Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Logística e gerenciamento de risco
APRESENTAÇÃO
Você já parou para pensar na quantidade de riscos e problemas que podem acontecer entre a 
saída de uma carga do remetente até chegar ao destinatário? O transporte de carga é uma 
atividade complexa que oferece vários riscos. É necessário desenvolver ações para garantir que 
a carga chegue ao destino final em perfeitas condições e dentro do prazo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você identificará como as transportadoras gerenciam riscos. 
Além disso, explicará a relevância do seguro de carga para o gerenciamento de riscos. Por fim, 
reconhecerá as boas práticas do gerenciamento de riscos eficiente.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar como as transportadoras gerenciam riscos.•
Explicar a relevância do seguro de carga para o gerenciamento de riscos.•
Reconhecer as boas práticas do gerenciamento de riscos eficiente.•
DESAFIO
O gerenciamento de risco consiste em identificá-lo, analisar de forma qualitativa e quantitativa, 
estimar a probabilidade de ocorrência, avaliar o impacto causado, criar o plano de ação para 
cada item e monitorar os riscos apontados.
Imagine que você é o gerenciador de risco de uma transportadora de médio porte que atua na 
região Sudeste. No último ano, houve três ocorrências de acidentes envolvendo a frota da sua 
transportadora. As investigações apontaram que um acidente foi ocasionado por imprudência do 
motorista, o qual estava trafegando com excesso de velocidade; outro ocorreu devido a uma 
falha nos freios do veículo; e um terceiro acidente aconteceu porque um motorista dormiu ao 
volante.
Sendo assim, responda: quais são as estratégias que você irá implantar para reduzir o índice de 
acidentes com a frota da sua empresa, sabendo que a empresa não conta com sistemas 
tecnológicos para monitoramento do motorista?
INFOGRÁFICO
Cerca de 60% dos transportes de carga no Brasil são realizados por meio do modal rodoviário. 
Os acidentes envolvendo veículos de carga são, na maioria das vezes, de grande proporção, 
causando danos na carga, além de prejuízo para a transportadora e para os clientes, assim 
como danos a terceiros e impacto no trânsito.
Neste Infográfico, você vai ver as principais causas de acidentes envolvendo veículos de carga.
CONTEÚDO DO LIVRO
Chegar com carga ao destino final tem sido um grande desafio devido a fatores internos e 
externos. Como se não bastassem os altos índices de acidentes, principalmente no modal 
rodoviário, a criminalidade tem dado muita dor de cabeça para gestores e empresários. Nos 
últimos anos, o índice de roubos de carga cresceu assustadoramente, obrigando as empresas a 
investirem em tecnologia para coibir essas ações.
No capítulo Logística e gerenciamento de risco, da obra Gestão de custos, riscos e perdas, base 
teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ver como as transportadoras gerenciam os 
riscos no transporte de cargas. Além disso, vai aprender a importância da contratação de um 
seguro de cargas. Por fim, vai conhecer boas práticas para se ter um gerenciamento de riscos 
eficiente.
Boa leitura.
GESTÃO DE CUSTOS, 
RISCOS E PERDAS
Isis Boostel
Logística e gerenciamento 
de riscos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar como as transportadoras gerenciam riscos.
  Explicar a relevância do seguro de carga para o gerenciamento de 
riscos.
  Reconhecer as boas práticas do gerenciamento de riscos eficiente.
Introdução
O gerenciamento de riscos no transporte de produtos é fundamental, 
pois os veículos de carga estão expostos constantemente a riscos que 
podem ser controlados ou, até mesmo, a riscos imprevisíveis — nesse 
caso, deve ser adotado um plano de ação para minimizar o impacto.
Neste capítulo, você vai estudar como as transportadoras gerenciam 
riscos, verificando alguns seguros obrigatórios e facultativos nos trans-
portes de cargas e identificando algumas ferramentas utilizadas para 
gerenciar riscos.
Como as transportadoras gerenciam riscos?
A distribuição de produtos é um dos processos logísticos mais delicados, e 
isso explica por que essa etapa é uma das mais terceirizadas em uma empresa. 
Além do alto investimento em veículos de transportes, muitas empresas não 
possuem know-how quando o assunto é transportar mercadorias, daí a razão de 
repassarem essa responsabilidade para uma transportadora. Um bom prestador 
de serviços consegue aumentar a efi ciência da distribuição, reduzir falhas e 
melhorar o atendimento ao cliente.
