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TECNOLOGIAS DIGITAIS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA Mariana Pícaro Cerigatto A contribuição da tecnologia digital de informação e comunicação para a sala de aula invertida Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o que são as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs). Descrever a metodologia ativa de aprendizagem: a sala de aula invertida. Demonstrar como os vídeos, os podcasts, os e-books e as comunidades on-line são TDICs que podem contribuir para a sala de aula invertida. Introdução O advento das TDICs provocou inúmeras transformações na vida social. Na educação, essas tecnologias dão abertura para o surgimento e o fortalecimento de abordagens e modalidades de ensino-aprendizagem consideradas inovadoras. Uma dessas abordagens é a sala de aula invertida, metodologia ativa de aprendizagem que já existia mesmo antes da era digital, e acaba sendo favorecida com o uso das TDICs. A sala de aula invertida coloca o aluno como ator principal no processo de construção de conhecimento com atividades que facilitam o desenvolvimento de habilidades ligadas à cooperação, à colaboratividade, à autonomia, à criticidade, etc. O objetivo deste capítulo é explanar sobre essa metodologia e demons- trar como as tecnologias digitais podem contribuir para essa abordagem. C03_Contribuicao_tecnologia_digital_informacao_comunicacao.indd 1 30/01/2019 10:18:09 As TDICs De acordo com Kenski (2012), a palavra tecnologia nos remete muito além de uma máquina. O conceito de tecnologia é amplo e diz respeito à totalidade de coisas que o cérebro humano é capaz de criar e construir, em todas as épocas. Os óculos são uma tecnologia, a escrita é uma tecnologia, e assim por diante. As tecnologias têm suas formas de uso e suas aplicações e visam a atender as necessidades humanas. São geradas a partir da utilização de diversos recursos, de técnicas e conhecimento científi co, e se tornam ferramentas instrumentais e simbólicas. Para Kenski (2012, p. 24), o conjunto de “[...] conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade, chamamos de tecnologia”. Cada época da história humana foi marcada por suas revoluções tecnoló- gicas. Sem dúvida, a era em que estamos é marcada pela tecnologia digital, que abrange um conjunto de tecnologias que revolucionou as últimas décadas. As tecnologias digitais, diferentemente das analógicas, permitem transformar dados em números binários, isto é, em “zeros” e “uns” (0 e 1). Ou seja, um texto ou uma imagem são “lidos” pelos dispositivos digitais em linguagem numérica e aparecem para nós na forma final de uma linguagem que conhecemos. A tecnologia digital supera em vários aspectos a tecnologia analógica, que fun- ciona por meio do sinal analógico, considerado hoje inferior ao sinal digital. Essas tecnologias digitais revolucionaram a indústria, a comunicação, a economia e a sociedade de forma geral. Com elas, as formas de armazenamento e de difusão de informação se expandiram, a comunicação passou a ser em rede e a informação passou a ser descentralizada. A tecnologia digital gera vários outros tipos de tecnologias, como as TDICs, que são o cerne desse processo de revolução digital e surgem no contexto da Revolução Informacional, chamada também de Revolução Telemática ou, ainda, Terceira Revolução Industrial, que acontecem a partir da segunda metade da década de 1970 e avançam nos anos 1990. As TDICs envolvem tanto dispositivos quanto softwares relacionados à comunicação e à disseminação de informação: telefones celulares, smartphones, programas de acesso à internet e conteúdos midiáticos como podcasts, blogs, etc. Belloni (2008) indica dois principais componentes que formam o conceito de TDICs: a comunicação e a informação. Ela considera a comunicação como processo que pode se articular por meio das redes multisserviços, capazes de pro- porcionar interações mais efetivas. Já a informação se relaciona com o conteúdo, que pode estar em vários formatos e linguagens: vídeos, textos, imagens, etc. A contribuição da tecnologia digital de informação...2 C03_Contribuicao_tecnologia_digital_informacao_comunicacao.indd 2 30/01/2019 10:18:09 As TDICs no contexto da educação atual Apesar de evoluir vários aspectos da comunicação humana, o processamento e a propagação de