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A disciplina de Semiologia Aplicada à Fisioterapia propõe fornecer aos discentes conhecimentos e recursos teórico-práticos para realização da avaliação funcional das diversas disfunções musculoesqueléticas, qualificando-as e descrevendo-as, além de desenvolver a avaliação clínica e funcional para um diagnóstico correto, direcionar ou redirecionar um tratamento. Promove o direcionamento do raciocínio fisioterapêutico relativo ao diagnóstico funcional, o objetivo do tratamento e a sua evolução. OMBRO TESTE DE COÇADURA DE APLEY OBJETIVO: avaliação funcional rápida e inespecífica da mobilidade da cintura escapular. E quando o paciente faz os movimentos realizados no teste, coloca em tensão os tendões dos músculos do manguito rotador. PROCEDIMENTO: com o paciente sentado ou em pé, solicitar para que ele coloque a mão atrás da cabeça e toque o ângulo superior da escápula contralateral. Nesse movimento ocorre abdução, flexão e rotação externa do ombro. Com o paciente na mesma posição acima, solicitar para que ele coloque a mão atrás das costas e toque o ângulo inferior da escápula contralateral. Nesse movimento ocorre adução, extensão e rotação interna do ombro. RESULTADOS: se o paciente for capaz de realizar os movimentos acima significa que há uma boa capacidade funcional do complexo glenoumeral, porém se houver dificuldade ou presença de dor ao realizar o teste, pode ser indicativo de tendinite degenerativa de um dos tendões dos músculos do manguito rotador. TESTE DA QUEDA DO BRAÇO OBJETIVO: verificar rupturas no manguito rotador, mais comum do tendão supra-espinhoso. PROCEDIMENTO: paciente sentado e terapeuta atrás do paciente. A terapeuta solicita para o paciente abduzir o ombro além de 90°, e depois solicita ao paciente para aduzir o braço lentamente. RESULTADO: se o paciente for incapaz de aduzir o braço lentamente ou se o braço cair abruptamente, isto é indicativo de ruptura do manguito rotador, usualmente do supra-espinhoso. ● Rupturas maciças do manguito rotador ● 10% dos casos TESTE DE IMPACTO DE NEER OBJETIVO: avaliar o impacto do manguito rotador no terço anterior do acrômio. PROCEDIMENTO: o examinador flexiona roda internamente o ombro do paciente até a flexão anterior máxima, enquanto estabiliza a escápula com a outra mão. Essa manobra faz com que os tecidos do manguito rotador entre em contato com o terço anterior do acrômio, se o braço estiver em posição anatômica; e contra o ligamento coracoacromial, se o úmero estiver rodado internamente. RESULTADOS: o teste será positivo se o paciente sentir dor durante o movimento de flexão do ombro, indicando impacto das estruturas do manguito rotador contra o terço anterior do acrômio ou contra o ligamento coracoacromial, dependendo da posição do braço (já citada no item do procedimento). ● ”Choque “do manguito rotador ● Instabilidade multidirecional ● Lesão de AAC TESTE DE YERGASON OBJETIVO: avaliar presença de instabilidade no sulco bicipital. PROCEDIMENTO: paciente sentado ou em pé, estabilizar o cotovelo contra a lateral do tronco do paciente, cotovelo flexionado a 90°, ombro rodado internamente e antebraço pronado. O examinador fica com uma mão sobre a região do sulco bicipital e com a outra mão segura o punho do paciente. Neste momento é solicitado ao paciente uma rotação externa de ombro e supinação do antebraço contra a resistência do examinador. “A supinação resistida do antebraço e rotação externa do ombro tensionam o tendão bicipital e o ligamento umeral transverso” (CIPRIANO). RESULTADOS: “Dor espontânea localizada e/ou dor a palpação no tendão bicipital indica inflamação do tendão do bíceps ou tendinite. Se o tendão “saltar” fora do sulco bicipital, então suspeita-se de um ligamento umeral transverso frouxo ou rompido, ou um sulco bicipital raso congênito, fazendo o tendão subluxar” (CIPRIANO). TESTE DE SPEED OBJETIVO: avaliar tendinose e/ou lesão bicipital. PROCEDIMENTO: paciente sentado ou em pé, ombro flexionado a 90°, rotação externa, cotovelo estendido e