Segundo Ballou (2006, p. 82):
As características de risco do produto são, entre outras, perecibilidade, infla-
mabilidade, valor, tendência a explodir e facilidade de ser roubado. Quando 
qualquer produto mostra alto risco em um ou mais desses itens, é natural que se 
imponham determinadas restrições sobre o sistema de distribuição. Os custos 
de transporte e os de armazenagem tornam-se logicamente mais altos tanto em 
termos financeiros absolutos quanto como percentagem do preço de venda.
Nesse sentido, segundo Minetto Junior e Castiglioni (2014, p. 14):
É crescente a procura das empresas por parceiros que ofereçam serviços 
logísticos de qualidade, com bom atendimento e custos competitivos. Pouquís-
simas empresas mantêm o serviço de entrega com frota própria, pois tentar 
atingir regiões cada vez maiores implica possuir muitos veículos o que, além 
de manter o custo de manutenção e mão de obra (motoristas e mecânicos), 
significa correr o risco de deixar esses recursos ociosos por algum tempo, 
aumentando os custos.
Embora seja o mais comum e abundante dos modais de transporte, o modal 
rodoviário é um dos que oferecem maior risco quando se trata de segurança de 
carga; afinal, há elevados índices de acidentes, além da facilidade de desvios e 
roubos. Por conta disso, existem muitos métodos para prever e impedir esses 
eventos de risco, como escoltas e monitoramento via satélite, ou mesmo o 
planejamento do menor trajeto ou daquele que ofereça menos riscos (MINETTO 
JUNIOR; CASTIGLIONI, 2014). Assim, um programa de gestão de riscos no 
transporte consiste em adotar estratégias para minimizar possíveis prejuízos 
durante a movimentação de carga. Tratando-se de gerenciamento de riscos, 
podemos apontar os principais riscos no transporte por rodovias, conforme 
apresentado a seguir.
Acidentes de trânsito 
Há vários fatores que contribuem para o grande número de acidentes envol-
vendo veículos de carga nas estradas brasileiras:
  grande distância percorrida — o Brasil é um país de dimensão continen-
tal, e a carga geralmente percorre grandes distâncias até o seu destino;
  descumprimento da lei — a Lei nº. 13.103, de 2 de março de 2015, 
regulamenta principalmente aspectos relacionados à jornada de trabalho 
e ao descanso do motorista;
Logística e gerenciamento de riscos2
  excesso de carga;
  imprudência do motorista;
  condições das estradas;
  condições dos veículos;
  uso de drogas.
Para saber mais sobre a Lei nº. 13.103/2015, acesse o link a seguir.
https://goo.gl/bmTT8r
Roubos de cargas e veículos
Os dados sobre roubos de carga no Brasil são alarmantes. Segundo dados da 
Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), em 2017, 
o País teve um prejuízo de cerca de R$ 1,574 bilhões considerando apenas a 
carga roubada. Cerca de 20% dos veículos não são recuperados, elevando o 
valor para a casa dos R$ 2,5 bilhões. Os Quadros 1 e 2 trazem dados de 2014 
a 2017 relacionados ao roubo de carga (ROUBO..., 2018).
Fonte: Adaptado de Roubo... (2018).
Regiões
2014 2015 2016 2017
Valores 
(R$ milhões)
Valores 
(R$ milhões)
Valores 
(R$ milhões)
Valores 
(R$ milhões)
Norte 9,65 14,68 23,19 34,51
Nordeste 61,81 87,76 143,99 202,72
Centro-Oeste 38,06 44,09 49,08 66,10
Sudeste 759,30 775,19 942,98 1.118,03
Sul 135,87 198,60 205,02 152,66
Total 1.004,69 1.120,32 1.364,26 1.574,02
Quadro1. Valores de cargas roubadas por região
3Logística e gerenciamento de riscos
Fonte: Adaptado de Roubo... (2018).
