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Enizia Simões 2°período SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO - É o sistema nervoso autônomo (SNA) que propicia um controle distinto refinado das funções de muitos órgãos e tecidos, como o miocárdio, músculo liso e glândulas exócrinas. - A maioria das atividades do sistema autônomo não chega à consciência - Como o próprio nome sugere: autônomo (auto=próprio; nom=governar), es- ta subdivisão motora do sistema nervoso periférico possui uma certa indepen- dência funcional. O SNA recebe também a denominação de sistema nervoso involuntário, o que reflete seu controle inconsciente, ou sistema motor visceral geral, indicando a localização da maioria de seus efetores - O sistema nervoso visceral é responsável pela inervação das es- truturas viscerais e é muito importante para a integração da ativi- dade das vísceras, no sentido da manutenção da constância do meio interno (homeostase) - Assim como no sistema nervoso somático, distingue-se no siste- ma nervoso visceral uma parte aferente e outra eferente. O com- ponente aferente conduz os impulsos nervosos originados em re- ceptores das vísceras (visceroceptores) a áreas especificas do sis- tema nervoso central. O componente eferente traz impulsos de alguns centros nervosos até as estruturas viscerais. terminando, pois, em glândulas, músculos lisos ou músculo cardíaco, e é cha- mado de sistema nervoso autônomo. NEURÔNIOS SENSITIVOS AUTÔNOMOSNEURÔNIOS SENSITIVOS AUTÔNOMOSNEURÔNIOS SENSITIVOS AUTÔNOMOS - A principal aferência para o SNA é fornecida pelos neurônios sensitivos autônomos (viscerais). Eles estão associados principal- mente com interoceptores, receptores sensitivos localizados nos vasos sanguíneos, órgãos viscerais, músculos, e sistema nervoso que monitoram as condições do ambiente interno - Os neurônios motores autônomos regulam as funções viscerais por meio do aumento (excitação) ou da diminuição (inibição) das atividades executadas pelos tecidos efetores – músculos lisos, músculo cardíaco e glândulas NEURÔNIOS MOTORES SOMÁTICOS E AUTÔNOMOS - O axônio de um neurônio motor somático mielinizado se esten- de da parte central do sistema nervoso (SNC) até as fibras musculares de uma unidade motora. Por outro lado, a maioria das vias motoras autônomas é formada por dois neurônios motores em série, ou seja, um após o outro - O primeiro neurônio (neurônio pré-ganglionar) tem seu corpo celular no SNC; seu axônio mielinizado se projeta do SNC até um gânglio autônomo. - O corpo celular do segundo neurônio (neurônio pós-ganglionar) está localizado no mesmo gânglio autônomo; seu axônio não mie- linizado se estende diretamente do gânglio até o órgão efetor (músculo liso, músculo cardíaco, ou glândula) - Axônios pré-ganglionares são finos e pouco mielinizados; os axô- nios pós-ganglionares são muito mais finos e amielínicos. Conse- quentemente, a condução ao longo da cadeia eferente autônoma é muito mais lenta do que a condução no sistema motor somáti co - Todos os neurônios motores somáticos liberam apenas a acetil- colina (ACh) como seu neurotransmissor, enquanto os neurônios motores autônomos podem liberar ACh ou norepinefrina DIFERENÇAS ANÂTOMICASDIFERENÇAS ANÂTOMICASDIFERENÇAS ANÂTOMICAS - Posição dos neurônios pré-ganglionaresPosição dos neurônios pré-ganglionaresPosição dos neurônios pré-ganglionares: no sistema nervoso simpático, os neurônios pré ganglionares locaalizam-se na medula torácica e lombar. Assim, diz que o o sistema nervoso simpático é toracolombar. No sistema nervoso parassimpático, eles se locali- zam no tronco encefálico e na medula sacral, e assim, diz que o sistema nervoso parassimpático é craniossacral - Posição dos neurônios pós-ganglionares:- Posição dos neurônios pós-ganglionares:- Posição dos neurônios pós-ganglionares: no sistema nervoso simpático, os neurônios pós ganglionares, localizam-se longe das vísceras e próximos da coluna vertebral. Formam os gânglios pa- ravertebrais e pré-vertebrais. No sistema nervoso parassimpático, os neurônios pós-ganglionares localizam-se próximos ou dentro das vísceras - Tamanho das fibras:- Tamanho das fibras:- Tamanho das fibras: devido a posição dos gânglios, o tamanho das fibras pré e pós-ganglionares é diferente nos dois sistemas. No sistema nervoso simpático, a fibra pré-ganglionar é curta e a pós- ganglionar é longa. Enquanto que no sistema nervoso parassim- pático é o contrário: a fibra pré-gânglionar é longa e a pós-gangli- onar é