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Tro����m�o��s�� e Ges��ção Introdução ➔ Complicações no parto geralmente estão associadas ao maior índice de morte materna. ➔ Complicações no parto podem levar mais a morte fetal. A gestação apresenta os 3 componentes etiopatogênicos da Tríade de Virchow: ESTASE: devido a compressão das veias cavas e ilíaca comum esquerda pelo útero gravídico e à diminuição do tônus venoso por causa da ação miorrelaxante da progesterona. HIPERCOAGULABILIDADE: secundária à indução da síntese hepática dos fatores VII, VIII e X de coagulação pelo estriol placentário, aumento do fibrinogênio e do inibidor do ativador do plasminogênio tipos I e II, e de diminuição da síntese de proteína S. LESÃO ENDOTELIAL: ocorre na nidação, remodelação endovascular das artérias útero espiraladas e com a dequitação. Durante a gestação, o risco de TEV aumenta. À TVP de membros inferiores é responsável por 75% a 80% dos episódios de TEV na gestação; Aproximadamente ⅔ das TVPs ocorrem no período antenatal e distribuem-se igualmente nos 3 trimestres. 43% a 60% dos episódios de EP ocorrem nas primeiras seis semanas do puerpério. Epidemiologia A prevalência do TEV é de 0,5 a 2,2 casos para cada 1000 partos Fatores de risco Obesidade: IMC > 30 kg/m² Idade: 35 anos ou mais como fator de risco antenatais e puerperal. Trombofilias: forte associação entre trombofilias hereditárias e TEV → detecção de mutações é uma estratégia de prevenção de TEV na gestação. Imobilidade e viagens de longa distância: voos com duração superior à 4hs. OBS: se houver necessidade da grávida voar, indicar ASS prévio, andar no voo e meia elástica. Admissão hospitalar: aumento de 18x no risco de TEV em comparação ao risco fora do hospital, após o parto há um aumento de 6x, nos primeiros 28 dias. O risco é maior no 3º trimestre de gravidez e em mulheres acima de 35 anos. Outros: doença intestinal inflamatória, 3 ou mais gestações anteriores, ITU, hemorragia obstétrica, hiperêmese, LES, tabagismo, cardiopatias, ganho ponderal acima de 21kg, pré-eclâmpsia. Quadro clínico Trombose venosa superficial (TVS): cordão palpável, quente, doloroso e hiperemiado no curso de uma veia superficial ou massa tumoral com sinais inflamatórios, caracterizando a trombose em uma veia varicosa. Atinge desde pequenas tributárias, até grande extensão dos troncos safenos. Trombose venosa profunda (TVP): Pode ser: ➔ Assintomática ou Oligossintomática: o trombo em geral é pequeno ou não aderente (flutuante) - maior risco de originar uma EP. ➔ Apresentar grande sintomatologia: o trombo é firme, aderente à parede do vaso, provocando uma reação inflamatória acentuada, com menor propensão à EP. Dor: É precoce e se localiza no arco plantar, na panturrilha, no oco poplíteo, na face interna da coxa, na região inguinal ou no baixo ventre. A temperatura dos membros afetados comumente é elevada, em relação ao contralateral. Edema: O edema pode atingir o dorso do pé, tornozelo, perna ou coxa, chegando, por vezes, ao quadril. No caso de tromboses em veias pélvicas o edema se inicia na raiz da coxa e a extremidade pode apresentar aspecto pálido, com manchas azuladas entremeadas (Phlegmasia alba dolens) Edema unilateral da genitália externa: pode ser presente nas tromboses pélvicas ATENÇÃO: A presença de manifestações sistêmicas: mal-estar, inquietação, febre, taquicardia, dispneia, tosse, escarros hemoptoicos e dor torácica, deve ser considerada a possibilidade de EP. Diagnóstico Trombose Venosa Superficial (TVS): Clínico: não oferece grandes dificuldades → manifestações inflamatórias tem localização cutânea. USG Doppler colorido: tem papel de destaque - visualização direta do trombo e sua relação de proximidade com o sistema venoso profundo e sua extensão Trombose Venosa Profunda (TVP): Clínico: Pode oferecer algumas dificuldades pela dor e edema. o diagnóstico fundamento apenas em sintomas e sinais não é confiável; USG Doppler colorido: diminui as dificuldades no diagnóstico. OBS: não é bom para a TVP ilíaca (angiorressonância magnética). Embolia Pulmonar: Cintilografia de ventilação/perfusão; Angiotomografia helicoidal: mais prática e menos trabalhosa e apesar de utilizar radiação ionizante, evidências clínicas suportam que os riscos fetais são mínimos, não devendo a gestante ser privada dos benefícios do diagnóstico na suspeita de EP. D-dímero: útil para exclusão do diagnóstico da TVP ou EP em não gestante, há limitação de seu uso em gestantes - aumento progressivo no decorrer da gestação, mas pode, diante de um resultado negativo, excluir TEV. Tratamento clínico Trombose Venosa Superficial (TVS): deve incluir medidas que reduzam a estase e aumentem a velocidade de fluxo venoso e as que têm por objetivo o alívio dos sintomas e sinais flogísticos. ● Deambulação; ● Repouso em Trendelenburg; ● Gel ou pomada à base de heparinóides; ● Calor úmido ● Anticoagulação preferencialmente com heparina de baixo peso molecular: ○ Mantidas em anticoagulação por toda a gestação e permanecer até 6 semanas de puerpério ou completar um período mínimo de 3 meses de tratamento. ○ No puerpério, pode-se substituir a heparina de baixo peso molecular pela Varfarina oral, mantendo o uso concomitante até INR (international Normalized Ratio), entre 2 e 3, em duas dosagens consecutivas. Conduta no parto -Para possibilitar a suspensão temporária da HBPM (heparina de baixo peso molecular), o parto deve ser programado entre 37 e 40 semanas. -A HBPM, em dose profilática, suspender 12 horas antes do parto e, em dose intermediária ou plena, suspender 24h antes, permitindo raquianestesia ou peridural. -A via de parto é a obstétrica. OBS: paciente gestante heparinizada deve realizar o parto cesariano. -HNF deve ser suspensa 24h antes da indução do parto. -O PTT deve ser checado antes do parto para confirmar sua normalização. Profilaxia Dose profilática de HNF (heparina não fracionada: 5.000 UI SC duas vezes ao dia. Dose intermediária de HNF: 10.000 UI SC duas vezes ao dia. Dose profilática de HBPM: -Dalteparina 5.000 UI uma vez ao dia -Enoxaparina 40mg uma vez ao dia. Dose intermediária de HBPM: -Dalteparina 5.000 UI duas vezes ao dia ou 10.000 UI uma vez ao dia. -Enoxaparina 80mg uma vez ao dia ou 40mg duas vezes ao dia.
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