informações e as TDICs geram novas demandas para a alfabetização. A escola precisa incorporar a cultura gerada pelas TDICs, seus materiais, suas técnicas, seus usos, etc. em suas práticas cotidianas pedagógicas, em todos os níveis de ensino. Torna-se necessária a mudança de paradigmas de “[...] uma prática pedagógica conservadora, repetitiva e acrítica” (BEHERNS, 2000, p. 69) para práticas que se apropriem das tec- nologias digitais de forma signifi cativa, que favoreçam metodologias ativas de ensino e aprendizagem mais coerentes com a dinâmica do mundo digital, assim como o desenvolvimento de habilidades e competências aclamadas pela era digital. Vários estudiosos defendem que as propostas pedagógicas estejam entrelaçadas com as TDICs, que podem contribuir de várias maneiras para otimizar o processo de ensino e de aprendizagem. Com a convergência de linguagens, as TDICs podem contribuir expressivamente para a absorção das informações e aproveitamento do conhecimento pelo aluno. Porém, além disso, o que se tem enfatizado também é a forma como as TDICs têm contribuído para desenvolver metodologias de aprendizagem abertas que estão associadas a concepções mais construtivistas do processo de aprendizagem de sujeitos autônomos (BELLONI, 2008). Nessa perspectiva, são muitas as possibilidades pedagógicas com as TDICs que podem trazer melhorias no processo de ensino-aprendizagem, o que se torna fundamental à integração delas na educação. Além da simples inserção dessas tecnologias no ambiente escolar, o que se espera é que sejam criadas novas formas e técnicas para a adoção de metodologias de aprendizagem abertas e ativas, como a sala de aula invertida, ou flipped classroom, que vamos detalhar no próximo tópico. A sala de aula invertida Considerada uma metodologia ativa, a sala de aula invertida (ou fl ipped class- room) se delineia por uma abordagem pedagógica que faz a inversão do espaço escolar tradicional, e tem se apoiado na utilização das TDICs. De maneira geral, em uma aula convencional, o professor é quem vai transmitir a informação para o aluno. Este, por sua vez, após a aula, deve estudar o material que foi transmitido ou realizar alguma atividade/exercício sobre o conteúdo para reforçar o que foi aprendido. Na abordagem da sala de 3A contribuição da tecnologia digital de informação... C03_Contribuicao_tecnologia_digital_informacao_comunicacao.indd 3 30/01/2019 10:18:09 aula invertida, o aluno estuda o conteúdo antes da aula presencial. O encontro presencial entre alunos e professores se torna um espaço de aprendizagem ativa, em que há questionamentos, discussões e atividades práticas, geralmente em grupo. O professor fica focado não mais em expor o conteúdo, mas sim trabalhar as dificuldades dos alunos. Embora já exista há um tempo, esse tipo de metodologia ganha bastante espaço na era digital, especialmente em cursos semipresenciais ou mesmo a distância. Na ocasião, os alunos estudam o conteúdo em ambiente on-line, antes de frequentar a aula presencial, que passa a ser o momento para trabalhar os conteúdos já vistos. Nessas aulas presenciais, o professor vai mediar atividades práticas de caráter colaborativo que podem envolver resolução de problemas e projetos, discussão em grupo, práticas laboratoriais, etc. Becker (1997 apud SACCOL et al., 2011, p. 103) enfatiza o modelo peda- gógico relacional que se forma na sala de aula invertida, em que o professor possibilita o acesso às informações, permitindo que o educando se aproprie dessasinformações e experimente o processo de aprendizagem. O professor abandona seu papel principal de transmissor de conteúdos e passa atuar, na sala de aula presencial junto aos alunos, como mediador, problematizador, instigador, orientador e articulador do processo. Esse modelo pedagógico favorece condições para que o aluno construa seu conhecimento em qualquer ambiente, a qualquer momento, por meio de dispositivos móveis, tendo acesso a conteúdos midiáticos diversos, como material de estudo. Para Moran (2012, p. 30), “[...] as tecnologias podem trazer, hoje, dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor — o papel principal — é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los”. Os conteúdos teóricos da tradicional aula expositiva agora “ganham vida” por meio de outras plataformas em formatos e linguagens diversos no