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Preparo e indicação de supositórios e óvulos

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FARMACOTÉCNICA II
Mariana Mauro
Preparo e indicação de 
supositórios e óvulos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir supositórios e óvulos, identificando sua aplicabilidade.
 � Listar os principais componentes dos supositórios e óvulos.
 � Reconhecer os métodos de preparação de supositórios e óvulos.
Introdução
Supositórios e óvulos são formas farmacêuticas sólidas que apresentam 
vantagens em relação às outras vias, desde que utilizadas de maneira 
correta. Deve-se tomar certos cuidados no momento de incorporar o(s) 
princípio(s) ativo(s), uma vez que pode ocorrer incompatibilidade entre 
fármaco e base. 
Neste capítulo, você vai estudar os diferentes componentes e métodos 
de preparo das bases de supositórios e óvulos, conhecimento que irá 
garantir o sucesso da utilização dessas formas farmacêuticas.
Definição e uso dos supositórios e óvulos
Supositórios são formas farmacêuticas sólidas de vários tamanhos e formatos, 
adaptados para introdução no orifício retal, vaginal ou uretral do corpo humano. 
Tal forma farmacêutica contém um ou mais princípios ativos dissolvidos em 
uma base adequada e, normalmente, funde-se, derrete ou dissolve na tempe-
ratura (BRASIL, 2019). 
Supositórios são consistentes, podendo apresentar formato cônico ou oval. 
São obtidos por meio de processos de solidificação ou compressão em moldes 
de massa, e podem apresentar formatos e tamanhos diversos. O formato e o 
tamanho do supositório devem permitir sua fácil inserção no orifício, sem que 
ocorra distensão muscular; após sua inserção, deve ele permanecer retido por 
um período apropriado para exercer sua atividade. Acompanhe na Figura 1 
exemplos de supositório.
Figura 1. Imagem externa e interna do supositório.
Fonte: Adaptada de Fernades et al. ([201-?]).
Os supositórios retais geralmente são cilíndricos, com uma das extremi-
dades afuniladas. Seu peso varia de acordo com a densidade da base utilizada 
e dos componentes nele contido, como o fármaco. Os supositórios retais para 
adultos utilizam a manteiga de cacau como base e pesam cerca de 2 g; supo-
sitórios para uso infantil (bebês e crianças) apresentam em torno da metade 
do peso e do tamanho dos supositórios de adultos (ALLEN JR; POPOVICH; 
ANSEL, 2010).
Os supositórios são utilizados em casos de constipação ou dor, irritação, 
prurido e inflamação associada a hemorroidas ou outras condições anorre-
tais. Sua ação pode ser local ou sistêmica. Na ação local, após a inserção 
do supositório, sua base irá se fundir e dissolver, ocorrendo ação tópica na 
mucosa anorretal. Esses supositórios são utilizados para tratar hemorroidas 
e parasitas. Já na ação sistêmica, o fármaco será absorvido e passará para 
a circulação geral, gerando efeitos farmacológicos sistêmicos (ALLEN JR; 
POPOVICH; ANSEL, 2010).
Preparo e indicação de supositórios e óvulos2
Os supositórios podem ainda ter ação mecânica. Nesse caso, há estímulo 
do reflexo da defecação decorrente da presença de um corpo estranho no 
reto, o que provoca movimentos peristálticos. Esse é o caso dos supositórios 
laxativos de glicerina (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2010; LANG, 2018).
Os supositórios anti-hemorroidas são constituídos por várias substâncias, como 
anestésicos locais, vasoconstritores, analgésicos, emolientes e agentes protetores. Os 
supositórios de glicerina são utilizados como laxante, agindo por meio da irritação 
local das mucosas (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2010). 
