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1 Curso: Diagnóstico de Tuberculose – Método de Ogawa-Kudoh Módulo 2: Preparando o meio de Ogawa-Kudoh Curso Diagnóstico de Tuberculose - Método de Ogawa-Kudoh Módulo 2 Preparando o meio de Ogawa-Kudoh Expediente Produzido por Núcleo de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo (NDI/UFES) - Vitória / ES Equipe responsável Moisés Palaci Solange Alves Vinhas Eunice Atsuko Totumi Cunha Luiz Guilherme Schmidt Castellani Rosalia Maia Adaptação pedagógica Lucy Maria Bez Birolo Parucker Helena Cristina Franz Darcita Buerger Rovaris Breno Biagotti Artemir Coelho de Brito Nicole Menezes de Souza Diagramação Bruna Goddini de O. Ferreira Apoio OPAS/OMS - Organização Pan-Americana da Saúde Sumário Preparo do meio de Ogawa-Kudoh 4 1. Preparo dos materiais 4 2. Preparo da base 5 3. Preparo do verde malaquita 5 4. Preparo de Ácido Para-Nitrobenzóico - PNB 7 5. Preparo de Hidrazida do ÁcidoTiofeno-2-Carboxílico - TCH 7 6. Lavagem e assepsia dos ovos 8 7. Preparo do meio completo – com e sem PNB-TCH 8 9. Coagulação do meio 9 10. Referências 10 4 Curso: Diagnóstico de Tuberculose – Método de Ogawa-Kudoh Módulo 2: Preparando o meio de Ogawa-Kudoh Preparo do meio de Ogawa-Kudoh O meio de Ogawa-Kudoh é um meio de cultura de alta qualidade, à base de ovos e de grande praticidade para a rotina dos laboratórios de micobacteriologia, utilizado para isolamento e identificação de micobactérias, e para a detecção de resistência aos antimicrobianos utilizados nos esquemas de tratamento da tuberculose. 1. Preparo dos materiais A produção do meio de cultura de Ogawa-Kudoh, requer os seguintes itens: • Fosfato monopotássico (KH 2 PO 4 ) • Citrato de magnésio • Glutamato de sódio • Glicerol • Verde-malaquita • Água destilada • Água destilada estéril • Solução de Extran neutro • Ovos frescos de galinha • Etanol 77% • Frascos de volume apropriado para preparo dos meios • Frascos de volume apropriado para distribuição dos meios • Frascos de volume apropriado para fazer o homogeneizado de ovos • Becker estéril de 200 mL • Batedeira com pás estéreis ou bastão de vidro grosso estéril • Bastão de vidro grosso • Bucha para lavar os ovos • Panos estéreis • Funil com gaze estéril • Gaze • Proveta estéril • Distribuidor de meio ou pipetador automático 5 Curso: Diagnóstico de Tuberculose – Método de Ogawa-Kudoh Módulo 2: Preparando o meio de Ogawa-Kudoh • Pipetas sorológicas estéreis de 10 e 25 mL • Capela de Segurança Biológica (opcional) • Autoclave • Balança analítica • Sorocoagulador • Estufa a 37°C • Geladeira A esterilização é uma etapa fundamental na produção dos meios de cultura e deve ser submetida a rigoroso controle de qualidade. Para tanto, o bom funcionamento da autoclave é condição indispensável para o sucesso da produção do meio de cultura. As superfícies de trabalho, incluindo a Cabine de Segurança Biológica devem ser cuidadosamente limpas e desinfetadas antes de iniciar o procedimento. Todo material deve ser exclusivo para a produção do meio de cultura e, por uma questão de organização, deve ser lavado e esterilizado com 24h de antecedência. 2. Preparo da base A seguir, se apresenta a sequência para a organização do preparo da base do Ogawa-Kudoh. 3. Preparo do verde malaquita Inicia-se o preparo da base pela solução de verde malaquita 2%, que deve ser preparado no dia em que será utilizado. É necessário pesar o verde malaquita de acordo com o volume a ser utilizado pelo laboratório. Dissolva o verde malaquita em pó já pesado em água deionizada, com agitação e em placa aquecedora, tomando cuidado para não superaquecer a solução. Esta solução deve ser deixada sob agitação constante para garantir que todo o corante seja dissolvido. Este passo é de extrema importância, pois cristais de verde malaquita podem prejudicar o crescimento das micobactérias, no meio de cultura. Para garantir que não haja cristais de verde malaquita nesta solução, filtre-a