antebraço supinado. O examinador coloca uma mão sobre o sulco bicipital e a mão oposta sobre o punho do paciente. Orientar o paciente para elevar o MS em direção ao teto contra a resistência do examinador. Este teste também pode ser realizado nos dois ombros simultaneamente. Esta manobra tensiona o tendão do bíceps no sulco bicipital. RESULTADOS: se o paciente apresentar dor localizada ou à palpação na área do sulco bicipital indica um teste positivo para tendinite bicipital. TESTE DE HAWKINS - KENNEDY OBJETIVO: avaliar a síndrome do impacto envolvendo o tendão do supra espinhoso. PROCEDIMENTO: paciente sentado ou em pé, terapeuta flexiona o ombro e o cotovelo do paciente a 90°. O examinador coloca uma mão sob a região distal do braço (próximo ao cotovelo) e com a outra mão apoiada sobre o punho, realiza uma rotação interna forçada sem resistência do paciente. Este movimento empurra o tendão supra-espinhoso contra a superfície anterior do ligamento coracoacromial e do processo coracóide. Resultados: a dor localizada é indicadora de tendinite do supra- espinhoso. Teste de Yocum É uma modificação do Teste de Hawkins-Kennedy. O paciente coloca a mão sobre o ombro oposto e o examinador eleva o cotovelo. Se o paciente sentir dor poderá indicar tendinose do supra espinhal ou impacto do tendão do supraespinhal contra a superfície anterior do ligamento coracoacromial e do processo coracóide. TESTE DE JOBE (ou do Supra-espinhal ou da “Lata Vazia”) OBJETIVO: avaliar a presença de tendinose do supra-espinhoso. PROCEDIMENTO: paciente sentado ou em pé, com ombro abduzido a 90°, adução horizontal a 30° e rotação interna (polegares voltados para baixo); cotovelo estendido. O examinador coloca a mão sobre o punho e solicita que o paciente faça uma força contra o teto, enquanto o mesmo oferece resistência ao movimento. Esta manobra pode ser realizada bilateral e simultaneamente. Este teste coloca em tensão o tendão do supra-espinhoso,além de comprimi-lo contra o arco acromial. RESULTADOS: se o paciente sentir dor ou fraqueza, é provável que há uma tendinite do supra-espinhoso. Teste de Patte (Infra-espinhal) Com o membro superior em abdução e o cotovelo em 90o de flexão realiza rotação externa contra a resistência do examinador. Dor,diminuição da força ou ausência de movimento são sinais de lesão do infra-espinhal. Teste de Gerber (Lift-off) Paciente em pé coloca dorso da mão a nível de L5 e tenta afastá-la ativamente das costas em rotação interna do braço. A incapacidade de fazê-lo ou de manter o afastamento do braço, indica lesão do músculo subescapular. Um movimento anormal da escápula durante o teste pode indicar instabilidade escapular. TESTE DE CISALHAMENTO (OU DESLIZAMENTO) ACROMIOCLAVICULAR OBJETIVO: verificar patologia da articulação acromioclavicular. PROCEDIMENTO: paciente sentado e terapeuta ao lado do membro a ser testado. O terapeuta cobre o m. deltóide com suas mãos (uma mão sobre a clavícula e a outra mão sobre a espinha da escápula). A seguir, o examinador comprime as mãos simultaneamente. RESULTADOS: se o paciente apresentar dor ou movimento anormal da articulação acromioclavicular, o teste é considerado positivo. TESTE DE APREENSÃO (GRANK TEST) PARA LUXAÇÃO ANTERIOR DE OMBRO OBJETIVO: verificar instabilidade do ombro (luxação). PROCEDIMENTO: paciente em decúbito dorsal e terapeuta ao lado do membro a ser testado. O examinador abduz a 90° o MS do paciente, e lentamente faz rotação externa de ombro. RESULTADOS: o teste é positivo quando o paciente apresenta um olhar de apreensão e resistência ao aumento da ADM. OBS: “Quando a dor predomina durante o teste de apreensão (Grank Test) e desaparece durante o teste de relocação, o diagnóstico é de instabilidade anterior da atic. glenoumeral ou da artic. escápulo torácica com impacto secundário” (MAGEE, p.250). “Quando a apreensão predomina durante o teste de apreensão e desaparece durante o teste de relocação, o diagnóstico é de instabilidade, subluxação ou luxação glenoumeral”(MAGEE, p. 250). TESTE DE ROCKWOOD OBJETIVO: testar a integridade do ligamento glenoumeral inferior, da cápsula anterior, dos tendões do manguito rotador e do labro glenóide. PROCEDIMENTO: paciente sentado ou em decúbito dorsal. Terapeuta atrás do paciente (quando sentado) e ao lado do membro a ser testado (quando paciente em decúbito dorsal). O examinador roda externamente o membro do paciente com o braço em posição neutra. Repetir o teste com o braço a 45° de abdução, a seguir a 90°e depois a 120° de abdução. RESULTADOS: o teste será positivo, se o paciente apresentar acentuada apreensão a 90°, com dor. A 45° e 120°, deve haver mais dor com ligeira apreensão. A 0° raramente a alguma apreensão. O paciente pode relatar que a sensação que experimenta durante o teste é igual a que ele sentiu quando o ombro luxou anteriormente. Sinal do sulco objetivo: detectar uma instabilidade glenoumeral inferior procedimento: realizar uma tração inferior de úmero sino positivo: presença de uma depressão ou sulco abaixo do acrômio. Discinesia Escapular • Exposição da borda medial durante o movimento no plano escapular • Graus I a IV • Teste de Scaption ( avaliar a presença tem discinesia ) • SRT ( Scapular Retraction Test) • SAT ( Scapular Assistant Test) • CONFIRMAR A RELEVÂNCIA CLÍNICA DA DISCINESIA COTOVELO Teste de esforço/stress em varo e valgo Objetivo: avaliar a estabilidade em varo e em valgo do cotovelo. Procedimento: paciente sentado, cotovelo flexionado (20º a 30º). Com uma das mãos o terapeuta estabiliza o MS na altura do cotovelo e a outra mão segura o antebraço acima do punho (veja figura abaixo). A partir desta posição o terapeuta aplica uma força de adução (ou em varo) sobre a região distal do antebraço para testar o LCL do cotovelo. A seguir, o terapeuta aplica uma força em abdução (ou em valgo) sobre o antebraço para testar o LCM no cotovelo. RESULTADO: O teste será positivo quando o examinador observar presença de frouxidão. TESTE DO COTOVELO DE TENISTA Objetivo: Detectar a presença de epicondilite lateral de cotovelo. Dor na origem dos músculos extensores do punho e dedos (M. ext. radial curto do carpo; ext. dos dedos; ext. do dedo mínimo e ext. ulnar do carpo). Procedimento: Paciente sentado, cotovelo estabilizado pela mão direita do terapeuta com o polegar no epicôndilo lateral. Peça ao paciente para fechar e estender o punho. A seguir, o terapeuta coloca a mão livre sobre o dorso da mão do paciente e faz uma força contrária ao movimento, ou seja uma flexão de punho. Resultado: O teste será positivo se o paciente sentir dor súbita no epicôndilo lateral do úmero. TESTE DE COZEN Objetivo: Verificar a presença de epicondilite lateral de cotovelo. Procedimento: Paciente sentado, cotovelo estabilizado pela mão direita do terapeuta com o polegar no epicôndilo lateral. Peça ao paciente para fechar e estender o punho, realize uma pronação e desvie radialmente e estenda o punho enquanto o terapeuta aplica uma resistência contra o movimento. Resultado: considerado positivo se o paciente relatar dor intensa e súbita no epicôndilo lateral do úmero. TESTE DE MILL Objetivo: Verificar a presença de epicondilite lateral de cotovelo Procedimento: Paciente sentado, cotovelo estabilizado pela mão direita do terapeuta com o polegar no epicôndilo lateral. O examinador realiza passivamente pronação, flexão total de punho e extensão do cotovelo. Resultado: O teste será positivo se o paciente sentir dor súbita no epicôndilo lateral do úmero. Esta manobra também coloca em estresse o nervo radial, em presença de uma compressão desse nervo, acarreta sintomas semelhantes aos do cotovelo do tenista. TESTE DE EXTENSÃO DO 3° DEDO Objetivo: Verificar a presença de epicondilite lateral de cotovelo. Procedimento: Paciente sentado, terapeuta aplica resistência contra a extensão do terceiro dedo dista a articulação IFP, colocando em estresse o tendão do músculo extensor do dedo. Resultado: Considerado positivo se o paciente relatar dor intensa e súbita no epicôndilo lateral do úmero. TESTE DO COTOVELO DE GOLFISTA Objetivo: Verificar a presença de epicondilite lateral de cotovelo. Procedimento: Paciente sentado, cotovelo estabilizado pela mão do terapeuta com o indicador no epicôndilo medial. A seguir, o examinador coloca passivamente o antebraço do paciente em supinação, cotovelo em extensão e pede para ele flexionar o punho contra resistência. Resultado: Considerado positivo se o paciente relatar dor intensa e súbita no epicôndilo lateral do úmero. TESTE DE PREENSÃO EM PINÇA Objetivo: Verificar patologia do nervo interósseo anterior (ramo do nervo mediano) Procedimento: Paciente sentado, o examinador pede ao paciente para fazer movimento de pinça com o dedo indicador e polegar Em condições normais o pinçamento deve ser ponta de dedo com ponta de dedo. Resultado: Positivo quando o pinçamento for polpa do dedo com polpa do dedo. Isto pode indicar lesão no nervo interósseo anterior. Também pode indicar síndrome de compressão do nervo interósseo anterior em seu trajeto entre as duas cabeças do M. pronador redondo. TESTE PARA SÍNDROME DO PRONADOR REDONDO Objetivo: Verificar presença da síndrome Procedimento: Paciente sentado, cotovelo flexionado a 90°. O terapeuta aplica uma fonte de resistência contra a pronação. Resultado: Considerado positivo quando o paciente refere formigamento ou parestesia na distribuição do nervo mediano no antebraço e mão. SINAL DE WARTENBERG Objetivo: Verificar presença de neuropatia do nervo ulnar. Procedimento: Paciente sentado e as mãos repousando sobre a maca. O terapeuta afasta passivamente os dedos do paciente e solicita que ele os aproxime de novo. Resultado: Considerado positivo para neuropatia do nervo ulnar, quando o paciente é incapaz de aproximar o dedo mínimo ao restante da mão. O nervo ulnar controla a adução dos dedos. SINAL DE TINEL Objetivo: Avaliar a sensibilidade de um nervo. Este teste também serve para provocar dor causada por neurite ou neuroma do nervo ulnar. Procedimento: Paciente sentado ou em pé, o examinador realiza a percussão do nervo ulnar no sulco entre o olécrano e o epicôndilo lateral. Resultado: Considerado positivo quando o paciente refere formigamento excessivo na distribuição do nervo ulnar no antebraço e na mão, distal ao ponto de compressão do nervo. AVALIAÇÃO PUNHO E MÃO TESTE DE FINKELSTEIN Objetivo: Determinar a presença da Doença de Quervain ou de Hoffman (tenossinovite estenosante dos tendões da tabaqueira anatômica) Procedimento: Solicitar ao paciente para cerrar o punho com o polegar na palma da mão. O terapeuta com uma mão estabiliza o antebraço e com a outra segura na mão do paciente e realiza um desvio ulnar. Resultado: Considerado positivo se o paciente referir dor no processo estilóide do rádio sobre os tendões abdutor longo do polegar e extensor longo e curto do polegar. TESTE DE PHALEN Objetivo: Verificar presença da Síndrome do Túnel do Carpo (causada por compressão do nervo mediano). Procedimento: O examinador flexiona os punhos do paciente ao máximo aproximando-os e mantém por 1 minuto. Resultado: Considerado positivo se o paciente relatar formigamento na mão ao longo da distribuição do nervo mediano (nos dedos polegar, indicador, médio e lateral do anular). Obs. A compressão do nervo mediano ocorre por inflamação do retináculo do músculo flexor, luxação anterior do osso semilunar, artrite ou tenossinovite dos tendões flexores dos dedos. TESTE DE PHALEN INVERTIDO Objetivo: Verificar presença da Síndrome do Túnel do Carpo (causada por compressão do nervo mediano). Procedimento: O examinador estende o punho e solicita ao paciente para apertar sua mão. A seguir, aplica uma pressão direta sobre o túnel do carpo durante 1 minuto. Outra maneira de realizar o teste: solicite que o paciente junte as mão (em forma de prece) e as leve em direção a cintura mantendo as palmas totalmente em contato e provocando uma extensão de de punho. Resultado: Considerado positivo se o pacienterelatar formigamento na mão ao longo da distribuição do nervo mediano (nos dedos polegar, indicador, médio e lateral do anular).
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