Entre as vantagens da utilização da via retal em relação à via oral, por 
exemplo, podemos destacar o seguinte:
 � pela via retal, os fármacos não são inativados pelo pH ou pela ação 
de enzimas no estômago ou no intestino, pois não são expostos a esse 
meio destrutivo; 
 � substâncias potencialmente irritantes ao estômago podem ser admi-
nistradas por essa via; 
 � é uma via conveniente para a administração de medicamentos em 
pacientes incapazes ou relutantes em engolir;
 � é uma via eficiente no tratamento de pacientes com vômito.
Já os óvulos são uma forma farmacêutica sólida, de dose única, que contém 
um ou mais princípios ativos dispersos ou dissolvidos em uma base adequada. 
Apresenta vários formatos, usualmente, ovoide, e se funde na temperatura do 
corpo. São destinados à aplicação vaginal, e são obtidos por solidificação ou 
compressão em moldes de massa. Em geral, têm ação local. Sua inserção pode 
ser realizada pelos dedos ou com o uso de dispositivos especiais (BRASIL, 
2019).
Também chamados de supositórios vaginais, são empregados, principal-
mente, para combater infecções do trato geniturinário feminino, para restaurar 
o estado normal da mucosa vaginal e para contracepção. As membranas da 
mucosa da vagina permitem a absorção de muitos fármacos solúveis e, dessa 
forma, a obtenção de efeito sistêmico.
3Preparo e indicação de supositórios e óvulos
Como vantagens, podemos citar o seguinte:
 � permitem a liberação do fármaco e sua distribuição de forma regular;
 � têm ação local; 
 � são de fácil emprego;
 � o medicamento fica retido dentro da vagina.
Acompanhe na Figura 2 um exemplo de óvulos.
Figura 2. Óvulos à base de glicerina.
Fonte: Ferreira e Leitenberg (2013, documento on-line).
Anatomia e administração
Conhecer a anatomia da via de administração é importante para entender sua 
forma de ação e as características que a forma farmacêutica deve apresentar.
O reto é irrigado por três tipos de veias hemorroidais: as veias hemorroidais 
superiores, responsáveis por levar o sangue até o fígado; as veias hemorroidais 
médias; e as veias hemorroidais inferiores, que levam o sangue diretamente 
para a circulação geral. Essas redes de veias se prendem ao reto a partir de 
um rico plexo submucoso comum, o plexo hemorroidário, que realiza uma 
importante anastomose portal-cava. Dessa forma fica difícil prever exatamente 
para quais veias serão veiculados os fármacos absorvidos.
Preparo e indicação de supositórios e óvulos4
A rede de vasos linfáticos compreende três tipos de canais, os canais 
inferiores, os canais médios e os canais inferiores. A função mais importante 
é desenvolvida pelos canais inferiores, responsáveis pela drenagem da linfa 
da ampola retal.
O poder de absorção da mucosa retal é semelhante ao da mucosa do intestino delgado; 
no entanto, sua superfície absorvente apresenta maior limitação.
A mucosa vaginal é composta por pregas e saliências desenvolvidas; essa 
região é responsável pela absorção dos fármacos. O pH vaginal normal varia, 
aproximadamente, de 4,0 a 4,5 no adulto, mas sofre variação de acordo com 
a idade ou pela ação de processos fisiológicos, como parto, menstruação e 
menopausa, e também patológicos. 
A vagina é irrigada por artérias, veias e vasos linfáticos. Como os fármacos 
absorvidos pela mucosa vaginal não são levados pelas veias ao fígado, o efeito 
de primeira passagem não ocorre.
Em geral, a dose administrada na forma de supositório é maior do que a 
dose oral. Entretanto, alguns fármacos, por apresentarem biodisponibilidade 
próxima, são veiculados em supositórios em doses similares à oral (ALLEN 
JR; POPOVICH; ANSEL, 2010). 
Cerca de 50 a 70% da quantidade absorvida de um fármaco pela via retal 
vão diretamente para a circulação sistêmica. 
Composição dos supositórios e óvulos
A composição básica de um supositório consiste em princípio ativo; agente 
suspensor, utilizado quando o ativo não for solúvel na base; base para suposi-
tório, que deve ser estável, não irritante para a mucosa, inerte quimicamente e 
fisiologicamente e compatível com uma variedade de fármacos; e antioxidantes, 
os quais são opcionais em preparações extemporâneas. 
