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PDF - Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento das pessoas com deficiência auditiva e surdas

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Prévia do material em texto

Marcos regulatórios para 
estruturação da rede de 
atendimento às pessoas 
com deficiência auditiva 
e surdas
São Luís - MA
2019
Créditos
Coordenação do Projeto
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira
Coordenação Geral da DTED/UNA-SUS/UFMA 
Ana Emilia Figueiredo de Oliveira
Coordenação de Gestão de Projetos da UNA-
-SUS/UFMA
Deysianne Costa das Chagas
Coordenação de Produção Pedagógica da 
UNA-SUS/UFMA
Paola Trindade Garcia
Coordenação de Ofertas Educacionais da UNA-
-SUS/UFMA
Elza Bernardes Monier
Coordenação de Tecnologia da Informação da 
UNA-SUS/UFMA
Mário Antonio Meireles Teixeira
Coordenação de Comunicação e Design Gráfico 
Bruno Serviliano Santos Farias
Professora-autora
Sízera Ferreira dos Santos
Validação Técnica Ministério da Saúde -
Coordenação-Geral de Saúde da Pessoa com 
Deficiência (CGSPD)/Departamento de 
Atenção
Especializada e Temática (DAET)/Secretaria de 
Atenção Especializada à Saúde
(CGSPD/DAET/SAES) 
Ângelo Roberto Gonçalves – Coordenador-Geral  
Denise Maria Rodrigues Costa – Coordenadora-
-Geral substituta
Diogo do Vale de Aguiar – Colaborador técnico  
Flávia da Silva Tavares - Colaboradora técnica  
Patrícia Arantes Torres – Colaboradora técnica
Coordenação - Geral de Ações estratégicas, 
Inovação e Avaliação da Educação em 
saúde/ Departamento de Gestão da educação 
em saúde/ Secretaria de Gestão do 
Trabalho e Educação na saúde (CGIED/DE-
GES/SGTES/MS)
Rosany Ferreira Rios Fonseca
Carolina Vaccari Simaan
Débora Dutra
Emanuelle Carvalho Brasil de Albuquerque 
Janaina Nogueira da Silva
Validadoras Pedagógicas
Paola Trindade Garcia
Deysianne Costa das Chagas
Revisora Textual
Mizraim Nunes Mesquita
Designer Instrucional
Cadidja Dayane Sousa do Carmo
Designer Gráfico
Victor Gabriel Mendonça Sousa
Como citar este material: SANTOS, S. F. Marcos Regulatórios para estruturação da 
Rede de Atendimento às Pessoas com Deficiência Auditiva e Surdas. In: UNA-SUS/UFMA. 
Curso Comunicação efetiva com a pessoa com deficiência auditiva e surda na Atenção 
Primária à Saúde. Promovendo mudanças: comunicação inclusiva nos serviços de Atenção 
Primária à Saúde. São Luís: UNA-SUS/UFMA, 2020.
http://lattes.cnpq.br/5767658067485112
http://lattes.cnpq.br/5767658067485112
http://lattes.cnpq.br/7600882185941353
http://lattes.cnpq.br/7600882185941353
http://lattes.cnpq.br/8513290455922124
http://lattes.cnpq.br/3034477335930315
http://lattes.cnpq.br/9943003955628885
http://lattes.cnpq.br/4483482439913996
http://lattes.cnpq.br/8512130086054911
http://lattes.cnpq.br/3976494747721222
http://lattes.cnpq.br/8213134257372189
http://lattes.cnpq.br/5701574543357640
http://lattes.cnpq.br/1353277767012355
http://lattes.cnpq.br/2030480271587281
http://lattes.cnpq.br/4711238601467961
http://lattes.cnpq.br/6237438248937781
http://lattes.cnpq.br/8513290455922124
http://lattes.cnpq.br/8083507083253990
http://lattes.cnpq.br/9688410026685214
http://lattes.cnpq.br/9788921426240891
Professora-autora
Sízera Ferreira dos Santos
Possui graduação em Fonoaudiologia pela 
Universidade Federal da Bahia (2007). Trabalhou 
como Técnica Administrativa fonoaudióloga 
na Universidade Federal de Sergipe - Campus 
Universitário Professor Antônio Garcia Filho. Atuou 
também como Fonoaudióloga do setor de triagem 
auditiva neonatal da Maternidade Dulcineia Moinho 
do Hospital Geral Roberto Santos. Atualmente 
é Analista Superior Fonoaudióloga do Conselho 
Federal de Fonoaudiologia em assessoria técnica de 
comissões e diretoria.
