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@medcomatheus 1° passo: Preparo inicial: “preparem o doente, o cenário, a equipe e, mais importante, se preparem”. O paciente deve estar bem posicionado, você deve solicitar os materiais essenciais para a IOT, a equipe deve estar ciente de que a IOT vai ocorrer e você deve estar paramentado. Fica uma dica valiosíssima! Antes de laringoscopar e passar o tubo, qual é a conduta? Isso mesmo, checar se o bendito cuff está íntegro (ou seja, se não está furado). 2º passo: Pré-oxigenação: deverá ser feita com O2 a 100%. Não saiam “ambuzando” o paciente de graça. Essa “ambuzada” aumenta o risco de distensão gástrica que, por sua vez, aumenta o risco de regurgitação e, consequentemente, broncoaspiração. Péssima ideia! Por outro lado, a ventilação deve ser feita em casos de Sat O2 . 3º passo: Pré-entubação otimizada: é a hora de corrigirmos distúrbios hemodinâmicos (se necessário, iniciar drogas vasoativas), drenar um pneumotórax. Nosso objetivo é diminuir a chance de descompensação do doente durante o procedimento. 4º passo: Paralisia com indução de hipnose: como discutimos, precisamos de um hipnótico e um BNM. Hipnótico: grave o Etomidato. É uma excelente droga por ser “hemodinamicamente neutra”; BNM: grave a succinilcolina (mas estejam MUITO atentos às contraindicações, que elencamos junto à tabela abaixo). Alguns de vocês devem estar se perguntando: “mas e o fentanil?”. Antigamente, era recomendado o uso rotineiro de “Pré-Medicação”, como o Fentanil, por diminuir os efeitos cardiovasculares da laringoscopia por estimulação do sistema nervoso simpático. Contudo, devido a seu efeito hipotensor, seu uso é indicado em pacientes com sangramento intracraniano ativo, hipertensão intracraniana ou dissecção aórtica que apresentem crise hipertensiva antes da entubação. Contraindicações ao uso de Succinilcolina: História pessoal ou familiar de hipertermia maligna; miopatias; pacientes que sofreram lesão ou desnervação muscular aguda (queimaduras extensas, lesões por esmagamento, AVC ou doenças neuromusculares transitórias - como Guillain-Barré) não devem receber tal droga a partir do terceiro dia de lesão, dado o risco de hipercalemia; doenças neuromusculares progressivas como ELA (esclerose lateral amiotrófica). Nos pacientes com hipercalemia o uso de succinilcolina é considerado razoável caso não haja evidência de instabilidade de membrana no ECG. 5° passo: Posicionar o doente: como discutimos, retirar o colar cervical enquanto outro socorrista estabiliza a coluna cervical, passar o tubo e, após, recolocar o colar. 6° passo: Passar o tubo: Vamos aproveitar e discutir duas classificações que podem aparecer na prova e muita gente confunde. Mallampati: é uma classificação utilizada como preditor de via aérea difícil. Reparem que é uma classificação de oroscopia. Os pontos anatômicos de cada uma das classes devem ser de nosso conhecimento: Classe I: Palato mole, úvula e pilares amigdalianos visíveis; Classe II: Palato mole e úvula visíveis; Classe III: Palato mole e base da úvula visíveis; Classe IV: Palato mole não visível. Sequência rápida de Iot @medcomatheus Cormack-Lehane: Agora já estamos diante de uma classificação laringoscópica, ou seja, passamos o laringo e nos deparamos com essa visão: Cormack 1: Cordas vocais completamente visíveis; Cormack 2: Apenas as aritenoides visíveis; Cormack 3: Apenas a epiglote visível; Cormack 4: Não vemos a epiglote. Nos casos de laringoscopia difícil (Cormack 3 ou 4) podemos fazer uso de: Videolaringoscopia: dispositivo de vídeo acoplado ao laringoscópio. Bougie (ou introdutor de tubo traqueal de Eschmann ou guia para entubação traqueal): normalmente usada quando não se enxerga as cordas vocais na laringoscopia. Tal dispositivo é encaixado atrás do epiglote e progredido até que sua ponta curva entre na traqueia para servir de guia à passagem do tubo traqueal. Depois de passarmos o tubo, insuflamos o balonete (cuff) e checamos o tubo (ausculta em epigástrio, bases e ápices, nessa ordem) e, sempre (principalmente na prova), acoplamos o capnógrafo. Começamos a ausculta pelo epigástrio, para descartar entubação esofágica e passamos à base esquerda, para descartar entubação seletiva (mais provável por conta da anatomia do brônquio fonte direito). 