5Preparo e indicação de supositórios e óvulos
A base deve ser escolhida de acordo com os seguintes fatores: 
 � efeito pretendido — sistêmico ou local;
 � via de administração — retal, vaginal ou uretral;
 � compatibilidade e estabilidade dos ingredientes;
 � conforto do paciente.
Os componentes usualmente empregados, queconstituem a base do supositório, são 
os excipientes inertes ou veículos. Esses devem se desintegrar a 37°C.
Podemos ter:
 � Bases lipofílicas: por exemplo, a manteiga de cacau e óleos hidrogenados.
 � Bases hidrófilas: por exemplo, os polioxietilenoglicois.
 � Bases anfifílicas: por exemplo, ácido esteárico saponificado + glicerina.
As bases lipofílicas são as mais empregadas, principalmente, porque a 
manteiga de cacau pertence a esse grupo. Ácidos graxos hidrogenados de óleos 
vegetais, como os óleos de palmiste e de semente de algodão, são materiais 
lipídicos utilizados como bases de supositório. Em bases lipofílicas, são usados 
ácidos palmítico e esteárico. Compostos como monoestearato de glicerila e 
monopalmitato de glicerila são exemplos desse tipo de substância.
Combinações variadas desses materiais podem ser utilizadas a fim de obter 
as características de dureza necessárias para o transporte e o armazenamento, 
além da qualidade exigida para sua finalidade. Dessa forma, ao serem sub-
metidos à temperatura corporal, ocorre a liberação do fármaco (ALLEN JR; 
POPOVICH; ANSEL, 2010).
As principais bases utilizadas como excipientes são: 
 � Manteiga de cacau: é amplamente utilizada em supositórios. Seu ponto 
de fusão é em torno de 30°C e sua acidez deve ser baixa. É susceptível 
à rancificação. 
Preparo e indicação de supositórios e óvulos6
 � Óleos hidrogenados: obtidos por hidrogenação catalítica de vários 
óleos vegetais (por exemplo, óleo de coco, de amendoim, de semente 
de algodão). Esse processo diminui a rancificação. 
 � Excipientes semissintéticos: obtidos a partir de ácidos graxos saturados 
de origem vegetal, esterificados. Suas vantagens são ponto de fusão 
bem definido, baixa acidez, menor susceptibilidade à oxidação e maior 
uniformidade entre lotes. 
 � Polioxietilenoglicois: são bases hidrossolúveis, conhecidas como po-
lietilenoglicois, PEG, Carbowaxes. São polímeros do óxido de etileno 
designados por números (PEG 200, PEG 400, PEG 1500, entre outros). 
Os mais amplamente utilizados são os de peso molecular 6.000, 4.000 
e 1.500. 
De modo semelhante às bases de pomada, as bases de supositório exercem 
um importante papel na liberação do fármaco incorporado e, portanto, em 
sua biodisponibilidade. Obviamente, um dos primeiros requisitos para uma 
base é que ela permaneça sólida na temperatura ambiente, mas que se funda 
ou se dissolva com facilidade à temperatura corporal, para que o fármaco se 
torne completamente disponível logo após a inserção. 
Alguns tipos de bases são mais eficientes na liberação de fármacos do que 
outros. Um exemplo disso é a manteiga de cacau, que se funde rapidamente na 
temperatura corporal. Fármacos lipossolúveis, no entanto, tendem a permanecer 
no óleo e, em geral, passam pouco para os fluidos fisiológicos aquosos devido 
à sua imiscibilidade. Os fármacos lipossolúveis podem ser liberados com mais 
facilidade em bases de gelatina glicerinada ou PEG, e ambas se dissolvem 
lentamente nos fluidos corporais. Quando uma irritação ou uma inflamação 
precisa ser aliviada, como no tratamento de condições anorretais, a base de 
manteiga de cacau parece ser a melhor escolha, dadas suas propriedades de 
emoliência e espalhamento.
A base mais empregada para supositórios vaginais ou óvulos consiste em 
combinações de PEG de várias massas molares. Tensoativos e conservantes, 
geralmente os parabenos, são adicionados com frequência nessas bases. Mui-
tos supositórios e outros tipos de formas farmacêuticas de uso vaginal são 
tamponados em pH ácido, em geral, próximo ao pH 4,5, que se assemelha 
ao pH normal da vagina. A acidez desfavorece o crescimento de organismos 
patogênicos e fornece ambiente favorável a uma eventual recolonização por 
bacilos produtores de ácido encontrados na vagina. 
7Preparo e indicação de supositórios e óvulos
Os óvulos de PEG são miscíveis em água e suficientemente duros para o 
manuseio e a aplicação pela paciente sem grande dificuldade. Entretanto, para 
tornar a administração mais fácil, muitos fabricantes fornecem aplicadores 
plásticos, que são usados para sustentar o supositório ou o comprimido para 
sua colocação (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2010).
Preparação de supositórios e óvulos
Os supositórios podem ser preparados por três métodos: moldagem por fusão; 
compressão e rolamento; e moldagem manual. O método mais frequentemente 
empregado, tanto em pequena escala quanto em escala industrial, é a moldagem. 
Fusão-solidificação: as matérias-primas são misturadas ao(s) excipiente(s) previa-
mente fundido(s). Na sequência, a massa é vertida em moldes apropriados. Após 
o resfriamento, os supositórios são retirados dos moldes, exceto no caso em que o 
molde é a embalagem do produto.
Compressão: o excipiente é triturado e misturado ao fármaco e depois comprimido em 
equipamento apropriado. Como desvantagens, este método demanda equipamento 
especializado, apresenta dificuldade de homogeneização e resulta em supositórios 
com aspectos irregulares. Este método é utilizado em casos específicos, como, por 
exemplo, para fármacos termolábeis. 
As etapas para moldagem incluem:
 � fusão da base; 
 � incorporação de substâncias ativas; 
 � colocação da base no molde; 
 � resfriamento da base e solidificação do supositório; 
 � remoção do supositório do molde. 
Preparo e indicação de supositórios e óvulos8
Os supositórios de manteiga de cacau, gelatina glicerinada, PEG e várias outras bases 
são preparados por moldagem. 
Diferentes moldes podem ser encontrados, como os disponíveis comer-
cialmente para a produção individual ou em grande quantidade, apresentando 
formas e tamanhos variados. Moldes plásticos individuais podem ser obtidos 
para formar um único supositório. Moldes industriais produzem centenas de 
supositórios em um único lote. 
Os moldes comumente usados são constituídos de aço inoxidável, alumínio, 
latão ou plástico. Cuidados devem ser tomados durante a limpeza dos moldes, 
já que qualquer arranhão compromete a superfície dos supositórios.
Moldes de metal requerem lubrificação antes do seu uso. A lubrificação 
é facilmente realizada utilizando óleo vegetal ou mineral. Na preparação 
de supositórios à base de PEG a lubrificação não é necessária. Os moldes 
de metal devem ser levemente aquecidos antes de a base fundida ser vertida, 
para que ocorra o equilíbrio entre sua temperatura e a temperatura ambiente. 
Uma calibração prévia deve ser realizada nos moldes; para isso, verte-se a 
base pura fundida sobre eles.
Nos supositórios podem ser incorporados um ou mais fármacos em sua 
base. O molde apresenta um volume conhecido, que é invariável, enquanto 
o peso do supositório pode variar de acordo com o tipo de base utilizada. 
No preparo de supositórios, a base é misturada com o fármaco. A base e o 
fármaco podem apresentar diferentes densidades aparentes. 
Moldes dispensáveis são considerados as melhores embalagens, pois são 
práticos e permitem o preparo e a dispensação individual dos supositórios ou 
óvulos nos próprios moldes em que foram preparados. Dessa forma, evita-se 
a retirada dos supositórios ou óvulos dos moldes, o que é considerado uma 
tarefa difícil e delicada. Esses moldes são constituídos de acetato de celulose, 
cloreto de polivinila não plastificado, polietileno ou outro material plástico 
termodeformável.
Papel alumínio também pode ser utilizado como embalagem individual, 
para posterior acondicionamento. A embalagem dos supositórios ou óvulos 
deve ser realizada individualmente.
9Preparo e indicação de supositórios e óvulos
Os supositórios e óvulos devem ser armazenados protegidos do calor, 
preferencialmente sob refrigeração e umidade relativa do ar controlada. 
O congelamento não é aconselhável (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 
2010). A umidade irá interferir na qualidade de supositórios e óvulos, pois, em 
ambientes com elevada umidade, pode ocorrer a absorção dessa umidade, e os 
supositórios podem se tornar esponjosos. Ambientes secos podem promover 
a quebrados supositórios, pois esses irão perder umidade. Quando protegido 
do calor e umidade, esse tipo de apresentação tem uma boa estabilidade.
O controle de qualidade é realizado pelo controle organoléptico, no qual 
os supositórios e óvulos devem apresentar um aspecto homogêneo na su-
perfície e na sua profundidade. A superfície deve ser única, lisa e brilhante, 
não apresentando fissuras (FERREIRA; BRANDAO; POLONINI, 2018). 
Vejamos os itens a serem considerados no controle de qualidade (FERREIRA; 
BRANDAO; POLONINI, 2018):
 � Teste de profundidade: para a realização do teste de profundidade, 
o supositório ou óvulo deve ser cortado no sentido do seu comprimento 
e transversalmente. Não deve ser observado aglomeração ou sedimen-
tação dos ingredientes aditivados, o aspecto deve ser homogêneo e sem 
a presença de bolhas de ar.
 � Uniformidade de massa: deve-se pesar 20 unidades dos supositórios 
ou óvulos e obter o peso médio. O peso individual deve estar compre-
endido dentro dos limites de mais ou menos 5% do peso médio, e não 
mais do que 10% das unidades podem se afastar da média do desvio 
de mais ou menos 5%.
 � Dureza: os supositórios devem estar suficientemente duros na tempera-
tura ambiente, permitindo, a sua manipulação, uso e acondicionamento.
 � Ponto de fusão: o ponto de fusão deve ser determinado em diferentes 
condições, de acordo com a natureza do excipiente.
Procedimentos para o preparo de supositórios
Vejamos o procedimento de preparo de supositórios.
 � Passo 1: calibrar, previamente, o molde, caso não tenha sido utilizado, 
anteriormente, com a base a ser usada. É importante verificar se o molde 
se encontra limpo e seco, além de lubrificá-lo antes de utilizá-lo (a não 
ser em casos em que o molde dispense a lubrificação). Caso utilize 
Preparo e indicação de supositórios e óvulos10
molde de metal, ele deve ser aquecido levemente antes de sua utilização, 
de forma a equilibrar a sua temperatura com a temperatura ambiente.
 � Passo 2: calcular a quantidade necessária de cada ingrediente, adicio-
nando cerca de10% extra, para compensar perdas e permitir o preen-
chimento do molde com excesso. Pesar ou medir com precisão cada 
ingrediente.
 � Passo 3: ligar e ajustar o aquecimento do banho-maria. Adicionar 
a base excipiente em um béquer, aquecendo aos poucos, até obter a 
fusão da base. O superaquecimento deve ser evitado, pois ele altera as 
propriedades de fusão
 � Passo 4: adicionar os ativos. Misturar bem com bastão de vidro. 
Os ingredientes sólidos (ativos) devem ser misturados diretamente 
na base, ou ser previamente triturados, antes de serem incorporados. 
 � Passo 5: deixar esfriar um pouco e, na sequência, verter a mistura 
ainda fluida para o molde montado com as placas formadoras de sulcos, 
preenchendo o molde com excesso da massa para prevenir a retração 
durante a solidificação.
 � Passo 6: deixar resfriar na temperatura ambiente por 15 a 30 minutos, 
retirar o excesso de massa sobre o molde com uma espátula ou faca e 
refrigerar por mais 30 minutos.
 � Passo 7: remover, cuidadosamente, os supositórios. Embalar, um a um, 
em papel laminado ou sachê de alumínio. Acondicionar os supositórios 
em embalagem apropriada.
 � Passo 8: rotular.
Observe, a seguir, os cuidados que devem ser levados em consideração 
(ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2010; FERREIRA; BRANDAO; POLO-
NINI, 2018).
 � O fármaco deve ser reduzido a partículas de tamanho uniforme, asse-
gurando assim uma perfeita distribuição na base. Em geral, o máximo 
de ingredientes que podem ser incorporados deve corresponder a, 
aproximadamente, 30% do peso do supositório.
 � Evite incorporar grandes quantidades de ativos e/ou solubilizantes, pois 
isso pode resultar em quebra do produto.
 � Choque térmico resulta em supositórios e óvulos quebradiços. Esse 
problema pode ser evitado mantendo-se a temperatura do molde pró-
xima da temperatura da mistura a ser moldada e evitando-se colocar 
11Preparo e indicação de supositórios e óvulos
imediatamente no freezer, congelador ou nas partes mais frias da ge-
ladeira para acelerar o resfriamento. Deixe esfriar de 15 a 30 minutos 
em temperatura ambiente e então refrigere.
 � Para a incorporação de maiores quantidades de pós é recomendável a 
adição de algumas gotas de óleo mineral ou glicerina, para facilitar a 
incorporação na base.
 � Ingredientes líquidos podem ser previamente misturados com uma 
pequena quantidade de amido, de forma a torná-los menos fluidos e 
facilitar a incorporação na base.
 � Substâncias duras e cristalinas podem ser incorporadas após prévia 
pulverização por trituração, até a obtenção de um pó fino, ou pela dis-
solução em uma pequena quantidade de solvente compatível com a base.
As bases para supositórios e óvulos também são fundamentais na liberação 
dos fármacos, da mesma forma que as bases são importantes, por exemplo, 
nas pomadas, cremes e emulsões (LANG, 2018).
Conhecendo as características dos óvulos e supositórios e seguindo os 
cuidados necessários na manipulação dessas formas farmacêuticas, pode-se 
garantir a eficácia pretendida com sua utilização.
ALLEN JR, L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação 
de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia brasileira. 6. ed. Brasília, DF: 
ANVISA, 2019. V. 1. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259143/
Volume+I+Pronto.pdf/4ff0dfe8-8a1d-46b9-84f7-7fa9673e1ee1. Acesso em: 20 nov. 2019. 
FERNADES, W. S. et al. Preparação do supositório de glicerina. In: ENCONTRO LATINO 
AMERICANO DE INICIAÇAO CIENTÍFICA, 15., [201-?]. Anais eletrônicos... Disponível em: 
http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2011/anais/arquivos/0714_1099_01.pdf. Acesso 
em: 20 nov. 2019.
FERREIRA, A. de O.; BRANDAO, M. A. F.; POLONINI, H. C. Guia prático da farmácia magistral. 
5. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2018.
FERREIRA, C. F.; LEINTENBERG, R. Elaboração de óvulos para o tratamento de vulvo-
vaginites. DisciplinarumScientia: série Ciências da Saúde, v. 14, n. 2, p. 153−166, 2013. 
LANG, K. Fundamento de farmacotécnica. Porto Alegre: Sagah, 2018.
Preparo e indicação de supositórios e óvulos12
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Leituras recomendadas
BERMAR, K. C. de O. Farmacotécnica: técnicas de manipulação de medicamentos. São 
Paulo: Érica; Saraiva, 2014.
13Preparo e indicação de supositórios e óvulos

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