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A falha trágica em Antígona

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História do Teatro e do Espetáculo
Trabalho sobre leitura da peça Antígona de Sófocles
A falha trágica, no caso de Antígna, dá-se pela tentativa de enterrar o irmão
Polinice, visto que tal atitude é que causou seu infortúnio, contudo não foi uma
atitude por maldade da personagem. Antígona deixa claro, desde o princípio, sua
consideração maior pelas leis dos deuses, e não as de Creonte que nega
sepultamento digno ao irmão que morreu da mesma forma que o outro, como
mostrado nos versos 450 a 470.
É possível observar em vários momentos, a liberdade das escolhas das
personagens, e como as consequências são dadas a partir dessas escolhas, e não
de pré-destinações. No caso de Ismene, essa foi chamada pela irmã a auxiliá-la no
plano de sepultar Polinice, porém, por medo das leis impostas por Creonte e de sua
posição social, acaba optando pela neutralidade, recusando-se a colaborar com
Antígona, mas sem prejudicar-lhe no plano denunciando-a a Creonte. Assim, é
visível o destino das opções, de sepultar ou não Polinice, com Ismene ficando isenta
de punição de Creonte, e Antígona condenada à morte.
Já com Hemon, esse claramente se posicionava contrário às atitudes do pai,
porém, não tomou nenhuma atitude contra Creonte pois atos patéticos
desencadeariam outras tragédias e infortúnios.
Fica claro para o espectador toda a injustiça à qual Antígona é submetida, e
apesar de todos os protestos, Creonte, para não perder sua autoridade, fica cada
vez mais certo de sua decisão de puni-la, o que causa a sensação de terror por ver
a personagem cair no infortúnio sem a perspectiva de passar à felicidade, além da
falta de compaixão de Creonte para com a própria sobrinha e noiva do próprio filho.
A sensação de piedade e compaixão dá-se na conclusão quando,
reconhecendo a maldade de suas decisões, Creonte resolve absolver antígona da
punição e corre para libertá-la, porém já encontrando-a morta, o que finaliza o
infortúnio de Antígona. Logo em seguida, Creonte recebe a notícia das mortes de
seu filho e esposa, o que garante que não permaneça na felicidade mesmo sendo
injusto, porém sem despertar piedade sobre Creonte, já que esse mereceu o
infortúnio e a desgraça, diferente de Antígona que o teve por sua falha trágica, e
não por maudade e merecimento.
A falha de Antígona, apesar de justa do ponto de vista do espectador, era
injusta à lei de Creonte, o que causou não só a própria morte, mas também a de
Hemon e sua mãe, o que causa o terror pela desgraça e a piedade pela morte de
inocentes.
Referências:
MALHADAS, Daisi. As partes do enredo e o trágico. in: MALHADAS, Daisi. Tragédia
Grega. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
BRANDÃO, Junito de Souza. Sófocles. in: BRANDÃO, Junito de Souza. Teatro
Grego: origem e evolução. São Paulo: Editora Vozes, 1992.
ROUBINE, Jean-Jacques. Introdução às grandes teorias do teatro. Tradução: André
Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

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