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RESUMO_CONSUMIDOR

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DIREITO DO CONSUMIDOR - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV 
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1. CARACTERÍSTICAS DO CDC 
Normas de ordem pública: a principal característica 
do CDC é que suas normas são de ordem pública, ou seja, 
são inderrogáveis pela vontade das partes, podendo o juiz 
conhecê-las de ofício. 
Abusividade de cláusulas do contrato de consumo: 
como se trata de norma de ordem pública, o juiz poderá 
conhecer de ofício a abusividade de uma cláusula 
do contrato de consumo. Entretanto, o STJ firmou 
posicionamento no sentido de que nos contratos bancários 
é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade 
das cláusulas (Súmula n. 381).
2. ELEMENTOS DA RELAÇÃO DE 
CONSUMO
ELEMENTOS SUBJETIVOS: a) consumidor e b) fornecedor 
Conceito legal de consumidor: de acordo com o art. 
2º, caput, do CDC, “consumidor é toda pessoa física ou 
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final”.
Teorias: a) teoria maximalista: destinatário final 
seria o destinatário fático, bastando que a pessoa física 
ou jurídica retire o bem do mercado para ser considerada 
consumidora; b) teoria finalista: a expressão “destinatário 
final” se refere ao caráter econômico da relação, de modo 
que é considerado consumidor apenas aquele que se vale do 
produto para satisfazer interesse próprio ou de sua família, 
excluindo praticamente de seu conceito as pessoas jurídicas; 
c) teoria finalista aprofundada ou mitigada: destinatário 
final terá o aspecto econômico avaliado de acordo com a sua 
vulnerabilidade, ou seja, a relação de consumo decorrerá 
essencialmente da vulnerabilidade de uma das partes e não 
em função da pessoa ser física ou jurídica.
Consumidor por equiparação: a) art. 2º, parágrafo 
único, do CDC: equipara-se a consumidor a coletividade de 
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo 
nas relações de consumo; b) art. 17 do CDC: “equiparam-
se aos consumidores todas as vítimas do evento”; c) art. 
29 do CDC: “Para os fins deste Capítulo e do seguinte 
(“Das Práticas Comerciais” e “Da Proteção Contratual”), 
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas 
determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas”.
Fornecedor: conforme previsto no art. 3° do CDC, 
fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização 
de produtos ou prestação de serviços. Para que haja 
relação de consumo, é essencial que o fornecedor exerça 
sua atividade de forma habitual.
ELEMENTOS OBJETIVOS: a) Produto: qualquer bem, 
móvel ou imóvel, material ou imaterial (§ 1° do art. 3° do 
CDC); b) Serviço: qualquer atividade fornecida no mercado 
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de 
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo 
as decorrentes das relações de caráter trabalhista (§ 2° do 
art. 3° do CDC).
APLICAÇÃO DO CDC NÃO APLICAÇÃO DO CDC
• Instituições Financeiras 
(Súmula n. 297 do STJ). 
• Contratos de Plano 
de Saúde, salvo os 
administrados por 
entidades de autogestão 
(Súmula n. 608 do STJ). 
• Serviço Público impróprio 
(específicos, uti singuli): 
O STJ entende que se 
aplica o CDC aos serviços 
públicos impróprios, como 
o serviço de esgoto e de 
energia elétrica, que são 
remunerados por meio de 
tarifa ou preço público. 
• Entidades Abertas de 
previdência Complementar 
(Súmula n. 563 do STJ).
• Relação entre advogado 
e cliente: prevalece que 
não se aplica o CDC, uma 
vez que a relação é regida 
pelo Estatuto da OAB.
• Relação entre condomínio 
e condômino.
• Locação de Imóveis 
Urbanos: jurisprudência 
majoritária entende que 
não incide o CDC porque se 
aplica a Lei do inquilinato.
• Relações de Emprego: 
aplica-se a CLT.
• Serviços Públicos Próprios 
(usuários indeterminados, 
uti universi), remunerados 
por taxa. Prevalece que 
não se aplica do CDC (Ex: 
serviço de asfaltamento).
• Entidades fechadas de 
previdência Complementar 
(Súmula n. 563 do STJ).
• Contratos de financiamento 
estudantil – FIES .
3. PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL 
DAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Principais Princípios: 
Princípio da Vulnerabilidade (art. 4°, I, do CDC): a 
presunção de vulnerabilidade do consumidor pessoa física 
não depende de prova, enquanto que a do consumidor 
pessoa jurídica deve ser comprovada no caso concreto, com 
base na teoria finalista mitigada acima estudada. O conceito 
de vulnerabilidade é plurissignificativo, podendo ser: a) 
técnica: consumidor não possui conhecimento específico 
acerca do produto ou serviço; b) jurídica ou cientifica: 
ocorre quando consumidor não possui conhecimentos 
jurídicos, econômicos ou de contabilidade suficientes; c) 
fática ou socioeconômica: quando se verifica um grande 
desnível do poder econômico do fornecedor em relação ao 
consumidor, como no caso das concessionárias de energia 
elétrica em relação a seus usuários; d) informacional: 
o consumidor não possui as informações essenciais 
sobre o produto ou serviço, seja pela omissão por parte 
do fornecedor, seja pela manipulação ou o exagero das 
informações prestadas. 
