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LAMINITE A laminite é uma doença esporádica, que caracteriza-se por lesões degenera vas das lâminas epidérmicas dos cascos, associada a alterações circulatórias e inflamação das lâminas sensitvas (lâminas dérmicas e córion laminar) com consequente necrose e perda do estojo córneo ou crescimento anormal e deformação do casco. Geralmente está associada a distúrbios diges vos e alimentação dos animais com dietas ricas em carboidratos e, neste caso, representa a manifestação local de um distúrbio metabólico generalizado. A doença pode apresentar-se de forma aguda ou crônica. Em equinos a enfermidade ocorre associada a: Distúrbios do trato diges vo. Ex. Colite Animais alimentados com quan dade moderada de grãos. Consequência de trauma smos por excesso de trabalho e pelo transporte que mantém os animais em estação por períodos prolongados. Em fêmeas, metrites e retenção de placenta podem, também, ser fatores desencadeantes de laminite. A lesão básica da laminite é a separação das lâminas epidérmicas do casco das lâminas sensi vas (lâminas dérmicas e córion laminar) da terceira falange. Patogenia pouco compreendida. Sabe-se que alterações hemodinâmicas ocorrem na microvasculatura digital caracterís ca, presente nas lâminas dérmicas e córion laminar do casco. Estas estruturas são as úl mas a receber suprimento sanguíneo e tem mínima circulação colateral. Em consequência disso são as porções mais sensíveis a isquemia, que resulta no aporte insuficiente de nutrientes, com consequente inadequada formação das lâminas epidérmicas (quera nizadas) do casco (muralha e sola). Essas lesões resultam em separação e perda do estojo córneo, especialmente na forma aguda da enfermidade. Na forma crônica ocorre uma resposta prolifera va dos quera nócitos, levando a hiperplasia das lâminas epidérmicas e, em consequencia, crescimento anormal e deformação do casco. Machos castrados são menos sensíveis e animais de 4 a 10 anos são mais susce veis. Em equinos a laminite pode apresentar-se de forma aguda, seguida de recuperação ou com persistência das lesões e evolução para forma crônica. Nos casos agudos os equinos apresentam lesões principalmente nos cascos anteriores, mas os 4 cascos podem estar afetados. Os sinais clínicos são caracterís cos de: Dor Animais parados, levantando frequentemente os membros do solo Quando caminham apresentam marcha trôpega e posterirormente recusam-se a andar Apresentam ansiedade, tremores musculares, moderada elevação da temperatura e respiração superficial. A postura apresenta-se caracterís ca, com os 4 membros estendidos para a frente e o lombo arqueado. Os animais podem permanecer por longos períodos deitados e a leve palpação dos rodetes coronários induz uma resposta à dor acentuada. Nos estágios crônicos observa-se separação das lâminas dérmicas do casco e em consequência a sola desloca-se para trás. A parede do casco apresenta-se concava e com estrias transversais, dando ao casco o aspecto caracterís co de sapato chinês. Eventualmente a claudicação pode desaparecer, porém os animais con nuam apresentando alterações na marcha e podem sofrer repe dos e moderados ataques da enfermidade. Histologicamente as lesões observadas dependem do momento de evolução da doença. Na laminite aguda observa-se hiperemia, hemorragia, edema acentuado das lâminas dérmicas e, ocasionalmente, trombose. Observa-se, ainda, edema de células endoteliais e do perineuro de pequenos nervos. Eventualmente observa-se infiltrado inflamatório perivascular de células mononucleares e pequenos acúmulos de neutrófilos. As alterações nas lâminas epidérmicas variam de degeneração hidrópica dos quera nócitos basais a grandes áreas de necrose de coagulação. Na laminite crônica observa-se marcada e irregular hiperplasia das lâminas epidérmicas com hiperqueratose paraquerató ca e ortoquerató ca. Nas lâminas dérmicas da sola pode observar-se arteriosclerose, formação de tecido de granulação, fibrose perineural e acúmulo de macrófagos, frequentemente, contendo hemosiderina. Em equinos outras enfermidades que cursam com sinais clínicos de dor intensa como cólica, ruptura de estomago ou bexiga pode ser eventualmente confundidas com laminite, porém em nenhuma dessas enfermidades os sinais de dor localizam-se nos membros. ANOTAÇÕES DA AULA: O diagnós co é fechado através da radiografia em série, para poder definir o grau de rotação. Além disso, o hemograma e bioquímica sérica são essenciais. Deve-se corrigir a causa primaria, reduzir a dor, prevenir o comprome mento e melhorar a perfusão. U lizar pedilúvio com água e gelo direto; duchas frias. Por o animal em uma baia confortável, com serragem ou areia (que deve ser trocada e/ou afofada; u lizar a areia quando a baia ver um sistema de drenagem adequado) e fornecer uma alimentação restrita de carboidratos. An bio coterapia adequada. Acepromazina – para causar hipotensão (vasodilatador periférico) – 0,03 a 0,06 mg/kg, IM, TID (40 mg EV). (RECOMENDADO) Outra opção seria a pentoxifilia (mais caro). AINES – Fenilbutazona – 4,4mg, BID (RECOMENDADO) Fluxinin meglumine – 0,25mg/kg, TID (analgésico, an piré co e an -inflamatório) AINE – DMSO – 0,1 a 1g/kg, EV (diluição em solução fisiologica), BID, por 2 a 3 dias. (nunca realizar diluição maior que 1% porque causa hemólise). Heparina – an coagulante (RECOMENDADO) Isoxsuprine – 1,2mg/kg, VO, BID. Acido ace lsalicílico – 5 a 20 mg/kg, TID Me onina e bio na – 15mg/kg (melhorar a qualidade do estojo córneo). CAVALOS QUE POSSUEM HIPOTIROIDISMOS DEVEM PERMANECER COM A MEDICAÇÃO – LEVOTIROXINA. Em casos crônicos deve-se realizar o casqueamento e ferrageamento terapêu co. Ferraduras – coração e inver da Intervalo – 4 a 6 semanas Tenectomia – TFDP (tenectomia do flexor digital profundo) G < 5,5° – menos ruim 6,8° < G < 11,5° - reservado G > 11,5° - desfavorável Tudo de acordo com a severidade e extensão da lesão, duração, membros afetados grau de rotação e deslocamento distal.