... 13 Unidade 2 - Capital Intelectual e Gestão do Conhecimento ......................................... 37 Unidade 3 - Consultoria em Recursos Humanos .............................................................. 61 Unidade 4 - Tipos de Consultoria ......................................................................................... 81 Unidade 5 - Projeto de Consultoria ..................................................................................... 97 Unidade 6 - Gestão de Mudança ........................................................................................117 Considerações finais ..............................................................................................................133 Conhecendo o autor ..............................................................................................................134 Anexos.......................................................................................................................................139 Consultoria em Recursos Humanos 6 Consultoria em Recursos Humanos 7 Apresentação da disciplina Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo à disciplina Consultoria em Recursos Humanos. Ao longo da nossa leitura, vamos poder abordar as diversas fases dos Recursos Humanos, a Consultoria voltada para essa área, todo o processo preparatório e as tipologias associadas. Iniciaremos falando sobre a Revolução Industrial e consequentemente as colaborações de Taylor, Fayol e a Escola de Relações Humanas. Vamos fazer uma linha do tempo desde os primórdios que tinha uma administração voltada para a qualidade do trabalho executado e sua evolução com o foco nas necessidades humanas. Atualmente há uma valorização crescente do capital humano devido as organizações enxergarem nos profissionais que nela atuam o seu maior capital. Gerir pessoas é trabalhar com colaboradores que são ativos e empreendem ações que asseguram a competitividade e sustentabilidade as organizações. Pretendemos abordar na nossa disciplina uma consultoria voltada para a gestão com as pessoas. A Consultoria em Recursos Humanos vem expandindo suas ramificações e vamos poder entender ao longo da disciplina o que é uma consultoria, o papel do consultor e sua atuação na gestão de pessoas. Exploraremos tópicos relacionados aos tipos de consultoria e os projetos que nela se inserem. Ao final da nossa disciplina, você poderá contar com um panorama atual da Consultoria em Recursos Humanos explorando as organizações que aprendem através da gestão do seu conhecimento e o papel do consultor. Bons estudos! Consultoria em Recursos Humanos 8 Consultoria em Recursos Humanos 9 Plano da Disciplina O objetivo deste material é conseguir fazer uma síntese sobre os principais conceitos relacionados à Consultoria de Recursos Humanos. Inicialmente apresentaremos a evolução, natureza e posicionamento dos recursos humanos. Na unidade 2 abordaremos a gestão do conhecimento voltada para a retenção e absorção do capital intelectual presente dentro e fora das organizações. Na Unidade 3 e 4, vamos apresentar os conceitos fundamentais relacionados à consultoria, o papel do consultor, a análise do mercado e a tipologia de acordo com as necessidades de cada organização. Na Unidade 5 abordaremos a gestão dos projetos de consultoria. Baseamos as etapas e a estrutura analítica no Guia PMBOK. É muito importante que qualquer profissional entenda o que é um projeto, suas fases e sua estruturação. Finalizamos com a Unidade 6, que trata sobre a mudança organizacional, sua preparação, o posicionamento da liderança e a análise de situações que envolvam a equipe e consequentemente asrelações humanas. Ao final da leitura, será possível ter um panorama geral sobre o que é a Consultoria de Recursos Humanos e quais as suas vertentes. “Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende...” Leonardo da Vinci. Unidade 1 – Administração de Recursos Humanos. Nesta Unidade, vamos utilizar uma abordagem sócio-histórica com os primórdios da administração e sua evolução para as relações humanas. A partir de uma análise histórica, vamos focar nas relações humanas focadas para os trabalhos organizacionais, suas características e evolução ocasionando uma relação com a atual natureza da Administração de Recursos Humanos. Objetivos da unidade: Analisar a condição sócio-histórica que favorece o surgimento da Administração de Recursos Humanos. Consultoria em Recursos Humanos 10 Compreender a importância dos Recursos Humanos no cenário das organizações. Entender a evolução dos Recursos Humanos a partir de uma visão mais humanitária e que proporcione uma melhor qualidade de vida no trabalho. Unidade 2 – Capital Intelectual e Gestão do Conhecimento Nesta Unidade, vamos estudar sobre o maior capital das organizações que é o Capital Intelectual. Em um plano estratégico o fator mais agregador está relacionado a uma equipe que possua todas as habilidades e competências necessárias para desempenhar suas atribuições de uma forma coordenada, evolutiva e com vistas aos objetivos organizacionais. Nesta unidade, vamos focar na importância da gestão estratégica voltada para o capital humano. Objetivos da unidade: Estabelecer a importância do Capital Intelectual nas organizações; Compreender os objetivos organizacionais voltados para uma Gestão Estratégica do Conhecimento com Foco no Capital Humano; Relacionar a importância da valorização, acompanhamento e retenção do capital humano no contexto das organizações e em relação a sua sobrevivência no mercado; Conhecer uma das ferramentas estratégicas para o conhecimento. Unidade 3 – Consultoria em Recursos Humanos Nesta unidade, vamos definir o que é consultoria e o papel do consultor. Quando se fala no papel do consultor é relevante conhecer os princípios éticos deste segmento e suas atribuições. Finalizando a unidade, vamos apresentar algumas áreas de atuação da consultoria de RH. Consultoria em Recursos Humanos 11 Objetivos da unidade: Oferecer condições ao aluno para que ele possa compreender o significado de consultoria e a importância dela nas soluções empresariais; Conhecer a função do Consultor; Entender o foco da Consultoria de Recursos Humanos e suas vertentes; Compreender a importância destas intervenções em Recursos Humanos e suas qualidades em respostas aos mais diversos problemas na área. Unidade 4 – Tipos de Consultoria Nesta unidade, vamos poder perceber de uma forma mais aprofundada os diferentes papéis da consultoria. Vamos dividir a consultoria em quatro sistemas: em relação ao serviço ou produto oferecido, em relação a sua estrutura, com o foco em sua abrangência e finalmente com base no relacionamento. Objetivos da unidade: Conhecer, de forma objetiva, o sistema de consultoria; Entender os diferentes papéis de um consultor; Conhecer a consultoria voltada para serviço ou produto oferecido ( consultoria interna e externa); Conhecer a consultoria voltada para a estrutura ( consultoria artesanal, pacote fechado); Conhecer a consultoria em que a abrangência é o seu foco ( consultoria especializada,generalista, global); Conhecer a consultoria com base no relacionamento entre seus consultores ( associado, autônomo, virtual); Identificar a Avaliação dos Serviços de Consultoria como parte do processo consultivo. Consultoria em Recursos Humanos 12 Unidade 5 – Projetos de Consultoria Está unidade tem como objetivo mostrar como um projeto é executado e a sua relação com a consultoria de Recursos Humanos. Vamos conhecer todas as fases de um projeto da iniciação ao seu encerramento e suas áreas de conhecimento. Objetivos da unidade: Entender o que é um projeto; Conhecer as fases que compõem um projeto; Relacionar as áreas de conhecimento com as fases do projeto; Entender a relação entre a Liderança e o papel do consultor. Unidade 6 – Gestão de Mudança Nesta unidade, vamos abordar a mudança organizacional. Um consultor é um agente de mudanças, mas será que as organizações estão preparadas para fazer ajustes e mudar atitudes que já estavam dentro de um terreno conhecido? As pessoas de uma forma geral estão ancoradas em conceitos e atitudes e acabam resistindo às mudanças. Quando se contrata uma consultoria, o clima organizacional pode ser afetado devido às incertezas que ela pode gerar. Objetivos da unidade: Entender a ancoragem comportamental; Relacionar a mudança organizacional com o papel do consultor; Identificar os principais componentes no desenvolvimento de equipes; Desenvolvimento de equipes. Consultoria em Recursos Humanos 13 1 Administração de Recursos Humanos Consultoria em Recursos Humanos 14 Caro aluno, Nesta Unidade, vamos utilizar uma abordagem sócio-histórica com os primórdios da administração e sua evolução para as relações humanas. A partir de uma análise histórica vamos focar nas relações humanas focadas para os trabalhos organizacionais, suas características e evolução, ocasionando uma relação com a atual natureza da Administração de Recursos Humanos. Objetivos da unidade: Analisar a condição sócio-histórica que favorece o surgimento da Administração de Recursos Humanos; Compreender a importância dos Recursos Humanos no cenário das organizações; Entender a evolução dos Recursos Humanos a partir de uma visão mais humanitária e que proporcione uma melhor qualidade de vida no trabalho. Plano da unidade: Evolução Histórica e os Recursos Humanos A importância dos Recursos Humanos Objetivos Organizacionais e Gestão de Pessoas Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) Bons estudos! Consultoria em Recursos Humanos 15 Evolução Histórica e os Recursos Humanos Para entendermos como se originou a Administração de Recursos Humanos vamos ter que fazer uma viagem o tempo! As relações humanas no trabalho tiveram uma súbita modificação com a transformação tecnológica impulsionada pela Revolução Industrial. No início, tínhamos o trabalho centrado em pessoas ou pequenos grupos que produziam os bens de consumo artesanalmente. Com as descobertas dos séculos XV e XVI, o renascentismo, seguido do mercantilismo, trilhou um caminho para a indústria e o capitalismo tecnológico. O Revolucionário Processo de Bessemer para a Produção de Aço Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Outing_(1885)_(14595774679).jpg Consultoria em Recursos Humanos 16 Com a evolução do trabalho, outras formas de relacionamento dentro das indústrias começaram a emergir levando o surgimento, nos anos 20, de um órgão voltado para os recursos humanos. Esses orgãos tinham um cunho paternalista para sobreviver e suportar a hostilidade dos sindicatos. Nesta época, as funções dos Recursos Humanos estavam vinculadas ao controle do staff, a administração dos salários e o recrutamento. A influência do Taylorismo era marcante. Taylor publicou uma obra pioneira, com o título de “Principles of Scientific Management”, em 1911. Na obra ele tratava de princípios para organização do trabalho em sistemas mecanizados, constituindo um ponto de partida para a afirmação da gestão como ciência. Esses princípios de organização do trabalho podem ser agrupados e sintetizados em cinco pontos: Individualização do trabalho; Decomposição do trabalho; Descrição pormenorizada dos postos; Planificação rígida e detalhada das tarefas; Organização da empresa e dos circuitos de comunicações. Taylor contribuiu e desenvolveu técnicas e conceitos relacionados a especialização do trabalho, o estudo do tempo e do movimento de cada tarefa. No início dos anos 30 uma nova frente filosófica e o pensamento existencial ocuparam as mentes e abriram um caminho para a evolução nas relações humanas e o trabalho. O marco inicial foram os experimentos de Hawthorne liderada por Elton Mayo. Elton Mayo era um médico ficou conhecido pelo conjunto de estudos que desenvolveu numa fábrica das empresas grupo americano General Electric (GE). Seus estudos tinham foco nos aspectos que envolviam os grupos de trabalho: a influência da iluminação, das pausas de trabalho, da supervisão e liderança formal e informal dos grupos, entre outros aspectos do ambiente de trabalho. Consultoria em Recursos Humanos 17 A experiência de Hawthorne foi realizada em 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos (National Research Council), em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne e sua finalidade era determinar a relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários medida através da produção. A experiência foi coordenada por Elton Mayo e colaboradores, e estendeu-se à fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal (turnover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. A direção da fábrica de Western Electric contratou uma equipe de Harvard, da qual Elton Mayo e Fritz Roethlisberger faziam parte, para conduzir experimentos relacionando produtividade e condições físicas de trabalho. A tese era que aumentando a luminosidade, a produtividade também aumentaria. A Western Electric fabrica equipamentos e componentes telefônicos valorizava o bem-estar dos operários, mantendo salários satisfatórios e boas condições de trabalho. A empresa não estava interessada em aumentar a produção, mas em conhecer melhor seus empregados. A experiência se dividiu em cinco partes: Parte 1- Aumento da luminosidade, aumento da produção. Psicológico sobre o Fisiológico. Parte 2 – Quando operárias foram para a sala de testes. Sentiram que a empresa se importava com elas. O significado social do trabalho eleva a produtividade. Parte 3 – entrevistas com os funcionários a respeito do seu trabalho. Existência da organização Informal na Empresa. Parte 4 - Observação da montagem dos terminais. A organização informal pode atuar contra os objetivos da administração. Os pesquisadores de Harvard chegaram as seguintes conclusões através da Experiência de Hawthorne: Consultoria em Recursos Humanos 18 O Nível de Produção é Resultante da Integração Social, ou seja, a produção aumenta ou diminui de acordo com a integração entre os colaboradores. As normas sociais e as expectativas grupais quando atendidas elevam a disposição para o trabalho; Quanto ao comportamento social dos empregados, os colaboradores agem e reagem não de forma individual, mas como membros de um grupo. A organização deve tratar seus colaboradores como membros de um grupo e sujeitos as normas e influências sociais deste grupo; As pessoas são motivadas pela necessidade do reconhecimento, aprovação social, associação a um grupo. Os incentivos salariais ficam em segundo plano, o importante é o colaborador se sentir incluído dentro de uma sociedade e reconhecido; A empresa é uma organização social, na qual grupos sociais se formam. Esse grupo formado cria tacitamente regras de comportamento, formas de recompensas, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas e cada colaborador vai assimilando e reproduzindo padrões de comportamento; As pessoas são diferentes, cada um tem personalidade própria, habilidades e crenças diferenciadas. O administrador que compreende as relações humanas consegue extrair o melhor da sua equipe; Tarefas repetitivas afetam negativamente a disposição do colaborador. A eficiência e a motivação são reduzidas; Os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da Teoria das Relações Humanas. Com essa experiência surgiu o Homem Social e com ele a Escola de Relações Humanas. A tarefa básica da administração é, segundo a Escola de Relações Humanas, formar uma elite capaz de compreender e de se comunicar com as pessoas, por meio de chefes que tenham a capacidade de persuadir os subordinados para que eles se comprometam com os objetivos da organização. Consultoria em Recursos Humanos 19 A partir deste ponto, podemos discutir diversas contribuições que foram sendo produzidas por diversos pesquisadores e empreendedores que contribuíram para a evolução das relações humanas e a administração de Recursos Humanos. Se voltarmos um pouco na Escola Clássica da Administração Científica, a teoria da Burocracia e focarmos nas teorias comportamentais o processo de evolução relacional entre a organização e o capital humano fica bem clarificado. Maslow(1954) ilustrou os grupos e tipos de necessidades com uma pirâmide , com a base associada às necessidades básicas ou primárias, nomeadamente fisiológicas e com o movimento até ao topo da pirâmide associado às necessidades secundárias, relacionais. Maslow com sua Hierarquia das Necessidades apontou em cinco fases distribuídas dentro de uma pirâmide. Figura 1 : Pirâmide de Maslow Consultoria em Recursos Humanos 20 Na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas que uma vez atendidas, vamos para a necessidade de segurança, relacionamentos, estima e a realização pessoal. Na sequência veio Herzberg que complementou o trabalho de Maslow. A principal contribuição de Herzberg na sua publicação datada de 1966, O trabalho e a natureza do homem, inspirou um conjunto de investigadores neoclássicos, que se voltaram para estudos dedicados à organização do trabalho, não incluindo apenas a abordagem taylorista de organização mecânica do trabalho, mas também de enriquecimento individual de tarefas, designação por que ficou conhecida esta corrente de pensamento. Herzberg defendeu que a satisfação dos trabalhadores depende de dois tipos de fatores: Fatores Higiênicos - são os fatores que se referem às condições físicas e ambientais do trabalho e que dependem exclusivamente da empresa e da sua cultura, dos seus gestores e da forma como determinam essas condições; Fatores Motivacionais, contrariamente, só depende do trabalhador e referem-se às tarefas, responsabilidades, reconhecimento e realização do seu posto de trabalho; As organizações começaram a entender que seus colaboradores têm necessidades individuais. As organizações não sobrevivem sem o capital humano. E o capital humano consegue suprir algumas de suas necessidades e realizações dentro das organizações. É uma relação que tem que ter reciprocidade. Douglas McGregor (1960) através da sua Obra o Lado Humano da Empresa que é considerada como base para o desenvolvimento das ciências comportamentais com foco no desenvolvimento organizacional. McGregor com sua teoria X e Y partia do princípio que existe dois tipos de pessoas: As que querem ser lideradas têm que ser supervisionadas, tendem a não gostar de trabalhar, entre outras deste tipo de personalidade. Consultoria em Recursos Humanos 21 As que são líderes, diligentes, que se realizam pelo trabalho e que se dedicam às suas tarefas e atividades profissionais. Esta revolução comportamentalista propiciou as bases da administração de Recursos Humanos. Abaixo apresentamos uma tabela que relaciona algumas obras e seus respectivos autores que contribuíram para a compreensão do comportamento humano nas organizações. Tabela 1: Comportamento Humano Autor Principal Obra / Ano Contribuições Chester BarnardAs funções do Executivo (1938) O foco da obra é a importância do papel do executivo no desempenho da organização. Fala-se na obra sobre a ética e comportamento. Abraham Maslow Motivação e Personalidade (1954) Trata de estudos sobre a motivação humana e a motivação no trabalho. Contribuiu para um melhor entendimento do comportamento humano. Frederick Herzberg O trabalho e a Natureza do Homem (1966) Ele aborda na obra os fatores higiênicos e motivacionais dando uma continuidade aos trabalhos de Maslow. Douglas McGregor O lado humano da empresa( 1960) Foi através dos Conceitos da Teoria X e Y que houve um marco nas ciências comportamentais com o foco no desenvolvimento organizacional. David McClelland The Achieving Society (1961) Apresentou 3 necessidades como os responsáveis pelo comportamento humano, no caso a Teoria da Motivação pelo Êxito e / ou Medo . Uma base para o entendimento da necessidade de realização e poder. Chiavenato (2008, p. 18), afirma que o conceito de Administração de Recursos Humanos surgiu a partir de 1970, mesmo não se tendo ainda a dimensão da importância das pessoas dentro da organização e com uma visão de que os trabalhadores eram apenas recursos produtivos. Consultoria em Recursos Humanos 22 A importância dos Recursos Humanos Quando o trabalho é um prazer, a vida é alegria. Quando o trabalho é um dever, a vida é escravidão." Maxin Gorky Quando falamos em gerir pessoas, estamos associando ações como integrar, cooperar, aperfeiçoar e produzir resultados. As organizações perceberam que não basta administrar a produção, a tecnologia e o processo, é preciso ter sensibilidade para lidar com todo o pacote humano que está por trás de todo o processo. Uma organização tem como seu principal capital as pessoas, pessoas estas que têm desejos, querem qualidade de vida e possuem vínculos diversos sejam eles familiares ou não. Friedman, Hatch e Walker (2000) ressaltam que para dar valor às pessoas, as organizações devem ir além da noção de recursos humanos em direção à noção de capital humano, ou seja, entendendo capital humano como a noção que vê as pessoas não como recursos perecíveis a serem consumidos, mas como bem de valor a ser desenvolvido. Apesar de muito se falar nas relações patrão e empregado, ainda se tem muito que discutir a respeito de ações assertivas, gestão do conhecimento e uma real preocupação com o bem estar da equipe. Chiavenato (2008) ressalta que o termo Administração de Recursos Humanos, restringe muito as pessoas, por tratá-las como meros recursos dentro da organização, ou seja, assim como existem os recursos financeiros e materiais, existem os recursos humanos e não pessoais. Algo parecido com o foi evidenciado durante a concepção e aplicação dos conceitos da Abordagem Clássica da Administração. Já a fundamentação da Gestão de Pessoas propõe considerar os indivíduos não mais como meros empregados e funcionários, e sim, tratá-los como parceiros, como colaboradores. Consultoria em Recursos Humanos 23 Vamos elencar algumas definições relativas à Gestão de Pessoas: Gestão de Pessoas é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos colaboradores/servidores e das organizações. Atividade executada pelo departamento de recursos humanos, cuja finalidade é selecionar, gerir e nortear os colaboradores na direção dos objetivos e das metas da empresa. Atividades vinculadas à área ou ao departamento de Recursos Humanos de uma empresa, normalmente agrupadas em subáreas funcionais, tais como recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, remuneração, etc. Gestão de Pessoas diz respeito também à formulação e à prática de políticas que envolvam a atração, a retenção e o desenvolvimento dos profissionais da organização. Os Recursos Humanos (RH) podem assumir diferentes funções. Quando chamamos Departamento de RH estamos remetendo a um espaço no qual está inserido o Recrutamento e a seleção, treinamento, remuneração e benefícios, segurança do