curta - Ultraestrutura da fibra pós-ganglionarUltraestrutura da fibra pós-ganglionarUltraestrutura da fibra pós-ganglionar: as fibras pós-gânglionar tem vesículas sinápticas de dois tipos: granulares (pode ser pe- quenas ou grandes) e agranulares. A presença de vesículas granu- lares pequenas é uma caractéristica exclusiva das fibras pós-gangli- onares simpática e nas fibras parassimpáticas predomina as vesículas agranulares. No sistema nervoso periférico, as vesículas granulares pequenas tem noradrenalina e as maiorias das agranula- res tem acetilcolina. Anatomia do sistema nervoso simpático Tronco simpáticoTronco simpáticoTronco simpático - É a principal formação anatômica do sistema simpático. - Formado por uma cadeia de gânglios unidos através de ramos inter ganglionares. - Cada tronco simpático estende-se, de cada lado, da base do crâ- nio até o cóccix, onde termina unindo-se com o do lado oposto. Os gânglios do tronco simpático se dispõem de cada lado da colu- na vertebral em toda sua extensão, e são gânglios paravertebrais. - Na porção cervical do tronco simpático, temos três gânglios: cervical superior, cervical médio e cervical inferior. Na porção lom- bar, há de três a cinco gânglios, na sacral, de quatro a cinco, e na coccígea, apenas um gânglio, o gànglio ímpar, para o qual conver- gem e no qual terminam os dois troncos simpáticos de cada lado Nervos esplâncnicos e gânglios pré-vertebraisNervos esplâncnicos e gânglios pré-vertebraisNervos esplâncnicos e gânglios pré-vertebrais - Da porção torácica do tronco simpático originam-se, a partir de Sistema nervoso autônomo e sistema límbico Enizia Simões 2°período T5, os nervos espláncnicos: maior; menor e imo, os quais têm trajeto descendente, atravessam o diafragma e penetram na cavi- dade abdominal, onde terminam nos gânglios pré-vertebrais - Existem dois gânglios celíacos, direito e esquerdo, situados na origem do tronco celíaco; dois gânglios aórtico-renais, na origem das artérias renais; um gânglio mesentérico superior e outro me- sentérico inferior, próximo à origem das artérias de mesmo nome - Os nervos esplâncnicos maior e menor terminam, respectiva- mente, nos gânglios celíaco e aórtico-renal Ramos comunicantesRamos comunicantesRamos comunicantes - Unindo o tronco simpático aos nervos espinhais, existem filetes nervosos denominados ramos comunicantes, que são de dois ti- pos: ramos comunicantes brancos e ramos comunicantes cinzen- tos - Os ramos comunicantes brancos, ligam a medula ao tronco sim- pático, sendo, pois, constituídos de fibras pré-ganglionares, além de fibras viscerais aferentes - Os ramos comunicantes cinzentos são constituídos de fibras pós-ganglionares, que, sendo amielínicas, dão a este ramo uma coloração ligeiramente mais escura. * Como os neurônios pré-ganglionares só existem nos segmentos medulares de T 1 a L2, as fibras pré-ganglionares emergem somente destes níveis, o que explica a existência de ramos comunicantes brancos apenas nas regiões toráci- ca e lombar alta. Já os ramos comunicantes cinzentos ligam o tronco simpático a todos os nervos espinhais. Filetes vasculares e nervos cardíacosFiletes vasculares e nervos cardíacosFiletes vasculares e nervos cardíacos - Do tronco simpático, e especialmente dos gânglios pré-verte- brais, saem pequenos filetes nervosos que se acolam à camada adventícia das artérias e seguem com elas até as vísceras. Assim, do polo cranial do gânglio cervical superior sai o nervo carotídeo interno que pode ramificar-se, formando o plexo carotideo inter- no, que penetra no crânio, nas paredes da artéria carótida interna - Do tronco simpático, emergemainda filetes nervosos que che- gam às vísceras por um trajeto independente das artérias. Entre estes, temos, por exemplo, os nervos cardíacos cervicais superior. médio e inferior, que se destacam dos gânglios cervicais corres- pondentes, dirigindo-se ao coração Anatomia do sistema nervoso parasimpático - Como os neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso paras- simpático estão situados no tronco encefálico e na medula sacral. Isto permite dividir este sistema em duas partes: uma craniana e outra sacral, Parte cranianaParte cranianaParte craniana - É constituída por alguns núcleos do tronco encefálico. gânglios e fibras nervosas em relação com alguns nervos cranianos. - Nos núcleos localizam-se os corpos dos neurônios pré-gangliona- res, cujas fibras pré-ganglionares atingem os gânglios através dos pares cranianos III, VII, IX e X - Dos gânglios