4
Olá, aluno(a)!
A rede de cuidados à pessoa com deficiência, na 
qual a atenção à saúde auditiva está inserida, foi criada a 
partir da necessidade de ampliar, qualificar e diversificar 
as estratégias para a atenção às pessoas com deficiência.
Você sabe como tudo isso começou para que 
tivéssemos a estruturação da rede de atendimento às 
pessoas com deficiência auditiva e surdas?
Para o melhor entendimento dessa estruturação, 
há necessidade de conhecermos os marcos legais 
considerados fundamentais para a constituição da rede 
de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e 
surdas. Vamos lá?
Bons estudos!
Apresentação
OBJETIVO
Conhecer os marcos regulatórios importantes para a estruturação 
da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e 
surdas. 
5
[...] a identificação de um enunciado de política não pode se 
limitar ao que é expresso no texto, mas aos sentidos, saberes 
e práticas históricas que dão sentido ao texto no tempo. 
Assim, os enunciados de uma política podem ser melhor 
compreendidos se reconhecemos as disputas históricas em 
torno dos conceitos, a quem evoca e quando se evoca uma 
proposta, pois todo enunciado de política tem uma história, 
uma trajetória; uma proposição política não aparece do nada e 
muitas vezes surge a partir da mediação entre os participantes 
de um debate (grifo nosso). Deve-se, portanto, buscar uma 
análise do contexto em que se insere uma proposta política 
para se buscar compreender como emerge e em resposta a 
quê.
Breve histórico sobre a atenção à 
saúde auditiva no Brasil
É muito provável que você conheça 
um ou mais serviços disponíveis na Rede 
de Cuidado à Saúde das Pessoas com 
Deficiência Auditiva e Surdas na rede pública, 
não é mesmo? Mas você já parou para 
pensar no contexto histórico que precedeu 
o estabelecimento e a organização desses
serviços?
Bem, antes de iniciarmos a leitura desse breve levantamento das políticas de 
atenção à saúde que precederam o estabelecimento da rede de atenção à saúde 
das pessoas com deficiência auditiva e surdas, é necessário compreendermos que 
essas políticas estão inseridas em construções históricas e realidades específicas.
Vejamos o que dizem os autores Baptista e Mattos1 sobre a importância do 
contexto histórico no estabelecimento de políticas públicas:
Ficou mais claro agora por que razão é importante conhecermos, 
mesmo que de forma breve, o histórico da atenção à saúde auditiva no 
Brasil? Vamos à leitura?
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
6
 As políticas públicas de saúde passaram por mudanças intensas nas 
últimas décadas a partir da Constituição Federal de 1988. Além de garantir o 
direito universal à saúde, outros direitos básicos e essenciais direcionados às 
pessoas com deficiência foram garantidos, surgindo no contexto constitucional, 
como podemos ver a seguir:
Promoção da 
integração à vida 
comunitária
Acessibilidade
Atendimento 
educacional 
especializado
Proibição da 
discriminação
 Com a garantia desses direitos básicos e essenciais, foi possível observar 
avanços significativos nas políticas para pessoas com deficiência2.
 Isso porque, antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o 
atendimento às pessoas com deficiência estava sob responsabilidade de 
instituições filantrópicas e associações beneficentes, com o repasse de recursos 
públicos.
 As órteses e próteses eram concedidas de forma irregular em relação à 
qualidade e padronização, além de dissociadas do processo terapêutico3.
 No entanto, para que essa mudança na atenção à saúde da pessoa com 
deficiência fosse possível, houve um longo percurso histórico, protagonizado 
por ativistas e pessoas com deficiência, de forma que a deficiência passou a ser 
 Esse processo teve início ainda na década de 60, com a politização 
do tema da deficiência. Além da luta pela garantia de direitos e por medidas 
antidiscriminatórias, um novo entendimento e mudanças conceituais sobre a 
deficiência foram levantados4.
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
7
Quais mudanças no entendimento 
sobre as pessoas com deficiência 
podem ter influenciado o cenário da 
atenção à saúde destinada a essas 
pessoas?
Bem, a deficiência, antes encarada como resultado de algum impedimento 
físico ou mental a ser curado, passou a ser vista como uma característica da 
condição humana, como tantas outras que devem ser respeitadas.
E, com esseraciocínio, entende-se que as barreiras físicas, organizacionais 
e atitudinais é que provocam a exclusão e são responsáveis por gerar as 
deficiências. Dessa forma, é preciso superar essas barreiras para uma inclusão 
social efetiva das pessoas com deficiência4. 
I
N
C
L
U
S
Ã
O
De fato, essa mudança conceitual surge no texto constitucional e, 
posteriormente, incorpora-se às políticas públicas, principalmente das questões 
relativas à autonomia, igualdade de condições e equiparação de oportunidades. 
Evidencia-se que, até então, não se observavam normativas tão próximas das 
reais demandas das pessoas com deficiência.
As medidas meramente assistencialistas começaram a dar lugar ao 
protagonismo da pessoa com deficiência e tudo que lhe diz respeito na vida 
em sociedade. Entende-se que chegava o tempo em que os espaços públicos 
não poderiam mais ser excludentes; o transporte, a comunicação e o acesso à 
informação deveriam ser proporcionados a todos de forma igualitária4.
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
8
Você pode estar se perguntando: como as 
demandas de atenção à saúde das pessoas com 
deficiência auditiva e surdas foram atendidas?
Em 2000, o Ministério da Saúde publicou a Portaria n.º 432 que criou o 
Programa de Saúde Auditiva. De acordo com Vieira5, apesar de apontar para um 
importante passo na atenção à saúde auditiva, esse programa previa apenas 
o credenciamento de serviços para distribuição de aparelhos auditivos, sem a
previsão da adaptação dos dispositivos e acompanhamento dos usuários.
No seu levantamento documental, Vieira5 identificou dois marcos 
regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com 
deficiência auditiva e surdas:
2004
2012
Política Nacional de 
Atenção à Saúde 
Auditiva (PNASA)
Rede de Cuidados 
à Pessoa com 
Deficiência
Ao instituir a PNASA, o Ministério da Saúde objetivou garantir uma 
assistência efetiva e integral às pessoas com deficiência auditiva e surdas. 
Salienta-se que, pela primeira vez na história do Brasil, a saúde pública tratou 
especificamente dessa população, visando a uma assistência integral aos 
usuários do SUS nos três níveis de Atenção à Saúde6. Vejamos, a seguir, cada um 
desses importantes marcos. 
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
9
Período anterior à instituição da PNASA: Destacaram-se, nesse 
período, ações pontuais de concessão de Amplificação Sonora Individual 
(AASI) e cirurgias de Implante Coclear (IC). Apesar de importantes, 
essas ações estavam centradas no modelo biomédico e não garantiam 
integralidade no atendimento, tampouco constituíam uma rede de cuidados. 
Apesar das pequenas conquistas, foi um período de intensa luta social. Foram 
dados os primeiros passos na direção de uma política integral às pessoas 
com deficiência auditiva e surdas.
Período de implementação 
da PNASA: A política propôs 
estruturar as redes de serviços 
de maneira regionalizada e 
hierarquizada, com atendimento 
universal, equitativo e integral, 
com estratégias direcionadas 
à promoção, prevenção, 
tratamento e reabilitação 
das pessoas com deficiência 
auditiva. Além disso, diferentes 
ações aconteciam paralelamente 
à implementação da PNASA, e 
diversas normas para a atenção 
à saúde de pessoas com 
deficiência foram implantadas.
Período posterior à revogação da PNASA: O período atual, 
iniciado em 2011, redirecionou a maneira de se pensar a saúde das 
pessoas com deficiência auditiva. Todas as ações direcionadas às 
pessoas com deficiência foram inseridas em um único marco legal, 
contemplando todos esses indivíduos em “ações macro”.
Período I
1976 - 2002
Período II 
2004 - 2012
Período III
2012 - atual
Política Nacional de Atenção à 
Saúde Auditiva (PNASA)
Antes de abordarmos maiores detalhes da Política Nacional de Atenção à 
Saúde Auditiva (PNASA), é válido destacarmos a categorização de três períodos 
que vão desde os anos anteriores a essa política, até o posterior à sua revogação5. 
Vejamos a seguir: 
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
10
PARA SABER MAIS!
Recomendamos a leitura completa do levantamento 
documental realizado por Vieira (2013): Política Nacional de Atenção 
à Saúde Auditiva: o caso do município de São Paulo. 2013. 183 
p. Dissertação (Programa de Pós Graduação em Saúde Pública -
Mestrado em Ciências) — Universidade de São Paulo. Clique aqui e 
acesse o material.
Considerando a PNASA um importante 
marco regulatório na estruturação da rede de 
atendimento às pessoas com deficiência, quais 
as características dessa política que a tornaram 
tão distinta dos marcos legais antecessores? 
Para responder a essa pergunta, serão 
apresentados, a seguir, os seus componentes, 
objetivos e diretrizes.
 A PNASA constituiu-se com a finalidade de fortalecer a capacidade de 
resposta do sistema de saúde para a deficiência auditiva em todos os níveis de 
atenção do SUS, a partir da implantação de redes estaduais de atenção à saúde 
auditiva que contemplam ações de prevenção, diagnóstico e reabilitação7. Por 
isso, trata-se de um importante marco na estruturação da rede de atendimento às 
pessoas com deficiência. 
Diante disso, no intuito de organizar a PNASA, a Secretaria de Atenção à 
Saúde (SAS) publicou a Portaria SAS/MS n.º 587 e a Portaria SAS/MS n.º 589 
para normatizar, organizar e implantar as Redes Estaduais de Atenção à Saúde 
Auditiva e para operacionalizar os Serviços de Atenção à Saúde Auditiva, 
respectivamente. 
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-16122013-133238/pt-br.php
11
Assim, os componentes da política foram organizados nos níveis de 
atenção do SUS, com destaque aos princípios e diretrizes de universalidade, 
equidade, regionalização, hierarquização e integralidade da atenção à saúde8. 
Vejamos, a seguir, como a PNASA passou a organizar os serviços das Redes 
Estaduais de Atenção à Saúde Auditiva:
AÇÕES DE SAÚDE AUDITIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 
(APS): competências de promoção à saúde auditiva, prevenção e 
identificação precoce das alterações auditivas, além do papel do 
desenvolvimento de ações educativas e de orientação familiar nos 
diversos segmentos: gestantes, recém-nascidos, pré-escolares, 
escolares, jovens, trabalhadores e idosos. Além disso, coube à APS 
realizar encaminhamentos, quando necessário, para o Serviço de 
Atenção à Saúde Auditiva na Média Complexidade9.
SERVIÇOS DE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA NA ALTA 
COMPLEXIDADE: referência para o diagnóstico, tratamento e 
reabilitação de crianças com perda auditiva até três anos e pacientes 
com afecções associadas (neurológicas, psicológicas, síndromes 
genéticas, cegueira, visão subnormal). A esses serviços atribui-se 
também a competência de atender às pessoas com perda auditiva 
unilateral e indivíduos com dificuldades na realização da avaliação 
audiológica em serviço de menor complexidade. Neste sentido, 
devem contar com equipamentos para realizar o diagnóstico 
diferencial das perdas auditivas8.
SERVIÇOS DE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA NA MÉDIA 
COMPLEXIDADE: atribuições do diagnóstico e da terapia 
especializada, garantidas a referência e contra referência com as 
devidas condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e 
recursos humanos adequados ao atendimento às pessoas com 
risco ou suspeita para perda auditiva e pessoas com deficiência 
auditiva. Coube a esses serviços realizarem triagem e monitoramento 
da audição de neonatos, pré-escolares e escolares, bem como, 
diagnóstico, tratamento e reabilitação de crianças com perda auditiva 
a partir de três anos, de jovens, de adultos, incluindo os trabalhadores, 
e de idosos, respeitando as especificidades da avaliação e 
reabilitação exigidas para cada um desses segmentos9.
Além dos importantesavanços nos enunciados da PNASA, quais foram os 
resultados concretos obtidos após a sua publicação?
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
12
Como importantes avanços na saúde auditiva no país após a 
implantação da PNASA, tivemos um crescimento expressivo no número 
de procedimentos de diagnóstico e dispensação de AASIs. Em acréscimo, 
observou-se um incremento no número de terapias, sugerindo uma 
reorganização dos serviços com a compreensão da relevância do processo 
terapêutico para a reabilitação auditiva10.
Além disso, no período entre 2005 e 2010, houve um aumento 
significativo no credenciamento dos estabelecimentos de saúde auditiva no 
Brasil de média e alta complexidade. No entanto, houve nas regiões Norte e 
Centro-Oeste um número de serviços credenciados aquém do verificado nas 
demais regiões, o que reduz significativamente o acesso das pessoas com 
deficiência auditiva e surdas no país aos serviços especializados10.
 A PNASA e as Políticas de Assistência à Pessoa com Deficiência Física e 
de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual trouxeram propostas de práticas 
e ações específicas para as pessoas com deficiência, além de terem ampliado 
a visibilidade das demandas das pessoas com deficiência, que antes estavam à 
margem de normas mais gerais do SUS.
Contudo, apesar dessas importantes conquistas, verificou-se uma 
fragmentação na atenção às pessoas com deficiência. De fato, o modelo vigente 
à época, mesmo com os avanços apontados, não conseguiu uma articulação 
consistente com os pontos e níveis de atenção à saúde do SUS. Ademais, 
demonstraram pouca eficácia na atenção às pessoas com deficiência11.
Diante disso, considerando as políticas de atenção à pessoa com 
deficiência, vejamos a seguir o histórico da implementação da Rede de Atenção à 
Saúde da Pessoa com Deficiência:
Reabilitação Saúde Auditiva
Reabilitação para 
Pessoas Ostomizadas
Deficiência Intelectual 
transferência de recursos e 
credenciamento pelos Estados
Reabilitação Visual
2001
2002
2004
2008
2009
Vamos conhecer o modelo de Rede que passou a ser adotado para 
superar as limitações das políticas de atenção à saúde das pessoas com 
deficiência? Serão apresentadas, a seguir, as características básicas da Rede 
de Cuidados à Pessoa com Deficiência e como a atenção à saúde auditiva 
passou a ser organizada.
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
13
É possível que você tenha concluído que esse contexto inspirou 
alterações na política de atenção às pessoas com deficiência. Então, como 
foram essas mudanças? Como a atenção à saúde auditiva foi alterada?
Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência 
no âmbito do SUS
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da 
Organização das Nações Unidas (ONU) foi legitimada e incorporada à legislação 
brasileira em 2008, com equivalência de emenda constitucional, o que firmou o 
compromisso do Estado brasileiro em garantir a equiparação de oportunidades 
entre pessoas com e sem deficiência em todo o território nacional11.
Assim, o governo à época instituiu o Plano 
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – 
Viver sem Limite, por meio do Decreto 7.612/2011, o 
que trouxe uma mudança no sentido da elaboração 
das políticas públicas destinadas às pessoas com 
deficiência, de forma interministerial e abrangendo 
demandas da sociedade civil11.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde instituiu a Rede de Cuidados à Saúde 
da Pessoa com Deficiência em 2012, por meio da Portaria MS/GM n.º 793 (Anexo 
VI da Portaria de Consolidação nº 3/GM/MS de 28 de setembro de 2017), que se 
estruturou com a finalidade de rever os conceitos e práticas do cuidado à Saúde 
da Pessoa com Deficiência11.
A atual política integra todas as deficiências em apenas 
um marco normativo, induz a criação de grupos condutores 
estaduais e municipais para a gestão da rede de cuidados à 
pessoa com deficiência, os quais têm a atribuição de trabalhar 
com instrumentos de planejamento como o diagnóstico 
situacional, a conformação de planos e criação de indicadores 
de avaliação para a implementação da política. No âmbito 
da organização dos serviços, propõe a criação de linhas de 
cuidados integrais para as deficiências com ações nos três 
níveis de complexidade do sistema. Também se observa um 
financiamento não restrito apenas à produtividade dos serviços, 
havendo também a disponibilidade de verba de custeio, bem 
como incentivos financeiros para a aquisição de equipamentos e 
ações de educação permanente7.
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
14
Dessa forma, a Rede de Cuidados à Saúde 
da Pessoa com Deficiência propõe implantar uma 
política pública para atender, de forma ampliada e 
articulada, às demandas das pessoas com deficiência 
nos diferentes níveis de atenção. Na busca do 
cuidado integral, essa política normatiza uma rede 
que perpassa os diversos serviços de saúde12.
Como pontua Dubow, Garcia e Krug12 o cuidado às pessoas com deficiência 
está articulado em Rede de Atenção à Saúde (RAS). Para tanto, as necessidades 
da população, as demandas regionais e os arranjos territoriais devem ser 
considerados. Dessa forma, a atenção em saúde centralizada no território 
possibilita a concepção dos projetos terapêuticos singulares, para ampliar as 
possibilidades de equidade e de cuidado integral mais efetivamente.
Diante disso, a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência é formada pelos 
seguintes componentes:
Atenção Primária
Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência
Atenção Especializada em 
Reabilitação Auditiva, Física, 
Intelectual, Visual, Ostomia e 
em Múltiplas Deficiências 
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
A estimulação em formatos de Redes também teve influência da RAS, a 
Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que estabelece diretrizes para 
organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), no âmbito do SUS no qual 
consta a seguinte conceituação das RAS: “São arranjos organizativos de ações e 
serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio 
de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade 
do cuidado13."
15
IMPORTANTE
Os referidos componentes da Rede de Cuidados à Pessoa com 
Deficiência devem estar articulados entre si, com garantia do cuidado 
integral e do acesso regulado a cada ponto de atenção e/ou aos serviços 
de apoio.
Nessa perspectiva, e para garantir o cuidado e acesso 
equânime, os componentes devem atender às seguintes 
especificidades: acessibilidade; comunicação; manejo clínico; 
medidas de prevenção da perda funcional, de redução do ritmo da 
perda funcional e/ou da melhora ou recuperação da função; além de 
medidas da compensação da função perdida e da manutenção da 
função atual.
São diretrizes da Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência:
Promoção da autonomia e da inclusão das pessoas com deficiência;
Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e 
assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;
Desenvolvimento de atividades no território que favoreçam a inclusão social, 
com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania;
Organização dos serviços em Rede de Atenção à Saúde regionalizada, com 
estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do 
cuidado;
Enfrentamento de estigmas e preconceitos, promovendo o respeito pela 
diferença e a participação efetiva das pessoas com deficiência nos diversos 
campos sociais;
Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas;
Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e 
controle social dos usuários e de seus familiares;
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas comdeficiência auditiva e surdas
16
Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com deficiência física, 
auditiva, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências, tendo como eixo 
central a construção do projeto terapêutico singular;
Desenvolvimento de ações intersetoriais de promoção e prevenção à saúde em 
parceria com organizações governamentais e da sociedade civil;
Organização das demandas e dos fluxos assistenciais da Rede de Cuidados à 
Pessoa com Deficiência.
Garantia de acesso à reabilitação, visando à reinserção das pessoas com 
deficiência no campo do trabalho, da educação e da vida social;
Produção de oferta de informações sobre direitos das pessoas, medidas de 
prevenção e de cuidado, bem como sobre os serviços disponíveis na rede, por 
meio de cadernos, cartilhas e diretrizes de cuidado à pessoa com deficiência;
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
IMPORTANTE
A portaria nº 2.776, de 18 de dezembro de 2014- cuidado hospitalar 
de Alta Complexidade, aprova diretrizes gerais, amplia e incorpora 
procedimentos para a Atenção Especializada às Pessoas com Deficiência 
Auditiva no Sistema Único de Saúde (SUS).
17
Considerações finais
 Com esta leitura, conhecemos os marcos 
legais considerados fundamentais para a 
constituição da rede de atendimento às pessoas 
com deficiência auditiva e surdas.
 Nesse cenário, destacaram-se a Política 
Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) e 
a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no 
âmbito do SUS.
 O percurso histórico composto por essas 
importantes políticas foi muito importante para 
que pessoas com deficiência passassem a ser 
vistas com um outro olhar e tivessem a garantia de 
direitos básicos e essenciais à sua saúde.
Até a próxima!
Marcos regulatórios para estruturação da rede de atendimento às pessoas com deficiência auditiva e surdas
18
[1] BAPTISTA, T. W. F.; MATTOS, R. A. Sobre política - (ou o que achamos pertinente 
refletir para analisar políticas). In: MATTOS, R. A. de; BAPTISTA, T. W. de F. (org.). 
Caminhos para Análise das Políticas de Saúde. Série Interlocuções. Práticas, 
experiências e pesquisas em saúde. 1. ed. cap. 2, p. 83 – 129. Porto Alegre: Rede 
UNIDA, 2015. Disponível em: <http://editora.redeunida.org. br/project/caminhos-
para-analise-das-politicas-de-saude/>.
[2] BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. 
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – Versão Comentada. 
Brasília, 2008.
[3] BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. 
Tecnologia Assistiva. Comitê de Ajudas Técnicas, Brasília, 2009.
[4] BRASIL. Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Avanços das Políticas 
Públicas para as Pessoas com Deficiência: Uma análise a partir das Conferências 
Nacionais. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – Versão 
Comentada, Brasília, p. 1 – 2, 2008.
[5] VIEIRA, G. I. Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva: o caso do município 
de São Paulo. 2013. 183 p. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Saúde 
Pública - Mestrado em Ciências) — Universidade de São Paulo. Disponível em: 
<https:www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-16122013-133238/
publico/Gislene.pdf >.
[6] ANDRADE, C. L. et al. Programa Nacional de Atenção à Saúde Auditiva: avanços 
e entraves da saúde auditiva no Brasil. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, 
Salvador, v. 12, n. 4, p. 404 – 410, Dezembro, 2013. Disponível em: <https://
portalseer.ufba.br/index.php/cmbio/article/view/9181/6749>.
Referências
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[7] PEIXOTO, M. V. S.; CHAVES, S. C. L. Análise da implantação da política nacional 
de atenção à saúde auditiva. 2013. Dissertação (Mestrado) — Dissertação 
apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Saúde Coletiva, como 
requisito parcial para a obtenção do título de mestre em Saúde Comunitária. 
Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/11562/1/DISS%20 
MARCUS%20VALERIUS.%202013.pdf>.
[8] BRASIL. Portaria nº 2.073 de 28 de setembro de 2004. Institui a Política 
Nacional de Atenção à Saúde Auditiva. Diário Oficial da União, Ministério da Saúde, 
2004. Disponível em: <http: //bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/
prt2073_28_09_2004.html>.
[9] BRASIL. Portaria nº 587 de 07 de outubro de 2004. Diário Oficial da União. 
Ministério da Saúde, 2004. Disponível em: <http: //bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/sas/2004/prt0587_07_10_2004.html>.
[10] BEVILACQUA, M. C. et al. Contribuições para análise da política de saúde 
auditiva no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 16, n. 3, p. 
252 – 259, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbf/v16n3/04.pdf>.
[11] Brasil. Ministério da Saúde. Diálogo (bio) político sobre alguns desafios da 
construção da Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência do SUS. 
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
[12] DUBOW, C.; GARCIA, E. L.; KRUG, S. B. F. Percepções sobre a Rede de Cuidados à 
Pessoa com Deficiência em uma Região de Saúde. Saúde Debate, Rio de Janeiro,v. 
42, n. 117, p. 455 – 467, Abril-Junho 2018.
[13] BRASIL. MInistério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 4.279, de 30 de 
dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à 
Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 2010. Disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4279_30_12_2010.html
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