trabalho e tudo o que esteja relacionado a parte humana da organização. Existem os profissionais de RH que trabalham diretamente com cada uma das funções do departamento e o RH como um conjunto de práticas. CHIAVENATO(2014) apresenta um quadro sobre a evolução gradual da área de Recursos Humanos: Consultoria em Recursos Humanos 24 Quadro 1 : Os saltos gradativos da área de RH Fonte: Chiavenato,2014. Podemos observar um avanço no tratamento das pessoas dentro da organização. Inicialmente os empregados das organizações eram meros executores de tarefas burocráticas e muitas vezes repetitivas, não havia uma preocupação com direitos trabalhistas. Os Recursos Humanos estavam focados em admissões, folha de pagamento, demissões e aspectos burocráticos. A criatividade, proposição de soluções ou qualquer outra contribuição do empregado era vetada. A partir de um determinado ponto a Administração de Recursos Humanos agregou as suas tarefas o recrutamento e seleção, treinamento, a gestão de cargos e salários, entre outras funções. Já percebemos aí uma evolução no que tange a profissionais mais especializados, pareceres de especialistas, políticas da empresa e uma tímida mais crescente preocupação com o funcionário. Atualmente entendemos que o maior ativo da empresa é o capital humano, a gestão de pessoas é o coração das organizações. Consultoria em Recursos Humanos 25 Se formos traçar um pequeno cenário podemos dizer que inicialmente as pessoas eram vistas com o objetivo de lucro e produção, depois se caminhou para uma visão sobre as necessidades humanas e agora estamos com o foco nas pessoas como provedoras de competências. Cada um de nós tem bagagens diferenciadas, habilidades e competências individualizadas. Objetivos Organizacionais e Gestão de Pessoas As empresas trabalham com recursos para atingirem os seus objetivos. Podemos destacar os principais recursos em materiais, financeiros e humanos. A partir deste ponto tem toda influência dos recursos mercadológicos e administrativos. A atribuição da Administração dos Recursos Humanos passa desde a seleção, posicionamento de áreas, treinamento, a capacidade de reter talentos, dentre outras. A ARH trabalha com a arte de agregar pessoas e as empresas. CHIAVENATO (2014) destaca s principais objetivos da ARH: 1) Proporcionar à empresa os talentos e competências mais adequados ao seu funcionamento, desenvolvê-los e mantê-los em longo prazo na organizaça ̃o. 2) Proporcionar a ̀s pessoas trabalho e ambiente adequados de tal modo que se sintam bem e motivadas a permanecer e a trabalhar com dedicaça ̃o. 3) Proporcionar condiço ̃es de perfeito alinhamento entre os objetivos empresariais e os objetivos individuais das pessoas. Quando analisamos o item 2 que fala sobre proporcionar às pessoas um ambiente adequado e focar na preocupação da motivação, temos que entender como o processo evoluiu ao longo dos anos. Ulrich et al (2001), relaciona o que considera as novas realidades da Gestão de Pessoas: Criação de Políticas que tornem os colaboradores mais competitivos; Os profissionais precisam dominar tanto a teoria quanto a prática, uma vez que as atividades de GP baseiam-se em teoria e pesquisas; Consultoria em Recursos Humanos 26 As práticas de GP precisam criar valor pelo incremento do capital intelectual da organização; Os profissionais de GP devem envolver os funcionários e administrar políticas, provocando-os ,desafiando-os e, ao mesmo tempo, encorajando-os a produzir mais conhecimento. A partir desta realidade o mesmo autor propõe um modelo de múltiplos papéis da GP com foco em uma organização competitiva. Tabela 2: Definição dos papéis de Recursos Humanos Papel/Função da GP Resultado Metáfora (imagens que caracterizamo profissional de RH) Atividade Administração de estratégias de RH Execução de Estratégia Parceiro Estratégico Ajuste das estratégias de RH à estratégia empresarial: “diagnóstico organizacional” Administração da Infraestrutura da organização Construção de uma infraestrutura eficiente Especialista Administrativo Reengenharia dos processos da organização: “serviços em comum” Administração da contribuição dos funcionários Aumento do envolvimento e capacidade dos funcionários Defensor dos funcionários Ouvir e responder aos funcionários: “prover recursos aos funcionários”. Administração da transformação e da mudança Criação de uma organização renovada Agente da mudança Gerir a transformação e a mudança: “assegurar capacidade para mudança” Fonte: Ulrich, 2001, p. 41. Consultoria em Recursos Humanos 27 É muito importante que os gestores entendam que só através do fomento na carreira dos colaboradores e uma garantia de estabilidade na organização que conseguimos uma dedicação à organização. Quando não há um investimento que atenda às necessidades dos colaboradores, estabelece-se uma relação transacional, não há um esforço pleno para atingir as metas. Esse panorama no qual há um investimento no potencial do colaborador acrescido a uma estabilidade vem de encontro às estratégias e metas organizacionais baseadas no desempenho da Gestão de pessoas propostas por Mathis e Jackson. Segundo os autores reter talentos dentro da empresa é importante, pois: Menores índices de rotatividade traduzem-se em menores custos de recrutamento, seleção e treinamento; O desempenho individual e organizacional é aumentado pela continuidade de colaboradores que conhecem suas funções, seus colegas, sua organização com seus valores, cultura, produtos/serviços e seus clientes; A retenção dos empregados acarreta uma melhor imagem organizacional que, por sua vez, atrai novos talentos. Resumidamente, o sucesso organizacional está relacionado com a conquista e a fidelização de colaboradores talentosos. Kotler (2003) fala sobre a importância dos colaboradores para a organização, enfatizando que eles devem vir em primeiro lugar nas estratégias empresariais. Podemos demonstrar a importância dos colaboradores de algumas organizações: The Body Shop: “nossas pessoas são a nossa primeira linha de clientes.” Disney: “jamais se terá bons relacionamentos com clientes sem bons relacionamentos com empregados.” Repare que utilizamos no nosso material colaborador evitando empregado. Vamos à definição de colaborador? Consultoria em Recursos Humanos 28 Kotler enfatiza a importância da remuneração na gestão de pessoas, uma remuneração generosa é uma política de GP que assume especial relevância trazendo consequências como baixa rotatividade, custos de contratação mais baixos ( os talentos vão à organização ) e menores despesas com treinamento ( os novos colaboradores são mais capazes e com melhor formação). Ao final Kotler ressalta que os colaboradores devem sentir-se parte da organização que vale a pena, executando funções que realmente agreguem valor e contribuindo para resultados importantes. Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) “Grandes líderes mudam de estilo para levantar a autoestima de suas equipes. Se as pessoas acreditam nelas mesmas, é impressionante o que elas conseguem realizar”. (Sam Walton) A Qualidade de Vida no Trabalho é um dos maiores desafios das organizações, porque é a tarefa de conciliar conhecimento, competitividade e estratégias empresariais aos novos tempos e a diferentes estilos de vida. Qualidade de vida está ligada ao bem-estar que é muito particular de cada pessoa. Já vimos através da Pirâmide das Necessidades de Maslow que todos nós temos necessidades a serem atendidas. No trabalho, a qualidade de vida está atrelada a boas condições de trabalho, valorização, definições claras de Importante! Colaborador é um termo que vem sendo usado pelas empresas, sobretudo a partir dos anos 1990, como sinônimo de funcionário ou empregado. Ao contrário do funcionário, que é aquele que executa uma função, a palavra colaborador possui uma dimensão mais participativa. Os colaboradores de uma empresa são, portanto, aqueles que colaboram, ajudam e, auxiliam. Fonte: https://www.dicionariofinanceiro.com/colaborador/Acesso em 05/11/2017 Consultoria em Recursos Humanos 29 procedimentos de cada função, cuidado com o ambiente físico, bons padrões de relacionamento, consciência social e o direito a saúde. Mas como se implanta um programa de Qualidade de Vida no Trabalho? JOHNSTON, C.; ALEXANDER, M. e ROBIN (1981) através de um estudo junto com sua equipe no Canadá, relacionou algumas fases para o desenvolvimento de experiências de QVT. Vamos às fases: a) Sensibilização – é a fase em que representantes da organização do sindicato e consultores trocam suas respectivas visões sobre o conjunto das condições de trabalho e seus efeitos sobre o funcionamento da organização, e buscam juntos os meios de modificá-las. b) Preparação – é a fase onde são selecionados os mecanismos institucionais necessários à condução da experiência, formando-se equipe do projeto, estruturando os modelos e os instrumentos a serem utilizados. c) Diagnóstico – compreendo dois aspectos: a coleta de informações sobre a natureza e funcionamento do sistema técnico, e o levantamento do sistema social em termos de satisfação que os trabalhadores envolvidos experimentam sobre suas condições de trabalho. d) Concepção e implantação do projeto – com as informações do diagnóstico, a equipe do projeto dispôs de um perfil bastante preciso da situação, estabelece as prioridades e um cronograma de implantação da mudança relativa a aspectos que mostraram passíveis de melhorias em termos de tecnologia, novas formas de organização do trabalho, métodos de gestão, práticas e políticas de pessoal e ambiente físico. e) Avaliação e difusão – embora a avaliação imediata de tais projetos constitua-se em tarefa difícil pela dificuldade de informações confiáveis, é necessária para prosseguir a implantação das mudanças além do grupo experimental. Existem alguns modelos para a implantação do QVT os mais conhecidos são de Walton (1973), Hackman e Oldhan (1974), Westley (1979), Werther e Davis (1981), e Nadler e Lawler (1983). Consultoria em Recursos Humanos 30 Vamos abordar o modelo QVT de Walton que é um dos mais utilizados, mas para saber mais sobre os outros modelos e ver um quadro comparativo acesse o artigo: Revisão Literária dos Modelos Clássicos de Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho: um Debate Necessário – Bruno Pedroso e Luiz Alberto Pilatti. O Modelo QVT de Walton possui oito dimensões e tratam tanto do trabalho nas organizações quanto as necessidades pessoais. As categorias de Walton estão elencadas da seguinte forma: condições de trabalho, desenvolvimento de capacidades, oportunidade de crescimento e segurança, integração social na organização, constitucionalismo, trabalho e vida e por último relevância social. BLOCOS INDICADORES DE QVT Competição justa e adequada Equidade interna e externa; justiça na compensação; Partilha dos ganhos de produtividade; proporcionalidade entre salários. Condições de Trabalho Jornada de Trabalho razoável; ambiente físico seguro e saudável; ausência de insalubridade. Desenvolvimento de Capacidades Autonomia; Autocontrole Relativo; Qualidades Múltiplas; Informações sobre o Processo total do trabalho. Oportunidade de Crescimento e Segurança Possibilidade de Carreira; Crescimento Pessoal; Perspectiva de avanço salarial; Segurança de Emprego. Integração Social Ausência de preconceitos; Igualdade; Mobilidade; Relacionamento; Senso Comunitário. Constitucionalismo Direitos deproteção do trabalhador; privacidade pessoal; liberdade de expressão; tratamento imparcial; direitos trabalhistas. O trabalho e o espaço de vida Papel balanceado no trabalho; estabilidade de horários; poucas mudanças geográficas; tempo para lazer da família. Relevância social do trabalho na vida Imagem da empresa; responsabilidade social da empresa; responsabilidade pelos produtos; práticas de emprego. Fonte: CHIAVENATO (2005) p. 451 e Fernandes (1996), p.48 Dica de Link! Link para o artigo: https://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/evolucao_cap21.pdf Consultoria em Recursos Humanos 31 O Modelo de QVT de Walton é muito utilizado até hoje e supera os outros devido à escala com que é mencionado em pesquisas e aplicações práticas organizacionais. É considerado o modelo mais completo. Agora que já vimos a origem dos Recursos Humanos e algumas vertentes, vamos avançar e entender o que é Capital Intelectual e como se dá a Gestão do Conhecimento nas organizações. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Consultoria em Recursos Humanos 32 Exercícios – Unidade 1 1. Taylor em 1911 publicou uma obra na qual ressaltava alguns princípios para organização do trabalho voltado para a mecanização das tarefas. Assinale a alternativa que apresente os cinco pontos destacados por Taylor na organização do trabalho: a) Individualização do trabalho; Decomposição do trabalho; Descrição pormenorizada dos postos; Planificação rígida e detalhada das tarefas; Organização da empresa e dos circuitos de comunicações. b) Individualização do trabalho; meritocracia; Descrição pormenorizada dos postos;Planificação rígida e detalhada das tarefas; Organização da empresa e dos circuitos de comunicações. c) Individualização do trabalho; Decomposição do trabalho; Descrição pormenorizada dos postos; Planificação rígida e detalhada das tarefas; Organização da empresa e gestão de projetos. d) Individualização do trabalho; Decomposição do trabalho; Descrição pormenorizada dos postos; Planificação rígida e detalhada das tarefas; Organização da empresa e direitos trabalhistas. e) Nenhuma das respostas anteriores. 2. Elton Mayo era um médico ficou conhecido pelo conjunto de estudos que desenvolveu numa fábrica das empresas grupo americano General Electric (GE). Seus estudos tinham foco nos aspectos que envolviam os grupos de trabalho. Uma de suas pesquisas mais conhecidas foi a experiência de Hawthorne. Assinale a alternativa que se relaciona com a experiência de Hawthorne: a) O objetivo inicial da experiência em Hawthorne era avaliar a correlação entre a rotatividade dos funcionários e os ganhos das grandes corporações. Consultoria em Recursos Humanos 33 b) A experiência em Hawthorne verificou que as pessoas mentem uma interação social constante no trabalho e que as pessoas participam de grupos sociais dentro da organização. c) Uma das conclusões da experiência em Hawthorne foi a existência dos grupos formais, cuja estrutura coincide com a da organização, ou seja, com os propósitos da empresa. d) A experiência em Hawthorne conclui que a especialização é a maneira mais eficiente de divisão de trabalho e afeta positivamente a atitude do trabalhador. e) Nenhuma das respostas anteriores. 3. A motivação é um é o impulso interno que leva a uma determinada ação. Maslow com sua Hierarquia das Necessidades apontou em cinco fases distribuídas dentro de uma pirâmide. A respeito dessa teoria, é correto afirmar que o ímpeto de se tornar aquilo que se é capaz de ser representa a necessidade: a) Realização Pessoal. b) Estima. c) Amor/Relacionamento. d) Segurança. e) Fisiologia. 4. A motivação humana está entre os fatores internos e externos e que influenciam no comportamento. Herzberg defendeu que a satisfação dos trabalhadores depende de dois tipos de fatores: motivacionais e higiênicos. Assinale a alternativa abaixo que contém um fator motivacional. a) Relações interpessoais, supervisão, colegas e subordinados. b) Políticas de Recursos Humano. c) Remuneração e Vida Privada. d) Reconhecimento e realização do seu posto de trabalho. e) Nenhuma das respostas anteriores. Consultoria em Recursos Humanos 34 5. Analise as assertivas abaixo: I. A teoria da hierarquia das necessidades foi desenvolvida por Abraham Maslow. II. Herzberg aborda na obra os fatores higiênicos e motivacionais dando uma continuidade aos trabalhos de Maslow. III - Mc Gregor através dos Conceitos da Teoria X e Y marcou as ciências comportamentais com o foco no desenvolvimento organizacional. É correto o que se afirma em: a) I, II E III. b) I E II. c) II E III. d) I E III. e) Nenhuma das assertivas é verdadeira. 6. CHIAVENATO(2014) apresenta um quadro sobre a evolução gradual da área de Recursos Humanos. Assinale a alternativa que contém uma característica da Gestão de Talentos Humanos: a) Trabalho Isolado. b) Colaboração. c) Participação ativa e proativa. d) Criatividade. e) Ênfase Tática. 7. Acerca da qualidade de vida no trabalho (QVT), analise as assertivas abaixo: I - O Modelo QVT de Walton possui oito dimensões e tratam tanto do trabalho nas organizações quanto as necessidades pessoais; II - As categorias de Walton estão elencadas da seguinte forma: condições de trabalho, desenvolvimento de capacidades, oportunidade de crescimento e Consultoria em Recursos Humanos 35 segurança, integração social na organização, constitucionalismo, trabalho e vida e por último relevância social; III - O Modelo QVT de Walton é o único disponível. É correto o que se afirma em: a) I, II E III b) I E II c) II E III d) I E III e) Nenhuma das assertivas e verdadeira. 8. As categorias de Walton estão elencadas da seguinte forma: condições de trabalho, desenvolvimento de capacidades, oportunidade de crescimento e segurança, integração social na organização, constitucionalismo, trabalho e vida e por último relevância social. Associe a coluna da esquerda com a da direita. BLOCOS INDICADORES DE QVT 1 - Competição justa e adequada ( ) Autonomia; Autocontrole Relativo; Qualidades Múltiplas; Informações sobre o Processo total do trabalho. 2 - Condições de Trabalho ( ) Jornada de Trabalho razoável; ambiente físico seguro e saudável; ausência de insalubridade. 3 - Desenvolvimento de Capacidades ( ) Equidade interna e externa; justiça na compensação; Partilha dos ganhos de produtividade; proporcionalidade entre salários. Consultoria em Recursos Humanos 36 A sequência de resposta certa está presente na alternativa: a) 1, 2, 3. b) 1, 3 , 2. c) 1,1, 3. d) 2,2,3. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 9. Cite pelo menos três conclusões que os pesquisadores de Harvard chegaram através da Experiência de Hawthorne: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Baseado no que vimos sobre gestão de pessoas defina com suas palavras e destaque suas principais características. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Consultoria em Recursos Humanos 37 2 Capital Intelectual e Gestão do Conhecimento Consultoria em Recursos Humanos 38 Caro aluno, O maior capital das organizações é o Capital Intelectual. Em um plano estratégico o fator mais agregador está relacionado a uma equipe que possua todas as habilidades e competências necessárias para desempenhar suas atribuições de uma forma coordenada, evolutiva e com vistas aos objetivos organizacionais. Nesta unidade, vamos focar na importância da gestão estratégica voltada para o capital humano. Objetivos da unidade: Estabelecer a importância do Capital Intelectual nas organizações; Compreender os objetivos organizacionais voltados para uma Gestão Estratégica do Conhecimento com Foco no Capital Humano; Relacionar a importância da valorização, acompanhamento e retenção do capital humano no contexto das organizações e em relação a sua sobrevivência no mercado; Conhecer uma das ferramentas estratégicas para o conhecimento. Plano da unidade: Capital Intelectual Gestão Estratégica do Conhecimento com Foco no Capital Humano Balanced Scorecard – Uma ferramenta Estratégica para o Conhecimento Bons estudos! Consultoria em Recursos Humanos 39 Capital Intelectual Nas organizações trabalhamos com pessoas, pessoas estas que vem com sua própria bagagem cultural, emoções, experiências e necessidades. A teoria do Capital Social seria a soma dos recursos pertencentes ao indivíduo ou a uma unidade social, derivados, absorvidos e disponibilizados em uma rede de relações sociais. Nahapiet e Ghoshal (1998) dividiu o Capital Social em três dimensões: Figura 1: Dimensões do Capital Social 1 A dimensão Cognitiva está relacionada à capacidade do indivíduo de dar significados, interpretações e representações e as compartilhar. A dimensão Estrutural é a rede de relações entre os atores sociais e os padrões de ligação de densidade, conectividade e hierarquia. A dimensão Relacional refere-se à qualidade das relações desenvolvidas ao longo do tempo. Consultoria em Recursos Humanos 40 O Capital Intelectual não pode ser considerado apenas um conjunto de conhecimentos, ele deriva do Capital Social, pois relaciona-se não só ao conhecimento mas à capacidade coletiva de conhecer. O Capital Intelectual é desenvolvido através de uma interação social capaz de gerar a combinação entre os conhecimentos e experiências. O grande desafio empresarial nos dias de hoje é fazer com que o Conhecimento Tácito de seus funcionários torne-se Conhecimento Explícito agregando valor. O objetivo é entender este processo de transferência pelo qual o conhecimento e o aprendizado individual ou grupal são incorporados na memória e na estrutura da Organização. A gestão do conhecimento trata desde a geração de novos conhecimentos, a transferência e também a gestão do conteúdo que faz parte da estratégia empresarial. Gerir conhecimento trata de agregar valor à informação e distribuí-la, utilizando e aproveitando os recursos existentes. Assim enfatiza o capital humano, proporcionando a criação de novas ideias e processos, captando, identificando, distribuindo, compartilhando e alavancando o conhecimento. A adoção destas práticas gerenciais implica na criação de processos e aprendizado individual organizacional. A organização que aprende pode ser considerada aquela que propicia aos seus funcionários e aos clientes e parceiros uma estrutura ideológica de implementação de mudanças, inovações e conhecimento. Entendemos por criação do conhecimento a capacidade que a empresa tem de criar novos métodos, processos e inovações, disseminá-los nas diversas instâncias organizacionais e incorporá-los aos demais produtos, serviços e sistemas. Entretanto, tudo que a organização conhece tem suas raízes no conhecimento humano, e lidar com esse conhecimento transformando-o em produtos úteis e serviços está se tornando uma habilidade fundamental para a sobrevivência de uma organização, pois “[...] enquanto as habilidades e a experiência estiverem interiorizadas no indivíduo, a organização está limitada em sua capacidade de utilizar esse conhecimento num sentido mais amplo e estratégico” (CHOO, 2003, p.202). Consultoria em Recursos Humanos 41 Para a análise crítica dos modos de conversão do Conhecimento Tácito para o Conhecimento Explícito primeiro precisamos entender o que significa essas três palavras: Conhecimento: ato ou efeito de apreender intelectualmente, de perceber um fato ou uma verdade; cognição, percepção; relaciona-se com a experiência das pessoas e com as informações adquiridas