Princípio da Boa-fé: possui previsão na parte final do 
art. 4º, III, do CDC, sendo certo que o referido dispositivo 
se refere à boa-fé objetiva, que não se confunde com a 
boa-fé subjetiva (relacionada à intenção das partes). 
Boa-fé objetiva: padrão ético de conduta, de 
observância obrigatória por todos os sujeitos integrantes 
da relação de consumo. Analisa-se, portanto, o 
comportamento das partes e não a intenção dos sujeitos. 
Além disso, as características inerentes à boa-fé objetiva, 
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como honestidade, lealdade, sinceridade, razoabilidade, 
são considerados deveres anexos à conduta que devem 
ser observados em todas as fases que envolvem o contrato 
(pré-contratual, contratual e pós-contratual).
4. DIREITOS DO CONSUMIDOR 
Conforme art. 6º do CDC, são direitos básicos 
do consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra 
os riscos provocados por práticas no fornecimento de 
produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; 
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado 
dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de 
escolha e a igualdade nas contratações; III - a informação 
adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, 
com especificação correta de quantidade, características, 
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem 
como sobre os riscos que apresentem;
O art. 31 do CDC estabelece que “a oferta e apresentação 
de produtos ou serviços devem assegurar informações 
corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua 
portuguesa sobre suas características, qualidades, 
quantidade, composição, preço, garantia, prazos de 
validade e origem, entre outros dados, bem como 
sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança 
dos consumidores
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e 
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem 
como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no 
fornecimento de produtos e serviços;
PUBLICIDADE 
ENGANOSA PUBLICIDADE ABUSIVA 
Veicula informação total 
ou parcialmente falsa, ou 
ainda quando deixa de 
considerar informação 
essencial do produto ou 
serviço (§ 1° e § 3° do art. 
37 do CDC.
é aquela discriminatória 
de qualquer natureza, 
a que incite à violência, 
explore o medo ou a 
superstição, se aproveite 
da deficiência de 
julgamento e experiência 
da criança, desrespeita 
valores ambientais, 
ou que seja capaz de 
induzir o consumidor a 
se comportar de forma 
prejudicial ou perigosa à 
sua saúde ou segurança 
(§ 2° do art. 37 do CDC).V - a modificação das cláusulas contratuais que 
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão 
em razão de fatos supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas. VI - a efetiva prevenção e 
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos; VII - o acesso aos órgãos judiciários 
e administrativos com vistas à prevenção ou reparação 
de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou 
difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e 
técnica aos necessitados; VIII - a facilitação da defesa de 
seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, 
a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for 
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, 
segundo as regras ordinárias de experiências;
A inversão do ônus da prova não é automática, já que 
depende de decisão do juiz após verificar a existência 
de verossimilhança (plausibilidade das alegações, 
alegações razoáveis com grande chance de serem 
verdadeira) OU de hipossuficiência, caracterizada 
pela dificuldade processual de defesa em razão de 
circunstâncias técnicas, econômicas ou até mesmo 
jurídicas (como no caso do consumidor que não teve 
acesso a documentos ou cópia do contrato).
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos 
em geral.
Proteção à saúde e segurança 
RISCOS 
NORMAIS E 
PREVISÍVEIS 
(ART. 8º DO 
CDC)
PRODUTOS 
OU SERVIÇOS 
POTENCIALMENTE 
NOCIVOS OU 
PERIGOSOS (ART. 
9º DO CDC)
PRODUTOS 
OU SERVIÇOS 
COM ALTO 
GRAU DE 
NOCIVIDADE 
OU PERICU-
LOSIDADE 
Fornecedor é 
obrigado a dar 
informações 
necessárias e 
adequadas. 
Fornecedor 
deve informar 
de maneira 
ostensiva e 
adequada.
Não podem 
ser colocados 
no mercado.
Alteração Importante: a Lei nº 13.486/2017 
acrescentou o § 2º ao art. 8º do CDC, exigindo como 
obrigação do fornecedor “higienizar os equipamentos 
e utensílios utilizados no fornecimento de produtos ou 
serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e 
informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o 
caso, sobre o risco de contaminação”.
Recall: o art. 10 do CDC estabelece que o fornecedor, 
assim que tiver conhecimento de que seus produtos e/ou 
serviços introduzidos no mercado de consumo apresentam 
grau considerável de periculosidade ao consumidor, 
deverá, às suas expensas, comunicar o fato imediatamente 
às autoridades competentes e aos consumidores, mediante 
anúncios publicitários veiculados na imprensa, rádio e 
televisão. Deve-se registrar ainda que se o consumidor não 
for encontrado pelo recall ou, ainda que encontrado, não 
comparecer para trocar o produto, o fabricante não ficará 
isento da obrigação de indenizar em caso de eventual 
acidente, já que a responsabilidade do fabricante é objetiva 
(art. 12 do CDC).
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E 
DO SERVIÇO
Conceito: a responsabilidade pelo fato do produto ou 
serviço tem como pressuposto a existência de produto/
serviço defeituoso, ou seja, que não apresenta a segurança 
esperada e, em razão de evento externo (acidente de 
consumo), coloca em risco a incolumidade física-psíquica 
do consumidor. O produto não é considerado defeituoso 
pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado 
no mercado (§ 2º do art. 12 do CDC). 
Responsabilidade: é, em regra, objetiva (independe 
da existência de culpa) e solidária conforme previsto no 
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art. 12 do CDC: “O fabricante, o produtor, o construtor, 
nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, 
independentemente da existência de culpa, pela reparação 
dos danos causados aos consumidores por defeitos 
decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, 
fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento 
de seus produtos, bem como por informações insuficientes 
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos”.
Excludentes de Responsabilidade pelo fato do 
produto: o fornecedor e demais responsáveis solidários 
(fabricante, produtor, etc.) apenas poderão se isentar do 
dever de indenizar pelo fato do produto se comprovarem 
uma das excludentes de responsabilidade expressamente 
previstas no § 3º do art. 12 do CDC, ou seja, se 
demonstrarem: I - que não colocou o produto no mercado; 
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o 
defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou 
de terceiros.
Excludentes de responsabilidade pelo fato do serviço: 
também se trata, como regra geral, de responsabilidade 
objetiva, sendo que o fornecedor apenas se eximirá da 
responsabilidade de indenizar quando provar: I - que, tendo 
prestado o serviço, o defeito inexiste; II - culpa exclusiva do 
consumidor ou de terceiros. 
Responsabilidade do comerciante: é considerada 
subsidiária, podendo ser responsabilizado quando: I - o 
fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não 
puderem ser identificados; II - o produto for fornecido sem 
identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor 
ou importador; III - não conservar adequadamente os 
produtos perecíveis. Entretanto, se o comerciante for 
condenado a efetivar o pagamento ao prejudicado, poderá 
exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, 
segundo sua participação na causação do evento danoso 
(art. 13 do CDC).
Responsabilidade do profissional liberal: trata-se de 
exceção à regra geral, já que exige a comprovação de culpa, 
ou seja, trata-se de responsabilidade subjetiva, conforme 
previsto no § 4° do art. 14 do CDC. 
Prescrição: de acordo com o art. 27 do CDC, a 
pretensão à reparação pelos danos causados por fato do 
produto ou do serviço prescreve em cinco anos, iniciando-
se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano 
e de sua autoria.
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO E 
DO SERVIÇO
Conceito: os fornecedores de produtos de consumo 
duráveis ou não duráveis respondem solidariamente 
pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem 
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam 
ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles 
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes 
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem 
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua 
natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das 
partes viciadas (art. 18 do CDC). 
Responsabilidade: objetiva e solidária. 
Responsabilidade do comerciante: a responsabilidade 
do comerciante pelo vício do produto e do serviço é 
solidária e objetiva (art. 18 do CDC), diferentemente da 
responsabilidade pelo fato do produto ou serviço, em que 
o comerciante responde apenas de forma subsidiária (art. 
13 do CDC).
VÍCIO DA QUALIDADE DO PRODUTO: se o vício não for 
sanado no prazo máximo de 30 (trinta) dias, o consumidor 
poderá exigir, alternativamente e à sua escolha: I - a 
substituição do produto por outro da mesma espécie, em 
perfeitas condições de uso; II - a restituição imediata da 
quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos; III - o abatimento proporcional 
do preço (§ 1° do art. 18 do CDC).
Dispensa do prazo de 30 dias: se, em razão da 
extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder 
comprometer a qualidade ou características do produto, 
diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial, o 
consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas § 
1° do art. 18 do CDC, dispensando-se o prazo de 30 dias. 
VÍCIO NA QUANTIDADE DO PRODUTO: ocorre sempre 
que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, 
seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes 
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem 
publicitária, podendo o consumidor exigir, nestes casos, 
alternativamente e à sua escolha: I - o abatimento 
proporcional do preço; II - complementação do peso ou 
medida; III - a substituição do produto por outro da mesma 
espécie, marca ou modelo, sem os aludidosvícios; IV - a 
restituição imediata da quantia paga, monetariamente 
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
Responsabilidade direta do fornecedor: não obstante 
a responsabilidade seja solidária entre os fornecedores 
no caso de vício de quantidade, o fornecedor imediato 
será diretamente responsável quando fizer a pesagem ou 
a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido 
segundo os padrões oficiais, conforme previsto no § 2°do 
art. 19 do CDC. 
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DE QUALIDADE 
DO SERVIÇO 
Conceito: consideram-se vícios de qualidade do 
serviço as falhas que os tornem impróprios ao consumo ou 
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes 
da disparidade com as indicações constantes da oferta ou 
mensagem publicitária. 
Nesses casos, de acordo com o art. 20 do CDC, o 
consumidor poderá exigir, alternativamente e à sua 
escolha: I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional 
e quando cabível, que poderá ser confiada a terceiros 
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor; 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente 
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III - o 
abatimento proporcional do preço. 
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DE QUALIDADE DO 
SERVIÇO PÚBLICO 
Apenas incidirão as regras do CDC em relação ao vício 
de qualidade se o serviço público for prestado mediante 
pagamento de tarifa ou preço público. Nas hipóteses em que 
houver pagamento de taxa, não haverá relação de consumo. 
No caso específico dos serviços públicos com vício 
de qualidade, como ficaria inviável aplicar a regra geral 
prevista no art. 20, o CDC estabelece que “nos casos de 
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descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar 
os danos causados” (parágrafo único do art. 22 do CDC).
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO 
No que diz respeito à responsabilidade pelos danos causados por fato do produto e do serviço, prescreve em cinco 
anos a pretensão à reparação pelos danos causados, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano 
e de sua autoria (art. 27 do CDC). 
Já em relação à responsabilidade pelo vício do produto ou serviço, o prazo será decadencial, contato da 
seguinte forma:
Se o vício for 
aparente, o prazo 
começa a partir da 
entrega do bem ou do 
término da prestação 
do serviço
 Se o vício for 
aparente, o prazo 
começa a partir da 
entrega do bem ou do 
término da prestação 
do serviço
Se o vício for oculto, 
o prazo, o prazo 
decadencial inicia-se 
no momento em que 
ficar evidenciado 
o defeito
Se o vício for oculto, 
o prazo decadencial 
inicia-se no momento 
em que ficar 
evidenciado o defeito
PRODUTO NÃO DURÁVEL 
(PERECÍVEL) - 30 DIAS 
PRODUTO DURÁVEL 
- 90 DIAS
PRAZO DECADENCIAL 
Garantia: se o fornecedor conceder prazo de garantia, 
o art. 50 do CDC estipula que a garantia contratual deve ser 
fornecida por escrito e o seu prazo é complementar à legal, 
ou seja, primeiro computa-se o prazo de garantia contratual 
que depois será acrescido do prazo da garantia legal. 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
No direito do consumidor (art. 28 do CDC) a 
desconsideração da personalidade jurídica é mais simples 
que no direito civil, podendo ocorrer em diversas situações, 
como no caso abuso de direito, excesso de poder, infração 
da lei, fato ou ato ilícito, violação dos estatutos ou contrato 
social, falência, estado de insolvência, encerramento 
ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má 
administração, ou ainda no caso da personalidade ser, de 
alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos 
aos consumidores (teoria menor). 
RESPONSABILIDADE DAS SOCIEDADES 
Grupos societários e sociedades controladas: 
as sociedades integrantes dos grupos societários e as 
sociedades controladas são subsidiariamente responsáveis 
pelas obrigações decorrentes do CDC.
Sociedades consorciadas: as sociedades consorciadas são 
solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes do CDC.
Sociedades coligadas: As sociedades coligadas só 
responderão por culpa (responsabilidade subjetiva).
5. PRÁTICAS COMERCIAIS 
OFERTA 
No âmbito do CDC, se a oferta for suficientemente 
precisa, ou seja, suficiente para o consumidor ter o seu 
convencimento sobre a viabilidade do bem ou serviço 
ofertado, ela será vinculante (art. 30 do CDC), obrigando 
o fornecedor a cumpri-la e integrando o futuro contrato 
a ser celebrado (princípio da vinculação da oferta), sendo 
que a negativa ao cumprimento da oferta configura prática 
abusiva, conforme art. 39, II, do CDC.
Oferta pela internet: a oferta feita pela internet deve 
ocorrer “mediante divulgação ostensiva do preço à vista, 
junto à imagem do produto ou descrição do serviço, em 
caracteres facilmente legíveis com tamanho de fonte não 
inferior a doze” (art. 2º, III, da Lei nº 10.962/2004).
Recusa do cumprimento da oferta: se o fornecedor se 
recusar a cumprir a oferta, além de configurar prática abusiva 
(art. 39, II, do CDC), o consumidor poderá alternativamente 
e à sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forçado 
da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou 
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publicidade; II - aceitar outro produto ou prestação de 
serviço equivalente ou III - rescindir o contrato, com 
direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, 
monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Expressões subjetivas e exageradas: a oferta feita 
para estimular o consumo por meio de expressões 
subjetivas como “o melhor”, “o mais saboroso” não 
obriga o fornecedor, uma vez que a avaliação de ser “o 
melhor” ou “o mais saboroso” não é intrínseca ao produto, 
dependendo da avaliação do consumidor. No mesmo 
sentido, as ofertas notoriamente exageradas (puffing), que 
veiculam expressões como “o melhor produto do mundo” 
o “produto realizará todos os seus sonhos” também não 
vinculam o fornecedor, já que, em razão do exagero, não 
garantem a precisão da informação. 
Retratação ou revogação da oferta: o fornecedor 
poderá retificar ou revogar a oferta, desde que o faça pela 
mesma publicidade veiculada originariamente. Nesse caso, 
entendemos que a revogação ou retratação tem efeito 
ex nunc (não retroage), ou seja, desobriga o fornecedor 
apenas a partir da data da publicação da retratação/
revogação.
Produtos importados: os fabricantes e importadores 
deverão assegurar a oferta de componentes e peças de 
reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação 
do produto. Além disso, caso a produção ou importação 
sejam cessadas, a oferta deverá ser mantida por período 
razoável de tempo, na forma da lei (art. 32 do CDC). 
PUBLICIDADE 
O Código de Defesa do Consumidor veda expressamente 
qualquer tipo de publicidade enganosa ou abusiva.
PUBLICIDADE 
ENGANOSA PUBLICIDADE ABUSIVA
Informação inteira ou 
parcialmente falsa, 
capaz de induzir o 
consumidor a erro. 
Pode ser comissiva 
ou omissiva
Discriminatória, que incite 
à violência, explore o 
medo ou a superstição, se 
aproveite da deficiência de 
julgamento e experiência da 
criança, desrespeita valores 
ambientais, ou que seja capaz 
de induzir o consumidor 
a se comportar de forma 
prejudicial ou perigosa à sua 
saúde ou segurança
Apenas na forma comissiva 
PRÁTICAS ABUSIVAS 
Conceito: as práticas abusivas são consideradas 
condutas ilícitas do fornecedor em razão de abuso de 
direito, ou seja, condutas do titular de um direito que, ao 
exercê-lo, excedem manifestamente os limites impostos 
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes (art. 187 do CC).
Hipóteses: as práticas abusivas são enumeradas 
exemplificativamente(rol não exaustivo) no art. 39 do CDC. 
Principais hipóteses: 
• Condicionar o fornecimento de produto ou de 
serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem 
como, sem justa causa, a limites quantitativos (exemplos: 
venda de uma sobremesa condicionada à compra do prato 
principal (venda casada), ou consumação mínima em 
determinado estabelecimento). 
• Recusar atendimento às demandas dos 
consumidores, na exata medida de suas disponibilidades 
de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e 
costumes (exemplos: a título de exemplo, o taxista não 
pode recusar um passageiro alegando que o trajeto a ser 
percorrido é muito curto) 
• Enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação 
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço. 
Além disso, o parágrafo único do art. 39 do CDC estabelece 
que os serviços prestados e os produtos remetidos ou 
entregues ao consumidor, sem solicitação prévia, equiparam-
se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
• Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância 
do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, 
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe 
seus produtos ou serviços (exemplo: exigência de cheque 
caução pelo hospital como requisito para a internação de 
paciente em estado grave). Aliás, a exigência de cheque 
caução passou a ser considerada crime, conforme art. 135-
A do CP. 
• Repassar informação depreciativa, referente a ato 
praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos 
(exemplo: é vedada a criação de listas clandestinas contendo 
o nome dos consumidores que mais reclamam ou que mais 
entram com ações judiciais. A proibição, evidentemente, 
não abrange os serviços de proteção ao crédito). 
• Colocar, no mercado de consumo, qualquer produto 
ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos 
órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não 
existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional 
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
(CONMETRO) – os fornecedores devem cumprir as normas 
técnicas, como forma de garantir a qualidade e segurança 
dos produtos vendidos. 
• Recusar a venda de bens ou a prestação de 
serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los 
mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de 
intermediação regulados em leis especiais – veda-se a 
exigência de intermediários na aquisição de produtos e 
serviço pelo consumidor, salvo quando a necessidade de 
intermediação decorre de lei. 
• Elevar sem justa causa o preço de produtos 
ou serviços – proíbe-se a elevação abusiva, sem 
justificativa razoável (exemplo: considera-se abusivo o 
aumento excessivo do preço da água que ocorreu nos 
estabelecimentos comerciais localizados nas Cidades 
afetadas pelo desastre de Mariana). 
Alteração Importante: entendia-se majoritariamente 
que o estabelecimento comercial não podia estabelecer 
diferença de preço para o cliente que pagasse em 
dinheiro, em cartão de crédito, à vista ou a prazo. A Lei 
n. 13.455/2017, entretanto, passou a considerar válida 
a referida diferenciação, permitindo a fixação de preços 
diferentes para bens e serviços oferecidos ao público em 
função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado.
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• Deixar de estipular prazo para o cumprimento de 
sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial 
a seu exclusivo critério - o fornecedor deve especificar 
previamente o termo inicial e o prazo para a execução do 
serviço sob pena de se caracterizar prática abusiva. 
• Permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais 
ou de serviços de um número maior de consumidores que 
o fixado pela autoridade administrativa como máximo 
(Lei n. 13.425/2017). Além disso, permitir o ingresso de 
um número maior de pessoas do que o permitido também 
configura o crime previsto no § 2º do art. 65 do CDC. 
COBRANÇA DE DÍVIDAS 
Exposição ao ridículo: o consumidor inadimplente não 
será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer 
tipo de constrangimento ou ameaça, além do que todos 
os documentos de cobrança de débitos apresentados 
ao consumidor deverão constar o nome, o endereço e o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF 
ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do 
fornecedor do produto ou serviço correspondente (artigos 
42, caput, e 42-A do CDC). 
Cobrança indevida: se o consumidor for cobrado em 
quantia indevida, terá direito à repetição do indébito, por 
valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido 
de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de 
engano justificável (parágrafo único do art. 42 do CDC).
BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES
Finalidade: fornecer subsídio para as empresas fornecedoras 
de crédito se certificarem acerca da inadimplência dos consumidores.
Natureza: são considerados entidades de caráter 
público (§ 4° do 43 do CDC), de modo que os consumidores 
poderão inclusive se valer de habeas data para garantir 
o acesso ou a retificação das informações constantes. A 
recusa ao fornecimento das informações que constam no 
banco de dados pode caracterizar o crime previsto no art. 
72 do CDC
Comunicação: a negativação do nome o consumidor 
deve ser comunicada por escrito, normalmente encaminhada 
por carta, não se exigindo, entretanto, o aviso de recebimento 
(AR), conforme disposto na Súmula n. 404 do STJ. 
Cancelamento: se o devedor pagar a dívida, o 
credor deverá providenciar, no prazo de 5 dias úteis, 
o cancelamento da anotação do nome do devedor no 
cadastro de proteção ao crédito, conforme disposto na 
Súmula n. 548 do STJ. 
Prazo: os bancos de dados não podem conter 
informações negativas referentes a período superior a 
cinco anos, além do que, consumada a prescrição relativa à 
cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, 
pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, 
quaisquer informações que possam impedir ou dificultar 
novo acesso ao crédito junto aos fornecedores (§§ 1° e 5° 
do art. 43 do CDC).
6. PROTEÇÃO CONTRATUAL 
Regras mais importantes: a) as cláusulas contratuais 
serão interpretadas de maneira mais favorável ao 
consumidor (art. 47 do CDC); b) as declarações de 
vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-
contratos relativos às relações de consumo vinculam o 
fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos 
termos do art. 84 e parágrafos do CDC; c) Nas compras 
fora do estabelecimento comercial (telefone, internet, 
por exemplo), o consumidor pode desistir do contrato, 
no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato 
de recebimento do produto ou serviço. O direito de 
arrependimento é potestativo, isto é, o consumidor 
não precisa justificar por que se arrependeu da compra. 
Ressalta-se ainda que o fornecedor deve arcar com 
todos os custos necessários para a garantir a devolução 
do produto, além do que o direito de arrependimento 
não pode ser afastado por cláusula contratual (art. 51 do 
CDC); d) A garantia contratual é complementar à legal. 
Para a prova da OAB, deve-se considerar que os prazos 
decadenciais de 30 dias (produto não durável) e 90 dias 
(produto durável) previstos no art. 26 do CDC integram o 
prazo de garantia legal, os quais devem ser somados aos 
prazos de garantia contratual. Assim, se o consumidor 
adquirir um carro com garantia de 5 anos e este possuir 
um vício de fácil constatação, ele terá o prazo de 5 anos 
(garantia contratual) + 90 dias (garantia legal de produto 
durável) para reclamar do vício.
CLÁUSULAS ABUSIVAS
HIPÓTESES: o art. 51 do CDC elenca exemplificativamente 
como cláusulas contratuais abusivas aquelas que:
I - Impossibilitem, exonerem ou atenuem a 
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer 
natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia 
ou disposição de direitos.Nas relações de consumo entre 
o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização 
poderá ser limitada, em situações justificáveis; 
II - Subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da 
quantia já paga, nos casos previstos neste código;
III - Transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, 
abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem 
exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a 
equidade;
VI - Estabeleçam inversão do ônus da prova em 
prejuízo do consumidor;
VII - Determinem a utilização compulsória de 
arbitragem;
VIII - Imponham representante para concluir ou 
realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
IX - Deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o 
contrato, embora obrigando o consumidor;
X - Permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, 
variação do preço de maneira unilateral;
XI - Autorizem o fornecedor a cancelar o contrato 
unilateralmente, sem que igual direito seja conferido 
ao consumidor;
XII - Obriguem o consumidor a ressarcir os custos de 
cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe 
seja conferido contra o fornecedor;
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XIII - Autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente 
o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua 
celebração;
XIV - Infrinjam ou possibilitem a violação de 
normas ambientais;
XV - Estejam em desacordo com o sistema de proteção 
ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização 
por benfeitorias necessárias. 
Consequência: as cláusulas abusivas são nulas. 
Deve-se salientar, no entanto, que a nulidade de 
uma cláusula contratual abusiva não invalida todo o 
contrato, salvo se sua ausência, apesar dos esforços 
de integração, causar ônus excessivo a qualquer das 
partes (§ 2° do art. 51 do CDC).
Venda à prestação: nas vendas de móveis 
ou imóveis mediante pagamento em prestações, 
bem como nas alienações fiduciárias em garantia, 
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas 
que estabeleçam a perda total das prestações 
pagas em benefício do credor que, em razão do 
inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a 
retomada do produto alienado. Entretanto, permite-
se que sejam descontados, além da vantagem 
econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o 
desistente ou inadimplente causar ao grupo.
Súmula nº 543 do STJ: “Na hipótese de resolução 
de contrato de promessa de compra e venda de imóvel 
submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve 
ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo 
promitente comprador – integralmente, em caso de 
culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, 
ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem 
deu causa ao desfazimento”.
Súmula nº 302 do STJ: “É abusiva a cláusula 
contratual de plano de saúde que limita no tempo a 
internação hospitalar do segurado”.
Súmula nº 597 do STJ: “A cláusula contratual de 
plano de saúde que prevê carência para utilização 
dos serviços de assistência médica nas situações de 
emergência ou de urgência é considerada abusiva se 
ultrapassado o prazo máximo de 24 horas, contado 
da data da contratação.”
CONTRATO DE ADESÃO
Principais regras: a) nos contratos de adesão 
admite-se cláusula resolutória (aquela que deixa a 
arbítrio de uma das partes a extinção contratual), 
mas essa cláusula apenas terá validade se for utilizada 
em favor do consumidor e b) os contratos de adesão 
escritos devem ser redigidos em termos claros e 
com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho 
da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a 
facilitar sua compreensão pelo consumidor, além do 
que as cláusulas que implicarem limitação de direito 
do consumidor deverão ser redigidas com destaque, 
permitindo sua imediata e fácil compreensão.
7. DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
A defesa do consumidor em juízo poderá ser feita 
por ações individuais ou por ações coletivas.
INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS
Interesses difusos (art. 81, I, do CDC): entendidos 
como os transindividuais, de natureza indivisível, 
de que sejam titulares pessoas indeterminadas e 
ligadas por circunstâncias de fato. 
Interesses coletivos (art. 81, II, do CDC): 
entendidos como os transindividuais, de natureza 
indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou 
classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica base.