Regiões
2014 2015 2016 2017
Ocorrências Ocorrências Ocorrências Ocorrências
Norte 120 178 237 164
Nordeste 1.111 1.129 1.371 1.514
Centro-Oeste 404 578 795 640
Sudeste 15.002 16.508 20.800 22.212
Sul 795 855 1.360 1.440
Total 17.432 19.248 24.563 25.970
Quadro 2. Número de ocorrências de roubos de carga por região
O prejuízo para a indústria não para por aí. Uma vez que a carga roubada 
é comercializada, as empresas deixam de fazer vendas legais. Ainda, o alto 
índice de roubo de cargas roubadas impacta diretamente nos custos logísticos, 
principalmente no frete. Segundo Barros (2017, documento on-line):
O aumento do roubo de cargas, no final das contas, impacta no frete. Em 
rotas de até 100 km, o custo com seguro é em torno de 4%, já em rotas supe-
riores a 1.000 km, é de 2%. O problema é que esse custo pode dobrar se as 
cargas passam por trechos perigosos. E em casos mais extremos, quando há 
necessidade de contratar escolta armada, o custo com segurança pode chegar 
a 1/3 do custo de transporte.
Avarias e atrasos
As avarias durante o transporte de produtos também devem ser apontadas no 
gerenciamento de riscos. Carga mal acondicionada e desrespeito às informações 
das embalagens são os principais motivos para danos aos produtos transportados.
Outro item que deve ser contemplado no gerenciamento de riscos é o atraso 
nas entregas, pois pode comprometer contratos e resultar em perda de clientes. 
As causas de atrasos na entrega dos produtos são inúmeras, e algumas estão 
listadas a seguir.
  Trânsito: monitorar o trânsito é importante para a definição da rota, 
pois há locais onde o trânsito é mais intenso em determinados períodos. 
Logística e gerenciamento de riscos4
Esse monitoramento reduz o risco de atraso nas entregas, além de 
reduzir e aumentar a eficiência do transporte.
  Mudança de rota: isso não significa dizer que uma rota preestabelecida 
não pode ser alterada, pois existem fatores como acidentes, por exemplo, 
que podem comprometer a entrega de produtos.
  Danos ao veículo: além de comprometerem os prazos de entrega, pos-
síveis danos aos veículos podem aumentar o risco de acidentes.
  Apreensão de mercadorias: trafegar com mercadorias acima do peso 
permitido ou divergentes dos documentos fiscais oferece risco de apre-
ensão da carga ou, até mesmo, do veículo. Além de comprometer a 
entrega, gera custos para a empresa.
  Demora do cliente em receber uma determinada carga: existe o 
risco de atraso de entregas quando vários clientes são atendidos em um 
mesmo frete. Avaliar a burocracia que algumas empresas oferecem para 
descarregamento de carga é fundamental para traçar uma determinada 
rota. Deve-se ficar atento também aos horários de funcionamento da 
empresa, para que o veículo possa chegar em tempo hábil para descar-
regar e seguir viagem até um próximo cliente. 
Relevância do seguro de carga para 
o gerenciamento de riscos
O seguro de transporte de cargas tem a fi nalidade de indenizar o segurado 
caso ocorram avarias, perdas ou roubo de produtos durante o transporte, em 
viagens rodoviárias, marítimas ou aéreas. O seguro pode contemplar também 
a etapa de armazenamento desses produtos. Tudo depende da modalidade de 
seguro contratada. 
Segundo Caixeta Filho e Martins (2014, p. 96), “O seguro de transporte 
assume importante papel, visto que, diante de tantas perdas potenciais, o prêmio 
com seguro passa a apresentar valores elevados”. Algumas das modalidades 
de seguro para o transporte de cargas estão listadas a seguir.
  Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Cargas 
(RCTR–C): toda empresa transportadora registrada na Agência Na-
cional de Transportes Terrestres é obrigada a manter esse seguro, que 
garante indenização devido a acidentes como colisão, tombamento, 
capotagem, abalroamento e incêndio ou explosão.
5Logística e gerenciamento de riscos
  Responsabilidade Civil Facultativa do Transportador Rodoviário 
por Desaparecimento de Carga (RCF-DC): não é um seguro obri-
gatório; garante indenização em caso de roubos ou desaparecimento 
de carga.
  Seguro de Transporte Nacional: a contratação desse seguro é de 
responsabilidade do dono da carga e é obrigatória. Garante indenização 
por danos a cargas transportadas no território nacional.
  Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário em Viagem 
Internacional (RCT-VI): é um seguro contratado pela transportadora 
em casos de viagens internacionais e garante indenização em caso de 
dano à carga transportada em casos de colisão, tombamento, capotagem, 
abalroamento e incêndio ou explosão.