com gaze. 6 Curso: Diagnóstico de Tuberculose – Método de Ogawa-Kudoh Módulo 2: Preparando o meio de Ogawa-Kudoh Transfira para um frasco identificado e deixe aguardando o momento de ser adicionado ao meio. Pese todos os reagentes necessários para a produção da base e dissolva em água destilada aquecida, sob agitação, na ordem do Quadro 1 e de acordo com o volume desejado. Acrescente um por vez, aguardando a sua dissolução. Ainda no agitador, acrescente o glicerol e em seguida o verde malaquita já preparado. Após a dissolução dos reagentes, transfira a base para um frasco autoclavável de volume 3 vezes maior do que o volume da base. Autoclavar a 127°C por 15 minutos. O volume da base a ser produzida vai depender da demanda da instituição, respeitando o número de amostras a serem processadas, semanalmente ou mensalmente. Todas as soluções não autoclaváveis , como PNB, TCH e outros antibióticos devem ser preparadas assepticamente dentro de uma cabine de segurança biológica de classe I ou II. A seguir, o Quadro 1 apresenta os reagentes e as medidas a serem utilizadas no preparo da base do Ogawa-Kudoh. Quadro 1: Reagentes e medidas utilizadas no preparo da base do Ogawa-Kudoh REAGENTES MEDIDAS VOLUME DA BASE 300 mL 600 mL 1500 mL Fosfato monopotássico 6,0 g 12,0 g 30,0 g Citrato de magnésio¹ 0,3 g 0,6 g 1,5 g Glutamato de sódio 1,5 g 3,0 g 7,5 g Glicerol² 12,0 mL 24,0 mL 60,0 mL Água deionizada 300 mL 600 mL 1500 mL ¹ Citrato de magnésio não é essencial para a detecção, mas melhora a viabilidade das micobactérias. ² Não se deve adicionar glicerol para o cultivo de Mycobacterium bovis ou outros organismos que não toleram o glicerol. 7 Curso: Diagnóstico de Tuberculose – Método de Ogawa-Kudoh Módulo 2: Preparando o meio de Ogawa-Kudoh 4. Preparo de Ácido Para-Nitrobenzóico - PNB Nesse preparo, o PNB deve ser dissolvido em hidróxido de sódio 1N (normal) adicionando 3 gotas de solução de fenolftaleína a 0,1% e gotejando a solução de HCl 1N até que a coloração vermelha se torne amarelo claro. Complete o volume da solução até 100 mL. Esta solução deve ser aliquotada e armazenada em freezer a menos 70°C. A seguir, estão descritos os reagentes e seus respectivos quantitativos. Quadro 2. Reagentes e medidas a serem utilizadas no preparo de PNB REAGENTES QUANTIDADES PNB 2,5 g Solução de NaOH 4% 15 mL Solução de fenoftaleína 0,1% 3 gotas Solução de HCl 1N Gotas Água deionizada estéril q.s.p. 100 mL 5. Preparo de Hidrazida do Ácido Tiofeno-2-Carboxílico - TCH Em relação ao preparo da Hidrazida do Ácido Tiofeno-2-Carboxílico (TCH), dissolva a quantidade necessária de TCH em água deionizada estéril. Esta solução deve ser aliquotada e armazenada em freezer a menos 70°C. Solução de uso: No momento do preparo do meio de cultura, 1 mL da solução de estoque de TCH é diluído em 9 mL de água destilada estéril. A seguir, no Quadro 3 se apresenta os reagentes e o quantitativo a ser utilizado no preparo do TCH. Quadro 3. Reagentes e medidas utilizadas no preparo do TCH. Reagentes Quantidades TCH 0,1 g Água deionizada estéril q.s.p. 10,0 mL 8 Curso: Diagnóstico de Tuberculose – Método de Ogawa-Kudoh Módulo 2: Preparando o meio de Ogawa-Kudoh 6. Lavagem e assepsia dos ovos Um cuidado especial deve-se ter com os ovos para o preparo do meio de Ogawa-Kudoh. Os ovos para a produção do meio de cultura devem ser de galinhas não alimentadas com antibióticos, recém-colhidos, ou seja, com menos de 7 dias. Estes ovos devem ser lavados no dia anterior, sendo que a lavagem deve ser feita com detergente neutro e uma bucha de uso exclusivo para este fim. Na lavagem deve ser observado se a casca de cada ovo está porosa ou rachada. Os que estiverem assim, devem ser descartados. Depois de enxaguados os ovos deverão ser secos. No dia seguinte ou no momento em que os ovos serão utilizados, deve se fazer antissepsia em álcool 92,8° INPM por 15 minutos,com volume suficiente para cobrir todos os ovos. A quantidade de ovos necessária é calculada levando-se em conta o volume de cada ovo que é de aproximadamente 40 a 50 mL. Ressalta-se a importância de lavar e fazer a antissepsia de alguns ovos extras para suprir possíveis perdas. Por exemplo, para fazer 200 mL de base, serão necessários 400 mL de homogeneizado de ovos, que correspondem a aproximadamente 10 ovos. Acrescentando 10% do total de ovos para suprir as perdas, será feita a antissepsia de 10 ovos. Uma vez que poderá ser reutilizado em até 3 vezes, após a antissepsia dos ovos, retorne todo o volume do álcool para seus frascos de origem. 