ao longo do tempo. Tácito: do latim tacitus, quando o conhecimento não pode ser exteriorizado por palavras; associado a experiências, emoções e valores do indivíduo; estruturado sobre uma dimensão cognitiva que reflete a imagem da realidade e a visão de futuro do indivíduo; Explícito: do latim explicitus, quando o conhecimento está declarado, mostrado, explicado; expresso em palavras e números; facilmente compartilhado e divulgado por estar associado a um suporte documental; Segundo Nonaka e Takeuchi (1997, p.83), do ponto de vista do conhecimento: “A essência da estratégia está no desenvolvimento da capacidade organizacional de adquirir, criar, acumular e explorar o domínio do conhecimento com facilidade”. O conhecimento é criado pelas pessoas e reside em suas mentes. As empresas não gerenciam o conhecimento de cada pessoa que atuam na mesma organização, o que as organizações fazem é gerenciar as condições ambientais necessárias à criação e troca do conhecimento novo, favorecendo o processo de invocação. A criação do conhecimento é um processo em expiral: Consultoria em Recursos Humanos 42 Figura 2: Expiral do Conhecimento A gestão de Recursos Humanos, ou Gestão do Capital Humano ou Administração de Recursos Humanos constitui um departamento dentro da organização. A gestão deste setor não pode se limitar a funções operacionais, ela é uma área estratégica. Por isso, o conhecimento transpassa qualquer departamento. Gestão Estratégica do Conhecimento com Foco no Capital Humano Para gerar conhecimento, a organização precisa, primeiramente, adotar a capacidade de aprender, isto é, de perceber que é importante aprimorar métodos e maneiras de pensar e agir, sobretudo com relação aos seus funcionários. Estes também devem desenvolver seu aprendizado individual “para a eficácia da formação do conhecimento organizacional”, percebendo sua importância no processo de aprendizagem da organização em que atua. Thomas A. Stewart afirmou em sua obra: Capital Intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas (1998), que: “... o valor de uma organização é determinado mais pelo seu capital intelectual do que por seu capital financeiro”. Para isso, é necessário que a mesma seja capaz de aprender a aprender criando assim conhecimento. Consultoria em Recursos Humanos 43 Portanto, um dos grandes desafios está no gerenciamento efetivo da inovação e da competitividade. Ambas estão diretamente ligadas à importância do desenvolvimento do conhecimento e o papel de administração efetiva do conhecimento para assegurar a competitividade. Toda organização possui ativos intangíveis, porém aquelas que conseguem através deles, terem ganhos de eficiência, eficácia e efetividade diferenciados de seus concorrentes obtêm a vantagem competitiva e ganhos futuros para a empresa. Algumas iniciativas fazem da organização uma organização que aprende: 1. Programas de educação continuadados colaboradores; 2. Políticas de Relações Institucionais, Industriais e Corporativas; 3. Aprendizagem Organizacional que concede ganhos nas competências essenciais individuais e organizacionais quanto à capacidade de ação e criatividade (inovações); 4. Responsabilidade Social (imagem junto aos colaboradores e comunidade); 5. Equipes gerenciais capacitadas e motivadas. (empowerment). O desenvolvimento do capital intelectual de uma pessoa passa pela informação. Mais do que isso, passa pela velocidade, a relevância e o uso da informação na construção do conhecimento. Saber para que serve a informação e se ela agrega valor para o meu objetivo geral, é que é o cerne da questão. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997):... A criação do conhecimento tem dois componentes principais – as formas de interação do conhecimento e os níveis de criação do conhecimento. Aprendizagem Organizacional é um meio de gerar resultados envolve aprendizagem e motivação individual. É necessária uma gestão mudança para que as pessoas compartilhem e transfiram conhecimento. Existem algumas práticas de conhecimento utilizadas pela gestão de Recursos Humanos. Vamos ressaltar três delas: Educação Corporativa, Análise de gaps de conhecimento e Mapeamento de Competências. Vamos entender detalhadamente casa uma delas: Consultoria em Recursos Humanos 44 a) Educação corporativa A educação corporativa está comumente associada a Universidade Corporativa mas o objetivo da educação corporativa é criar um ambiente em que o conhecimento e as competências organizacionais sejam desenvolvidas para que as necessidades estratégicas da organização sejam atendidas. Segundo Peter Senge (1990), as organizações que aprendem são aquelas na qual as pessoas aprimoram, continuamente, sua capacidade para criar o futuro que gostariam de ver surgir realmente às maneiras novas e criativas de pensar são encorajadas a aspiração coletiva é livre as pessoas estão, constantemente, aprendendo a aprender coletivamente. Os princípios orientadores ou as cinco disciplinas de Senge que fundamentam as organizações que aprendem são: Domínio pessoal Faz com que as pessoas se considerem capazes de gerar novas formas de obter resultados de aprendizagem para si, para sua equipe e para a organização, além de conferir aos indivíduos a automotivação necessária para aprender continuamente. Modelos mentais Estimulam pontos de vistam diferentes. Trazem à luz vários modelos mentais. Facilitam a experimentação como modo de aprender. Aceitam o erro como parte natural da aprendizagem. Enfocam a necessidade de eliminarmos os obstáculos existentes para a resolução de problemas correntes. Visão compartilhada A busca do aprendizado está conectada à visão e às estratégias da organização. Aprendizado em equipe Permite superar os limites da visão individual. Pensamento Sistêmico Reflete o pensamento voltado para o todo, ou seja, nenhuma ação é empreendida sem considerarmos seu impacto para as outras áreas da organização e da sociedade. Consultoria em Recursos Humanos 45 Essas cinco disciplinas são programas permanentes de estudo e prática, que levam ao aprendizado organizacional e continuam as mesmas, porque o que importa é adquirir as capacidades fundamentais para organização. Para Senge no livro A Dança das Mudanças (2000), as organizações que aprendem são mais flexíveis, adaptáveis e mais competitivas, na medida em que aprendem mais rápido que os seus concorrentes. A Educação corporativa exige uma associação da gestão do conhecimento com a gestão por competências. Apesar da Universidade Corporativa ser uma unidade da organização coordenada para ações voltadas para a educação corporativa outras práticas auxiliam no treinamento e desenvolvimento. Podemos citar o coaching, mentoring dentro outras ações. Vamos a uma conceituação e um aprofundamento sobre as Universidades Corporativas? Podemos definir o conceito de Universidade Corporativa como sendo uma entidade dentro da organização encarregue de proporcionar aos seus empregados às competências e entendimento que estes necessitam para ajudar a organização a atingir os seus objetivos de negócio (a médio e longo prazo). É mais abrangente e estrategicamente focada que a tradicional função de treino e desenvolvimento, com uma ligação direta e orientada para os objetivos da organização e, dessa forma, de maior abrangência e mais estratégica (WHEELER e CLEGG, 2005). A empresa General Electric (GE), dos Estados Unidos, na metade do século XX transformou o seu setor de recursos humanos e treinamento em uma nova organização que daria origem à Universidade Corporativa. A partir deste momento, as Empresas enxergaram que a educação corporativa era um ativo estratégico no desenvolvimento do capital intelectual com vistas a gestão do conhecimento. O movimento, inicialmente de origem americana, foi ganhando terreno em outros países e continentes, iniciando-se na América e passando sucessivamente para a Europa, Ásia e Oceania. Nos Estados Unidos, as universidades corporativas já totalizam mais de 2.000 iniciativas. General Electric, Ford, Disney, Oracle, Motorola e Xerox são pioneiras na utilização desse conceito. Segundo Tarapanoff (2006, p. 1219): “A universidade corporativa surgiu como um desdobramento ou aprofundamento das atividades de treinamento dos Departamentos de Recursos Humanos nas empresas. Sendo que no início, ela era Consultoria em Recursos Humanos 46 um pouco mais do que centros destinados a melhorar as habilidades dos seus técnicos. Após os anos 80, passou-se a ter como características principais uma estrutura mais horizontalizada e flexível, com tomada de decisão descentralizada (opondo-se a estruturas organizacionais rígidas). A consequência foi a guinada de foco para o desenvolvimento das capacidades individuais de forma contínua, de modo a manter útil e eficiente o seu capital intelectual”. Para Eboli (1999), as empresas que estão adotando as UC´s buscam sistemas educacionais que privilegiem o desenvolvimento de atitudes, posturas e habilidades, além dos conhecimentos técnicos e instrumentais. Afirma ainda a autora que as experiências mais bem sucedidas nessa área envolvem parcerias com instituições de ensino superior que podem, de alguma maneira, agregar valor com conhecimentos críticos ao negócio. A Universidade Corporativa reforça os “valores” e melhora a “imagem interna e externa” da organização de treinamento existente anteriormente na empresa, subordinando a função da aprendizagem organizacional diretamente à presidência da empresa. Um dos princípios da Universidade Corporativa é treinar a cadeia de valor e parceiros, incluindo clientes, distribuidores, fornecedores. CHOO (2003) afirma que aprendizagem também se dá através de alianças, as chamadas “Knowledge linking” (clientes, fornecedores, distribuidores, fontes de informação etc). As organizações que trabalham sua aprendizagem aliada a UC fornecem aos seus parceiros uma oportunidade de discussão, treinamento e descoberta de outras formas de aprendizagem organizacional. Segundo Eboli (2004) os principais problemas e desafios das Universidades Corporativas no Brasil são: Criar uma conexão entre Educação Corporativa e Gestão do Conhecimento; Estender as ações educacionais aos demais públicos (cadeia produtiva e comunidade); Mensurar adequadamente os resultados obtidos; Promover o envolvimento da média / alta gerência; Promover o envolvimento dos stakeholders. Consultoria em Recursos Humanos 47 O principal ponto para que a educação corporativa atinja seus objetivos é criar uma cultura de educação permanente e contínua. Eboli (2004) ressalta que “ devem-se criar um ambiente e uma cultura empresarial cujos os princípios e valores disseminados sejam propícios a processos de aprendizagem ativa e contínua, a qual favoreçaa formação e a atuação de lideranças exemplares e educadoras que aceitem, vivenciem e pratiquem a cultura empresarial e assim despertem e estimulem nas pessoas a postura do autodesenvolvimento. ” b) Análise das lacunas do conhecimento Toda organização é pautada em uma missão e em objetivos estratégicos e esses objetivos estão entrelaçados com a visão da empresa. A organização precisa saber qual o conhecimento ela precisa criar ou assimilar para alcançar seus objetivos, é necessário fazer um levantamento de quais lacunas devem ser preenchidas para que o conhecimento seja realmente significativo para o êxito de seus planos. A primeira pergunta é: Na nossa organização o que precisamos aprender? O que sabemos? Blake e Mouton (1972) desenvolveram uma Grade Gerencial relacionando o conhecimento e a liderança. Na concepção de Blake e Mouton é recomentado níveis de treinamento para os gerentes de forma que eles avancem de um nível inferior para níveis superiores. Para que eles cheguem a níveis superiores são selecionadas técnicas de treinamento que preenchem as lacunas a serem aprendidas. Existe uma graduação no qual o equilíbrio está por volta de 5.5 e o nível superior e desejável está em 9.9. Eles deram nomenclaturas para os diversos níveis, que são chamados de Grids: Grid 1.1 – Gerência Empobrecida: demonstra que o líder não se preocupa com sua equipe e com as tarefas a serem realizadas. Grid 1.9 – Clube de Campo: Neste nível o líder se preocupa em atingir níveis de qualidade de vida no trabalho de seus subordinados, mas não há uma ação assertiva para que as tarefas sejam realizadas subordinados. Grid 5.5 – Moderada: Seria um ponto de equilíbrio no qual o líder preocupa-se tanto com os subordinados quanto com a execução das tarefas. Consultoria em Recursos Humanos 48 Grid 9.9 – Equipe: Trata-se de uma gerência de êxito, tarefas cumpridas com eficiência e uma equipe envolvida. Figura 3: Grade Gerencial Blake, Mouton (1972) Quando a empresa reconhece as lacunas em seu conhecimento e habilidades, ela sabe por onde começar a adquirir e desenvolver o conhecimento. (Probst, Raub e Romhardt (2002, p. 87-88). Os mesmos autores indicam algumas barreiras que podem gerar lacunas de conhecimento: barreiras ao uso do conhecimento, cegueira organizacional e barreiras culturais. No caso das barreiras ao uso do conhecimento, muitas pessoas não têm preparo para utilizar o novo conhecimento ou por temerem o novo ou por estarem ancoradas em conceitos antigos e com medo de perderem o status que tem dentro da organização. Consultoria em Recursos Humanos 49 A cegueira organizacional é quando nos agarramos no que já conhecemos e não queremos alterar os processos por eles já estarem familiarizados com os mesmos. As barreiras culturais estão ligadas com a cultura organizacional, quando encaramos o novo, estamos nos pondo em situações de vulnerabilidade. O que importa é que uma liderança forte e pautada no espírito de equipe consegue desatar os nós e transformar o conhecimento e a cultura organizacional em prol de uma organização que aprende. c) Mapeamento por competências Vamos falar um pouco sobre competência? O que vem a ser competência? A competência do indivíduo não pode se reduzir a um estado em que se encontra, não é apenas um conhecimento específico. Le Boterf (1995) entende que a competência é dividida em eixos: A biografia do indivíduo e sua socialização; A formação educacional do indivíduo; Experiência profissional. Competência é um saber agir responsável e que é reconhecido pelos outros. Implica saber como mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades, num contexto profissional determinado. O mapeamento de lacunas do conhecimento junta-se ao mapeamento de competências para fortalecer o principal ativo da empresa que é o capital intelectual e a gestão do conhecimento. A competência está associada ao melhor aproveitamento do conhecimento, juntando-se a aptidão e a capacidade de realizar a qual chamamos de habilidade com a pitada final que é a atitude. Sem atitude nada se realiza, ter postura e saber como e quando agir são fundamentais. Gramigna (2007) destaca em sua obra 15 competências que ele define como competências de suporte: Consultoria em Recursos Humanos 50 Tabela 3 : Competências de Suporte (Gramigna,2007) COMPETÊNCIA DE SUPORTE O QUE É Autodesenvolvimento e Gestão do Conhecimento Capacidade de aceitar as próprias necessidades de desenvolvimento e investir tempo e energia no aprendizado contínuo. Adaptação e flexibilidade Habilidade para adaptar-se oportunamente às diferentes exigências do meio, sendo capaz de rever sua postura diante de novas realidades. Capacidade Empreendedora Facilidade para identificar novas oportunidades de ação e capacidade para propor e implantar soluções aos problemas e necessidades que se apresentam, de forma assertiva e adequada ao contexto. Capacidade Negocial Capacidade para se expressar e ouvir, buscando equilíbrio e soluções satisfatórias nas propostas apresentadas pelas partes. Comunicação e Interação Capacidade para interagir com as pessoas, apresentando facilidade para ouvir, processar e compreender a mensagem. Facilidade para transmitir e argumentar com coerência e clareza, promovendo feedback sempre que necessário. Criatividade e Inovação Capacidade para conceber soluções inovadoras, viáveis e adequadas para situações apresentadas. Cultura da qualidade Postura orientada para a busca contínua da satisfação das necessidades e superação das expectativas dos clientes internos e externos Liderança Capacidade para catalisar os esforços grupais de forma a atingir ou superar os objetivos organizacionais, estabelecendo um clima motivador, a formação de parcerias e estimulando o desenvolvimento de equipe. Motivação e energia para o trabalho Capacidade de mostrar interesse pelas atividades que vai executar, tomando iniciativas e mantendo atitude e disponibilidade. Orientação para resultados Capacidade de trabalhar sob a orientação de objetivos e metas, focando nos resultados a alcançar. Planejamento e organização Capacidade para planejar as ações para o trabalho, atingindo resultados por meio de prioridades, metas tangíveis, mensuráveis e dentro de critérios de desempenho válidos. Relacionamento Interpessoal Habilidade para interagir com as pessoas de forma empática inclusive diante de situações conflitantes, demonstrando atitudes assertivas, comportamento maduro e não combativo. Tomada de Decisão Capacidade para selecionar alternativas de forma sistematizada e perspicaz, obtendo e implantando soluções adequadas diante de problemas identificados, considerando limites e riscos. Trabalho em equipe Capacidade para desenvolver ações compartilhadas, catalisando esforços por meio da cooperação mútua. Visão sistêmica Capacidade para perceber a interação e a interdependência das partes que compõem o todo , visualizando tendências e possíveis ações capazes de influências o futuro. Consultoria em Recursos Humanos 51 O mapeamento por competência é uma complementação da educação corporativa e a análise de lacunas de conhecimento, as três quando aliadas auxiliam a gestão estratégica do conhecimento com foco no capital humano. BALANCED SCORECARD – Uma ferramenta estratégica para o Conhecimento Quando falamos em Gestão do Conhecimento estamos relacionando atividades que vão desde a geração e identificação do conhecimento até sua transferência. As ferramentas de Gestão do Conhecimento auxiliam no processo de coleta e estruturação do conhecimento de acordo com cada grupo que é inserido. Balanced Scorecard (BSC) foi desenvolvida pelos professores da Harvard Business School Robert Kaplan e David Norton. O BSC é uma metodologia que consegue medir o desempenho organizacional e temcomo diferencial quando comparada a outras ferramentas a estruturação de objetivos estratégicos e os indicadores associados em quatro perspectivas. O BSC consegue construir um relacionamento entre os objetivos estratégicos através de uma relação de causa e efeito. A origem do BSC está ligada à importância do capital intelectual nas organizações. As quatro perspectivas relacionadas ao BSC são: financeira, clientes, processos internos de negócios e aprendizado e crescimento. Norton e Kaplan propuseram um modelo no qual a iniciativa de investimento no aprendizado e crescimento produzem efeitos sobre as iniciativas de processos internos impactando nas iniciativas voltadas aos clientes, que, por fim, refletem-se nos objetivos financeiros. Tudo isso, é claro, alinhado à visão e à missão da organização. (CARVALHO , 2012) O BSC reflete o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazos, entre medidas financeiras e não financeiras, entre indicadores de tendências (leading) e ocorrências (lagging) e, ainda, entre as perspectivas interna e externa de desempenho. Consultoria em Recursos Humanos 52 Figura 5: As quatro perspectivas do BSC Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton, Balanced Scorecard Collaborative, 1999 O BSC é um modelo de gestão estratégica que consegue auxiliar na clarificação dos progressos das organizações e as metas a longo prazo. Para isso, utiliza-se de indicadores dentro de quatro perspectivas. O quadro apresentado na figura 5, quando aplicado consegue esboçar um resumo do conceito do BSC que deverá ser aplicado a posteriori para que se atinja os objetivos planejados estrategicamente. Consultoria em Recursos Humanos 53 Inicialmente o BSC foi considerado apenas como um sistema de medição de desempenho, mas posteriormente as organizações enxergaram que ele tinha um potencial para fazer o acompanhamento estratégico nas organizações. Johnsen (2001) afirma que esta ferramenta além de fazer a tradução da estratégia em indicadores, permite a comunicação desta estratégia a todos os envolvidos. Segundo Kaplan e Norton (2001), os principais objetivos do BSC são: Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia: elaboração de um diagrama que aponte a relação causa-efeito das quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos e da aprendizagem e do crescimento; Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas: divulgar a todos os funcionários os objetivos que a empresa necessita alcançar para que obtenha êxito no negócio; Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas: estabelecer objetivos precisos para a empresa com três a cinco anos de antecedência, que, se alcançados, implementarão mudanças significativas. Isso permite que a empresa: i) quantifique os resultados que pretende alcançar a longo prazo; ii) identifique mecanismos e forneça recursos para que os resultados sejam alcançados; iii) estabeleça referenciais de curto prazo para as medidas financeiras e não financeiras do BSC; Melhorar o feedback e a aprendizagem estratégica: criar instrumentos para a aprendizagem organizacional a nível executivo. CHIAVENATO(2008) afirma que no planejamento estratégico o único integrante inteligente é o elemento humano, sendo o cérebro da organização e o responsável pelas principais tomadas de decisões da empresa. Desta forma o autor considera as pessoas como fonte importante da estratégia organizacional e destaca a importância da elaboração de uma estratégia de recursos humanos alinhada com o planejamento estratégico organizacional. BANCALEIRO (2006) ressalta que o Balanced Scorecard não é um conjunto de indicadores de recursos humano e sim uma nova forma de lidar com os recursos humanos. O profissional da gestão de pessoas tem de possuir um papel estratégico Consultoria em Recursos Humanos 54 na organização, sem o qual não será capaz de fazer a ligação entre o plano estratégico de recursos humanos e o plano estratégico global da empresa. O Balanced Scorecard voltado para o RH pode ser considerado como um sistema de avaliação para a redefinição do papel dos Recursos Humanos como um parceiro estratégico. Agora que já entendemos os conceitos relacionados à Gestão de Pessoas e a gestão do conhecimento com foco no Capital Intelectual já podemos partir para a próxima etapa que é a Consultoria. Vamos aprofundar os conceitos relacionados a consultoria e ao papel do consultor voltado para os recursos humanos. Dica Para saber mais sobre o Balanced Scorecard e a atuação do RH acesse a entrevista dada por um Consultor a revistas RH.COM Acesse o link: http://www.rh.com.br/Portal/Desempenho/Entrevista/3509/a-atuacao-do-rh-diante- do-balanced-scorecard.html É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Consultoria em Recursos Humanos 55 Exercícios – Unidade 2 1. Em relação à gestão do conhecimento, analise as assertivas abaixo: I) No processo corporativo de aprendizagem, o conhecimento tácito do colaborador, por ser subjetivo, complexo e pessoal, deve ser substituído pelo conhecimento explícito, que se caracteriza por ser formal, sistemático e de fácil transmissão. II) O conhecimento tácito é pessoal, específico ao contexto e de difícil formulação e comunicação; o conhecimento explícito, por sua vez, é transmitido em linguagem formal e sistemática, propiciando ao indivíduo a apreensão de fatos. III) As organizações de aprendizagem são aquelas que estimulam a aprendizagem da organização e o conhecimento organizacional; Assinale a alternativa correta: a) As assertivas I, II e III são Verdadeiras. b) Somente as assertivas I e II são verdadeiras c) Somente as assertivas I e IIII são verdadeiras. d) Somente a assertiva I é verdadeiras. e) Somente a Assertiva III é verdadeira. 