  Risco Rodoviário (RR): oferece cobertura da carga em caso de colisões 
ou furtos
  Responsabilidade Civil do Transportador Aéreo de Cargas 
(RCTA-C): cobre danos causados pelos transportadores de modais aéreos. 
  Responsabilidade Civil do Armador de Cargas (RCA-C): seguro 
obrigatório para transportadores de modais aquaviários; cobre danos 
a cargas transportadas. 
  Seguro do caminhão: existe o seguro obrigatório de Danos Pessoais 
causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) e os 
seguros referentes à indenização do bem em caso de acidentes ou furtos.
Chamamos de colisão quando dois corpos em movimento se chocam. Já abalroamento 
é o choque de um corpo em movimento contra um corpo estático. 
As companhias seguradoras, baseadas nas análises de riscos de cada 
operação, orientam quais procedimentos deverão ser seguidos durante o 
transporte de cargas. O não cumprimento dessas instruções pode resultar em 
não pagamento do prêmio do seguro.
Alguns fatores são levados em consideração na formatação do preço do 
seguro de cargas.
Logística e gerenciamento de riscos6
O Decreto-Lei nº. 73, de 21 de novembro de 1966, o Decreto nº. 61.867, de 11 de 
dezembro de 1967, e a Lei nº. 8.374, de 30 de dezembro de 1991, regulamentam o 
seguro obrigatório para transportadores de carga.
Cargas refrigeradas, frágeis e explosivas, por exemplo, aumentam o preço 
do seguro. Além da característica da carga, o valor da carga, o modal de 
transporte e a rota de transporte influenciam no valor do seguro. As principais 
coberturas contratadas são de roubo, furtos e danos à carga; nesse caso, o 
tipo de embalagem também refletirá no valor do seguro. A Figura 1 traz um 
ranking das mercadorias mais roubadas em São Paulo em 2015.
Figura 1. Valores em milhões de reais dos produtos mais roubados em São Paulo em 2015.
Fonte: Quais... (2016, documento on-line).
7Logística e gerenciamento de riscos
A Figura 1 demonstra quais são os principais tipos de carga que despertam 
a atenção de bandidos. Esses tipos de produtos exigem mais cuidados por parte 
das transportadoras para prevenção do risco de roubo de carga. Nesses casos, 
para aceitar a transferência de risco por meio do seguro, as seguradoras fazem 
exigências referente ao método de monitoramento e rastreamento das cargas. 
Apesar do alto risco de abordagem de veículos de transporte de carga, o roubo 
é estimulado pelo alto valor de alguns tipos de cargas. Produtos eletrônicos, por 
exemplo, podem render milhões aos assaltantes, e comercializar esse tipo de 
produto de forma ilegal é relativamente simples, uma vez que sempre há con-
sumidores interessados em pagar menos por itens muitas vezes bastante caros. 
Em algumas regiões do Brasil onde há maior risco de roubo de cargas, o 
custo do seguro é, por consequência, maior (Figura 2).
Figura 2. Regiões com maior incidência de roubos de cargas em 2015.
Fonte: Quais... (2016, documento on-line).
Logística e gerenciamento de riscos8
Transportadoras que operam no estado do Rio de Janeiro, por exemplo, 
passaram a cobrar uma taxa extra das empresas que contratam os seus 
serviços: a Taxa de Emergência Excepcional (Emex). Segundo o vice-
-presidente da NTC, Urubatan Hellou, “[...] a Emex aumenta, em média, 
cerca de 1,5% o valor de cada produto transportado”(SILVEIRA, 2017, 
documento on-line). 
Estima-se que as grandes transportadoras que atuam no estado sofram 
entre cinco e 10 tentativas de roubo de carga diariamente no Rio de Janeiro 
e que cerca de 40% das tentativas sejam bem-sucedidas. A Federação das 
Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN, [2017] apud SILVEIRA, 2017) indica 
que a cada uma hora e dez minutos um roubo de cargas é registrado no 
estado. Assim, muitas empresas já estão se recusando a transportar cargas 
para o estado do Rio de Janeiro, de forma que existe a probabilidade de 
haver um desabastecimento de produtos essenciais, como medicamentos, 
por exemplo. Mas, obviamente, não se trata de um problema exclusivo 
do estado.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, nos cinco 
primeiros meses de 2018 um veículo de carga era roubado a cada hora. Portanto, 
devido ao aumento de casos de roubos de cargas no estado, seguradoras já estão 
recusando a renovação de apólices de seguros e, quando aceitam, aumentam 
o valor da franquia em 50%, tornando a transferência de risco inviável para 
a empresa (TAVARES, 2018).