7. Preparo do meio completo – com e sem PNB-TCH Retire os ovos do álcool e coloque-os para secar sobre um tecido, papel absorvente ou TNT (tecido não tecido de polipropileno) estéreis. Depois de secos, os ovos são quebrados um a um e colocados num becker pequeno para avaliar sua qualidade. A medida em que vão sendo quebrados, transfira os ovos para um recipiente maior estéril, onde serão homogeneizados utilizando bastões de vidro estéreis ou na batedeira, com batedores estéreis em baixa velocidade. Filtre o material homogeneizado em funil com gaze. Misture o filtrado do homogeneizado de ovos na base, de forma gradual, misturando sempre até atingir uma cor homogênea. Este é o chamado “meio completo” utilizado para isolamento e identificação de micobacterias. Para isso, separamos a base produzida inicialmente em 3 frascos: 9 Curso: Diagnóstico de Tuberculose – Método de Ogawa-Kudoh Módulo 2: Preparando o meio de Ogawa-Kudoh Frasco Controle Faça aliquotas de 50 mL da base em um frasco de 250 mL estéril. Acrescente 200 mL de homogeneizado de ovos filtrados e misture bem. Frasco com PNB Faça aliquotas de 50 mL da base em um frasco de 250 mL estéril. Acrescente 3 mL da solução Estoque de PNB, homogeneize bem. Acrescente 200 mL de homogeneizado de ovos filtrados e misture bem. Frasco com TCH Aliquote 50 mL da base em um frasco de 250 mL estéril. Acrescente 0,75 mL da solução de Uso de TCH, homogenize bem. Acrescente 200 mL de homogeneizado de ovos filtrados e misture bem. Após essa separação, os meios completos estão prontos para distribuição nos respectivos frascos. 8. Distribuição do meio Utilizando o distribuidor automático que estará ajustado para o volume correspondente a cada frasco, adicione o meio nos frascos esterilizados, tomando todos os cuidados para manter a esterilidade dos meios e dos procedimentos executados. 9. Coagulação do meio Por fim, os frascos deverão ser incubados no sorocoagulador a 85°C por 50 minutos com a tampa aberta um quarto de volta. Um cuidado especial deve-se ter com a temperatura, que não pode ser excessiva ou o tempo de exposição ser prolongado, porque diminui a qualidade dos meios de cultura 10 Curso: Diagnóstico de Tuberculose – Método de Ogawa-Kudoh Módulo 2: Preparando o meio de Ogawa-Kudoh 10. Referências 1. Costa, R.R. et al. Comparação entre os métodos de Ogawa-Kudoh e Petroff modificado para o cultivo de micobactérias no diagnóstico da tuberculose pulmonar. v. 16, n. 2, p. 1-5. São Paulo: Einstein, 2018. 2. Pedro, H.S.P. et al. Avaliação do desempenho dos meios de cultura Ogawa-Kudoh e MGITTM para isolamento de micobactérias. BEPA, Bol. epidemiol. paul. (Online). São Paulo, v. 8, n. 91, jul. 2011. Disponível em http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806- 42722011000700002&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 10 ago. 2020. 3. Costa, R.R.; Silva, M.R.; Gonçalves, I.C. Diagnóstico laboratorial da tuberculose: Revisão de literatura. Rev Med Minas Gerais 2018; 28 (Supl 5): e-S280525. Preparo do meio de Ogawa-Kudoh 1. Preparo dos materiais 2. Preparo da base 3. Preparo do verde malaquita 4. Preparo de Ácido Para-Nitrobenzóico - PNB 5. Preparo de Hidrazida do Ácido Tiofeno-2-Carboxílico - TCH 6. Lavagem e assepsia dos ovos 7. Preparo do meio completo – com e sem PNB-TCH 9. Coagulação do meio 10. Referências
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