saem as fibras pós-ganglionares para as glândulas, músculo liso e músculo cardíaco. Os gânglios são: gânglio ciliar - situado na cavidade orbitária, lateralmente ao nervo óptico, relacionando-se ainda com o ramo oftálmico do trigêmeo gânglio pterigopalatino - situado na fossa pterigopalatina, ligado ao ramo maxilar do trigêmeo gânglio óptico - situado junto ao ramo mandibular do trigê- meo, logo abaixo do forame oval gânglio submandibufar - situado junto ao nervo lingual, no ponto em que este se aproxima da glândula submandibular - Existe, ainda, na parede ou nas proximidades das vísceras, do tó- rax e do abdome, grande número de gânglios parassimpáticos, em geral pequenos, às vezes constituídos por células isoladas. Nas paredes do tubo digestivo, eles integram o plexo submucoso e o mioentérico. Estes gânglios recebem fibras pré-ganglionares do vago e dão fibras pós-ganglionares curtas para as vísceras onde estão situadas. Parte sacralParte sacralParte sacral - Os neurônios pré-ganglionares estão nos segmentos sacrais em S2, S3 e S4. As fibras pré-ganglionares saem pelas raízes ventrais dos nervos sacrais correspondentes, ganham o tronco destes ner- vos, dos quais se destacam para formar os nervos esplâncnícos pélvico. Por meio destes nervos, atingem as vísceras da cavidade pélvica, onde terminam fazendo sinapse nos gânglios aí localizados. Diferenças fisiológicas entre o sistema nervoso simpático e paras-Diferenças fisiológicas entre o sistema nervoso simpático e paras-Diferenças fisiológicas entre o sistema nervoso simpático e paras- simpáticosimpáticosimpático - De modo geral, o sistema simpático tem ação antagônica à do parassimpático em um determinado órgão. Esta afirmação, entre- tanto, não é válida em todos os casos. Assim, por exemplo, nas glândulas salivares os dois sistemas aumentam a secreção, embo- ra a secreção produzida por ação parassimpática seja mais fluida e muito mais abundante - Uma das diferenças fisiológicas entre o simpático e o parassim- pático é que este tem ações sempre localizadas a um órgão ou setor do organismo, enquanto as ações do simpático, embora possam ser também localizadas, tendem a ser difusas, atingindo vários órgãos NEUROTRANSMISSORES E RECEPTORES DO SNANEUROTRANSMISSORES E RECEPTORES DO SNANEUROTRANSMISSORES E RECEPTORES DO SNA - Os neurônios autônomos são classificados, conforme o neuro- transmissor liberado, em colinérgico ou adrenérgico. Os recepto- res dos neurotransmissores são proteínas integrais de membrana localizadas na membrana plasmática de um neurônio pós-sináptico ou de uma célula efetora NEURÔNIOS RECEPTORES COLINÉRGICOSNEURÔNIOS RECEPTORES COLINÉRGICOSNEURÔNIOS RECEPTORES COLINÉRGICOS - Os neurônios colinérgicos liberam o neurotransmissor acetilcolina (ACh). No SNA, os neurônios colinérgicos incluem: Todos os neurônios pré-ganglionares simpáticos e parassim- páticos; Os neurônios pós-ganglionares simpáticos que inervam as glândulas sudoríferas, Todos os neurônios pós-ganglionares parassimpáticos - A ACh permanece armazenada em vesículas sinápticas e é libe- rada por exocitose. Após este processo, ela se difunde pela fenda sináptica e se liga com receptores colinérgicos específicos, proteí- nas integrais de membrana encontradas na membrana plasmática pós-sináptica. - Existem dois tipos de receptores colinérgicos, ambos os quais se ligam à ACh: os nicotínicos e os muscarínicos *Os receptores nicotínicos são encontrados na membrana plasmática de den- dritos e corpos celulares de neurônios pós-ganglionares simpáticos e parassim- páticos, na membrana plasmática das células cromafins da medula da glândula Enizia Simões 2°período suprarrenal e na placa motora da junção neuromuscular. Tais receptores rece- bem essa denominação porque a nicotina mimetiza a ação da ACh quando se liga a eles Os receptores muscarínicos são encontrados na membrana plasmática de to- dos os efetores (músculo liso, músculo cardíaco e glândulas) inervados por axô- nios pós-ganglionares parassimpáticos. Além disso, a maioria das glândulas sudo- ríferas é inervada por neurônios pós-ganglionares simpáticos colinérgicos e apresenta receptores muscarínicos. A ativação de receptores nicotínicos pela ACh causa a despolarização e, por- tanto, a excitação da célula pós-sináptica, que pode ser um neurônio pós-gangli onar, um efetor autônomo, ou uma fibra muscular esquelética. A ativação de receptores muscarínicos pode causar despolarização (excitação) ou hiperpolari- zação (inibição), dependendo