Enfim, quanto maiores forem os riscos no transporte de cargas, maior 
será o valor do seguro. É importante ressaltar que uma transportadora não 
pode usar o seguro para obter lucro; ou seja, o transportador rodoviário de 
cargas não pode cobrar custos de seguros dos seus clientes maiores do que os 
efetivamente pagos para a seguradora.
Boas práticas do gerenciamento 
de riscos eficiente
Segundo Moura (2005, p. 28): 
O Gerenciamento de Risco consiste no planejamento das ações de prevenção 
de riscos operacionais relacionados à segurança das cargas transportadas, 
objetivando reduzir e minimizar o índice de sinistros, garantir a qualidade 
dos serviços prestados e o cumprimento dos prazos de entrega contratados.
9Logística e gerenciamento de riscos
Nesse sentido, de acordo com Castiglioni e Pigozzo (2014), o gerenciamento 
de risco é efetuado por meio de procedimentos administrativos, operacionais 
e, principalmente, de sigilo das informações. Para tanto, as empresas têm, à 
sua disposição, sistemas que permitem rastreamento/monitoramento, comu-
nicações rápidas e eficazes, pronto-atendimento, além de recursos humanos 
especializados que buscam, por meio de serviços de inteligência e tecnologia, 
antecipar-se aos fatos.
A transportadora deve avaliar criteriosamente cada possível falha, esti-
mando a probabilidade de ocorrência e qual será a gravidade caso a falha 
ocorra, para, então, determinar o nível de ação para cada risco identificado. 
A primeira boa prática para se obter um gerenciamento de riscos eficiente é 
antecipar os riscos. Nesse momento, o histórico de falhas (lições aprendidas/
estoque de conhecimento) que aconteceram pode fornecer informações va-
liosas para não haver incidências que resultem na ruptura da cadeia logística. 
Observar as falhas que ocorreram com empresas do mesmo setor também 
oferece um direcionamento para antecipar e controlar os riscos.
Como vimos, os riscos de maior impacto para as transportadoras são os rou-
bos e furtos de carga e os acidentes. Por se tratar de riscos externos, comuns a 
todas as empresas, que ocorrem com muita frequência e são de grande impacto, 
as transportadoras passaram a investir pesado em tecnologia e na restruturação 
dos seus processos para a redução desses riscos. Cyro Buonavoglia, presidente 
da GRISTEC afirma que “[...] as tecnologias e os serviços de rastreamento e 
gerenciamento de riscos são vitais para que as cadeias logísticas não sejam 
completamente destruídas pela ação de criminosos” (GERENCIAMENTO..., 
2014, documento on-line).
Preocupadas com esse alto índice de ocorrência de roubos de cargas 
e o elevado índice de acidentes nas estradas brasileiras, as empresas têm 
investido em tecnologia para rastreamento de carga e para monitoramento 
das ações dos motoristas na condução dos meios de transportes. Veja a 
seguir quais são as principais ferramentas tecnológicas do mercado no que 
tange aos transportes.
  Sistema de rastreamento por Sistema de Posicionamento Global 
(GPS): esse sistema permite acompanhar a localização geográfica do 
meio de transporte em tempo real. O uso de GPS reduz o valor do seguro 
e aumenta a probabilidade de encontrar uma carga extraviada, além 
de permitir monitorar se o motorista realmente está seguindo a rota.
  Monitoramento por meio de câmeras ou Digital Video Recorder 
(DVR) veicular: as câmeras enviam imagens internas da cabine em 
Logística e gerenciamento de riscos10
tempo real; já o DVR veicular, além de monitorar a posição do veículo, 
também permite parar o funcionamento do motor, aumentando a segu-
rança e o controle sobre as frotas. 
  Rotograma falado: trata-se de um aparelho que se comunica com o 
motorista por meio de comando de voz, alertando-o quanto ao risco de 
trajetos, como uma curva perigosa à frente, ou até mesmo sugerindo 
uma velocidade ideal para realizar manobras.