7º passo: Cuidados pós-entubação: procederemos à fixação do tubo, configuração do ventilador mecânico e instalação de sedação contínua. Além disso, pediremos uma radiografia de tórax para checar a POSIÇÃO do tubo em relação à carina.. Resumo dos passos: Se a IOT não foi possível - seja por via aérea difícil ou falha técnica - faremos uso dos dispositivos de via aérea temporários (máscara laríngea, combitubo), até obtenção de uma via aérea cirúrgica. Máscara laríngea: passamos o dispositivo às cegas (já que não realizamos a laringoscopia) e insuflamos a máscara até oclusão da orofaringe e esôfago. Pelas imagens parece que “é só enfiar”, mas é um procedimento delicado que demanda treinamento. Combitubo: também é um dispositivo passado sem laringoscopia que, de forma proposital, fica posicionado no lúmen do esôfago de forma a ocluí-lo e permitir que o ar que sai do tubo por um orifício em sua parede lateral vá para a traqueia. @medcomatheus Se esses dois dispositivos (deixamos as imagens demonstrando cada um deles abaixo!) falharem ou não estiverem disponíveis, a cricotireoidostomia por punção ganha força. Como dissemos, é um método de via aérea temporária, e é melhor indicada em situações de apneia ou necessidade de via aérea cirúrgica em crianças de 8 a 12 anos (nesses pacientes a crico cirúrgica é contraindicada pelo risco de traqueomalácia). Já que falamos em manejo cirúrgico da via aérea, precisamos falar sobre 3 métodos: Crico por punção; Crico cirúrgica; Traqueostomia. @medcomatheus CHECKLIST PARA OSCE 1- Solicitou monitorização e acesso venoso. 2- Orientou que explicaria o procedimento para o paciente e pediu luvas, óculos de proteção, gorro e máscara. 3- Solicitou laringoscópio e mencionou o teste. Tarefa 2 – Solicitou o tubo orotraqueal e mencionou o teste do cuff com seringa. 4- Solicitou material para aspiração de via aérea (“considere montado”) 5- Solicitou dispositivo bolsa-válvulamáscara com reservatório de O2 (ou “ambu”). 6- Solicitou material para a fixação do tubo. 7- Solicitou aspiração das drogas para IOT (pelo menos sedativo e bloqueador neuromuscular). 8- Realizou pré-oxigenação (não considerar caso o candidato tenha ventilado o paciente). Mencionar o tempo: 3.5 minutos. 9- Mencionou pré-tratamento com fentanil ou lidocaína 10- Mencionou paralisia com indução. (Indução: etomidato, midazolam, quetamina. Bloqueador neuromuscular: succinilcolina, rocurônio) 11- Mencionou posicionamento com coxim em região occipital (em geral), de maneira a permitir leve hiperextensão da cabeça afim de alinhar os três eixos da via aérea. 12- Descreveu a laringoscopia (entrar pelo lado direito do paciente rebatendo a língua para a esquerda e posicionar a lâmina do laringoscópio na valécula). 13- Passagem do tubo sob visualização direta. 14- Insuflar o cuff. 15- Realizar a ausculta para verificar o posicionamento do tubo (epigástrio, base E, base D, ápice E, ápice D). 16- Solicitou a instalação do capnógrafo para confirmação. 17- Solicitou fixação do tubo. 18- Solicitou a conexão do tubo à VM. 19- Solicitou radiografia de tórax. CASO CLÍNICO Você está na sala de emergência e atenderá um paciente masculino vítimade queimadura de face. O ABCDE já se encontra descrito. Paciente com colar cervical, Sat O2 93% em máscara de O2 com reservatório, 10 L por minuto, estável hemodinamicamente e com ECG = 15.
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