de que tipo de célula tenha estes receptores NEURÔNIOS E RECEPTORES ADRENÉRGICOSNEURÔNIOS E RECEPTORES ADRENÉRGICOSNEURÔNIOS E RECEPTORES ADRENÉRGICOS - No SNA, os neurônios adrenérgicos liberam norepinefrina, tam- bém conhecida como noradrenalina. A maior parte dos neurônios pós-ganglionares simpáticos é adrenérgica. Assim como a ACh, a norepinefrina é armazenada em vesículas sinápticas e liberada por meio de exocitose. As moléculas de norepinefrina se difundem pela fenda sináptica e se ligam em receptores específicos na membrana pós-sináptica, causando excitação ou inibição da célula efetora - Os receptores adrenérgicos se ligam à norepinefrina e à epine- frina. A norepinefrina pode ser liberada como neurotransmissor por neurônios pós-ganglionares simpáticos ou secretada como hormônio na corrente sanguínea pelas células cromafins da medu- la da glândula suprarrenal; a epinefrina é liberada apenas como hormônio *Os dois principais tipos de receptores adrenérgicos são os receptores alfa (a) e os receptores beta (ß), encontrados em efetores viscerais inervados pela maioria dos axônios pós-ganglionares simpáticos. Estes receptores são classifica- dos em subtipos – a1, a2, ß1, ß2 e ß3 – de acordo com suas respostas específi- cas e com sua ligação seletiva com fármacos que os ativam ou bloqueiam Um receptor agonista é uma substância que ativa um receptor quando se li- ga a ele, mimetizando o efeito de um neurotransmissor ou hormônio endóge- nos. Um receptor antagonista é uma substância que bloqueia um receptor quando se liga a ele, evitando a ação de um neurotransmissor ou hormônio endógenos FISIOLOGIA DO SNAFISIOLOGIA DO SNAFISIOLOGIA DO SNA Tônus autônomo - A maior parte dos órgãos do corpo recebe inervação de ambas as partes do SNA, que geralmente provocam efeitos antagônicos. O equilíbrio entre a atividade das partes simpática e parassimpáti- ca, conhecido como tônus autônomo, é regulado pelo hipotálamo . De modo geral, quando o hipotálamo aumenta o tônus simpático, ele diminui o parassimpático e vice-versa. - As duas partes podem afetar os órgãos de maneiras distintas porque seus neurônios pós-ganglionares liberam neurotransmisso- res diferentes e seus órgãos efetores apresentam diferentes re- ceptores adrenérgicos e colinérgico Respostas simpáticas - Durante estresses físicos ou emocionais, a parte simpática domi- na a parassimpática. Um tônus simpático elevado favorece fun- ções corporais que permitem a realização de atividades físicas vi- gorosas e a produção rápida de ATP. Ao mesmo tempo, a parte simpática diminui a atividade das funções corporais relacionadas com o armazenamento de energia. Além do exercício físico, váriasemoções – como o medo, a vergonha ou a raiva – estimu- lam a parte simpática - A ativação da parte simpática e a liberação de hormônios pelas medulas das glândulas suprarrenais promovem uma série de res- postas fisiológicas conhecidas como resposta de luta ou fuga, que inclui os seguintes efeitos: Dilatação das pupilas Aumento da frequência cardíaca, da força de contração do músculo cardíaco e da pressão arterial As vias respiratórias se dilatam, permitindo um movimento mais rápido do ar para dentro e para fora dos pulmões Liberação de glicose pelo fígado, aumentando seus níveis sanguíneo Inibição dos processos que não são essenciais durante o en- frentamento de uma situação estressora. Por exemplo, os movimentos da musculatura do sistema digestório e a produ- ção de secreções digestórias diminuem ou até param. Respostas parassimpáticasRespostas parassimpáticasRespostas parassimpáticas - A parte parassimpática estimula as respostas de repouso e di- gestão. As respostas parassimpáticas permitem que as funções corporais conservem e restaurem energia durante períodos de descanso ou recuperação. Nos intervalos entre períodos de exer- cício, os impulsos parassimpáticos que estimulam as glândulas di- gestivas e os músculos lisos do sistema digestório superam os im- pulsos simpáticos. Ao mesmo tempo, as respostas parassimpáticas diminuem as funções corporais relacionadas com a atividade física - Cinco atividades estimuladas principalmente pela parte parassim- pática são a salivação, o lacrimejamento, a micção, a digestão e a defecação. Além destas atividades, existem três respostas conhe- cidas como as “três diminuições”: da frequência cardíaca, do diâ- metro das vias respiratórias (broncoconstrição) e do diâmetro das pupilas (miose) Enizia Simões 2°período Os efeitos da estimulação simpática duram