  Computador de bordo: oferece informações importantes sobre o de-
sempenho do veículo, como consumo médio e instantâneo de combus-
tível, alerta sonoro de limite de velocidade e dados sobre a manutenção 
do veículo.
  Telemetria: informa à central de monitoramento como o veículo está 
sendo conduzido, aumentando a eficiência dos serviços e reduzindo custos.
  Bloqueadores: Conforme Moura (2005, p. 28): 
Os bloqueadores são dispositivos de segurança que permitem o bloqueio do 
veículo à distância, utilizando um pager embarcado no veículo. Trata-se de 
equipamentos simples, que têm, normalmente, funções antifurto como sen-
sores de abertura de porta e bloqueio automático a partir de um determinado 
tempo após o desligamento do veículo ou por meio de um botão ativado pelo 
motorista no veículo.
Outra boa prática consiste no uso de escolta armada, muito utilizado com 
o intuito de redução de roubos de cargas. O investimento no recrutamento 
e na seleção de trabalhadores envolvidos no transporte de carga também é 
uma boa prática e reduz o risco decorrente de má conduta ou não cumprimento 
das normas e procedimentos operacionais da empresa. É importante, também, 
capacitar periodicamente os profissionais envolvidos na distribuição e no 
transporte de produtos, em um movimento de melhoria contínua.
Veja, a seguir, em que consiste o processo de seleção dos motoristas.
  Avaliações psicológicas: esse tipo de avaliação é muito importante para 
determinar possíveis falhas de conduta ou problemas psíquicos que o 
motorista possa ter, como déficit de atenção ou alterações de humor. 
Uma boa avaliação psicológica permite avaliar o comportamento do 
motorista e contribui para a redução de acidentes no trânsito.
  Exames: todo trabalhador deve passar por exames para atestar sua 
saúde. O exame toxicológico permite avaliar se o motorista usou ou faz 
uso de substâncias ilícitas, como maconha, cocaína, etc. O uso dessas 
substâncias aumenta consideravelmente o risco de acidentes.
11Logística e gerenciamento de riscos
  Avaliações práticas: avalia os conhecimentos técnicos sobre condução 
do veículo e também reduz a probabilidade de acidentes.
  Treinamentos: é importante realizar treinamento periódicos, como de 
direção defensiva, para reduzir o risco de acidentes. Outros treinamentos 
sobre uso correto e manutenção do veículo reduzem o risco de danos 
ao mesmo.
  Monitoramento das viagens: é de extrema importância para acompa-
nhar a maneira de condução do motorista e para verificar se ele respeita 
a legislação e os procedimentos da empresa. Esse monitoramento reduz 
os riscos de acidentes, roubos de carga e danos ao veículo. É importante 
pontuar que os sistemas de monitoramento não são utilizados apenas 
para minimizar os riscos durante o transporte de carga. Os sistemas 
mais avançados contam com uma série de ferramentas que ajudam na 
redução dos custos com o transporte.
  Capacitação continuada: a cada ano, surgem no mercado veículos com 
maior tecnologia. A capacitação contínua,além de treinar o colaborador 
no uso das novas tecnologias, traz informações sobre mudanças na 
legislação, diminuindo, assim, riscos de infrações e danos aos veículos.
A capacitação dos motoristas é uma boa prática para um gerenciamento de riscos 
eficiente. Com treinamento, um motorista consegue identificar e agir em situações de 
perigo com maior facilidade. É importante ressaltar que a capacitação do colaborador, 
além de reduzir riscos, reduz custos de transporte de carga.
O mais importante, sem dúvidas, é definir e utilizar procedimentos compro-
vadamente eficientes de gerenciamento de riscos, contemplando o planejamento 
de como será realizado, de como os riscos serão identificados e priorizados, 
de como serão definidas respostas a eles, e de como serão monitorados. A 
transportadora deve avaliar criteriosamente cada possível falha, estimando a sua 
probabilidade de ocorrência e o seu impacto caso ocorra (exposição ao risco), 
para, então, determinar as ações para cada risco identificado. 
Logística e gerenciamento de riscos12
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2006.