ambiente digital. São vídeos, jogos, podcasts, e-books, etc. Para Belloni (2008), a utilização e o acesso desses conteúdos digitais “[...] é sobretudo uma atividade de consulta, de busca de conhecimentos em fontes diversas, e se assemelha à consulta bi- bliográfica a livros, enciclopédias, documentos, etc.” (BELLONI, 2008, p. 72). A sala de aula invertida é uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem considerada inovadora, pois, além de demandar do docente uma mudança de postura e abordagem, engaja o aluno para participar mais em atividades que visam à construção do seu conhecimento. A abordagem ainda propõe uma reformulação dos espaços de aula presenciais (Figura 1). A contribuição da tecnologia digital de informação...4 C03_Contribuicao_tecnologia_digital_informacao_comunicacao.indd 4 30/01/2019 10:18:09 Figura 1. Mudanças dos ambientes de sala de aula. Fonte: Lorelyn Medina/Shutterstock.com; SpeedKingz/Shutterstock.com. À esquerda, a Figura 1 mostra uma sala de aula convencional, em que os alunos assistem às aulas em carteiras individuais, enfileirados, e o professor transmite os conteúdos. À direita, a Figura 1 mostra uma realocação dos alunos e do professor, que agora trabalham em grupo, em mesas conjuntas, sendo o professor o mediador do processo e a tecnologia o auxílio no acesso e estudo dos conteúdos disciplinares. Destacamos algumas características que devem fazer parte da sala de aula invertida, conforme pontuam Bennett et al. (2012): as discussões devem ser levadas pelos próprios alunos à sala de aula após estudo do conteúdo disciplinar; o trabalho colaborativo deve ocorrer entre os alunos; os estudantes podem desafiar ou questionar uns aos outros durante a aula, em função do conhecimento adquirido; os alunos devem trazer perguntas exploratórias e têm a liberdade de ir além do currículo básico da disciplina; os estudantes se mostram ativamente engajados na resolução de pro- blemas e no desenvolvimento do pensamento crítico. Assim, com a sala de aula invertida percebemos que os estudantes deixam seu papel limitado de apenas receber conteúdos como ouvintes passivos e passam a atuar como alunos ativos no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, o estudante se torna sujeito no contexto do aprendizado, se engaja em atividades práticas e colaborativas em grupo e acaba interagindo mais com o professor. 5A contribuição da tecnologia digital de informação... C03_Contribuicao_tecnologia_digital_informacao_comunicacao.indd 5 30/01/2019 10:18:09 Conforme expõe Valente (2014), a ideia da sala de aula invertida surgiu já há um tempo. A abordagem teria sido utilizada primeira vez em uma disciplina de microeconomia, no ano de 1996, nos Estados Unidos, na Miami University. Os educadores da época decidiram implantar esse modelo pelo fato de considerarem que a aula tradicional era incompatível com alguns estilos de aprendizagem dos estudantes. Assim, foi proposto que os alunos, antes das aulas, lessem de livros didáticos, assistissem a vídeos, etc. Para assegurar que os educandos realmente estudassem o material, os docentes for- neciam uma lista de exercícios avaliativos que os alunos tinham que fazer baseados no contato com os materiais de estudo. O tempo de aula presencial era voltado para atividades práticas de aplicação dos conceitos de economia e explanações que os professores faziam em resposta aos questionamentos trazidos pelos alunos, além de rodas de debate, etc. As contribuições das TDICs para a sala de aula invertida Considerando a sala de aula invertida uma metodologia híbrida, ou seja, que combina momentos virtuais, ou seja, on-line, com encontros presenciais, o uso das TDICs entra em cena especialmente no momento de estudo individual, em que os alunos terão acesso aos materiais em ambiente on-line para estudo e depois participar das atividades presenciais. Lembrando que o acesso a esses materiais e o uso de ferramentas digitais também poderá fazer parte das atividades presenciais. Na sala de aula invertida, o docente entra como principal responsável por criar e disponibilizar os materiais diversos para estudo, como vídeos, podcasts, e-books, etc. Agora, o professor tem mais recursos on-line para expor as informações de sua disciplina, e não precisa ficar preso à lousa e ao giz ou ao Power Point. O universo on-line abriga uma