mais tempo e são mais dissemi- nados que os efeitos da estimulação parassimpática por três motivos: Os axônios pós-ganglionares simpátic os apresentam maior divergência; consequentemente, uma quantidade maior de tecidos é ativada ao mesmo tempo. A acetilcolinesterase rapidamente inativa a acetilcolina, mas a norepinefrina permanece na fenda sináptica por um período maior. A epinefrina e a norepinefrina secretadas pela medula das glândulas su- prarrenais intensificam e prolongam as respostas causadas pela norepine- frina liberada pelos axônios pós-ganglionares simpáticos SISTEMA LÍMBICO - A palavra límbico é relativa a limbo, que significa borda ou mar- gem; o termo sistema límbico era usado genericamente para in- cluir um grupo de estruturas que se localizam na zona de frontei- ra entre o córtex cerebral e o hipotálamo. Atualmente sabe-se, que o sistema límbico envolve muitas outras estruturas além da zona de fronteira para o controle das emoções, do comporta- mento e dos impulsos; também parece ser importante na memó- ria - Do ponto de vista anatômico, as estruturas límbicas incluem a área septal, os giros do cíngulo e para-hipocampal, a formação hi- pocampal, o corpo amigdaloide, os corpos mamilares e o núcleo anterior do tálamo. O álveo do hipocampo, a fímbria do hipocam- po, o fórnice, o trato mamilotalâmico e a estria terminal constitu- em as vias de conexão desse sistema. - As emoções estão relacionadas com áreas específicas do cére- bro que, em conjunto, constituem o sistema límbico. Algumas des- sas áreas estão relacionadas também com a motivação, em espe- cial com os processos motivacionais primários, ou seja, aqueles es- tados de necessidade ou de desejo essenciais à sobre vivência da espécie ou do indivíduo, tais como fome, sede e sexo ANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA LÍMBICOANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA LÍMBICOANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA LÍMBICO - O sistema límbico pode ser conceituado como um conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente, relacionadas com as emoções e a memória. Do ponto de vista anatômico, o sistema límbico tem como centro o lobo límbico e as estruturas com ele relacionadas. Do ponto de vista funcional, pode-se distinguir, no sistema límbico, dois subcon- juntos de estruturas, ligadas às emoções e à memória Componentes do sistema límbico relacionados com a emoçãoComponentes do sistema límbico relacionados com a emoçãoComponentes do sistema límbico relacionados com a emoção CÓRTEX CINGULAR ANTERIORCÓRTEX CINGULAR ANTERIORCÓRTEX CINGULAR ANTERIOR - Apenas a parte anterior do giro do cíngulo relaciona-se com o processamento das emoções. Uma das evidências desse fato vem de experiências em que pessoas normais foram solicitadas a re- cordar episódios pessoais envolvendo emoções, enquanto seu cé- rebro era submetido à ressonância magnética funcional. O córtex cingular anterior foi ativado quando o episódio recordado era de tristeza CÓRTEX INSULAR ANTERIORCÓRTEX INSULAR ANTERIORCÓRTEX INSULAR ANTERIOR - A ínsula tem duas partes, anterior e posterior, separadas pelo sulco central e muito diferentes em sua estrutura e funções. Estu- dos principalmente de neuroimagem funcional no homem mostra- ram que o córtex insular anterior está envolvido em pelo menos nas seguintes funções: Empatia, ou seja, a capacidade de se identificar com outras pessoas e perceber e se sensibilizar com seu estado emocio- nal. Há evidência de que esta capacidade, de grande importân- cia social, é perdida em lesões da ínsula e pode estar na base de muitas psicopatias. Conhecimento da própria fisionomia como diferente da dos outros. Por exemplo, ela é ativada quando uma pessoa se ob- serva em um espelho ou em uma foto, mas não em fotos de outras pessoas. Sensação de nojo na presença ou simplesmente com ima- gens de fezes, vômitos, carniça e outra situação considerada nojenta. CÓRTEX PRÉ-FRONTAL ORBITOFRONTALCÓRTEX PRÉ-FRONTAL ORBITOFRONTALCÓRTEX PRÉ-FRONTAL ORBITOFRONTAL - Está envolvida no processamento das emoções . Ela tem cone- xões com o corpo estriado e com o núcleo dorsomedial do tála- mo integrando o circuito em alça orbitofrontal - estriado - tálamo – cortical HIPOTÁLAMOHIPOTÁLAMOHIPOTÁLAMO - O hipotálamo é parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, que o separa do tálamo - Uma parte importante do sistema límbico é o hipotálamo e suas estruturas relacionadas. Além de seu papel no controle comporta- mental