BARROS, M. O roubo de carga e o impacto no custo de transporte. ILOS, São Paulo, 
2017. Disponível em: http://www.ilos.com.br/web/roubo-de-carga-e-o-impacto-no-
-custo-de-transporte. Acesso em: 1 abr. 2019.
CAIXETA FILHO, J. V.; MARTINS, R. S. (org.). Gestão logística do transporte de cargas. 1. ed. 
São Paulo: Atlas, 2014.
CASTIGLIONI, J. A. M.; PIGOZZO, L. Transporte e distribuição. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
GERENCIAMENTO de riscos evitou perda de R$ 26 bi em cargas roubadas entre 2005 e 
2013. Agência Transporta Brasil, [s. l.], 2014. Disponível em http://www.transportabrasil.
com.br/2014/03/gerenciamento-de-riscos-evitou-perda-de-r-26-bi-em-cargas-rouba-
das-entre-2005-e-2013. Acesso em: 1 abr. 2019.
MINETTO JUNIOR, R. F.; CASTIGLIONI, J. A. M. Processos logísticos. 1. ed. São Paulo: É rica, 
2014.
MOURA, L. C. B. Avaliação do impacto dos sistemas de rastreamento de veículos na logís-
tica. 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia Industrial) — Pontifícia Universidade 
Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.
QUAIS as cargas preferidas e onde há mais roubo de cargas no Brasil. Guia do TRC, 
[s. l.], 2016. Disponível em: http://www.guiadotrc.com.br/noticiaid2.asp?id=32292. 
Acesso em: 1 abr. 2019.
ROUBO de carga dá prejuízo de R$ 2,5 bilhões, mas está em queda. Portal NTC, 
[s. l.], 2018. Disponível em: https://www.portalntc.org.br/publicacoes/blog/noticias/
outros/roubo-de-carga-d%C3%A1-preju%C3%ADzo-de-r$-2,5-bilh%C3%B5es,-mas-
est%C3%A1-em-queda. Acesso em: 14 mar. 2019.
SILVEIRA, D. Aumento de roubo de cargas leva transportadoras a cobrarem “taxa de 
emergência” no Rio. G1, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https://g1.globo.com/rio-
-de-janeiro/noticia/aumento-de-roubo-de-cargas-leva-transportadoras-a-cobrarem-
-taxa-de-emergencia-no-rio.ghtml. Acesso em: 1 abr. 2019.
TAVARES, B. SP registra média de um roubo de carga por hora nos primeiros cinco meses 
de 2018. G1, Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/
noticia/sp-tem-um-roubo-de-carga-por-hora-nos-primeiros-cinco-meses-de-2018.
ghtml. Acesso em: 1 abr. 2019. 
13Logística e gerenciamento de riscos
Leituras recomendadas
CNT. Rodoviário. Brasília: CNT, [2018]. Disponível em: http://www.cnt.org.br/Modal/
modal-rodoviario-cnt. Acesso em: 14 mar. 2019.
IDADE média da frota de caminhões é de 12 anos. ABTC, Brasília, DF, 2018. Disponível 
em: http://www.abtc.org.br/index.php/noticias/noticias-do-setor/item/4982-idade-
-media-da-frota-de-caminhoes-e-de-12-anos. Acesso em: 14 mar. 2019.
MARTINS, R. O seguro de frete rodoviário é obrigatório? Cargox, [s. l.], 2018. Disponível 
em: https://cargox.com.br/blog/o-seguro-de-frete-rodoviario-e-obrigatorio. Acesso 
em: 14 mar. 2019.
Logística e gerenciamento de riscos14
DICA DO PROFESSOR
Toda carga transportada, seja em modal rodoviário, ferroviário, aéreo ou aquaviário, precisa 
estar segurada, independentemente do transporte ser realizada por uma empresa ou por um 
profissional autônomo. É importante frisar que existem seguros obrigatórios e facultativos, e 
cada um deles oferece uma determinada cobertura.
Nesta Dica do Professor, você vai ver um pouco mais sobre o seguro Responsabilidade Civil 
Transportador Rodoviário de Cargas (RCTR-C), o seguro de Transporte Nacional (TN) e a 
Responsabilidade Civil Facultativa do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga 
(RCF-DC).