2. Aprendizagem Organizacional é um meio de gerar resultados envolve aprendizagem e motivação individual. É necessária uma gestão mudança para que as pessoas compartilhem e transfiram conhecimento. Peter Senge descreveu cinco disciplinas que constituem os elementos principais de uma organização que aprende. Assinale a opção cujo conceito da disciplina está incorreto. Consultoria em Recursos Humanos 56 a) Pensamento Sistêmico: Reflete o pensamento voltado para o todo, ou seja, nenhuma ação é empreendida sem considerarmos seu impacto para as outras áreas da organização e da sociedade. b) Domínio Pessoal: Faz com que as pessoas se considerem capazes de gerar novas formas de obter resultados de aprendizagem para si, para sua equipe e para a organização, além de conferir aos indivíduos a automotivação necessária para aprender continuamente. c) Modelos Mentais: Trabalham com questões já sedimentadas e não dão espaço à experimentação. d) Visão Compartilhada: A busca do aprendizado está conectada à visão e às estratégias da organização. e) Aprendizado em Equipe: Permite superar os limites da visão individual. 3. Em relação ao papel das Universidades Corporativas, analise as assertivas abaixo: I) Um programa ou ação de treinamento de pessoas pode integrar a política de educação corporativa caso tenha sido precedido por uma iniciativa de levantamento de necessidades que tenha articulado as demandas de aprendizagem dos funcionários com as diretrizes processuais e estratégicas da organização. II) O foco das universidades corporativas no que se refere à capacitação de pessoas é aprimorar a educação formal, visando preparar profissionais especializados para ocuparem cargos ou funções. III) Um dos princípios da Universidade Corporativa é treinar a cadeia de valor e parceiros, incluindo clientes, distribuidores, fornecedores. Assinale a alternativa correta: a) As assertivas I, II e III sãoVerdadeiras. b) As assertivas I, II são Verdadeiras e a III falsa. c) Somente a assertiva I é verdadeira. d) Somente a Assertiva II é verdadeira. e) Somente a Assertiva IIi é verdadeira. Consultoria em Recursos Humanos 57 4 . Blake e Mouton (1972) desenvolveram uma Grade Gerencial, relacionando o conhecimento e a liderança. Eles deram nomenclaturas para os diversos níveis, que são chamados de Grids. A definição do Grid Clube de Campo está presente na alternativa: a) Trata-se de uma gerência de êxito, tarefas cumpridas com eficiência e uma equipe envolvida. b) Demonstra que o líder não se preocupa com sua equipe e com as tarefas a serem realizadas. c) Neste nível, o líder se preocupa em atingir níveis de qualidade de vida no trabalho de seus subordinados mas não há uma ação assertiva para que as tarefas sejam realizadas subordinados. d) Seria um ponto de equilíbrio no qual o líder preocupa-se tanto com os subordinados quanto com a execução das tarefas. e) Nenhuma das respostas anteriores 5. A Competência engloba habilidade, atitude, e ação adequada Competência pressupõe uma ação que agregue valor diante de novas situações. Gramigna (2007) destaca em sua obra 15 competências que ele define como competências de suporte. Destacamos abaixo cinco das 15 competências, associe a primeira coluna com a segunda: COMPETÊNCIA DE SUPORTE O QUE É 1 - Autodesenvolvimento e Gestão do Conhecimento ( )Habilidade para adaptar-se oportunamente às diferentes exigências do meio, sendo capaz de rever sua postura diante de novas realidades. 2 - Adaptação e flexibilidade ( )Capacidade de aceitar as próprias necessidades de desenvolvimento e investir tempo e energia no aprendizado contínuo. 3 - Capacidade Empreendedora ( )Capacidade para se expressar e ouvir, buscando equilíbrio e soluções satisfatórias nas propostas apresentadas pelas partes. 4 - Capacidade Negocial ( )Facilidade para identificar novas oportunidades de ação e capacidade para propor e implantar soluções aos problemas e necessidades que se apresentam , de forma assertiva e adequada ao contexto. 5 - Comunicação e Interação ( )Capacidade para interagir com as pessoas , apresentando facilidade para ouvir, processar e compreender a mensagem. Facilidade para transmitir e argumentar com coerência e clareza, promovendo feedback sempre que necessário. Consultoria em Recursos Humanos 58 Agora, assinale a alternativa que representa a sequência correta das respostas: a) 1,2,3,4,5 b) 2,1,4,3,5 c) 1,4,5,3,2 d) 2,1,3,4,5 e) 1,2,4,5,3 6. O Balanced Scorecard é um instrumento amplamente divulgado e adotado nas organizações atualmente, como apoio à gestão estratégica. As quatro perspectivas relacionadas ao BSC são: financeira, clientes, processos internos de negócios e aprendizado e crescimento. Partindo deste pressuposto podemos definir que O balanced scorecard é : a) Uma lista de indicadores-chaves de performance de uma empresa. b) Uma ferramenta que traduz a missão e a visão de uma empresa. c) Um painel de informações gerenciais de uma empresa. d) Um sistema de controle gerencial de uma empresa. e) Nenhuma das respostas anteriores define o Balanced Scorecard. 7. O mapeamento de competências deve estar atrelado à estratégia da organização e ser definido a partir da missão, da visão, dos valores e do negócio. Sabendo que o mapeamento por competências é uma ferramenta estratégica analise as assertivas abaixo: I - Deve ser realizado em parceria com a alta direção; II - Deve estar alinhado à cultura da organização, à sua missão, à visão, aos valores e ao negócio; III - Serve como norte para a empresa diagnosticar a necessidade de captar novos recursos e investir em novas competências que poderão garantir o seu diferencial competitivo. Consultoria em Recursos Humanos 59 Assinale a alternativa correta: a) As assertivas I, II e III são Verdadeiras. b) As assertivas I, II são Verdadeiras e a III falsa. c) Somente a assertiva I é verdadeira. d) Somente a Assertiva II é verdadeira. e) Somente a Assertiva III é verdadeira. 8. Em relação ao Balanced Scorecard (BSC), podemos dizer que ele se fundamenta nas seguintes perspectivas: a) Processos, financeira, material e conhecimento. b) Financeira, processos internos, clientes e aprendizagem e crescimento. c) Financeira, logística, contábil e aprendizagem e crescimento. d) Clientes, gestão de pessoas, recursos materiais e aprendizagem e crescimento. e) Processos externos, financeira, aprendizagem e crescimento e colaboradores. 9 . Com base no que estudamos na Unidade 2, o que seria o Capital intelectual? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Consultoria em Recursos Humanos 60 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10 . Blake e Mouton (1972) desenvolveram uma Grade Gerencial relacionando o conhecimento e a liderança. Eles deram nomenclaturas para os diversos níveis, que são chamados de Grids. Relacione e caracterize cada um dos grids. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Consultoria em Recursos Humanos 61 3 Consultoria em Recursos Humanos Consultoria em Recursos Humanos 62 Caro aluno, Nesta unidade, vamos definir o que é consultoria e o papel do consultor. Quando se fala no papel do consultor é relevante conhecer os princípios éticos deste segmento e suas atribuições. Finalizando a unidade, vamos apresentar algumas áreas de atuação da consultoria de RH. Objetivos da unidade: Oferecer condições ao aluno para que ele possa compreender o significado de consultoria e a importância dela nas soluções empresariais; Conhecer a função do Consultor; Entender o foco da Consultoria de Recursos Humanos e suas vertentes; Compreender a importância destas intervenções em Recursos Humanos e suas qualidades em respostas aos mais diversos problemas na área. Plano da unidade: O que é Consultoria Ética na Consultoria de Recursos Humanos Consultoria de Recolocação Profissional, Outplacement e Headhunting Entendendo o negócio da empresa-cliente Bons estudos! Consultoria em Recursos Humanos 63 O que é Consultoria A Consultoria está relacionada a dar conselhos ou um parecer sobre um determinado assunto. Vamos tratar nesta unidade da Consultoria de Recursos Humanos e suas vertentes. Vamos iniciar definindo o que é Consultoria. Elizenda Orlichas definiu a consultoria como o Fornecimento de determinada prestação de serviço para um determinado cliente. Em geral, esse serviço é realizado por um profissional qualificado e conhecedor do tema, provido de remuneração por hora ou projeto. Heitor Quintella relaciona a Consultoria a uma Especialidade de apoio externo à ação gerencial executiva para prevenir e impedir a deterioração das organizações. Mais especificamente, entendemos a 'consultoria' como a venda de benefícios dos conhecimentos de um indivíduo ou de uma firma para auxiliar o cliente a identificar necessidades, a recomendar soluções e a acompanhar a implementação dessas recomendações. Para entendermos de Consultoria temos que entender o papel do consultor. O consultor é um profissional que trabalho com o conhecimento voltado para auxiliar pessoas na tomada de decisões. Também podemos associar as suas características a um agente de mudanças no qual ele pode ajudar a desenvolver comportamentos, atitudes e processos que canalizem para um ambiente empresarial proativo e interativo. SANTOS(2016), no livro Consultoria Empresarial divide em três categorias as características do consultor: características de habilidade, características de conhecimento e características comportamentais. Associadas a essas características o mesmo autor define alguns perfis e ações do Consultor. Consultoria em Recursos Humanos 64 Características de Habilidade Perfis e Ações do Consultor Manter uma postura inovadora Cooperar no processo decisório e na definição de prioridades Ter autocontrole estratégico e administrativo Pensar estrategicamente Ser intuitivo Promover Mudanças Demonstrar uma atitude confiante e otimista Trabalhar em equipe Ser realista Observar os aspectos qualitativos e quantitativos Ser respeitável Assumir responsabilidade Solucionar conflitos Ter uma visão abrangente Ser ético Características de conhecimento Perfis e Ações do Consultor Ter um alto grau de conhecimento em sua especialização em consultoria. Deter conhecimentos da área de administração. Ter visão de curto e longo prazo. Pensar grande. Ser especialista e generalista simultaneamente. Atentar às demandas do mercado. Raciocinar logicamente. Apresentar inteligência empresarial. Ter conhecimentos de política internacional e economia. Gerar meios que tornem o trabalho recompensador, não somente no aspecto financeiro. Consultoria em Recursos Humanos 65 Características comportamentais Perfis e Ações do Consultor Manter uma postura interativa diante de situações e problemas novos. Ser racional. Ser parte do mundo, conhecendo-o. Saber relacionar-se harmoniosamente com as pessoas ao seu redor. Interessar-se pelo negócio da empresa- cliente. Saber dialogar. Agir com foco nas pessoas. Saber lidar com erros. Lealdade. O consultor não tem um controle direto sobre o seu cliente, ele aconselha. O Executivo da empresa, esse sim tem controle direto da situação, afinal se ele contratou a consultoria ele saberá o fator ou os fatores que geraram a contratação da consultoria. Mas se o Consultor não tem o controle direto da organização quais são as responsabilidades dele? O Consultor trabalha com projetos e ele vai ser responsável pela implementação, monitoramento, avaliação e a finalização com um relatório que destaque melhorias, observações, melhores práticas. Vai se basear em metodologias e técnicas que veremos mais a frente. Um projeto é dividido em atividades, responsabilidades de cada membro, recursos e resultados que podem auxiliar em um novo rumo organizacional. Schein (1975) dividiu a consultoria em três modalidades: "compra de serviços especializados" – busca atender a uma determina área importante a qual o contratante não tem domínio. A consultoria que atende a este nicho deve ter domínio sobre o assunto e ser sigilosa na sua prestação de serviços. Encaixam-se nesta modalidade as consultorias voltadas para auditoria, sérvios técnicos de engenharia, fusões, aquisições, falências, concordatas, universo trabalhista, pesquisa de mercado, tecnologia de sistemas, entre outras áreas. Quando uma organização contrata uma consultoria de serviços especializados, ela á tem um diagnóstico do seu problema e está disposta a conseguir solucionar através de uma consultoria. Consultoria em Recursos Humanos 66 "médico-paciente" – Neste caso a organização/cliente não sabe identificar a natureza dos seus problemas e sente a necessidade de contratar uma consultoria que faça o mapeamento diagnóstico, elabore um plano de ação que contemple soluções assertivas. Neste tipo de consultoria o consultor deve ter atitudes políticas e estratégias bem claras para evitar os ruídos de comunicação e a integração da equipe. "consultoria de processo" - Voltada para a identificação dos bloqueios organizacionais para estabelecer um autodiagnóstico de suas fraquezas. O foco está na observação dos processos interpessoais com vista a indicadores que possibilitem um diagnóstico claro.Ela parte do reconhecimento de que só é possível a solução dos problemas organizacionais, na medida em que a própria organização seja capaz de estabelecer e sustentar um processo permanente de autodiagnóstico, submetendo seus processos interpessoais à avaliação da capacidade de proceder de forma madura nas gestões necessárias à eficácia organizacional. (GONCALVES, M. A.; VASCONCELLOS, H., 1991). Antes de contratar uma consultoria o gestor da empresa deve refletir sobre todo o processo de contratação e alinhar alguns pontos importantes: A consultoria contratada deve estar em consonância com os objetivos da organização e a equipe envolvida. Sem um bom relacionamento entre os pares fica inviabilizado o processo de consultoria. A ética é um dos pontos cruciais e mais importantes na consultoria. A organização durante o processo irá divulgar dados e informações confidenciais, disponibilizar seu plano de negócios, o quadro de remuneração dos funcionários entre outras informações importantes. A consultoria deve zelar pela confidencialidade do seu serviço. Embora a consultoria possua informações sobre o clima organizacional, existem peculiaridades que só quem pertence aquela organização conhece. Nem sempre em gestão de pessoas a equipe responsável pelo recrutamento de novos talentos consegue passar exatamente o perfil do candidato que deseja, ou as vagas que estão abertas para a consultoria. Consultoria em Recursos Humanos 67 Existem muitas empresas de consultoria de Recursos Humanos, listamos abaixo algumas delas. Clique no link e conheça melhor o trabalho oferecido por cada uma delas: Manpower Group: https://www.manpowergroup.com.br/ Grupo Personale: http://www.personale.com.br/ Clave Consultoria: http://www.claveconsultoria.com.br/ Boston Consulting Group: https://www.bcg.com/ Ética na Consultoria de Recursos Humanos Já entendemos que toda a organização possui a sua própria cultura. As normas, regras e costumes mudam com a evolução do tempo e alguns dos valores associados sofrem mudanças. Alguns valores tornam-se leis que dão um norte e são absorvidos pela sociedade. Muitos comportamentos não são definidos em lei, mas precisamos de um bom senso para estabelecermos uma relação sadia dentro e fora da organização. Toda organização deve ter o seu código de ética que é elaborado pelo setor de Gestão de Pessoas e se estamos trabalhando comprojetos o conhecimento do mesmo é vital. Varella (2002) enumera alguns princípios morais que seriam interessantes na proposta da elaboração do código de ética. No quadro abaixo, podemos visualizar uma relação que o autor faz em o título de referência e o princípio que deve ser relacionado. Consultoria em Recursos Humanos 68 Título de Referência Princípio Seleção de Pessoas Os processos oferecem oportunidades iguais para todos sem discriminação de cor, sexo, raça, nacionalidade e religião. Tampouco deve ocorrer discriminação de aparência, idade, orientação sexual, deficiência física, estado civil, número de filhos e posição social. Compromisso de Valores As pessoas devem ser selecionadas também pelo alinhamento com os valores da organização. Avaliação de Pessoas A imparcialidade e a justiça são importantes na avaliação de subordinados e devem ser explicitadas. O feedback deve ser fornecido em condições de respeito. Se possível oferecer aconselhamento para o desenvolvimento da própria carreira. Remuneração A remuneração deve ser justa e ter o mercado como referência. Relações Trabalhistas É preciso garantir a representatividade dos trabalhadores da empresa e a liberdade de organização de atividades associativas. Respeito aos direitos dos empregados e cumprimentos acordos firmados são essenciais. Demissão O processo de Demissão deve ser digno e apoiado. A comunicação deve ser pessoal, individualizada e feita com privacidade. O apoio deve prever, sempre que possível recursos e orientação para a continuidade da carreira. Varella (2002) também fez uma adaptação com o foco nas ações organizacionais decorrentes dos princípios de um código de ética. Vamos ver algumas dessas ações: Relacionamento entre pessoas – Desenvolver, por meio da qualidade do relacionamento, condições para um clima produtivo e agradável; As pessoas e suas ideias devem ser tratadas com dignidade e respeito; Respeito à individualidade e às características pessoais. Transparência nos contratos - Clareza e lealdade ao representar a organização na negociação com colaboradores atuais ou em contratação. Qualidade de vida - O esforço para obter resultados precisa estar harmonizado com as características de qualidade de vida de cada pessoa. Ambiente físico - As condições materiais de trabalho precisam garantir segurança e saúde. Consultoria em Recursos Humanos 69 Vida pessoal - É importante que haja um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, de forma a permitir a realização integral do trabalhador como pessoa humana, preservando sua vida social, o desenvolvimento de projetos pessoais, a participação na comunidade e manutenção da saúde. Atividades paralelas - Não deve haver conflito de interesses entre as atividades da organização e a participação em atividades externas paralelas ao trabalho. Responsabilidade social - Patrocinar e estimular a participação das pessoas em atividades comunitárias e de incentivo à cidadania. Cooptação - Não promover ou divulgar, na organização, movimentos político partidários, religiosos ou radicais de nenhuma natureza, respeitando a liberdade de opinião e a privacidade de cada um. Comunicação - Manter mecanismos de comunicação de mão dupla, abertos e acessíveis, entre a organização e seus colaboradores. Comportamento - Um ambiente íntegro, justo e de respeito mútuo não é compatível a favores, subornos, chantagens, vantagens, ganhos ilícitos e, tampouco a violência verbal com ações que prejudiquem as demais pessoas e outras formas de assédio. Trabalho infantil - Não conciliar ou manter relacionamento profissional com organizações comprometidas com o trabalho infantil. Responsabilidade por patrimônio e informações – Os colaboradores devem além de preservar os bens da organização, participar da gestão dos custos operacionais e ter responsabilidade pela preservação de informações confidencias. As organizações trabalham com pessoas que tem sua própria bagagem cultural e com formas subjetivas de lidar com as situações. O desenvolvimento de programas de ética é um componente que agrega valor a cultura organizacional. O Consultor de Recursos Humanos deve se pautar em alguns aspectos para que sua atuação tenha um perfil ético determinante e consiga penetrar no ambiente organizacional de uma forma que inspire confiança e serenidade. Vamos a alguns pontos que podem auxiliar na Consultoria de Recursos Humanos: Consultoria em Recursos Humanos 70 Antes de expor qualquer assunto solicite a concordância do cliente e/ou gestor da organização; As necessidades e expectativas do cliente/organização devem ser claras e não presumidas; O Consultor sempre deve ter conhecimento e se pautar na legislação vigente e nas regulamentações das agências reguladoras. Os códigos da organização em que está dando consultoria também devem ser conhecidos e respeitados; Os processos avaliativos , caso existam, devem ser claros; Os produtos e serviços entregues ao cliente devem respeitar ao que foi acordado; O Consultor só pode trabalhar na área se realmente ele tem capacidade técnica para tal. Não podemos exercer tal atividade se não nos julgamos preparados e com experiência suficiente para ingressas na carreira de consultor; Sempre Respeitar os itens relativos à diversidade, sejam eles de natureza cultural, social, racial etc.; Não permitir que solicitações ou comportamentos que afrontem a ética e a moral da organização ou da sua equipe de trabalho; O reconhecimento do trabalho do Consultor vem com os resultados positivos. Não se deve cobrar o reconhecimento. Um consultor que tem sua vaidade exacerbada pode demonstrar fraqueza; Ao solicitar propostas aos fornecedores, dar sempre a todos o feedback dos resultados; Sempre respeitar a legislação dos direitos autorais fazendo as citações devidas quando utilizar trechos de outros autores na elaboração de material para a Consultoria; As informações coletadas e geradas a partir da Consultoria são confidenciais e não devem ser explanadas sem uma autorização