essas áreas controlam muitas condições internas do corpo, como a temperatura corporal, osmolalidade dos líquidos corporais, e os desejos de comer e beber e o controle do peso corporal. Essas funções do meio interno são coletivamente chamadas fun- ções vegetativas do cérebro, e seu controle está intimamente re- lacionado ao comportamento - As estruturas anatômicas do sistema límbico formam complexo Enizia Simões 2°período interconectado de elementos da região basal do cérebro. Situado no meio de todas essas estruturas, fica o extremamente pequeno hipotálamo, que, do ponto de vista fisiológico, é um dos elementos centrais do sistema límbico Essa imagem mostra a posição-chave do hipotálamo no sistema límbico e mostra, a seu redor, outras estruturas subcorticais do sistema límbico, incluindo a área septal, a área paraolfatória, o núcleo anterior do tálamo, partes dos gânglios da base, o hipocampo e a amígdala ÁREA SEPTALÁREA SEPTALÁREA SEPTAL - Situada abaixo do rostro do corpo caloso, anteriormente à lâmi- na terminal e à comissura anterior, a área septal compreende grupos de neurônios de disposição subcortical que se estendem até a base do septo pelúcido, conhecidos como núcleos septais - A área septal tem conexões extremamente amplas e comple- xas, destacando-se suas projeções para a amígdala, hipocampo, tálamo, giro do cíngulo, hipotálamo e formação reticular, através do feixe prosencefálico medial. Através deste feixe a área septal recebe fibras dopaminérgicas da área tegmentar ventral e faz parte do sistema mesolímbico ou sistema de recompensa do cé- rebro NÚCLEO DE ACCUMBENSNÚCLEO DE ACCUMBENSNÚCLEO DE ACCUMBENS - Situado entre a cabeça do núcleo caudado e o putâmen o núc- leo accumbensfaz parte do corpo estriado ventral. Recebe afe- rências dopaminérgicas principalmente da área tegmentar ventral do mesencéfalo, e projeta eferências para a parte orbitofrontal da área pré-frontal - O núcleo accumbens é o mais importante componente do siste- ma mesolímbico, que é o sistema de recompensa ou do prazer do cérebro HABÊNULAHABÊNULAHABÊNULA - Situa-se no trígono das habênulas, no epitálamo, abaixo e lateral- mente à glândula pineal - É constituída pelos núcleos habenulares medial e lateral. O núc- leo lateral tem função mais conhecida. A habênula participa da re- gulação dos níveis de dopamina nos neurônios do sistema meso- límbico os quais, constituem a principal área do sistema de recom- pensa (ou de prazer) do cérebro - A estimulação dos núcleos habenulares resulta em ação inibitóra sobre o sistema dopaminérgica mesolímbico e sobre o sistema serotoninérgico de projeção difusa. Esta ação inibitória está sendo implicada na fisiopatologia dos transtornos de humor como a de- pressão na qual há uma ação inibitória exagerada do sistema me- solímbico AMÍGDALAAMÍGDALAAMÍGDALA - É uma massa esferoide de substância cinzenta de cerca de 2 cm de diâmetro. situada no polo temporal do hemisfério cerebral, em relação com a cauda do núcleo caudado. Faz uma discreta sa- liência no teto da parte terminal do como inferior do ventrículo la- teral e pode ser vista em secções frontais do cérebro - Tem importante função relacionada com as emoções, em espe- cial com o medo - Apesar de seu tamanho relativamente pequeno, a amígdala tem 12 núcleos, o que lhe valeu o nome de complexo amigdaloide. Os núcleos da amígdala se dispõem em três grupos, corticomedial, basolateral e central - O grupo corticomedial recebe conexões olfatórias e parece es- tar envolvido com os comportamentos sexuais. - O grupo basolateral recebe a maioria das conexões aferentes da amígdala e o central dá origem às conexões eferentes - A amígdala é a estrutura subcortical com maior número de pro- jeções do sistema nervoso, com cerca de 14 conexões aferentes e 20 eferentes - A grande complexidade estrutural e neuroquímica da amígdala está de acordo com a complexidade de suas funções. É a princi- pal responsável pelo processamento das emoções e desencadea- dora do comportamento emocional - A estimulação dos núcleos do grupo basolateral da amígdala causa reações de medo e fuga. A estimulação dos núcleos do grupo corticomedial causa reação defensiva e agressiva -O comportamento de ataque agressivo pode ser desencadeado com estimulação da amígdala, mas também do hipotálamo - A amígdala contém a maior concentração de receptores para hormônios sexuais do SNC. Sua estimulação reproduz uma varie- dade de comportamentos sexuais e sua lesão provoca hipersexualidade. -Entretanto, a