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) O roubo de cargas é um dos principais problemas enfrentados no transporte de 
produtos. Muitas empresas investem pesado em pesquisa e tecnologia para coibir essa 
ação. Em 2014, foram registrados cerca de 17.432 ocorrências no Brasil. Em 2015, 
esse número subiu para 18.248 casos. Já em 2016, foram registrados 24.563 roubos de 
carga e, em 2017, esse número saltou para 25.970 ocorrências.
Sendo assim, assinale a alternativa correta.
A) Houve um aumento de aproximadamente 30% de carga roubada entre os anos de 2014 e 
2017.
B) O maior percentual no aumento de carga roubada ocorreu entre os anos de 2016 e 2017.
C) Houve um aumento de aproximadamente 10% de carga roubada entre os anos de 2014 e 
2015.
D) O maior percentual no aumento de carga roubada ocorreu entre os anos de 2014 e 2015.
E) O aumento do percentual de carga roubada em 2017 comparado com o de 2016 foi maior 
que o aumento em 2015, comparando com o de 2014.
2) Atualmente, existe uma grande variedade de seguros no mercado, sendo alguns 
obrigatórios e outros, facultativos.
Assinale a alternativa que indica apenas seguros obrigatórios.
A) RCTR-C , RCF-DC e Transporte Nacional.
B) RR, DPVAT e Transporte Nacional.
C) RCTR-C, Transporte Nacional e DPVAT.
D) RR, RCF-DC e DPVAT.
E) RCTR-C, RR e RCF-DC.
3) O seguro de transporte de cargas tem a finalidade de indenizar o segurado caso 
ocorram avarias, perdas ou roubo de produtos durante o transporte em viagens 
rodoviárias, marítimas ou aéreas.
Assinale a alternativa correta referente aos principais seguros.
A) O RCTR-C é um seguro obrigatório e de responsabilidade do embarcador.
B) O RCF-DC é um seguro facultativo que garante indenização em caso de acidentes com 
cargas.
C) O RCTA-C cobre danos causados pelos transportadores de modais aquaviários.
D) O RCA-C é um seguro obrigatório para transportadores de modais aquaviários, cobrindo 
danos a cargas transportadas.
E) RCTA-C, cobre danos causados pelos transportadores de modais rodoviários.
4) Os principais riscos do transporte de carga são: acidentes, roubos de cargas, avarias 
e atraso na entrega.
Das alternativas a seguir, qual delas indica uma ferramenta que auxilia o condutor 
quanto às condições da via e da velocidade de manobra?
A) Rotograma falado.
B) GPS.
C) Computador de bordo.
D) Telemetria.
E) DVR veicular.
5) O atraso na entrega é um dos riscos no transporte de produtos e pode comprometer 
os lucros da empresa, além de gerar insatisfação por parte dos clientes.
Sobre as boas práticas no processo de entrega, é possível afirmar que:
A) a rota traçada sempre deverá ser seguida.
carregar o veículo com excesso de carga aumenta a eficiência do transporte e a agilidade B) 
na entrega.
C) deve-se exceder a velocidade em alguns casos para compensar o tempo perdido no 
trânsito.
D) a roteirização deve ser realizada com base no horário de funcionamento dos clientes.
E) danos nos veículos proporcionam apenas risco de acidentes.
NA PRÁTICA
O uso de tecnologia é fundamental para o aumento da segurança nas rodovias brasileiras. Graças 
a sistemas de monitoramento, é possível acompanhar a movimentação do meio de transporte e, 
assim, obter o controle absoluto da forma de condução do motorista, além de rastrear o 
caminhão durante toda a rota. 
Neste Na Prática, você vai quais são os meios que a transportadoraPatrus utiliza para monitorar 
o transporte de cargas.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Como é feito o cálculo do prêmio do seguro de cargas?
Você sabe o que é o prêmio do seguro? O prêmio, ao contrário do que muitos pensam, não é o 
valor que você recebe da seguradora. No vídeo a seguir, você vai ver como a Insert Seguros 
calcula o prêmio do seguro de cargas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Você sabe o que é telemetria?
Conheça um pouco mais sobre a telemetria e como ela pode auxiliar o gestor de frotas a alcançar 
uma gestão mais segura e econômica.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Boletim estatístico
Veja o último boletim estatístico da Confederação Nacional de Transportes (CNT). Esse boletim 
traz informações sobre a infraestrutura dos principais modais de transportes utilizados no Brasil.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Mais conteúdos dessa disciplina