convergência de mídias e linguagens, que contribuem para expandir a construção de conhecimento. No espaço virtual, o professor pode contar com várias ferramentas, softwa- res, comunidades on-line e plataformas de estudo que vão “abrigar” conteúdos diversos. A pretensão é que o docente distribua o conteúdo aproveitando a potencialidade de cada mídia e linguagem, conforme o conteúdo disciplinar. Para isso, é importante que o professor compreenda algumas das principais contribuições que cada mídia on-line e suas linguagens podem ter como ma- terial de estudo para a sala de aula invertida. A seguir, vamos falar de vídeos, podcasts, e-books e comunidades on-line, mas há vários outros conteúdos e ferramentas que podem ser explorados. A contribuição da tecnologia digital de informação...6 C03_Contribuicao_tecnologia_digital_informacao_comunicacao.indd 6 30/01/2019 10:18:10 Os vídeos recorrem à linguagem do audiovisual e exploram vários sentidos: visão, audição, etc. Os vídeos são ótimos materiais de estudo, pois podem auxiliar o estudante a compreender conceitos de forma mais visual do que por meio da linguagem verbal. Pode ser usado para demonstrações de aplicações, exemplos, conhecimentos mais práticos e procedimentos. Permitem usar imagens fixas ou em movimentos para ilustrar conteúdos teóricos e podem variar quanto ao gênero: podem ser videoaulas, documentários, em formato de entrevista, etc. O importante é que o vídeo não seja monótono nem muito longo, lembrando que será acessado no ambiente on-line. Um mesmo assunto pode ser dividido em vários vídeos, em gêneros diferentes. O professor pode criar seus próprios vídeos, editá-los ou mesmo buscar por conteúdos prontos. Por exemplo, um professor de história pode usar documentários reunindo relatos, imagens e notícias de um período histórico. É muito mais estimulante e interessante que uma aula teórica. Ele pode ainda recorrer a vídeos de canais on-line, como o canal da TV Escola no YouTube, que traz vídeos de acesso gratuito com caráter educativo. O aluno terá contato com esses conteúdos e depois vai levar as discussões para a sala de aula presencial. Os podcasts são arquivos digitais de áudio, geralmente em formato .mp3, que podem ser acessados on-line e também arquivados nos aparelhos celulares ou computadores pessoais, por exemplo, para serem ouvidos posteriormente. O potencial do podcast é a linguagem sonora, que estimula o aluno a ouvir atentamente o conteúdo, incentivando a criatividade e a imaginação. O professor pode recorrer ao podcast para expor pequenos resumos de um tema de aula, ou mesmo criar narrativas cativantes sobre um determinado assunto, somente utilizando a voz, com linguagem simples e curtaduração. Um podcast pode ter de 1 a 3 minutos. O professor pode fazer vários podcasts com trilha sonora e efeitos sonoros, para tornar o material mais interessante. O podcast é um recurso atrativo para a educação, pois pode ser acessado de dispositivos móveis a qualquer momento e lugar, e permite uma linguagem mais informal. Exemplo: o professor pode combinar videoaulas sobre vários conceitos e depois trazer um resumo destes nos podcasts. Pode, ainda, usar os podcasts para narrar e criar histórias envolvendo o conteúdo da disciplina, com objetivo de cativar o aluno e estimular sua imaginação. O professor de geografia, por exemplo, pode usar os vídeos para demonstrar os biomas brasileiros, por meio de imagens. Como complemento, pode usar os podcasts para criar histórias de personagens em meio a esses biomas, com objetivo de incentivar a imaginação e “transportar” o aluno para um bioma de uma região específica. Por exemplo, a caatinga: o docente pode criar uma 7A contribuição da tecnologia digital de informação... C03_Contribuicao_tecnologia_digital_informacao_comunicacao.indd 7 30/01/2019 10:18:10 história de um personagem que vive na caatinga por meio do podcast e, assim, estimular a imaginação do estudante para dentro daquele bioma. Os e-books são livros adaptados para o ambiente on-line, que podem suportar conteúdos mais teóricos e completos. Podem trazer imagens, links para outras páginas na web, etc. O interessante do e-book no meio virtual é que ele pode ser interativo e hipertextual ao permitir a interligação com outros conteúdos. O e-book pode ser ponto de partida para que o aluno complemente sua leitura com