Interesses individuais homogêneos (art. 81, III, 
do CDC): são aqueles decorrentes de origem comum. 
esses interesses são essencialmente individuais, 
mas poderão ser tutelados coletivamente se forem 
homogêneos e possuírem origem comum de fato ou 
de direito (vítimas de uma explosão ocorrida em um 
shopping center). O objeto nos direitos individuais 
homogêneos será divisível, na medida em que a 
decisão judicial pode variar para cada membro do 
grupo (no caso da explosão do shopping, embora 
todos tenham sido vítimas do evento, a reparação do 
dano poderá variar para cada um dos indivíduos).
INTERESSES DIFUSOS
Sujeitos Indetermináveis 
Objeto Indivisível 
Circunstância de fato
INTERESSES 
COLETIVOS
Sujeitos Determináveis 
Objeto Indivisível 
Relação Jurídica base
INTERESSES 
INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS
Sujeitos Determináveis 
Objeto Divisível 
Origem comum
LEGITIMIDADE PARA AS AÇÕES COLETIVAS
Legitimados: possuem legitimidade concorrente para 
o ajuizamento de ação coletiva: I - Ministério Público, 
II - União, Estados, Municípios e Distrito Federal, III - 
Entidades e órgãos da Administração Pública, direta 
ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, 
especificamente destinados à defesa dos interesses e 
direitos protegidos pelo CDC e IV - Associações legalmente 
constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre 
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos 
protegidos CDC, dispensada a autorização assemblear.
Associações: o requisito da pré-constituição de pelo 
menos 1 ano das associações pode ser dispensado pelo juiz 
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela 
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do 
bem jurídico a ser protegido (§ 1° do art. 82 do CDC).
Ministério Público: se o MP não intervier no processo 
como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
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HONORÁRIOS, CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS
Para facilitar o acesso do consumidor à justiça e 
estimular o uso as ações coletivas, o CDC dispensa o 
adiantamento de qualquer despesa processual, além 
do que isenta o autor do pagamento de honorários de 
advogados, custas e despesas processuais, salvo no caso 
de má-fé, hipóteses em que a associação autora e os 
diretores responsáveis pela propositura da ação serão 
solidariamente condenados em honorários advocatícios e 
ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade 
por perdas e danos.
AÇÃO COLETIVA PARA DEFESA DE INTERESSE 
INDIVIDUAL HOMOGÊNEO
Competência: estabelece o art. 93 do CDC que, 
ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente 
para a causa a justiça local: I - no foro do lugar onde 
ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local; 
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, 
para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-
se as regras do Código de Processo Civil aos casos de 
competência concorrente.
Litisconsortes: proposta a ação coletiva que tutela 
interesses individuais homogêneos, será publicado edital 
no órgão oficial, a fim de que os interessados possam 
intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de 
ampla divulgação pelos meios de comunicação social por 
parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Liquidação e Execução: se o pedido for julgado 
procedente,a condenação será genérica, fixando a 
responsabilidade do réu pelos danos causados, sendo 
que a liquidação e a execução de sentença poderão ser 
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como 
pelos legitimados de que trata o art. 82 do CDC
Falta de habilitação dos interessados: Decorrido 
o prazo de um ano sem habilitação de interessados em 
número compatível com a gravidade do dano, poderão os 
legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução 
da indenização devida, devendo o produto da indenização 
ser revertido para o fundo criado pela Lei n.º 7.347/1985. 
COISA JULGADA NAS AÇÕES COLETIVAS
INTERESSE 
DIFUSOS
INTERESSES COLETIVOS INTERESSES INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS
PROCEDÊNCIA DO PEDIDO 
Efeito erga omnes, 
beneficiando todos 
da coletividade. 
Efeito ultra partes, 
limitadamente ao grupo, 
categoria ou classe. 
Efeito erga omnes, bastando 
ao consumidor se habilitar na 
liquidação e promover a execução.
IMPROCEDÊNCIA DO 
PEDIDO POR QUALQUER 
FUNDAMENTO QUE NÃO 
SEJA INSUFICIÊNCIA DE 
PROVA
Efeito erga omnes, 
mas não prejudica 
ações individuais 
dos interessados. 
Efeito ultra partes, 
mas não prejudica 
ações individuais dos 
interessados. Ou seja, 
apenas os legitimados 
coletivos que não poderão 
discutir novamente a 
questão transitada em 
julgado. 
A coisa julgada alcança apenas 
os indivíduos que se habilitaram 
como litisconsorte do legitimado 
coletivo. Os indivíduos que não se 
habilitaram como litisconsortes 
poderão ingressar com ações 
individuais. 
IMPROCEDÊNCIA 
DO PEDIDO POR 
INSUFICIÊNCIA DE PROVA 
Não possui efeito 
erga omnes (não 
há coisa julgada 
material), de modo 
que os legitimados 
do art. 82 do CDC 
podem entrar com 
nova ação, desde 
que haja prova 
nova. 
Não possui efeito ultra 
partes (não há coisa 
julgada material), de 
modo que os legitimados 
do art. 82 do CDC podem 
entrar com nova ação, 
desde que haja prova 
nova. 
A coisa julgada alcança apenas 
os indivíduos que se habilitaram 
como litisconsorte do legitimado 
coletivo. Os indivíduos que não se 
habilitaram como litisconsortes 
poderão ingressar com ações 
individuais.
Conclusão: a coisa julgada coletiva, portanto, independentemente do interesse transindividual tutelado, não 
prejudicará as pretensões individuais, ou seja, o consumidor poderá se valer da ação individual mesmo que a ação coletiva 
seja julgada improcedente. A única exceção a essa regra ocorre quando se tratar de ação coletiva tutelando interesses 
individuais homogêneos em que os indivíduos se habilitaram como litisconsorte, já que, neste caso, a coisa julgada vai 
atingir os litisconsortes de qualquer forma (procedente ou improcedente), de modo que eles não poderão ingressar com 
ação individual sobre o mesmo assunto já decidido.
8. CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO
Conceito: entende-se por convenção coletiva de consumo o instrumento feito por escrito, em que fornecedores e 
consumidores, por meio de suas entidades representativas, estabelecem antecipadamente determinados elementos e 
regras que irão compor os contratos individuais de consumo, como condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, 
à garantia e características de produtos e serviços, bem como no que diz respeito à composição de eventuais conflitos.
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Art. 107do CDC - As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria 
econômica podem regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições 
relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem como à reclamação 
e composição do conflito de consumo.
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório de títulos e documentos.
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias. 
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em data posterior ao registro 
do instrumento.
9. SUPERENDIVIDAMENTO
A quem se aplica o superendividamento? a) 
pessoas físicas, b) de Boa-fé, c) dívidas altas que podem 
comprometer o mínimo existencial. 
Não são casos de superendividamento (54-A, § 3º, do 
CDC) as dívidas do consumidor que: a) forem contraídas 
mediante fraude ou má-fé; b) forem oriundas de contratos 
celebrados dolosamente com o propósito de não realizar o 
pagamento; c) decorrerem da aquisição ou contratação de 
produtos e serviços de luxo de alto valor.
Mudanças importantes: 
1) Dois novos princípios da Política Nacional das 
Relações de Consumo (art. 4º do CDC): IX - fomento de 
ações direcionadas à educação financeira e ambiental 
dos consumidores e X - prevenção e tratamento do 
superendividamento como forma de evitar a exclusão 
social do consumidor.
2) Dois novos instrumentos da Política Nacional das 
Relações de Consumo (art. 5º do CDC): VI - instituição 
de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial 
e judicial do superendividamento e de proteção do 
consumidor pessoa natural; VII - instituição de núcleos 
de conciliação e mediação de conflitos oriundos de 
superendividamento.
3) Três novos direitos do consumidor (art. 6º do 
CDC): XI - a garantia de práticas de crédito responsável, 
de educação financeira e de prevenção e tratamento de 
situações de superendividamento, preservado o mínimo 
existencial, nos termos da regulamentação, por meio da 
revisão e da repactuação da dívida, entre outras medidas; 
XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da 
regulamentação, na repactuação de dívidas e na concessão 
de crédito; XIII - a informação acerca dos preços dos 
produtos por unidade de medida, tal como por quilo, por 
litro, por metro ou por outra unidade, conforme o caso.
4) Duas novas cláusulas consideradas abusivas (art. 
51 do CDC): XVII - condicionem ou limitem de qualquer 
forma o acesso aos órgãos do Poder Judiciário; XVIII - 
estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade 
das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento 
integral dos direitos do consumidor e de seus meios de 
pagamento a partir da purgação da mora ou do acordo com 
os credores;
Processo de Repactuação de dívidas (art. 104-A 
do CDC): é designada uma audiência de conciliação, e 
o consumidor deve apresentar proposta de plano de 
pagamento com prazo máximo de 5 anos (dilação de 
prazos, redução de encargos, suspensão/extinção de ações 
judiciais, data de exclusão do consumidor de bancos de 
dados e de cadastros de inadimplentes. O pedido de 
repactuação não acarreta insolvência civil e não pode ser 
repetido em 2 anos. 
Conciliação Administrativa (art. 104-C do CDC): 
possibilidade de os órgãos do Sistema Nacional de Defesa 
do Consumidor (PROCON, por exemplo) realizarem a fase 
conciliatória e preventiva do processo de repactuação.
Excluídos do Processo de Repactuação (art. 104-A, § 
1º, do CDC): a) dívidas oriundas de contratos celebrados 
dolosamente sem o propósito de realizar pagamento; 
b) dívidas provenientes de contratos de crédito com 
garantia real; c) dívidas provenientes de financiamentos 
imobiliários; d) provenientes de crédito rural.
Processo por superendividamento (art. 104-B do 
CDC): se não houver êxito na conciliação da repactuação 
das dívidas, o juiz, a pedido do consumidor, instaurará 
processo por superendividamento. Será elaborado um 
plano judicial compulsório. Os credores serão citados 
para, no prazo de 15 dias, juntar documentos e apresentar 
as razões pelas quais se negam a aceder (anuir) ao plano 
voluntário ou se negam a renegociar. O plano judicial 
compulsório assegurará aos credores, no mínimo, o 
valor do principal devido, corrigido monetariamente por 
índices oficiais de preço. Além disso, preverá a liquidação 
total da dívida, após a quitação do plano de pagamento 
consensual, em, no máximo, 5 anos, sendo que a primeiraparcela será devida no prazo máximo de 180 dias, contado 
de sua homologação judicial, e o restante do saldo será 
devido em parcelas mensais iguais e sucessivas (art. 104-B, 
§ 4º).

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