principal e mais conhecida função da amígdala é o processamento do medo. Pacientes com lesões bilaterais da amíg- dala não sentem medo, mesmo em situações de perigo óbvio Enizia Simões 2°período Amígadala e o medoAmígadala e o medoAmígadala e o medo O medo é uma reação de alarme diante de um perigo. Esta reação resulta da ativação geral do sistema simpático e liberação de adrenalina pela medula da glândula suprarrenal. Este alarme, denominado Síndrome de Emergência de Cannon , visa preparar o organismo para uma situação de perigo na qual ele deve ou fugir ou enfrentar o perigo Pode usar como exemplo circuitos cerebrais envolvidos em um encontro com um boi no meio do pasto. A informação visual (e auditiva, se o boi berrar) é le- vada ao tálamo (corpogeniculado lateral) e daí a áreas visuais primárias e secun- dárias. A partir desse pon to, a informação segu e por dois caminhos, uma via direta e outra indireta. Na via direta, a informação visual é levada e processada na amígdala basolateral, passa à amígdala central, que dispara o alarme, a cargo do sistema simpático. Isto permite uma reação de alarme imediata com mani- festações autonômicas e comportamental típicas. Na via indireta, a informação passa ao córtex pré-frontal e depois à amígdala. A via direta é mais rápida e permite resposta imediata ao perigo. A via indireta é mais lenta, mas permite que o córtex pré-frontal analise as informações recebidas e seu contexto. Se não houver perigo (o boi é manso), a reação de alarme é desativada. A via di- reta é inconsciente e o medo só se toma consciente, ou seja, a pessoa só sen- te medo quando os impulsos nervosos chegam ao córtex Sistema de recompensa no encéfaloSistema de recompensa no encéfaloSistema de recompensa no encéfalo Sabe-se hoje que as áreas que determinam estimulações com frequências mais elevadas compõem o sistema dopaminérgico mesolímbico ou sistema de re- compensa, formada por neurônios dopaminérgicos que, da área tegmentar ventral do mesencéfalo, passando pelo feixe prosencefálico medial, terminam nos núcleos septais e no núcleo accumbens, os quais, por sua vez, projetam -se para o córtex pré-frontal orbitofrontal. Há também projeções diretas da área tegmentar ventral para a área pré-frontal e projeções de retroalirnenta- ção entre esta área e a tegmentar ventral O Sistema de Recompensa premia com a sensação de prazer os comporta- mentos importantes para a sobrevivência, mas é também ativado por situações cotidianas que causam alegria Sabe-se hoje que o prazer sentido após o uso de drogas de abuso, como he- roína e crack, deve-se à estimulação do sistema doparninérgico mesolímbico em especial e o núcleo accumbens. A dependência ocorre pela estimulação exagerada dos neurônios deste sistema, o que resulta em gradual diminuição da sensibilidade dos receptores e redução de seu número. Com isso, doses cada vez maiores são necessárias para obter-se o mesmo prazer MemóriaMemóriaMemória - Memória é a capacidade de se adquirir, armazenar e evocar in- formações. A etapa de aquisição é a aprendizagem do mesmo modo que a evocação é a etapa de lembrança. O conjunto das memórias de um indivíduo é parte importante de sua personalida- de Áreas relacionadas com a memóriaÁreas relacionadas com a memóriaÁreas relacionadas com a memória HIPOCAMPO -É uma eminência alongada e curva situada no assoalho do corno inferior do ventrículo lateral acima do giro para-hipocampal. Embo- ra o hipocampo seja indispensável para a consolidação das memó- rias de curta e longa duração, esses tipos de memória não são armazenados no hipocampo, pois permanecem depois de sua re- moção cirúrgica. O grau de consolidação da memória pelo hipo- campo é modulado pelas aferências que ele recebe da amígdala. - Sabe-se, hoje, que o hipocampo é também responsável pela memória espacial ou topográfica, relacionada a localizações no es- paço, configurações ou rotas e que nos permite navegar, ou seja, encontrar o tipo de córtex primitivo (arquicórtex) e corresponde à área 28 de Brodmann - Recebe fibras do fórnix e envia fibras ao giro denteado que, por sua vez, se liga ao hipocampo. O córtex entorrinal funciona como um portão de entrada para o hipocampo, recebendo as diversas conexões que a ele chegam através do giro denteado, incluindo as conexões que recebe da amígdala e da área septal *Lesão do córtex entorrinal, mesmo estando intacto o hipocampo, resulta em grande déficit de memória. O córtex entorrinal é geralmente a pri- meira área cerebral comprometida na doença de Alzheimer. GIRO DENTEADOGIRO DENTEADOGIRO DENTEADO - É um giro estreito e denteado situado entre a área entorrinal e o hipocampo com o qual se continua lateralmente - Sua estrutura, constituída por uma só camada de neurônios, é muito semelhante à do hipocampo. Tem amplas ligações com a área entorrinal e o hipocampo e, com este, constitui a formação do hipocampo. Estudos recentes mostram que o giro denteado é responsável pela dimensão temporal da memória CÓRTEX ENTORRINALCÓRTEX ENTORRINALCÓRTEX ENTORRINAL - Ocupa a parte anterior do giro para-hipocampal mediamente a sulco rinal. É um tipo de córtex primitivo (arquicórtex) e corres- ponde à área 28 de Brodmann -Recebe fibras do fórnix e envia fibras ao giro denteado que, por sua vez,se liga ao hipocampo. O córtex entorrinal funciona como um portão de entrada para o hipocampo, recebendo as diversas conexões que a ele chegam através do giro denteado, incluindo as conexões que recebe da amígdala e da área septal CÓRTEX PARA-HIPOCAMPALCÓRTEX PARA-HIPOCAMPALCÓRTEX PARA-HIPOCAMPAL - O córtex para-hipocampal ocupa a parte posterior do giro para- hipocampal continuando-se com o córtex cingular posterior no ní- vel do istmo do giro do cíngulo - Estudos de neuroimagem funcional mostraram que o córtex pa- ra-hipocampal é ativado pela visão de cenários, especialmente os mais complexos, como uma rua ou uma paisagem. Entretanto, a ativação só ocorre com cenários novos e não com os já conheci- dos CÓRTEX CINGULAR POSTERIORCÓRTEX CINGULAR POSTERIORCÓRTEX CINGULAR POSTERIOR - O córtex cingular posterior, em especial a parte situada atrás do esplênio do corpo caloso (retroesplenial), recebe muitas aferências dos núcleos anteriores do tálamo que, por sua vez, recebem afe- rências do corpo mamilar pelo trato mamilotalâmico, integrando o circuito de Papez. Lesões no cíngulo posterior ou dos núcleos an- Enizia Simões 2°período teriores do tálamo resultam em amnésias MEMÓRIA OPERACIONAL OU DE TRABALHO Este tipo de memória permite que informações sejam retidas por segundos ou minutos, durante o tempo suficiente para dar sequência a um raciocínio, com- preender e responder a uma pergunta, memorizar o que acabou de ser lido para compreender a frase seguinte, memorizar um número de telefone duran- te o tempo suficiente para discá-lo MEMÓRIAS DE CURTA E LONGA DURAÇÃO A memória de curta duração permite a retenção de informações durante algu- mas horas até que sejam armazenadas de forma mais duradoura nas áreas res- ponsáveis pela memória de longa duração. Segundo Izquierdo1 a memória de curta duração dura de 3 a 6 horas, que é o tempo que leva para se consolidar a memória de longa duração. A memória de longa duração depende de meca- nismos mais complexos que levam horas para serem realizados. Estes dois tipos de memórias dependem do hipocampo FUNÇÕES COMPORTAMENTAIS DO HIPOTÁLAMO E ESTRUTURAS LÍMBICAS ASSOCIADAS - Efeitos causados por estimulação do Hipotálamo: a estimulação ou lesões do hipotálamo, além de demonstrar o papel do hipotála- mo na regulação das funções vegetativas e endócrinas, pode ter, com frequência, profundos efeitos no comportamento emocional de animais e dos seres humanos - Alguns dos efeitos comportamentais da estimulação são os se- guintes: A estimulação da região lateral do hipotálamo, não apenas causa sede e fome, mas também aumenta o nível geral de atividade do animal, algumas vezes levando à raiva e à luta. A estimulação do núcleo ventromedial e áreas adjacentes causa principalmente os efeitos opostos aos ocasionados pela estimulação lateral hipotalâmica — isto é, sensação de sacie- dade, diminuição da alimentação e tranquilidade. A estimulação de zona estreita dos núcleos periventriculares localizados imediatamente adjacentes ao terceiro ventrículo (ou, também, pela estimulação da área cinzenta central do mesencéfalo, que é contínua com essa porção do hipotála- mo) usualmente leva a reações de medo e punição. O desejo sexual pode ser estimulado em diversas áreas do hi- potálamo, especialmente nas porções mais anterior e mais po sterior do hipotálamo ReferReferReferênciasnciasncias - MACHADO A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional, Athe- neu, 3ª ed - TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016 - GUYTON e HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. Editora Elsevier Ltda., 2017 - SNELL, R. S. Neuroanatomia clínica, 7ª ed., Guanabara Koogan, 2010
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