esses links, que podem levar a vídeos, podcasts, etc. O e-book não pode ser muito extenso, considerando a leitura em ambiente on-line. O professor pode indicar e-books na internet para leitura ou criar os seus. Esse material pode ser a principal base da disciplina, complementado por outros materiais. Os temas podem ser divididos em capítulos. Um bom exemplo de utilização e aproveitamento do material é o professor de qualquer área disponibilizar o conteúdo completo da disciplina no formato de e-book e depois criar materiais complementares. Tanto as redes sociais quanto as comunidades on-line são ótimos recursos para estudo dos alunos na sala de aula invertida. Eles podem se reunir nesses grupos on-line para trocar ideias sobre o material, promover discussões e sanar dúvidas, de forma colaborativa. Por exemplo, os professores podem criar grupos e comunidades on-line para discussão e eventuais dúvidas sobre o estudo individual. É uma boa forma de sanar as dúvidas durante o momento de estudo, tanto com o próprio docente como os outros colegas. O professor ainda pode usar esses ambientes de comunidade on-line para divulgar mais materiais, deixar avisos e outras informações referentes à disciplina. Em uma proposta de sala de aula invertida, vimos que o estudo e o acesso a esses materiais acontecem individualmente por cada aluno. E como garantir que eles realmente estudaram e exploraram o material, já que o professor estará ausente fisicamente nesses processos? Existem várias formas de acompanhar esse estudo por meio de: questionários aleatórios e diferentes para cada aluno, que valem pontos e testam os conhecimentos aprendidos; realização de tarefas, como resumos e resenhas críticas dos conteúdos vistos, que devem ser enviados ao professor antes da aula presencial; discussão e fórum on-line, em que o professor deve instigar os alunos a exporem os conceitos apreendidos e avaliar a participação de cada um. No momento de aula presencial, o professor deve também criar atividades que exijam conhecimento prévio dos alunos, conforme o material de estudo A contribuição da tecnologia digital de informação...8 C03_Contribuicao_tecnologia_digital_informacao_comunicacao.indd 8 30/01/2019 10:18:10 disponibilizado. O docente deve avaliar o trabalho em grupo, mas também o desempenho individual de cada aluno e como ele contribuiu e cooperou na resolução de problemas, nas discussões, na aplicação de conhecimentos e em outras atividades práticas da sala de aula invertida. O docente, em uma proposta como a sala de aula invertida, não pode simplesmente querer transpor os conteúdos expositivos da sala de aula tradicional para o ambiente on-line. Deve-se considerar a dinamicidade desse ambiente e as possibilidades de interação e produção de conteúdos que fogem do formato de aula expositiva. Por exemplo, na sala de aula presencial tradicional, geralmente o professor faz explicações teóricas mais longas, com auxílio do Power Point ou da lousa, com pouca interatividade. No ambiente on-line, em algumas ocasiões, o docente não consegue explorar as novas possibilidades e acaba também criando conteúdos que seguem a mesma lógica de aula expositiva — criam videoaulas com conteúdo muito extenso e teórico, como se estivessem na sala de aula convencional, e isso deve ser evitado. BEHRENS, M. A. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000. BELLONI, M. L. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 2008 BENNETT, B. et al. The flipped class: what does a good one look like? The Daily Riff, 2012. Disponível em: <http://www.thedailyriff.com/articles/the-flipped-class-what-does-a- -good-one-look-like-692.php>. Acesso em: 25 dez. 2018. KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 8. ed. Campinas: Papirus, 2012. p. 15-25 MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 19. ed. Campinas: Papirus, 2012. SACCOL, A; SCHLEMMER, E.; BARBOSA, J. M- learning e u- learning: novas perspectivas das aprendizagens móvel e ubíqua. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. VALENTE, J. A. Blended learning e as mudanças no ensino superior: a proposta da sala de aula invertida. Educar em Revista, Curitiba, n. 4/2014, p. 79-97, 2014. 9A contribuição da tecnologia digital de informação... C03_Contribuicao_tecnologia_digital_informacao_comunicacao.indd 9 30/01/2019 10:18:10 Conteúdo: