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CASO CLÍNICO Autoras: Carolina Fernandes Ribeiro da Silva, Daniele da Silva Souza e Larissa Maria Capeleti de Oliveira Preceptores: Enf. Mariana Mattos e Enf. Viviane Nicacio CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM TRABALHO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO I N. C. P., feminina, 34 anos, branca, tem namorado, profissional de educação infantil, sem filhos, cadastrada na Equipe Paris da ESF. Mora na comunidade do Santo Amaro na zona norte com a sua mãe, irmã e sobrinho. Procura atendimento na clínica da família com queixas de corrimento em grande quantidade e prurido intenso há 3 dias, há um mês fez o teste rápido sorológico para sífilis, HIV e hepatite B e C sendo de diagnóstico negativo para todas. Não faz o exame de preventivo (Papanicolau) já tem 5 anos e demonstra interesse em realizar o exame. DUM 07/05/2023. Paciente alega não praticar exercícios físicos, é tabagista a quase 5 anos, sem alergias, sempre teve sua vida sexual ativa e relata ter relações somente com o seu parceiro mas nos últimos dias não teve relações pois está incomodada e com vergonha com tanta “coceira e corrimento”. Está com baixa autoestima devido esse prurido incessante e não consegue continuar realizando suas atividades normalmente. Costuma fazer 3 refeições ao dia, sendo o café da manhã, almoço e lanche, bebe 3 L de água por dia, aos finais de semana curte balada e consome bebida alcóolica. Não faz uso de contraceptivos, tomou antibiótico nos últimos 7 dias para um tratamento odontológico de retirada de siso e não faz uso de corticoides. Alega não ser diabética, e nem hipertensa. Relatou que faz uso de roupas apertadas na região genital como calças jeans justas durante todo o seu período de trabalho e em casa costuma utilizar roupas mais leves e folgadas. Peso: 64,2 kg, altura: 1,78 m, IMC: 20,7 (peso normal), PA: 120x68 mmHg, Pulso: 64 bpm. Couro cabeludo limpo e sem lesões, olhos e pupilas reagentes e livres, presença de boa acuidade visual. Pavilhão auditivo e orelhas livres, narinas livres, face rosada, pele corada sem presença de lesões, lábio rosado, cavidade oral sem presença de inflamação ou infecção na gengiva e sitio cirúrgico da retirada do siso, sem presença de cáries. Pescoço normal a inspeção, sem presença de edemas ou massas a palpação. A ausculta pulmonar sem presença de ruídos adventícios apenas murmúrio vesicular, mamas simétricas e sem presença de nódulos ou secreções. Abdome não protuso, com presença de ondas peristálticas normais à ausculta. Ausência de timpanismo difuso e maciez. Exame em genitália externa observa-se presença de pelos pubianos e corrimento branco em pequena quantidade, ao realizar o exame da genitália interna observa-se corrimento branco com presença de grumos e aspecto de leite coalhado. Paciente relata prurido vulvar. Sem odor fétido. Membros superiores livres, coloração normal, unhas quebradiças. Membros inferiores livres, coloração normal, sem edemas, sem presença de varizes. Exame Físico N. C. P., feminina, 34 anos, mora na comunidade do Santo Amaro, procura atendimento na clínica da família com queixas de corrimento em grande quantidade e prurido intenso há 3 dias, há um mês fez o teste rápido sorológico para sífilis, HIV e hepatite B e C sendo de diagnóstico negativo para todas. Não faz o exame de preventivo (Papanicolau) já tem 5 anos e demonstra interesse em realizar o exame, é tabagista a quase 5 anos, sempre teve sua vida sexual ativa e relata ter relações somente com o seu parceiro mas nos últimos dias não teve relações pois está incomodada com “tanta coceira” e corrimento. Não faz uso de contraceptivos, tomou antibiótico nos últimos 7 dias para um tratamento odontológico de retirada de siso e não faz uso de corticoides. Alega não ser diabética, e nem hipertensa. Relatou que faz uso de roupas apertadas na região genital como calças jeans justas durante todo o seu período de trabalho. Peso: 64,2 kg, altura: 1,78 m, IMC: 20,7 (peso normal), PA: 120x68 mmHg, Pulso: 64 bpm. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) Coleta de dados Diagnóstico Planejamento Intervenção Avaliação Prurido vaginal Reduzir o prurido dentro de 24 horas. Orientar a realização do banho de assento com bicarbonato (por 5 a 10 minutos) com solução composta por 4 xícaras água morna com 1 a 2 colheres de sopa de bicarbonato de sódio, 2 vezes por semana, a cada 2 semanas ou até melhora dos sintomas. Retorno na consulta de enfermagem com melhora do prurido em 15 dias. Exame preventivo ausente Realizar o exame de preventivo na consulta de enfermagem . Esclarecer sobre a importância de realizar o exame preventivo de câncer de colo uterino, solicitar e realizar o exame citopatológico (Papanicolau) caso a paciente deseje fazer, coletar material para análise ou cultura para confirmação de candidíase. Avaliar o resultado do Papanicolau na consulta em 15 dias e caso necessário solicitar apoio da equipe multiprofissional para acompanhamento. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) Diagnóstico Planejamento Intervenção Avaliação Corrimento vaginal Reduzir o corrimento vaginal em até 48 horas . Explicar sobre evitar o uso de roupas apertadas na região genital para evitar o corrimento e irritação na região. Explicar a respeito de usar roupas de algodão e não de tecido sintéticos pois retém calor. Orientar a mesma do não uso de calcinha ao dormir. Orientar a paciente seguir o tratamento, explicando que o corrimento é devido a candidíase. Melhora do corrimento vaginal nessa consulta de retorno em 15 dias. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) CANDIDÍASE A candidíase vulvovaginal é a infecção da vulva e vagina; Candida albicans é o agente etiológico da candidíase vulvovaginal – CVV em 80% a 92% dos casos; Fatores que predispõem ao aparecimento da Candidíase vulvovaginal: DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA Contato com mucosas e secreções em pele de portadores ou doentes; Contato sexual; Água contaminada; Transmissão vertical durante o parto normal. TRASMISSÃO A microbiota vaginal normal é rica em Lactobacillus produtores de peróxido de hidrogênio, precursores de ácido láctico, que acarreta uma acidez adequada (pH 4,5) do ambiente vaginal; C. albicans possui alta capacidade de se adaptar e crescer em extensão em situações de pH extremo. Assim, em pH neutro, tanto no fluxo sangüíneo como nos tecidos, o microrganismo expressa um gene (PHR1) cuja função está associada à síntese de parede e cuja expressão é ótima em pH próximo ao neutro. Sintomas: prurido, ardência, corrimento geralmente grumoso, sem odor, dispareunia de introito vaginal e disúria externa. Sinais característicos: eritema e fissuras vulvares, corrimento grumoso e com placas de cor branca aderidas à parede vaginal. FISIOPATOLOGIA, SINAIS E SINTOMAS Sinais e Sintomas Citologia a fresco; Citologia Negativa; O exame colpocitológico (Papanicolaou). EXAMES LABORATORIAIS Miconazol creme a 2%; Fluconazol 150mg, VO, dose única. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Primeira escolha Segunda escolha TRATAMENTO MEDICAMENTOSO CURIOSIDADES: TIPOS DE CORRIMENTOS ROCHA,W,R,V et al. Gênero Candida - Fatores de virulência, Epidemiologia, Candidíase e Mecanismos de resistência. Pernambuco: Research Society and Development,2021. Disponivel em: <DOI:http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i4.14283>. Acessado em: 28 de Mai . 2023. ALVES, Karinne de Queiroz et al. ASPECTOS ERAIS DA CANDIDÍASE VULVOVAGINAL: uma revisão de literatura. Goiânia: SAÚDE & CIÊNCIA EM AÇAO- Revista Acadêmica do Instituto de Ciências e Saúde, 2022. Disponível em:<https://revistas.unifan.edu.br/index.php/RevistaICS/article/view/970> . Acessado em 28 de Mai. 2023. VIEIRA, Nadiane da Silva et al. O USO ABUSIVO DE ANTIBIÓTICOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO SISTEMA IMUNOLÓGICO. Mostra Interdisciplinar do curso de Enfermagem, [S.l.], v. 4, n. 2, jun. 2019. ISSN 2448-1203.Disponível em: <http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/mice/article/view/3395/2925>. Acesso em: 28 Mai.2023. BRASIL. Ministério da Saúde: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapeuticas para Atenção Integral às pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Brasilia DF,2022. Acessado em 28 de Mai. 2023. EGRY E. Y., Cubas, M. R., O trabalho da Enfermagem em Saúde Coletiva no Cenário CIPESC. 1 ed. 2006. 181 p. SOARES, Dagmar Mercado et al. CANDIDÍASE VULVOVAGINAL: UMA REVISÃO DELITERATURA COM ABORDAGEM PARA Candida albicans. Vol.25,n.1,pp.28-34. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20181204_202650.pdf. Acesso em: 29 mai 2023. REFERÊNCIAS