dos Gestores da Organização; Consultoria em Recursos Humanos 71 Qualquer ação promovida pela consultoria deve ser pertinente ao desenvolvimento da organização; Evitar prestar serviços de Consultoria simultâneos a clientes concorrentes; Sempre ter o foco no desenvolvimento do capital intelectual; Ressarcir toda e qualquer perda causada à outra parte; A Consultoria de Recursos Humanos deve sempre trabalhar de forma transparente, visando as virtudes da justiça e honestidade e procurando sempre dar o melhor para o desenvolvimento do cliente. Os gestores têm sua própria personalidade e a imprimem no seu trabalho. Cada um tem suas necessidades, sejam de ordem familiar, religiosa ou de reconhecimento e todas elas confluem para os valores de cada um. A percepção que nem sempre o seu traço pessoal ao decidir seja o melhor caminho e a sensibilidade de ouvir e trabalhar em equipe facilitam o processo de consultoria. Consultoria de Recolocação Profissional, Outplacement e Headhunting Muito se fala em Consultoria e Consultoria de Recursos humanos, mas o que seria a Consultoria de Recolocação Profissional? Outplacement e Headhunting? Vamos descobrir? Recolocação profissional é uma atividade de consultoria que tem por objetivo apoiar e orientar o processo de recolocação do profissional no mercado de trabalho. A pessoa física contrata este serviço e paga com seus próprios recursos, importante ressaltar que a contratação deste serviço independe da pessoa estar empregada ou não. Importante! Valores individuais + cultura organizacional = ética na consultoria de recursos humanos Consultoria em Recursos Humanos 72 Outplacement é um tipo de consultoria contratado pela empresa. Quando o profissional é demitido algumas empresas arcamcom as despesas do outplacement para que o profissional consiga buscar de uma forma mais efetiva uma recolocação. Um bom exemplo do Outplacement está no filme Amor sem Escalas estrelado por George Clooney. Clique no link para saber mais: http://eticaenegocios.com/etica-empresarial-demissao-e-crise-no-filme-amor- sem-escalas. HeadHunter já é um consultor que tem por objetivo recrutar e selecionar profissionais que se engajem nas vagas disponíveis na empresa que o contratou. Existem perfis de profissionais que são muito difíceis de se achar no mercado, podemos citar o engenheiro de metro. Muitos engenheiros de metro são trazidos de fora do país para trabalhar no Brasil devido a não termos engenheiros com esta especialização disponíveis no mercado nacional. O headhunter pode utilizar-se de contatos com empresas de recolocação profissional e outplacement para suprir o profissional que necessita. Resumidamente o headhunter é um caça-talentos. Uma boa consultoria seja de Outplacement ou de Recolocação Profissional deve oferecer uma consultoria com foco na orientação na análise e revisão da carreira profissional, auxiliar no planejamento de estratégias para uma melhor colocação no mercado. Estende-se a este tipo de consultoria a elaboração de material instrucional e orientações para o processo seletivo. Com relação ao perfil do consultor dessas áreas é imprescindível que ele tenha uma larga experiência na área de gestão de pessoas, conhecendo as características das carreiras profissionais incluso a executiva. Uma formação sólida com cursos de aperfeiçoamento e nível cultural elevado. Consultoria em Recursos Humanos 73 Entendendo o negócio da Empresa-Cliente Um consultor nem sempre conhece o ramo da empresa e qual negócio que ela atua. Também não é uma obrigação do consultor, visto que só quem atua diretamente no negócio consegue saber sobre estratégias e a cultura organizacional daquela empresa. O Consultor deve ter como parceiro o CEO (Chief Executive Officer) e os administradores envolvidos na organização, assim, ele poderá interagir, compartilhar e encontrar caminhos que virão a ajudar o futuro daquela empresa. OLIVEIRA (2014) enfatiza que o consultor deve ser um facilitador nessa interação entre o conhecimento do negócio e o conhecimento das metodologias e técnicas administrativas necessárias, tendo em vista consolidar plena conscientização dos problemas pelos executivos da empresa-cliente. Vamos conhecer outras formas de atuação do Consultor com as organizações: Assessoria - A assessoria não está necessariamente ligada ao processo de inovação, ela é mais voltada a rotina da empresa. Limita-se a atividades sistematizadas com vistas a um auxílio para assuntos gerais ou específicos. Conselho Consultivo – Um conselho consultivo tem o objetivo de aconselhar. Poderíamos dizer que é um grupo no qual troca-se informações organizacionais. O grupo deve ser composto de pessoas com um elevado conhecimento da sua área de especialização. O consultor que participa deste conselho deve agir em consonância com os diretores da organização e para isso deve conhecer o perfil da empresa e de seus dirigentes. Consultoria Executiva ou Consultoria de Gestão – Responsável por participar de um processo interativo com vistas a um auxílio na tomada de decisão e operacionalização do que for necessário para que se chegue aos objetivos desejáveis. Em muitos casos, este tipo de consultoria é uma exigência dos credores para a recuperação da empresa. Consultoria em Recursos Humanos 74 Consultoria de Risco – Quando se aplica a meritocracia efetivamente nos serviços de consultoria, ou seja, a remuneração do consultor está relacionada com os resultados alcançados. Treinamento – O treinamento é um produto oferecido com o objetivo de proporcionar o aprendizado em alguma área. É importante que o treinamento seja vinculado aos serviços de consultoria e não seja uma ação isolada. Quando se dá uma consultoria, é necessário que a equipe esteja voltada para resultados e, para isso, torna-se necessário a operacionalização de treinamentos pontuais com a equipe da empresa. Coaching – É uma consultoria voltada para o aconselhamento no desenvolvimento profissional. O Consultor deve ser discreto em sua abordagem, confiável e propor ao colaborador/empregado algumas estratégias de acordo com o seu perfil para que se atinja uma evolução na carreira. Para isso, o coach pode se valer de relatórios para a análise do processo de evolução das habilidades e conhecimentos que foram evoluindo ao longo do processo de aconselhamento. O Mentoring e o Counseling são algumas das variações do Coaching. O Mentoring é um mentor que orienta uma atividade profissional com base na sua experiência mercadológica e maturidade. O Counseling é um conselheiro que procura atender uma necessidade pontual. Palestra – É uma apresentação sobre um determinado assunto no qual não há um aprofundamento e sim uma exposição que pode se seguida de um debate. Pesquisa – É um instrumento investigativo que reúne diversas variáveis que no caso empresarial vai focar na ação mercadológica e/ou no modelo de gestão da empresa. Uma pesquisa quando bem realizada contribui qualitativamente para a empresa no nível estratégico. Auditoria – A auditoria está ligada com a contabilidade e os processos da empresa, reúne muitos dados, demonstrações, relatórios. Não é aconselhável que uma empresa de consultoria ofereça serviços de auditoria. É uma questão ética, pois representa um conflito de interesses. Consultoria em Recursos Humanos 75 A consultoria não tem um modelo em si, cada cliente tem particularidades distintas e ações que devem ser tomadas de acordo com o objetivo que se deseja alcançar. Na Unidade 3, relacionamos algumas definições sobre o que é uma consultoria, o perfil do consultor e o comportamento esperado no que tange a ética e ações relacionadas à função. Na Unidade 4, vamos desmembrar os principais tipos de consultoria, suas características e as necessidades que cada um está relacionado. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Consultoria em Recursos Humanos 76 Exercícios – Unidade 3 1. De acordo com Santos (2016) existem três categorias relacionadas às características de um consultor. Não é uma característica associada à habilidade do consultor a alternativa: a) Ser intuitivo. b) Observar os aspectos qualitativos e quantitativos. c) Trabalhar em equipe. d) Ser ético. e) Apresentar inteligência empresarial. 2. Analise e relacione as colunas: 1 –Consultoria. 2 – Consultor. 3 - Gestor da Empresas. ( ) É responsável pela decisão final ,tem controle direto da situação. ( ) Aconselha baseado nas informações que consegue coletar. ( ) Prestação de serviço para um cliente. ( ) Profissional que trabalha com o conhecimento, utiliza-se de técnicas e metodologias para recomendar soluções. Assinale a alternativa que associa corretamente as colunas. a) 1,2,2,3 b) 3, 2, 1,2 c) 3,1,2,2 d) 3,2,1,1 e) 1,1,3,2 Consultoria em Recursos Humanos 77 3. A contratação de uma consultoria é uma tarefa delicada, porque vários pontos devem ser considerados. Assinale a alternativa correta no que tange a contratação de uma consultoria: a) A consultoria utiliza-se de metodologias e técnicas próprias, na qual a relação com a equipe do cliente é dispensável. Apenas o relacionamento com o gestor é imprescindível. b) Vivemos em um mundo globalizado no qual as informações estão disponíveis nos portais empresariais e em outras fontes, a confidencialidade das informações por parte do consultor não é mais uma premissa importante no processo de consultoria. c) Quando oconsultor tem realmente experiência consegue absorver de forma fidedigna o clima organizacional. d) Embora a consultoria possua informações sobre o clima organizacional, existem peculiaridades que só quem pertence àquela organização conhece. e) Os Recursos Humanos sempre têm uma visão clara dos cargos oferecidos e do perfil desejado dentro da empresa. 4. Existem princípios morais que devem ser respeitados na elaboração de um código de ética. Relacione o título de referência com o princípio: 1. Remuneração. 2. Demissão. 3. Seleção de Pessoas. 4. Relações trabalhistas. ( )Respeito aos direitos dos empregados e cumprimentos acordos firmados. ( ) Deve ser justa e ter o mercado como referência. ( )Avaliar as habilidades e competências dando oportunidades iguais sem preconceitos. ( )O processo deve ser digno e sempre que possível dar recursos e orientação para a continuidade da carreira. Consultoria em Recursos Humanos 78 Assinale a alternativa que corresponda à associação acima: a) 4, 1,3, 2. b) 4,2,3,1. c) 4,1,2,3. d) 4,3,2,1. e) 1,2,3,4. 5. Analise as assertivas abaixo: I) O outplacement é uma ação organizacional voltada para empregados que precisam procurar uma nova colocação no mercado de trabalho. II) O outplacement é um processo que está em desuso na moderna gestão de pessoas. III) Outplacement é um tipo de consultoria contratado pela empresa. IV) Baseado no que vimos sobre Outplacement e as assertivas apresentadas acima, assinale a alternativa correta: a) As assertivas I, II e III são Verdadeiras. b) As assertivas I, II são Verdadeiras e a III falsa. c) Somente a assertiva I é verdadeira. d) A assertiva II é falsa. e) Somente a Assertiva III é verdadeira. 6. É um instrumento investigativo com o objetivo de gerar um novo conhecimento, quando o foco está na organização objetiva levantar questões relacionadas ao mercado, suas ações e a modelos de gestão. Estamos falando de: a) Outplacement b) Pesquisa c) Auditoria d) Palestra e) Mentoring Consultoria em Recursos Humanos 79 7. Um profissional que se relaciona com grupos diversos e a sociedade deve ter um comportamento que prime por uma relação de confiança pautada na ética. A Ética ,desde os gregos, relaciona-se como uma estrutura básica para o conhecimento e a sabedoria. O Consultor de Recursos Humanos deve conhecer e incorporar as normas e os valores de éticos da sua profissão. O consultor deve: a) Ignorar a legislação vigente e as regulamentações das agências reguladoras. b) Promover ações relacionadas ou não ao desenvolvimento da organização. c) O Consultor só pode trabalhar na área se realmente ele tem capacidade técnica. d) Caso haja alguma perda causada pelo consultor ela deverá ser de responsabilidade do contratante. Não cabe a consultoria ressarci-la. e) A prestação de serviços de Consultoria simultâneos a clientes concorrentes é saudável. 8. Em relação a outras formas de atuação do Consultor com as organizações. Analise as assertivas abaixo: I. - Relaciona-se a um tipo de consultoria com atividades sistematizadas, não há uma relação com a inovação. Procura auxiliar em assunto gerais. Ou específicos de acordo com o contrato firmado com a empresa; II – Consultoria voltada para a tomada de decisão e operacionalização do que for necessário para que se chegue aos objetivos desejáveis. Muito utilizada em recuperações empresariais; III- Tipo de consultoria que reúne um grupo com elevado conhecimento organizacional que tem por objetivo aconselhar. Consultoria em Recursos Humanos 80 Analisando as definições, podemos associá-las respectivamente aos seguintes tipos de consultoria: a) Assessoria, Consultoria de Gestão, Conselho Consultivo. b) Conselho Consultivo, Consultoria de Gestão e Assessoria. c) Consultoria Executiva, Consultoria de Gestão e Conselho Consultivo. d) Coaching, Mentoring e Conselho Consultivo. e) Assessoria, Auditoria e Conselho Consultivo. 9. Quais são as responsabilidades associadas ao Consultor? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Schein (1975) dividiu a consultoria em três modalidades, defina e caracterize cada uma delas. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Consultoria em Recursos Humanos 81 4 Tipos de Consultoria Consultoria em Recursos Humanos 82 Caro aluno, Nesta unidade, vamos poder perceber de uma forma mais aprofundada os diferentes papéis da consultoria. Vamos dividir a consultoria em quatro sistemas: em relação ao serviço ou produto oferecido, em relação a sua estrutura, com o foco em sua abrangência e finalmente com base no relacionamento. Ao longo da unidade, perceberemos que a consultoria deve se adequar ao tipo de cliente que a solicita, mas sem perder os seus princípios básico de aconselhamento e diálogo aberto. Objetivos da unidade: Conhecer, de forma objetiva, o sistema de consultoria; Entender os diferentes papéis de um consultor; Conhecer a consultoria voltada para serviço ou produto oferecido (consultoria interna e externa); Conhecer a consultoria voltada para a estrutura ( consultoria artesanal, pacote fechado); Conhecer a consultoria em que a abrangência é o seu foco ( consultoria especializada, generalista, global); Conhecer a consultoria com base no relacionamento entre seus consultores (associado, autônomo, virtual); Identificar a Avaliação dos Serviços de Consultoria como parte do processo consultivo. Plano da unidade: Tipos de Consultoria Avaliação dos Serviços de Consultoria Bons estudos! Consultoria em Recursos Humanos 83 Tipos de Consultoria A identificação do tipo de consultoria é muito importante para quem contrata e para o consultor. Identificando o consultor, consegue-se definir sua forma de atuação e o cliente consegue avaliar melhor o serviço realizado ao longo do tempo. Segundo ORLICKAS (2001) a consultoria, de uma forma ampla, é o fornecimento de determinada prestação de serviço, em geral por um profissional muito qualificado e conhecedor do tema para um determinado cliente. O mesmo autor define que a Consultoria Organizacional – “é a atividade que visa a investigação, identificação, estudo e solução de problemas gerais ou parciais, atinentes à estrutura, ao funcionamento e à administração de empresas e entidades privadas ou estatais” ORLIKAS (1998: p.22) Na Unidade 3, vimos que SCHEIN (1975) dividiu a consultoria em três modalidades: compra de serviços especializados; médico-paciente e consultoria de processo. Os tipos de consultoria elencados por ele tem a visão da relação entre o consultor e a empresa-cliente. A consultoria pode ser dividida de quatro formas diferentes: 1. De acordo com o serviço ou produto oferecido, 2. De acordo com sua estrutura, 3. De acordo com sua abrangência, 4. Ou ainda de acordo com a forma de relacionamento adotada. Vamosconhecer cada uma delas nas seções a seguir. Serviço ou produto oferecido ( consultoria interna e externa) Na classificação da consultoria por serviço ou produto oferecido dividimos a consultoria em interna e externa. A principal diferença entre as consultorias é o que será oferecido ao cliente. O foco deste livro é o consultor externo, o que encontra- se fora da organização. O Consultor Interno fica com ações mais limitadas no seu papel de consultor e o Consultor Externo tem uma liberdade maior de atuação. Vamos entender a diferenciação entre os dois nas próximas seções. Consultoria em Recursos Humanos 84 Consultoria interna A consultoria interna é a que é realizada por um funcionário da empresa- cliente, as principais vantagens relacionadas a ele é o maior conhecimento que ele possui da cultura organizacional e das atividades diárias e um diálogo mais aberto com o grupo visto que ele pertence ao mesmo. Os problemas relativos à consultoria interna estão relacionados a uma certa resistência na sua aceitação pelos níveis superiores ao seu, a falta de uma experiência visto que só tem um olhar para a empresa a qual trabalha, a dificuldade de implementar mudanças e as mesmas serem aceitas com maturidade pela equipe e a imparcialidade na sua atuação. A imparcialidade se dá devido à ancoragem em certos conceitos e na cultura da empresa, relacionamentos muito próximos podem atrapalhar algumas mudanças. Cabe ao consultor interno e à cliente-empresa atividades relacionadas à adaptação de produtos do RH às necessidades dos colaboradores, propor soluções para eventuais conflitos, estabelecer metas de RH para a área, planejar a carreira e os benefícios oferecidos e identificar necessidades de treinamento. Quando o Consultor Interno de RH desenvolve projeto junto ao RH corporativo, ele atua reavaliando a missão e as políticas de RH ao mesmo tempo em que elabora e acompanha pesquisa de opinião sobre os produtos de RH que a empresa oferece. O Consultor Interno atua de forma diferenciada quando sua ação está voltada para a orientação sobre como conduzir todos os processos de RH. Ele instrui seu cliente interno quanto às técnicas de entrevistas, a forma de elaborar diagnósticos de treinamento, a maneira como admitir, a forma mais adequada de ministrar cursos (ORLICKAS, 2001). O Consultor Interno possui como principal papel o de oferecer ao seu cliente interno o melhor serviço, com qualidade e dentro de suas reais necessidades. Porém, para alcançar esse objetivo, ele precisa ter ou desenvolver competências, tais como (ORLICKAS, 2001): 1. Ser multidisciplinar: O Consultor deve ter uma visão holística e uma atuação diversificada. O Consultor Interno atua sempre como facilitador, não cabendo a ele a decisão final. Consultoria em Recursos Humanos 85 2. Ter como principal função a de facilitador da transição interna: ele atua assessorando e realizando mudanças nos processos internos. 3. Ter comprometimento em relação aos resultados da empresa: o consultor deve possuir segurança com os objetivos e resultados do seu trabalho. 4. Manter-se atualizado: Estar atualizado com os acontecimentos atuais, fazer um estudo de quais são as oportunidades e ameaças para a empresa-cliente. 5. Demonstrar isenção e racionalidade: O Consultor Interno deve ser capaz de analisar o contexto das situações de maneira neutra. 6. Ser um profissional negociador: O consultor deve ter a capacidade de negociação, buscando acertar as ideias que venham a surgir com os propósitos da empresa-cliente. 7. Enfatizar as pessoas: O Capital Humano é o centro da empresa e ele é o centro das mudanças. O Consultor interno deve aproveitar a oportunidade para o seu desenvolvimento profissional e pessoal. 8. Estar disposto a assumir riscos: O Consultor deve ter habilidade para lidar com as incertezas e entender os riscos. Saber administrar um possível fracasso em um processo, aprendendo a lidar com a frustração também é muito importante, porém sempre tendo em mente que os erros são fonte de aprendizado e que só erra quem está em constante experimento. 9. Pensar de Forma Estratégica: A experiência faz o pensamento estratégico fluir e consultor deve se empenhar para entender como funciona o ambiente interno e externo para buscar estratégias de crescimento. 10. Possuir facilidade de dialogar e se relacionar: Saber ouvir e entender as nuances do clima organizacional 11. Administrar com sabedoria as resistências: O consultor tem que saber lidar com os egos e o posicionamento defensivo da equipe. O consultor interno deve ser perspicaz a fim de perceber onde estão centrados os focos de resistências nos processos de melhoria, sua amplitude e a intensidade com que ocorrem. Para erradicar a hesitação e estimular a assunção de riscos a identificação desses focos direciona as ações corretivas a serem propostas pelo consultor interno. Consultoria em Recursos Humanos 86 12. Reconhecer suas próprias limitações para gerar credibilidade: O consultor deve perceber suas limitações e buscar contribuições com outros especialistas na área. A troca constante de conhecimento faz com que haja crescimento pessoal e profissional além de dar crédito profissional. Milkovich e Boudreau (2000) apontam que algumas organizações atuam com um modelo de RH de alta flexibilidade, com líderes dotados de ampla experiência e conhecimento sobre o negócio e suas unidades. Nesse modelo, a ação fica por conta dos gestores ou representantes de RH, os quais atuam como Consultores Internos para as unidades de negócio, criando políticas adequadas às necessidades de cada unidade e transformando a organização em uma rede de alianças. Consultoria externa O consultor externo é um consultor de fora da empresa-cliente que pode ser autônomo ou um profissional de uma empresa de consultoria. O Consultor externo tem geralmente uma experiência maior devido a ter atuado em outras organizações o que possibilitou uma maior bagagem de informações e processos. Existe uma menor resistência pela administração quando a empresa-cliente opta pela contratação de uma consultoria externa e devido a não estarem envolvidos com as tarefas diárias a imparcialidade na condução da consultoria é maior. Como principais desvantagens na Consultoria externa encontram-se a dificuldade inicial em se estabelecer vínculo com a equipe e conhecer o clima organizacional. O consultor é um agente de mudanças e o consultor externo deve propor uma harmonia na equipe para que todos se sintam seguros em contribuir. Estrutura (consultoria artesanal, pacote fechado) A Consultoria pode ser caracterizada por sua estrutura no qual estão incluídos a flexibilidade, a metodologia, a adequação do serviço à realidade da empresa- cliente, tempo de contratação e a aderência da equipe. Podemos dividir a consultoria voltada para a estrutura em Consultoria de Pacote Fechado e Consultoria Artesanal. Consultoria em Recursos Humanos 87 Consultoria de pacote fechado A Consultoria de Pacote Fechado e uma consultoria engessada, pois se utiliza de metodologias e técnicas administrativas em várias empresas sem a preocupação de se adequar-se a realidade de cada uma. É como utilizar da mesma fórmula em várias empresas. Hoje em dia este tipo de consultoria está em desuso, mas ainda há consultorias que ainda utilizam este tipo quando querem inserir novos membros da equipe que ainda não detém uma experiência e quando julgam que a coordenação dos trabalhos é mais superficial. Algumas características são associadas a este tipo de consultoria como contratos fechados com os administradores menos influentes da empresa-cliente, negociação lenta devido à geração de muitas mudanças em um tempo muito curto. O desenvolvimento e a implementação do projeto é complexa e com uma resistência elevada. Como não há uma personalização da ConsultoriaPacote Fechado para a empresa-cliente a equipe cria alguns empecilhos para a implantação das mudanças, visto que consideram as mudanças bruscas demais sem uma discussão aprofundada das variáveis da organização. Podemos citar algumas vantagens neste tipo de consultoria: rapidez nos serviços de consultoria, menor custo, mudanças impactantes e a curto prazo e por fim pode melhorar o nível de treinamento . Consultoria artesanal A Consultoria Artesanal busca a personalização dos serviços, cada cliente é único e merece uma solução específica e que atenda a sua demanda. Apesar de utilizar-se de modelos que foram aplicados e assertivos em outras empresas, o projeto é baseado em metodologias e técnicas administrativas desenvolvidos especificamente para cada empresa-cliente atendida. Neste tipo de Consultoria, a experiência do consultor e dos executivos da empresa-cliente são colocados lado a lado, valoriza-se o conjunto de conhecimentos em prol da identificação dos problemas e a busca de soluções inteligentes para o mesmo. Consultoria em Recursos Humanos 88 Como características, podemos citar que o contrato é fechado com a alta administração e requer muito tempo de negociação, a resistência na elaboração e implementação do projeto é menor porque foi trabalhada conjuntamente com a equipe da empresa-cliente e os consultores. Como principais vantagens, podemos destaca a rapidez no desenvolvimento dos trabalhos devido ao diálogo aberto entre as partes interessadas, um treinamento mais assertivo, menor resistência aos trabalhos e uma qualidade diferenciada, independência relacional, consultores com um grau elevado de conhecimento e experiência. Abrangência ( consultoria especializada, generalista, global) A consultoria que se baseia na abrangência foca na profundidade do trabalho. A profundidade relaciona-se com o tempo de contrato, o desenvolvimento e a implementação do projeto, os níveis na hierarquia e o seu posicionamento na contratação do consultor. Podemos dividir abrangência em Consultoria Especializada, Generalista e Global. Consultoria especializada A Consultoria Especializada é a que tem foco em uma área de conhecimento específica. Pode atuar em mais de uma área, mas com excelência de conhecimento. É uma das consultorias com o maior crescimento devido às empresas optarem por serviços com uma melhor qualidade e possivelmente resultados mais assertivos. Como as empresas têm uma concentração grande de especialistas nos cargos médios da administração é lá que se dá o processo de contratação deste tipo de consultoria. Por serem especialistas dentro da empresa-cliente á uma visibilidade maior dos problemas emergentes e de qual consultoria especializada será necessária para sanar os problemas e chegar aos objetivos esperados. Apresenta pouca resistência na sua implantação e o desenvolvimento do projeto. Consultoria em Recursos Humanos 89 As vantagens associadas à Consultoria Especializada são: melhor qualidade do serviço por ele ser especializado e focado na área, interação entre os sistemas da empresa-cliente devido ao conhecimento das metodologias e a aptidão do consultor na facilitação dos processos, sérvio mais enxuto e com menor custo, treinamento em tempo real e focado na tarefa, uma equipe de consultoria realmente apta para o assunto contratado. Consultoria generalista A Consultoria Generalista engloba várias áreas de conhecimento, o consultor é contratado pelos níveis hierárquicos mais altos com o objetivo que o consultor trate de vários problemas dentro da empresa-cliente. Existe uma restrição a este tipo de consultoria que por atacar várias áreas do conhecimento acaba não interligando os problemas e provocando uma demanda de esforços da equipe sem atacar de uma forma conjunta e mais inteligente. Como vantagens, podemos destacar a maior abrangência de áreas, treinamento otimizado, investimentos menores da empresa-cliente, se a consultoria generalista for integrada pode ter suas metodologias integradas. Consultoria global Tem o foco na amplitude territorial em que atua, sua linha de frente atende a diversos países. A globalização é uma realidade que proporciona uma evolução tecnológica, a formação de áreas de livre comércio e blocos econômicos, informações rápidas e absorção cultural através da rede. Com a globalização, migramos a todo o momento para novos patamares de comportamento, trocas e percepções econômicas e sociais. A Consultoria Globalizada tem seu contrato fechado com a alta gerência, a negociação é demorada devido à multiplicidade de informações que pode causar resistência na implantação do projeto. Consultoria em Recursos Humanos 90 Relacionamento (associado, autônomo, virtual) Esta forma de consultoria divide-se na forma como o consultor se relaciona com o seu cliente. Aqui o consultor pode ter ou não vínculo com uma empresa, atuando ou de forma independente, ou se convidado para algum projeto. Entra nesta categoria o trabalho remoto. Consultor associado O Consultor associado é um especialista em uma ou mais áreas de conhecimento que se associa a um time de consultores para oferecer um serviço focado nos problemas que emergem da empresa-cliente. São profissionais contratados através de projetos específicos para realizarem o levantamento, análise das tarefas e melhoria dos processos. São consultores com um grau de experiência alto que atuam em uma determinada área e que trabalham conjuntamente e de forma colaborativa com outros consultores. Os consultores associados conseguem utilizar-se de metodologias que proporcionam um sistema global de elevada qualidade que costuma atender satisfatoriamente a empresa-cliente. Consultor autônomo O Consultor Autônomo atua de forma independente em um determinado projeto. Em geral atua em diversas áreas do conhecimento e utiliza-se de palestras, apresentação de trabalhos em eventos para fazer a sua divulgação pessoal. Consultor virtual O Consultor virtual é o que atua via internet, também é chamado de e-consulting. É uma evolução na consultoria e utiliza-se de ferramentas das tecnologias da informação e comunicação para atuar. O ponto mais delicado deste tipo de consultoria é a ausência do consultor na empresa-cliente o que impossibilita uma análise do clima organizacional já que se baseia apenas em webconferências e informações compartilhadas via rede. Consultoria em Recursos Humanos 91 Avaliação dos Serviços de Consultoria A avaliação é uma análise do cenário quando a consultoria ainda não estava instaurada e depois que ela foi concluída. Podemos seguir duas linhas de avaliação de uma consultoria: a autoavaliação e o feedback da empresa-cliente. A autoavaliação permite que os consultores conheçam as áreas e/ou tarefas que devem melhorar o desempenho e as que se sobressaíram satisfatoriamente. Quanto incentivamos ao cliente a nos dar um feedback da consultoria estamos oportunizando que ele seja ouvido. Um gestor vai analisar a consultoria pelos seguintes ângulos: o crescimento da receita, a redução das despesas, a agregação de valor e por último e não menos importante a sua satisfação com o serviço e a dos seus stakeholders. Na próxima unidade vamos conhecer como se dá a implementação e projetos de consultoria e podermos ver com uma maior riqueza de detalhes todas as suas fases. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Consultoria em Recursos Humanos 92 Exercícios – Unidade 4 1 - Analise as assertivas abaixo: I - O papel do consultor interno de Recursos Humanos é eminentemente estratégico. Ele precisa ser um facilitador da transição interna; II - A adoção do modelo de consultoria interna possibilitaque o RH assuma um enfoque estratégico na gestão do principal recurso da empresa; III - A importância da Consultoria interna de Recursos Humanos tem sido evidente desde a formulação das políticas de gestão de pessoas até a definição do estilo de liderança empresarial condizente com os novos tempos. É correto afirmar que: a) As assertivas I, II e III são Verdadeiras. b) As assertivas I, II são Verdadeiras e a III falsa. c) Somente a assertiva I é verdadeira. d) Somente a Assertiva II é verdadeira. e) Somente a Assertiva III é verdadeira. 2. Consultoria que tem assumido papel importante nas organizações como atividade de cunho intelectual, de apoio à gestão e à agilidade das ações da organização. É realizada por um funcionário da empresa-cliente. Estamos falando de: a) Consultoria Interna. b) Consultoria Externa. c) Consultoria Artesanal. d) Consultoria de Pacote Fechado. e) Consultoria Global. Consultoria em Recursos Humanos 93 3. Tipo de consultor que não é funcionário das organizações que presta serviços. Trata-se de um profissional autônomo. Geralmente ele possui formação específica e uma boa experiência prática à respeito de seu assunto. A definição refere-se ao Consultor: a) Consultor Artesanal. b) Consultor Interno. c) Consultor Externo. d) Assessor. e) Nenhuma das respostas anteriores. 4. Consultoria que tem foco em uma área de conhecimento específica. Pode atuar em mais de uma área, mas com excelência de conhecimento. É uma das consultorias com o maior crescimento. Estamos falando da: a) Consultoria Externa. b) Consultoria Artesanal. c) Consultoria de Pacote Fechado. d) Consultoria Global. e) Consultoria Especializada. 5. Consultor especialista em uma ou mais áreas de conhecimento que se associa a um time de consultores para oferecer um serviço focado nos problemas que emergem da empresa-cliente. Estamos nos referindo ao Consultor: a) Autônomo. b) Associado. c) Virtual. d) Artesanal. e) Interno. Consultoria em Recursos Humanos 94 6. A consultoria pode ser dividida de quatro formas diferentes: abrangência, serviço/produto oferecido, estrutura e tipo de relacionamento. A consultoria Externa está relacionada a: a) Serviço ou produto oferecido. b) Estrutura. c) Abrangência. d) Forma de relacionamento adotada. e) Nenhuma das respostas anteriores. 7. A consultoria global tem o foco na amplitude territorial em que atua, sua linha de frente atende a diversos países. Ela é um tipo de consultoria relacionada a: a) Serviço ou produto oferecido. b) Estrutura. c) Abrangência . d) Forma de relacionamento adotada. e) Nenhuma das respostas anteriores. 8. Tipo de consultoria meticulosa, busca a personalização dos serviços, cada cliente é único e merece uma solução específica e que atenda a sua demanda. A definição refere-se à Consultoria: a) Consultoria Externa. b) Consultoria Artesanal. c) Consultoria de Pacote Fechado. d) Consultoria Global. e) Consultoria Especializada. Consultoria em Recursos Humanos 95 9. Defina e caracterize a Consultoria Interna e Externa. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Defina o que vem a ser um Consultor Associado. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Consultoria em Recursos Humanos 96 Consultoria em Recursos Humanos 97 5 Projeto de Consultoria Consultoria em Recursos Humanos 98 Caro aluno, O objetivo desta unidade é mostrar como um projeto é executado e a sua relação com a consultoria de Recursos Humanos. Vamos conhecer todas as fases de um projeto da iniciação ao seu encerramento e suas áreas de conhecimento. Finalizaremos com a exposição da importância da liderança e a sua influência no acompanhamento de um projeto Objetivos da unidade: Entender o que é um projeto; Conhecer as fases que compõem um projeto; Relacionar as áreas de conhecimento com as fases do projeto; Entender a relação entre a Liderança e o papel do consultor. Plano da unidade: Projeto Áreas de Conhecimento em Gestão de Projetos Liderança e Influência na Gestão de Projetos Bons estudos! Consultoria em Recursos Humanos 99 Projeto As organizações estão cada vez mais competitivas para conseguir se manter no mercado. Os clientes exigem que os produtos/serviços atendam uma alta escala de exigência que vai desde a busca por tecnologias mais avançadas a rapidez no atendimento e um bom relacionamento e engajamento eco social. D e outro lado estão os acionistas, escassez de capital intelectual que atenda a esse processo de mudanças contínuas que estamos vivendo. Se observarmos como as empresas conseguem chegar a um planejamento estratégico assertivo, vamos identificar que a gestão por projetos é um dos principais meios para se chegar com sucesso a uma entrega que atinja aos objetivos elencados, respeitando os parâmetros relacionados ao prazo, recursos alocados e qualidade requerida. O consultor deve elaborar sua proposta na estrutura de um projeto para que seja clara a análise e o acompanhamento da evolução das fases e dos serviços prestados pela consultoria. O cliente que contrata a consultoria deve sentir-se seguro e o projeto é uma das melhores formas de apresentar o panorama, as ações adotadas e resultados. Segundo o Guia PMBoK (2008), os projetos são normalmente autorizados como resultado de uma ou mais considerações estratégicas. Estas podem ser uma demanda de mercado, necessidade organizacional, solicitação de um cliente, avanço tecnológico ou requisito legal. Leite e col. (2007) relacionam três situações que podem originar um projeto. São elas: Por determinação superior: que tem origem em uma insatisfação com as tarefas executadas e numa emergente reestruturação dos procedimentos atuais. Como exemplo, podemos citar um processo seletivo que excedeu o prazo requerido para preenchimento da vaga decorrente de uma solicitação mal coordenada pelo departamento de Recursos Humanos. Outro motivo de determinação superior seriam as oportunidades estratégicas internas para o aprimoramento contínuo do pessoal e dos processos desenvolvidos para manutenção ou melhoria da Consultoria em Recursos Humanos 100 posição obtida pela organização no mercado. Neste caso podemos tomar como um exemplo a identificação de competências e habilidades dos funcionários. E por fim as oportunidades estratégicas externas que seria voltado para uma melhor adequação e posicionamento da organização diante das exigências domercado. Como exemplo, temos a implantação de certificações e normatizações dos processos internos da organização. Por meio de uma solicitação do usuário: essa situação pressupõe que o usuário saiba o que quer e o motivo que está dificultando ou prejudicando o seu desempenho par ao alcance dos objetivos. Um exemplo disso é quando se tem um objetivo e o mesmo não foi alcançado. O resultado da medição dos indicadores da atividade realizada informa a performance da mesma. Por recomendação de um consultor: Um consultor é um observador que pode sugerir novas ações que podem trazer maiores benefícios na área que esteja atuando. O consultor tem liberdade de sugerir e recomendar mudanças nos procedimentos adotados pelos usuários. Encaixam-se aí vários procedimentos que tenham por objetivo melhorar o desempenho de alguma área ou função da organização. Independente do caminho a se seguir em um projeto deve-se ter claro quais são as características e objetivos do mesmo. Vamos a algumas características do Projeto? Características de um Projeto: Temporários, possuindo um início e um fim definidos; Planejados, executado e controlado; Entregam produtos, serviços ou resultados exclusivos; Desenvolvidos em etapas e continuam por incremento com uma elaboração progressiva; Realizados por pessoas; Recursos limitados. Consultoria em Recursos Humanos 101 Quando uma função gerencial é orientada para projetos, significa que se é esperada uma orientação para resultados nos quais o levantamento dos dados, o planejamento, a execução e o controle permitem a alocação e otimização de recursos com vistas aos objetivos traçados inicialmente. Todo projeto é temporário e exclusivo, a temporalidade dá-se porque todo projeto tem um início e um final e a exclusividade se dá porque não existe um modelo. Cada projeto é único e realizado para atender um cliente e/ou uma determinada demanda. Os projetos são sensíveis ao contexto em que se enquadram e exige uma adaptabilidade, muita negociação, conciliação de interesses e uma liderança assertiva. Mas quem são os envolvidos no Projeto? Um projeto tem como envolvidos não só o requisitante como os stakeholders. Stakeholder quem são eles? Gerente do projeto ou cliente/usuário Organização executora e equipe de gerenciamento do projeto Gerentes funcionais envolvidos no projeto Membros da equipe do projeto e PMO Patrocinadores e influenciadores – internos e externos A área de Gestão de Pessoas é responsável por grande parte do sucesso de um projeto. Através desta área poderemos não só elencar os perfis necessários para a execução do projeto, quanto identificar a cultura e o clima organizacional. A cultura organizacional está relacionada com a identidade e os valores da empresa, a forma como conduz os seus negócios. É uma área muito resistente a mudanças, mas possível através da inserção de novos elementos e experiências. CHIAVENATO (2008) define o clima organizacional como um conjunto de propriedades mensuráveis do ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente, pelos indivíduos que vivem e trabalham neste ambiente e que influencia a motivação e o comportamento desses funcionários. “Ele representa o Consultoria em Recursos Humanos 102 conjunto de sentimentos predominantes numa determinada empresa e envolve a satisfação dos profissionais tanto com os aspectos mais técnicos de suas carreiras e trabalho quanto aspectos afetivos/emocionais, refletindo em suas relações com os colegas de trabalho, com os superiores e com os clientes de modo geral. É a tendência de percepção que os membros de uma organização possuem a respeito de seu grau de satisfação em relação ao conjunto ou a determinada característica desta organização”. Cabe ao gestor do projeto estruturar junto com a sua equipe os processos organizacionais e fazer a análise das demandas gerenciais. As demandas podem gerar incertezas iniciais devido aos desafios técnicos e a complexidade devido ao número elevado de variáveis. Mas como se dá um projeto? Um projeto é divido em fases: Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle e Encerramento. Vamos conhecer cada uma das fases de um projeto detalhadamente. Iniciação A iniciação visa apontar os pontos que irão fazer parte do projeto. É nesta fase que se faz uma análise detalhada do que e para onde se deve seguir. A iniciação deve ter conectividade com o planejamento estratégico da organização. Quando se inicia um projeto? Um projeto só pode ser iniciado quando é assinado o Termo de Abertura e apresentada a declaração do escopo preliminar. Só depois da assinatura do termo que o projeto poderá enfim dar o seu início. É nesta fase que se define quem será o gerente do projeto e o papel de cada um na equipe. Consultoria em Recursos Humanos 103 Na iniciação, reuniremos toda a documentação necessária para o negócio, vamos elaborar a justificativa do projeto para que haja um entendimento das reais necessidades. É de extrema importância que a gestão de pessoas participe de todas as etapas. Fonte: Scaryideas.com. Acesso em 20/11/2017 Na iniciação existe uma necessidade de conhecer detalhadamente a organização em si para que se possa desenvolver ações compatíveis com a realidade apresentada. Para se ter uma visão holística da organização pode-se usar da leitura dos relatórios da organização, seus procedimentos, manuais, observar, utilizar-se de algum tipo de pesquisa. O objetivo é entender a cultura da organização para que se proponha um projeto que realmente vá à fundo nos objetivos propostos. Consultoria em Recursos Humanos 104 Planejamento O planejamento vai coletar informações e desenvolver todo o plano de gerenciamento. Nesta fase identifica-se, define-se e aperfeiçoa-se o escopo inicial e se faz a análise do custo de uma forma mais minuciosa. Cria-se um cronograma de atividades necessárias para a implantação do projeto. Este cronograma deve estar muito bem alinhado com as estratégias de desenvolvimento do projeto. Quando se consegue desmembrar todo o plano de gerenciamento fica mais fácil conseguir a adesão da equipe, o detalhamento ajuda a cada um situar-se de forma clara nas atividades que devem executar. “A equipe do projeto busca informações e estimula o envolvimento de todas as partes interessadas ao planejar o projeto e desenvolver o plano de gerenciamento e os documentos do projeto. Como o processo de coleta de feedback e o refinamento dos documentos não pode continuar indefinidamente, os procedimentos definidos pela organização determinam quando o planejamento inicial termina. Esses procedimentos serão afetados pela natureza do projeto, pelos limites definidos para o mesmo, pelas atividades de monitoramento e controle apropriadas e também pelo ambiente que o projeto será executado.”( Guia PMBOK 5 Edição) Existem aspectos básicos a serem considerados pelo consultor nesta fase, vamos a alguns: Identificação do(s) problemas(s) gerador(res), qual será o foco desta consultoria e qual projeto será inserido; Análise do ambiente, identificação dos fatores internos e externos que influenciam o trabalho; Definição dos objetivos a serem atingidos, sendo relacionados com os objetivos da empresa; Definição das métricas para avaliação do projeto; Estudos de viabilidade do projeto, caso haja necessidade; Identificação da equipe que irá acompanhar o projeto, pode-se envolver o pessoal interno da empresa e pessoas vindas de fora; Consultoria em Recursos Humanos 105 Definição de um cronograma a partir da alocação de recursos e atividades; Elaboração do Plano de Projeto. O planejamento pode ser definido como uma fase na qual é possível levantar os passos que vão viabilizar as expectativas do projeto e permitir a conquista do seu objetivo.Execução A execução é uma parte muito delicada para a gestão de pessoas, porque vai ter que coordenar as pessoas e os recursos, integrar e realizar as atividades previstas, abordar o escopo e implementar as mudanças aprovadas . É nesta fase que se utiliza a maior parte do orçamento para o projeto. Segundo LEITE ET COL (2007), a execução significa que o objetivo foi atendido em todas as suas especificações. Durante algum tempo, as ações (antigas e novas) deverão ocorrer juntas até que todos os procedimentos na prática sejam substituídos pelas novas ações. Durante a execução, poderão ocorrer mudanças que gerarão um novo cronograma de atividades e de entregas previstas. Essas variações podem afetar o planejamento e os envolvidos na organização. O consultor tem uma grande responsabilidade em suas mãos ao gerir um projeto, qualquer ação que for desenvolvida e implementada e não corresponder ao que foi solicitado pode gerar grandes problemas com o cliente que contratou os seus serviços. OLIVEIRA (2014) elenca algumas recomendações para o consultor que detêm um projeto sob sua responsabilidade: Concentrar os esforços nos resultados esperados do projeto; Ser flexível dentro de uma medida razoável; Envolver os níveis hierárquicos superiores da empresa-cliente, como o objetivo de conseguir o apoio necessário à elaboração e à implantação do projeto de consultoria; Consultoria em Recursos Humanos 106 Ter adequado e realista sistema de informações inerentes aos vários assuntos do projeto; Manter contatos diretos com as pessoas envolvidas no projeto; Fazer adequada distribuição de tarefas entre seus subordinados (se for o caso); Manter racionalidade nos dispêndios inerentes ao projeto, gastando onde realmente for necessário; Manter situação realista, não pendendo para o otimismo ou para o pessimismo; Incentivar críticas e debates pelos diversos profissionais envolvidos quanto ao desenvolvimento do projeto; Fazer projetos viáveis em conteúdo, recursos e tamanho para a situação considerada; Manter coerência em suas atitudes e decisões; Lembrar que o projeto considera, além de problemas presentes, também problemas futuros; Manter otimizado nível de treinamento dos profissionais da empresa- cliente; Minimizar os possíveis problemas de realocação dos profissionais alocados no projeto, planejando a conclusão do projeto, e Manter adequado sistema de controle e avaliação do projeto, inclusive de suas atividades (partes do projeto). Consultoria em Recursos Humanos 107 Monitoramento e controle Nesta fase serão observadas as atividades que foram desenhadas na Estrutura Analítica do Projeto e se for identificado algum problema serão ajustadas através de ações corretivas. A observação vai ser dada através de uma medição regular do desempenho e controle de mudanças. Pode-se usar aqui algumas ferramentas gerenciais que dão suporte a esta ação e a partir da identificação dos pontos a serem acertados pode-se recomendar ações preventivas e dar um feedback. Encerramento O encerramento se dá por uma finalização formal das atividades relacionadas ao projeto. Aqui todas as entregas devem ser realizadas para a finalização do contrato. Será assinado o termo de fechamento do projeto no qual ambas as partes, o consultor e o cliente assinam e declaram-se de acordo com todas as premissas que o contrato contemplava. Um projeto pode ser considerado um sucesso quando conseguiu cumprir os prazos previstos, os custos ficaram dentro do que se foi planejado, não oscilando muitos os valores, a qualidade técnica atendeu a demanda do projeto e as exigências de viabilidade foram atendidas, houve um equilíbrio estratégico mantendo-se ou aumentando-se a rentabilidade do cliente e captando ou mantendo-se novas oportunidades para ele. Importante! O sucesso do projeto depende de: Do cumprimento do escopo, do prazo e dos custos, e flexibilidade para ajustes necessários. O foco no objetivo e a satisfação da equipe são as premissas básicas para que um projeto atinja a sua eficácia. Consultoria em Recursos Humanos 108 Áreas de Conhecimento em Gestão de Projetos Uma área de conhecimento é definida por seus requisitos. Cada requisito tem uma área de conhecimento específica que é descrita em processos que a compõem, as práticas relacionadas, as ferramentas e técnicas. Um projeto é dividido em áreas de conhecimento e cada área é definida de acordo com os requisitos. Segundo o Guia PMBOK 5 edição, o processo de gerenciamento de um projeto é composto pelas seguintes áreas de conhecimento: Gerenciamento da Integração – com foco no gerenciamento de todas as partes móveis de um projeto; Gerenciamento do Escopo – o foco está na proteção, realização e entrega do escopo do projeto; Gerenciamento do Tempo – foco na definição e monitoração dos prazos das atividades do projeto, a fim de que o mesmo possa ser concluído no tempo pré-determinado; Gerenciamento do Custo – com foco na estimativa e manutenção dos custos do projeto; Gerenciamento da Qualidade – o foco está na definição das expectativas de qualidade e, depois, em oferecer o produto com o nível de qualidade esperado; Gerenciamento de Recursos Humanos – foco no desenvolvimento de uma equipe que irá trabalhar unida, a fim de entregar o projeto conforme o esperado; Gerenciamento de Comunicações – o foco está na distribuição das informações necessárias para as partes envolvidas, no tempo correto; Gerenciamento do Risco – foco em identificação, atenuação e gerenciamento de riscos relacionados ao projeto; Consultoria em Recursos Humanos 109 Gerenciamento de Parcerias – com foco em selecionar e gerenciar as diversas parcerias necessárias à conclusão do projeto. Liderança e Influência na Gestão de Projetos Todo projeto, consultoria ou a gestão de pessoas está relacionada a um bom entrosamento da equipe; mas para que isso aconteça, a presença de um líder é fundamental. O líder está associado à capacidade de liderar. Liderança é o processo de conduzir as ações ou influenciar o comportamento e a mentalidade de outras pessoas. Proximidade física ou temporal não é importante no processo. Um cientista pode ser influenciado por um colega de profissão que nunca viu, ou mesmo que viveu em outra época. (MAXIMIANO, 2002) Mas como identificar as competências necessárias para ser um líder? Bennis (apud CLELAND, 1999) identifica as competências das pessoas que exibiram liderança efetiva de acordo com os seguintes parâmetros: Gerenciamento da atenção: capacidade do líder de fixar a intenção, a visão ou a direção no senso dos objetivos, metas e estratégias do projeto; Gerenciamento do significado: responsabilidade do líder de comunicar o significado do resultado do projeto dentro da estratégia corporativa; Gerenciamento da confiança: um líder deve ser confiável. Os membros da equipe seguirão um líder com quem sabem que podem contar, mesmo que estejam em desacordo com seu ponto de vista; Gerenciamento de si mesmo: esse gerenciamento é crítico. Se a pessoa está motivada e tem conhecimento e habilidade, haverá uma boa chance de empregá-los de uma maneira efetiva. Fleury e Fleury (2001) definem bem a competência, estabelecendo que ela está baseada em conhecimentos, habilidades e atitudes do indivíduo que agregam valor social a ele e valor econômico à organização, por meio de um saber agir responsável e reconhecido, que implica em mobilizar, integrar e transferir conhecimentos, recursos e habilidades. Consultoria em Recursos Humanos 110 A gestão de pessoas deve identificar os profissionais dentro da organização que detêm este perfil. As organizações devem entender que o ambiente de negócios ampliou com a globalização, o ambiente interno é um ponto crucial para o desenvolvimentoda organização. O líder deve criar condições para que ocorra um entendimento mútuo entre os diferentes níveis hierárquicos, gerir o conhecimento através de atividades que promovam o compartilhamento das informações. Delegar funções A delegação é o fundamento de um estilo de administração que permite que seu pessoal use e desenvolva suas habilidades e conhecimentos até o pleno potencial. Sem delegação, você desperdiça recursos humanos. Delegação é, fundamentalmente, confiar sua autoridade a outros. Isto significa que eles podem agir e tomar iniciativas independentes; e que eles assumem responsabilidade com você na realização das tarefas.(MALIMA, 2006) Delegar requer a transferência de autoridade e responsabilidade para a execução de um determinado objetivo. Quando se delega, o líder abre mão de ser a única estrela dentro da organização, ou seja ele confia nos outros e dá a oportunidade da equipe brilhar junto com ele. O gerente do projeto ou o gestor de pessoas deve delegar pelas seguintes razões: Uma equipe deve desenvolver seus talentos, delegando você está desenvolvendo aptidões específicas de cada membro da sua equipe e os treinando para outras ações. Dica de Link! Vamos ler uma reportagem publicada no Jornal O GLOBO de 2014. Link: https://oglobo.globo.com/economia/emprego/delegar-tarefas-diferente-de- transferir-responsabilidades-13741596 Consultoria em Recursos Humanos 111 Delegar está associado a motivar a equipe, quando recebemos uma missão é sinal que o líder confia no nosso potencial o que nos faz sentirmos parte do processo e consequentemente motivados. Aumenta o grau de iniciativa dos membros da organização. Aumenta o potencial criativo e de inovação porque cada um irá buscar soluções diferenciadas para resolver os questionamentos e situações. Quando delegamos temos mais tempo para trabalhar em outras ações. Quando estamos envolvidos em uma consultoria, estamos focados não só em aconselhar o cliente, mas em nos relacionar com uma equipe. Quando o líder delega isso abre a possibilidade de ter maior flexibilidade de tempo para reflexão, planejamento e a coordenação das atividades. A eficácia na área de gestão de pessoas depende da capacidade dos gestores de exercer a liderança de modo compatível com os desafios corporativos. Para que as políticas de gestão de pessoas sejam assertivas é essencial que o corpo gerencial tenha uma preparação e consiga exercer uma influência positiva sobre a equipe. O Líder deve ter objetivos para contagiar a equipe, deve incentivar a criatividade, escutar ideias, criticar menos e direcionar mais. Ao realizar um projeto o objetivo sempre será o de desenvolver soluções voltadas para as tarefas diárias da empresa. Os projetos podem ser curtos, médio ou de longo prazo e cabe a área de Recursos Humanos harmonizar as relações de trabalho, padronizar e criar formas singulares de atender cada cliente. O consultor quando inicia um projeto deve ter características presentes de um conselheiro com espírito de liderança para junto com os gestores da empresa conseguir traçar metas, orientar, acompanhar a execução e entregar um produto com extrema qualidade e voltado para os objetivos estratégicos e organizacionais da empresa. Consultoria em Recursos Humanos 112 Na Unidade 5, exploramos o que vem a ser um projeto. O Consultor seja interno ou externo sempre irá trabalhar dentro de um projeto. Mostramos as diversas fases de um projeto e as características de cada fase. Na unidade 6, vamos entender como se dá a mudança organizacional. Sabemos que as organizações possuem uma cultura própria que é ancorada em alguns padrões de comportamento. Como a consultoria promove mudanças acaba provocando resistências. Mostraremos algumas nuances no desenvolvimento de equipes para finalizar. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Consultoria em Recursos Humanos 113 Exercícios – Unidade 5 1. Ser líder é influenciar pessoas para pensar e agir da forma como o líder quer. É ter controle da situação para garantir o atingimento dos resultados esperados. Ter o poder não é, somente, estar em condições de impor a própria vontade contra qualquer resistência. É, antes, dispor de um capital de confiança, tal que o outro lhe delegue o poder da influência. O líder assertivo, além de usar seu poder de autoridade, quando necessário, utiliza o seu poder pessoal, baseado nas suas habilidades pessoais de envolvimento e comprometimento do seu time. Sua força está no poder pessoal de criar vínculos com o time, de tal forma que, voluntariamente, as pessoas fazem o que o líder espera deles porque estão comprometidos com o resultado final.” Martins, V. Líder assertivo é questão de sobrevivência. Disponível em: http://www.duomoeducacao.com.br/Lideranca/lider-assertivo-e-questao-de- sobrevivencia.html. Acesso em: 07/12/2017. Sobre os conceitos de líder e liderança, assinale a alternativa correta. a) Os líderes já nascem prontos. b) Habilidades e competências gerenciais podem ser desenvolvidas nos indivíduos. c) Liderança e autoridade formal significam a mesma coisa. d) A liderança não se aplica a todos os tipos de organização humana. e) A liderança se restringe à alta administração da organização. 2. É um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza temporária indica um início e um término definidos. Esta definição cabe a alternativa: a) Produto. b) Serviço. c) Projeto. d) Processo. e) Nenhuma das respostas anteriores. Consultoria em Recursos Humanos 114 3. As áreas de Conhecimento de Gerenciamento de Projetos, descrevem os conhecimentos e práticas em termos dos processos que os compõem. Das alternativas relacionadas abaixo a que NÃO se trata de uma das suas áreas de conhecimento é a alternativa: a) Riscos. b) Requisitos. c) Escopo. d) Aquisições. e) Integração. 4. O PMBOK é um manual de boas práticas e recomendações relacionadas à gestão de projetos. O processo de Iniciação: a) Define o seu projeto e seu escopo. b) Define e autoriza o processo. c) Inicia o planejamento e a execução do Projeto. d) Inicia o projeto e) Nenhuma das respostas anteriores. 5. Existe uma tendência nas organizações de elas atuarem com gestão de projetos. Esse é o principal meio para lidar com as constantes mudanças de produtos, de serviços e de processos nas empresas. Sobre esse assunto, considere as afirmativas abaixo. I - Na gerência de projetos, são postas em prática as funções administrativas de processo de gestão (organizar, planejar, implementar e controlar).; II - Os membros da equipe que atuam no projeto devem determinar as metas de tempo, de custo e de qualidade; III - Projeto é um empreendimento, cujo ciclo de vida tem um tempo determinado, com objetivos claros e específicos e planejamento para uma ação organizada e consistente, visando a satisfazer alguma necessidade. Consultoria em Recursos Humanos 115 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 6. A temporalidade e a individualidade do produto ou serviço a se desenvolvido são duas das principais características dos projetos. Também é característica de projeto. a) Ter empreendimento repetitivo. b) Não ter replanejamento. c) Poder ser desenvolvido sem um gerente. d) Ter início, meio e fim. e) Não utilizar recursos. 7. Em relação às diferentes partes envolvidas no projeto, tais como consultor e gerente de projeto, cliente, organização executora e patrocinador, assinale a opção correta. a) Patrocinador é o indivíduo ou grupo responsável, no âmbito da organização executora, pelo planejamento eexecução do projeto. b) Gerente de projeto é o indivíduo ou grupo que provê os recursos financeiros para o projeto. c) O consultor de projeto subordina-se hierarquicamente ao gerente de projeto. d) Cliente é o indivíduo ou a organização que se contrata para satisfazer às necessidades do projeto. e) A organização executora é a empresa diretamente envolvida na execução e na geração de recursos para o planejamento e a execução dos objetivos do projeto. Consultoria em Recursos Humanos 116 8. Os processos de um gerenciamento de projetos são os relacionados abaixo, exceto: a) Planejamento. b) Execução. c) Monitoramento. d) Construção. e) Iniciação. 9. Um projeto é dividido em áreas de conhecimento e cada área é definida de acordo com os requisitos. Defina a área Gerenciamento de Recursos Humanos. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Como se dá a Liderança dentro de um Projeto. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Consultoria em Recursos Humanos 117 6 Gestão de Mudança Consultoria em Recursos Humanos 118 Caro aluno, Na Unidade 6, vamos abordar a mudança organizacional. Um consultor é um agente de mudanças, mas será que as organizações estão preparadas para fazer ajustes e mudar atitudes que já estavam dentro de um terreno conhecido? As pessoas, de uma forma geral, estão ancoradas em conceitos, atitudes e acabam resistindo às mudanças. Quando se contrata uma consultoria, o clima organizacional pode ser afetado devido às incertezas que ela pode gerar. O objetivo desta unidade é abordar a mudança organizacional voltada para o desenvolvimento de equipes. Vamos entender como se dá todo o processo e refletir sobre as melhores práticas dentro de uma consultoria. Objetivos da unidade: Entender a ancoragem comportamental; Relacionar a mudança organizacional com o papel do consultor; Identificar os principais componentes no desenvolvimento de equipes; Desenvolvimento de equipes. Plano da unidade: Mudança Organizacional Consultoria e Mudança Organizacional Desenvolvimento de Equipes Bons estudos! Consultoria em Recursos Humanos 119 Mudança Organizacional Toda mudança passa por um desenvolvimento e não seria diferente nas organizações. Todos nós temos algum tipo de resistência a mudanças, porque estamos ancorados em certezas, características e informações e consequentemente podemos ter medo do novo ou enxergarmos que o novo amplia nossas possibilidades. Estes questionamentos em relação à mudança vêm de muito longe, Hiráclito, filósofo grego, já nos anos 500 a. C., afirmava que nada há permanente, exceto a mudança, e que por trás do fluxo e do conflito que a mudança pode causar, há um princípio diretor, uma força organizadora que chamou de Logus , que significa razão ou lógica, afirmava também que é esse Logus que transforma o conflito e a mudança em beleza e prazer. Partindo da premissa de Hiráclito, percebemos que mudar não é uma tarefa trivial, pois provoca resistência, instabilidade, desequilíbrio interno e reações inesperadas. Eckes (2001) relata que se a mudança está associada à perda, em um processo de mudança organizacional, as pessoas só a aceitarão se duas coisas forem mostradas a elas: primeiro que haja uma necessidade de mudança (senão a organização poderá morrer): segundo que haja um ganho para o indivíduo afetado pela mudança (o que eu ganho com isso), para que este resolva ser apoiador da mudança. Kotter (1997) dividiu em oito etapas as mudanças organizacionais. O objetivo foi evitar erros que possam gerar um desconforto indo contra aos objetivos de uma mudança organizacional assertiva. Consultoria em Recursos Humanos 120 Etapas Ações 1 – Estabelecimento de senso de urgência - Exame do Mercado e das realidades dos concorrentes. - Identificação e discussão das crises, crises potenciais ou oportunidades fundamentais. 2 – Criação de uma coalizão administrativa - Formação de um grupo com autoridade suficiente para liderar a mudança. - Motivação de um grupo para que trabalhe junto, como um time. 3 – Desenvolvimento de uma visão e estratégia - Criação de uma visão para ajudar a direcionar o esforço de mudança. - Desenvolvimento de estratégias para concretizar a visão. 4- Comunicação da visão da mudança; - Comunicar constantemente a nova visão e estratégia utilizando para isso vários veículos de comunicação. - Fazer a função da coalizão administrativa modelar o comportamento esperado dos funcionários. 5- Como dar empowerment aos funcionários; - Eliminação dos obstáculos. - Mudança de sistemas ou estruturas que minem a visão da mudança. - Encorajamento para correr riscos e usar ideias, atividades e ações não tradicionais. 6 – Realização de conquistas a curto prazo; - Planejamento de melhorias visíveis no desempenho, ou conquistas. - Criação dessas conquistas. - Visível reconhecimento ou recompensa do pessoal que tornou as conquistas possíveis. 7 – Consolidação de ganhos e produção de mais mudanças; - Uso da maior credibilidade para mudar todos os sistemas, estruturas e políticas incompatíveis e que não se adéquam à visão de transformação. - Contratação, promoção e desenvolvimento das pessoas que possam implementar a visão de mudança. 8 – Estabelecimento de novos métodos de cultura. - Criação de um melhor desempenho por meio de um comportamento voltado para o cliente e a produtividade, de uma liderança mais forte e de um gerenciamento mais eficaz. - Articulação das conexões entre os novos comportamentos e o sucesso organizacional. - Desenvolvimento de meios para garantir o desenvolvimento de sucessão da liderança. Consultoria em Recursos Humanos 121 Se analisarmos o quadro acima vamos perceber que as quatro primeiras etapas voltam-se para tentar acabar com o medo e a inflexibilidade, a resistência tenta ser quebrada com a formação de grupos, estabelecimento de visão e estratégias. As outras três etapas que vão de 5 a 7, definem as novas práticas e a última etapa já a implementação das mudanças que seu estabelecimento contínuo. A necessidade de mudança vem de uma preocupação crescente das empresas de se manterem no mercado que é competitivo e imprevisível. A gestão de pessoas deve ter um olhar muito atento à mudança organizacional, principalmente nas atribuições já discutidas anteriormente sobre o papel do líder. Uma organização só consegue motivar e alterar comportamentos quando o líder e a gestão de pessoas estão realmente engajados e sincronizados com as habilidades e competências exigidas durante uma mudança organizacional. A visão estratégica da gestão de Pessoas é essencial quando falamos em uma expansão da política de estratégias. Mascarenhas (2008) ressalta que seria uma função do RH desenvolver a capacidade da empresa em aceitar a mudança contínua e desenvolver-se por meio delas. Nesse processo, cabe a essa área desenvolver a capacidade de a organização melhorar continuamente a concepção e a implantação de iniciativas variadas que garantam o seu melhor desempenho. Consultoria e Mudança Organizacional As empresas-clientes têm suas rotinas e desejam uma mudança organizacional para atender as novas demandas mercadológicas. Nem sempre é possível estabelecer um foco nessas mudanças e a ajuda de uma consultoria externa vem de encontro a esta demanda. Para a implantaçãode qualquer mudança é necessário um projeto que idenfique as oportunidades e ameaças, trace as metas estratégicas, divida as tarefas com vistas a onde se que chegar, a maturação do processo e a sedução da equipe para que estabeleça-se um ambiente de cooperação. Todo esse projeto demanda muito tempo e é neste ponto que entra o papel do consultor. O consultor com experiência pode agregar uma metodologia que envolva os Consultoria em Recursos Humanos 122 processos e a equipe em um tempo menor e um foco mais pormenorizado, visto que a consultoria vai ter o seu ponto focal na mudança organizacional. Vamos a um exemplo de Consultoria voltada para a Mudança organizacional? Vamos analisar a Accenture que é uma empresa global de consultoria de gestão, Tecnologia da informação e outsourcing. É a maior empresa de consultoria do mundo, além de ser um player global no setor de consultoria de tecnologia. Vejamos como ela trabalha a mudança organizacional. “Os serviços comprovados de consultoria de gestão da mudança organizacional que a Accenture oferece permitem às organizações identificar as mudanças necessárias para atingir metas de negócio, preparar os quadros de funcionários para as mudanças futuras, gerenciar a complexa transição organizacional e de pessoal para o estado final desejado, operar com êxito uma vez instalada a solução ou transformação de negócio, e realizar o maior valor de longo prazo a partir de seus esforços de aprimoramento.” (Fonte: https://www.accenture.com/br-pt/service-change-management-overview- summary, Acesso em : 02/12/2017) E agora vamos ver a abordagem de outra Consultoria especializada em mudança organizacional, a Dextera que é uma consultoria voltada para a transformação organizacional e está no mercado há 20 anos. “O foco de atuação da Dextera está na prestação de serviços de gestão de mudança que visam promover o engajamento das pessoas e gerenciar resistências para que as organizações sejam bem-sucedidas em suas implementações. Tem compromisso com transformações duradouras e a sustentação do processo de mudança.” (Fonte: http://www.dextera.com.br/. Acesso em: 02/12/2017) Silva e Vergara (2003), enfatizam que a mudança organizacional, não deve ser apreendida apenas com a visão de estratégias, processos ou tecnologias. É necessário que se veja a mudança organizacional ao mesmo tempo como uma modificação de relações. A conciliação de interesses divergentes, a alteração do status quo, a administração de conflitos, a negociação de impasses, faz parte de um processo de gestão da mudança organizacional gerado na implementação das mudanças propostas na consultoria. Consultoria em Recursos Humanos 123 Um dos aspectos que a consultoria deve ter como foco principal é a mobilização das lideranças e da equipe envolvida com gestão de pessoas no que tange as suas responsabilidades durante o processo. A mudança organizacional só irá acontecer se as responsabilidades técnicas e a maturidade da equipe estiverem ajustadas com as perspectivas que foram lançadas na visão estratégica. Sem um RH comprometido, torna-se inviável o mapeamento dos impactos organizacionais, a comunicação entre outras ações. O Consultor é um facilitador externo do processo de mudança e faz parte da sua atribuição a mobilização de agentes de mudança internos, dando condições para que os mesmos entendam suas demandas e se apropriem do papel. A consultoria voltada para a mudança organizacional consegue agregar valor a empresa porque traz uma nova visão do ambiente de negócio com pontos de vista diferenciados que ajudam a empresa-cliente a se conectar com outras empresas. O Consultor tem o papel de ajudar a empresa a aprofundar-se em dimensões do mesmo contexto e a enxergar outras alternativas que podem agregar valor institucional. Dica! Vamos ver uma reportagem da Revista Época com o tema As empresas não lidam bem com as mudanças. Acesse pelo link: http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Empresa/noticia/2014/02/empresas- nao-lidam-bem-com-mudancas.html Consultoria em Recursos Humanos 124 Desenvolvimento de equipes Quando se fala nos novos paradigmas da gestão voltada para a mudança, estamos falando da era do conhecimento, em uma educação corporativa voltada para a sustentabilidade, empregabilidade e visão global. Já vimos anteriormente a importância do investimento no capital intelectual e a crescente abertura de universidades corporativas. Sabemos que hoje os programas de desenvolvimento de equipes voltam-se para o atendimento das necessidades das novas competências exigidas pelos novos modelos de gestão. Um dos setes saberes da educação está calcado no aprender a aprender, e as empresas estão incentivando esta busca tanto pelo autoconhecimento quanto dando subsídios para que os seus colaborados tenham acesso a esta nova forma de aprender. O desenvolvimento de equipes está voltado para o futuro, estabelece-se um relacionamento entre empresa e empregado no qual há uma avaliação das habilidades e competências do empregado e a partir deste ponto trabalha-se novas possibilidades de se atribuir novos cargos, riscos e responsabilidades de acordo com o perfil de cada um. Quando se há um bom planejamento por parte do RH da Empresa o treinamento, forma-se uma massa crítica dentro da empresa que está preparada para os novos desafios profissionais. Dessler (2003) destaca um artigo da revista HRFOCUS voltada para recursos humanos onde eles sinalizam os cinco passos para o desenvolvimento de programas de treinamento das equipes. Vamos ver no quadro seguinte. Consultoria em Recursos Humanos 125 1 – Levantamento das Necessidades Identifique as necessidades específicas dos cargos para melhorar o desempenho e a produtividade. Analise o público-alvo para assegurar-se de que o programa é adequado ao seu nível de educação, experiência, habilidades, bem como às suas atitudes e motivações pessoais. Especifique os objetivos do treinamento. 2 – Projeto Instrucional Colete objetivos, métodos e mídias instrucionais, descrição e sequência de conteúdo, exemplos, exercícios e atividades. Organize tudo isso para criar o material instrucional. Certifique-se de que todos os materiais, como roteiros de vídeo, guias e material didático, complementam-se, estão escritos de forma clara e combinam-se em um treinamento unificado e direcionado para os objetivos de aprendizagem especificados. 3- Validação Apresente e valide o treinamento diante de um público inicial representativo. Use os resultados como base para as revisões finais, assegurando a eficácia do programa. 4- Implementação Quando aplicável, aumente o sucesso com um workshop para instrutores voltado para o conhecimento e habilidade de apresentação, além do conteúdo do treinamento. 5- Avaliação e follow-up Calcule o sucesso do programa de acordo com: REAÇÃO: Documente as reações imediatas das pessoas ao treinamento. APRENDIZADO: Use recursos de feedback ou testes anteriores ou posteriores ao treinamento para medir o que as pessoas realmente aprenderam. COMPORTAMENTO: Observe as reações dos supervisores ao desempenho das pessoas após o fim do treinamento. Esse é um modo de medir em que grau as pessoas que receberam treinamento aplicam novas habilidades e conhecimento ao seu trabalho. RESULTADOS: Determine o nível de melhora no desempenho do trabalho e calcule a atualização necessária. Consultoria em Recursos Humanos 126 A consultoria no desenvolvimento de equipe Diante de um mercado competitivo o alto nível de preparo dos consultores torna-se emergencial, afinal o consultor é um agente de mudanças que trabalha com o conhecimento. Muitas empresas não conseguem realizar um treinamento adequado e que realmente desenvolva o potencial de suas equipes e acabam contratando uma consultoria especializada em treinamento empresarial.A consultoria voltada para o desenvolvimento de equipes pode atuar em várias frentes, listamos aqui algumas: Capital de liderança - Forma líderes para o futuro da empresa, desenvolve as competências necessárias para um líder proativo e que configure o perfil desejado do segmento empresarial. Líderes Empreendedores – Foca na formação de líderes que tenham o espírito empreendedor. Volta-se para a orientação de projetos eficientes e que atendam os reais desafios da empresa. Formação de novos talentos – Identificar, formar e reter jovens que estejam engajados em um espírito inovador e possam contribuir com resultados efetivos para a empresa. Programas de Sucessão – Muitas empresas encontram dificuldade em preparar a sucessão de cargos estratégicos. A consultoria poderá trabalhar com um olhar holístico os pontos a serem desenvolvidos para tal atribuição. Team- business – Integrar e desenvolver equipes de alta performance com foco no negócio da empresa. Assessment - Plano de desenvolvimento no qual pode-se prever ou antecipar dados e métricas da performance e/ou comportamentos individuais ou de uma equipe. Universidade Corporativa – Implantação de projetos educacionais customizados que estejam em consonância com o planejamento estratégico da empresa. Clima Organizacional voltado para resultados – A consultoria poderá ter um olhar mais amplo e conseguir agregar as diferentes personalidades da equipe estabelecendo uma cultura organizacional voltada para um ambiente salutar e de maior cooperação. Consultoria em Recursos Humanos 127 Existem outros tipos de serviços oferecidos para a área de Recursos Humanos e desenvolvimento de equipes. Buscamos elencar algumas delas nesta unidade. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Consultoria em Recursos Humanos 128 Exercícios – Unidade 6 1. Assinale a opção correta em relação à mudança organizacional: a) A mudança organizacional só acontece quando existe um envolvimento de toda equipe. A equipe deve ter confiança na sua liderança, deve acreditar que o processo irá trazer benefícios a organização. b) Mudanças são consideradas disfunções organizacionais. c) Para que se caracterize determinado processo de aprendizagem como uma mudança organizacional, é necessário que ocorram transformações mais radicais que afetem aspectos substanciais do comportamento dos trabalhadores. d) Em uma mudança organizacional a equipe deve ancorar-se em valores antigos. e) Se o processo de mudança organizacional exigir dos trabalhadores o desenvolvimento de novos repertórios técnicos e comportamentais, que constituem objetos de programas e ações de treinamento e desenvolvimento de pessoas, serão notados resultados substanciais dessas mudanças no curto prazo. 2. Kotter dividiu as mudanças organizacionais em algumas etapas e ações relacionadas. Listamos algumas ações: Formação de um grupo com autoridade suficiente para liderar a mudança. Motivação de um grupo para que trabalhe junto, como um time. Identificação e discussão das crises, crises potenciais ou oportunidades fundamentais. - Mudança de sistemas ou estruturas que minem a visão da mudança. Consultoria em Recursos Humanos 129 As ações pertencem as seguintes etapas respectivamente: a) Criação de uma coalizão administrativa, Criação de uma coalizão administrativa, Estabelecimento de senso de urgência e como dar empowerment aos funcionários. b) Estabelecimento de senso de urgência, Estabelecimento de senso de urgência, Criação de uma coalizão administrativa e Como dar empowerment aos funcionários. c) Criação de uma coalizão administrativa, Estabelecimento de senso de urgência, Estabelecimento de senso de urgência, Como dar empowerment aos funcionários. d) Estabelecimento de senso de urgência, Estabelecimento de senso de urgência, Criação de uma coalizão administrativa e Como dar empowerment aos funcionários. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 3 . A etapa _______________________ deve envolver as ações de comunicar através da utilização dos veículos de comunicação disponíveis a nova visão estratégica adotada pela organização e orientar e moldar o comportamento esperado dos funcionários dentro da função de cada um. Estamos falando da etapa de: a) Empowerment aos funcionários. b) Criação de uma coalizão administrativa. c) Comunicação da visão da mudança. d) Desenvolvimento de uma visão e estratégia. e) Realização de conquistas em curto prazo. Consultoria em Recursos Humanos 130 4. A Criação de um melhor desempenho por meio de um comportamento voltado para o cliente e a produtividade, de uma liderança mais forte e de um gerenciamento mais eficaz, a articulação das conexões entre os novos comportamentos e o desenvolvimento de meios para garantir o desenvolvimento de sucessão da liderança são ações realizadas na etapa de: a) Empowerment aos funcionários. b) Criação de uma coalizão administrativa. c) Comunicação da visão da mudança. d) Desenvolvimento de uma visão e estratégia. e) Estabelecimento de novos métodos de cultura. 5. Analise as assertivas abaixo a respeito da Consultoria e Mudança Organizacional: I - O Consultor é um facilitador externo do processo de mudança. II – A visão estratégica deve estar alinhada com todos os processos técnicos exigíveis e as mudanças só conseguem se consolidar quando há uma equipe envolvida. III – O Consultor deve ajudar o cliente a enxergar novos caminhos que agreguem valores institucionais. È correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. Consultoria em Recursos Humanos 131 6. A Consultoria para desenvolvimento de equipes atua em várias frentes. Atualmente, há uma preocupação com os futuros líderes da empresa , a manutenção e desenvolvimento de talentos . A Consultoria vem agregar às organizações apresentando novas práticas e treinamentos que podem auxiliar nessas ações. Uma dessas frentes é o Assessment que pode ser definido como: a) Implantação de um Projeto Educacional. b) Processo de Integração e desenvolvimento de equipes de alta performance com foco no negócio da empresa. c) Um programa de sucessão. d) Plano de desenvolvimento no qual se pode prever ou antecipar dados e métricas da performance e/ou comportamentos individuais ou de uma equipe. e) Nenhuma das respostas anteriores. 7. Dessler destaca alguns passos para um plano de treinamento. Quando Apresentamos a um público inicial um treinamento e utilizamos os resultados para ajustes do programa, estamos na fase de: a) Levantamento de Dados. b) Validação. c) Avaliação. d) Projeto Instrucional. e) Follow-up. Consultoria em Recursos Humanos 132 8. Em relação à mudança organizacional, analise as assertivas abaixo: I - Na implantação de qualquer mudança é necessário um projeto que identifique as oportunidades e ameaças; II - O planejamento estratégico e o estabelecimento de metas não são partes integrantes da mudança organizacional visto que já são sinalizados na criação de uma empresa em seu plano de negócios; III - Traçar metas e estratégicas com uma divisão de tarefas é uma parte importante na mudança organizacional. È correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e III, apenas. 9. O que é necessário para a implantação de uma mudança através de um Projeto? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 10 . Como podemos definir uma consultoria voltada para o desenvolvimento de equipes? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Consultoria em Recursos Humanos 133 Considerações finais O objetivo da nossa disciplina foi mostrar as diversas formas de atuação de uma Consultoria voltada para a Gestão de Pessoas. Ao longo das unidades, elencamos o que vem a ser uma consultoria, o perfil do consultor, tipos de consultoria voltados para resolução de problemas ou serviços específicos. Ressaltamos a importância dos projetos em uma consultoria de RH e o papel do consultor como um agente de mudanças. Finalizamos com a importância de um perfil ético e que proporcione mudanças organizacionais que envolvam de forma participativa toda a equipe. A Consultoria trabalha com o conhecimento e o consultor deve ter tanto conhecimento técnico como inteligência emocional para conduzir o processo junto com o cliente. Não existe um manual pronto para a difícil tarefa de ser consultor, o que existe são os valores que nunca o devem abandonar tais como neutralidade, discrição e espírito de equipe. Termino com um pensamento do Austríaco Peter Drucker: “O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações serão necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto final do planejamento não é a informação: é sempre o trabalho.” Bons Estudos! Consultoria em Recursos Humanos 134 Conhecendo o autor Angela Paula Zão Bastos Professora da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO - nos cursos de Administração e Engenharia de Produção. Também docente da UNIGRANRIO e da FGV On-line nos cursos de graduação e MBA em Administração respectivamente. Mestre em Informática com ênfase em Sistemas de Informação pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, graduada em Administração de Empresas pela Universidade Cândido Mendes, Especialização em Educação com Aplicação da Informática pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro --- UERJ. Atuando há 22 anos na área de Tecnologia Educacional em projetos do MEC e da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do RJ --- CEDERJ sendo membro do Conselho Consultivo da Revista Educação Pública. Consultoria em Recursos Humanos 135 Referências BANCALEIRO, J. Scorecard de Capital Humano: Como medir o ativo mais importante da sua empresa, Lisboa: Editora RH, 2006. BLAKE, R. R.; MOUTON, J. S. O grid gerencial III. Tradução de Luiza Helza Massena, 5ª Edição. São Paulo: Pioneira, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando com as pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier 2005. ___________. Recursos Humanos. O capital Humano das Organizações. 8ª Edição. São Paulo, Atlas, 2008. ___________. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizaço ̃es / Idalberto Chiavenato. – 4ª Edição. São Paulo: Barueri, Manole, 2014. CHOO, CHUN WEI. 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As normas sociais e as expectativas grupais quando atendidas elevam a disposição para o trabalho. Quanto ao comportamento social dos empregados, os colaboradores agem e reagem não de forma individual, mas como membros de um grupo. A organização deve tratar seus colaboradores como membros de um grupo e sujeitos as normas e influências sociais deste grupo. As pessoas são motivadas pela necessidade do reconhecimento, aprovação social, associação a um grupo. Os incentivos salariais ficam em segundo plano, o importante é o colaborador se sentir incluído dentro de uma sociedade e reconhecido. Consultoria em Recursos Humanos 141 A empresa é uma organização social na qual grupos sociais se formam. Esse grupo formado cria tacitamente regras de comportamento, formas de recompensas, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas e cada colaborador vai assimilando e reproduzindo padrões de comportamento. As pessoas são diferentes, cada um tem personalidade própria, habilidades e crenças diferenciadas. O administrador que compreende as relações humanas consegue extrair o melhor da sua equipe. Tarefas repetitivas afetam negativamente a disposição do colaborador. A eficiência e a motivação são reduzidas. 10. Atividade executada pelo departamento de recursos humanos, cuja finalidade é selecionar, gerir e nortear os colaboradores na direção dos objetivos e das metas da empresa. Exercícios – Unidade 2 1. a 2. c 3. a 4. c 5. b 6. a 7. a 8. b 9. O desenvolvimento do capital intelectual de uma pessoa passa pela informação. Mais do que isso, passa pela velocidade, a relevância e o uso da informação na construção do conhecimento. Saber para que serve a informação e se ela agrega valor para o meu objetivo geral, é que é o cerne da questão. Consultoria em Recursos Humanos 142 10. Grid 1.1 – Gerência Empobrecida: demonstra que o líder não se preocupa com sua equipe e com as tarefas a serem realizadas. Grid 1.9 – Clube de Campo: Neste nível, o líder se preocupa em atingir níveis de qualidade de vida no trabalho de seus subordinados, mas não há uma ação assertiva para que as tarefas sejam realizadas subordinadas. Grid 5.5 – Moderada: Seria um ponto de equilíbrio no qual o líder preocupa-se tanto com os subordinados quanto com a execução das tarefas. Grid 9.9 – Equipe: Trata-se de uma gerência de êxito, tarefas cumpridas com eficiência e uma equipe envolvida Exercícios – Unidade 3 1. e 2. b 3. d 4. a 5. d 6. b 7. c 8. a 9. O Consultor trabalha com projetos e ele vai ser responsável pela implementação, monitoramento, avaliação e a finalização com um relatório que destaque melhorias, observações, melhores práticas. Vai se basear em metodologias e técnicas. O consultor não tem um controle direto sobre o seu cliente, ele aconselha. Consultoria em Recursos Humanos 143 10. "compra de serviços especializados" – busca atender a uma determina área importante, a qual o contratante não tem domínio. "médico-paciente" – Neste caso a organização/cliente não sabe identificar a natureza dos seus problemas e sente a necessidade de contratar uma consultoria que faça o mapeamento diagnóstico, elabore um plano de ação que contemple soluções assertivas. "consultoria de processo" - Voltada para a identificação dos bloqueios organizacionais para estabelecer um autodiagnostico de suas fraquezas. Exercícios – Unidade 4 1. a 2. a 3. c 4. e 5. b 6. a 7. c 8. b 9. Basicamente a Consultoria externa é quando a organização contrata um agente externo para ser seu conselheiro, já a consultoria interna é a que é realizada por um funcionário da organização. A Consultoria externa pode trazer mais ideias, devido aos consultores atuarem em diversas organizações, mas acarreta uma sensação de desconfiança por parte dos funcionários da organização. A Consultoria Interna é realizada por alguém de dentro da organização e pode acarretar certa resistência na sua aceitação pelos níveis superiores ao seu. Uma das dificuldades apontadas seria a falta de uma experiência visto que só tem um olhar para a empresa a qual trabalha. Consultoria em Recursos Humanos 144 10. O Consultor associado é um especialista em uma ou mais áreas de conhecimento que se associa a um time de consultores para oferecer um serviço focado nos problemas que emergem da empresa-cliente. Exercícios – Unidade 5 1. b 2. c 3. b 4. b 5. d 6. d 7. c 8. d 9. O Gerenciamento de Recursos Humanos – foco no desenvolvimento de uma equipe que irá trabalhar unida, a fim de entregar o projeto conforme o esperado. 10. O aluno pode discorrer baseado no conteúdo com as suas palavras. Exercícios – Unidade 6 1. a 2. a 3. c 4. e 5. e 6. d Consultoria em Recursos Humanos 145 7. b 8. d 9. Para a implantação de qualquer mudança é necessário um projeto que identifique as oportunidades e ameaças, trace as metas estratégicas, divida as tarefas com vistas a onde se que chegar, a maturação do processo e a sedução da equipe para que se estabeleça um ambiente de cooperação. 10. Uma consultoria voltada para o desenvolvimento de equipe tem como foco a realização de treinamentos que desenvolvam o potencial dos envolvidos. Muitas organizações não conseguem detectar o perfil e quais habilidades e competências que devem ser desenvolvidos na sua equipe, a contratação de uma consultoria proporciona um ponto focal no desenvolvimento dos talentos de acordo com o planejamento estratégico da organização.