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EXAME FÍSICO Sistema Respiratório Semiologia e semiotécnica 3º período Professora Enfª Vanessa Albuquerque Objetivos Descrever estruturas e funções das vias respiratórias superiores e inferiores Explicar as técnicas adequadas para uma avaliação respiratória abrangente Reconhecer achados considerados fisiológicos e alterados Avaliar os principais sintomas de disfunção respiratória SISTEMA RESPIRATÓRIO Extração de oxigênio do ambiente Transporta pro pulmão, troca por dióxido de carbono nos alvéolos Devolve dióxido de carbono para o ambiente O2 O2 co2 CO2 SISTEMA RESPIRATÓRIO Vias aéreas superiores Vias aéreas inferiores • Condução do ar para vias aéreas inferiores • Proteção das vias aéreas inferiores contra corpos estranhos e aquecimento • Filtração e umidificação do ar • Condução do ar • Troca gasosa PROCESSOS DE SUSTENTAÇÃO DA VIDA • Respiração: processo completo de troca gasosa entre o ar atmosférico e o sangue e entre o sangue e as células do corpo. O movimento de ar para dentro e para fora das vias respiratórias repõe continuamente o oxigênio e remove o dióxido de carbono das vias respiratórias e dos pulmões. • Ventilação: movimento das paredes da caixa torácica e do diafragma. Aumento e diminuição alternada da capacidade do tórax • Troca gasosa: alvéolos irrigados por capilares Inspiração: o ar entra através da traqueia, move-se para os brônquios, bronquíolos e alvéolos Expiração: os pulmões recuam e forçam o ar para fora através dos brônquios e da tranqueia P u lm ão in su fl a P are d e to rácica e d iafragm a reto rn am as p o siçõ es n o rm ais RESISTÊNCIA E COMPLACÊNCIA • Variação de pressão de ar • Resistência: para suportar essas variações de pressão e conduzir volume pulmonar e velocidade de fluxo de ar. Situações que afetam a resistência pulmonar modificam a taxa de fluxo e é necessário esforço respiratório maior para alcançar níveis adequados de ventilação • Complacência: elasticidade e capacidade de expansão dos pulmões Pulmões podem ficar distendidos (enfisema) ou recolhidos/rígidos (obesidade, derrame pleural, fibrose pulmonar). Quando comprometida, ela exige maior gasto energético para alcançar níveis de ventilação adequados. AVALIAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO • Anamnese: avaliando queixas • Exame físico: inspeção, palpação, percussão e ausculta • Mudanças do padrão respiratório podem ser súbitas, a enfermagem por estar 24 horas na companhia do paciente, tem um papel fundamental na identificação das mudanças clínicas SINAIS E SINTOMAS COMUNS Dispneia Dificuldade respiratória que pode ser relatada ou observada O paciente pode definir como falta de ar, sufocamento, aperto no peito, perda de fôlego ou respiração curta O examinador deve observar uso de musculatura acessória, retração de fossa supraesternal e supraclavicular e batimento de asas de nariz Perguntar como e quando surge (repouso ou exercício), se é quando deita (ortopneia), se é constante, se ocorre a noite (dispneia paroxística noturna), se vem acompanhada de outros sintomas Avaliar estado emocional (dispneia psicogênica) Súbita: pneumotórax, embolia pulmonar, infarto. Podem ter causas além das respiratórias: anemia, obesidade, cardiopatias, febre, acidose metabólica Taquipneico Eupneico Bradpneico *em ar ambiente SINAIS E SINTOMAS COMUNS Tosse Resposta reflexa a estímulos externos (poeira, ar) ou internos (muco, pus, sangue), irritantes as vias respiratórias Quando iniciou? Frequência, relação temporal ou postural, se é dolorosa. Seca ou produtiva. Produtiva visa eliminar secreções acumuladas. Seca é fenômeno irritativo por estímulo mecânico ou químico SINAIS E SINTOMAS COMUNS Expectoração Reação dos pulmões. Infecção bacteriana, bronquite viral, edema pulmonar, tumor de pulmão, abscesso pulmonar, atelectasia, bronquiectasia Escarro deve ser caracterizado: cor (claro, amarelo, verde, róseo, sanguinolento), odor, quantidade, qualidade (aquoso, mucoide, espumoso ou espesso) Sangue: estrias ou pontos de sangue, muco tingido ou sangue puro Hemoptise: sangue puro expectorado, vermelho-vivo espumoso, podendo se tornar escuro ou acastanhado. Diferente de hematêmese SINAIS E SINTOMAS COMUNS Dor torácica Cardíaca ou pulmonar? Pulmonar – queimação, constante persistente ou aguda, pontada e associada ao movimento respiratório Tecido pulmonar e pleura são insensíveis a dor (doença pulmonar nem sem sempre causa dor). Dor está relacionada a vias aéreas, parede torácica, diafragma ou estruturas mediastinais e geralmente melhora quando deita ou imobiliza o lado afetado Localização e intensidade, qualidade, irradiação, fatores precipitantes e sua relação com posição e fase inspiratória ou expiratória SINAIS E SINTOMAS COMUNS Rouquidão Alteração da laringe ou cordas vocais Tumores de cabeça e pescoço Avaliar tempo de surgimento, se é constante e persistente ANAMNESE Caracterizar cada um dos sintomas relatados • início e duração, intensidade, fatores desencadeadores e amenizadores • Características dos achados História clínica pregressa e familiar • Doenças da infância (asma, bronquite, pneumonia, infecções virais) • Alergias • Imunizações • Internações e visitas a pronto atendimento por problemas respiratórios • Presença de doenças crônicas pulmonares na família, conviventes tabagistas História profissional e estilo de vida • Local e objeto de trabalho • Condições de moradia • Tabagismo ANAMNESE Condições atuais e atuais e seus problemas respiratórios progressivos Queixas História patológica pregressa História familiar Atividade física Caracterização dos sintomas: frequência, surgimento (gradual ou súbito), tempo, alivio e agravante Como afeta atividades de vida Sono e repouso Hábitos nocivos, autopercepção, autocuidado Perda de peso EXAME FÍSICO ✓INSPEÇÃO ✓PALPAÇÃO ✓PERCUSSÃO ✓AUSCULTA MARCOS ANATÔMICOS DO TÓRAX ÁPICE BASE MARCOS ANATÔMICOS DO TÓRAX MARCOS ANATÔMICOS DO TÓRAX INSPEÇÃO DO PACIENTE • Inspeção estática • Cicatrizes • Coloração da pele (cianose) • Lesões • Pelos e sua distribuição • Baqueamento digital • Circulação colateral • Abaulamentos • Retrações INSPEÇÃO DO PACIENTE – TIPOS DE TÓRAX CHATO TONEL INFUNDILIFORME OU PECTUS ESCAVATUM PEITO DE POMBO (PECTUS CARINATUM) EM SINO CIFOESCOLIÓTICO INSPEÇÃO DO PACIENTE • Inspeção dinâmica • Movimentação da caixa torácica • Frequência respiratória • Respiração abdominal e diafragmática • Sinais de esforço respiratório SINAIS DE ESFORÇO RESPIRATÓRIO FREQUÊNCIA RESPIRATÓRA Eupneia. Em ar ambiente ou em suporte de oxigênio Taquipneia: rápida e superficial. Doença pulmonar restritiva, febre, dor torácica. Bradipneia: lenta e superficial. Fisiológica durante o sono e em atletas. Coma, depressão do centro respiratório. Hiperpneia: rápida e profunda. Fisiológica pós exercício. Ansiedade, acidose metabólica ou lesões neurológicas FREQUÊNCIA RESPIRATÓRA Kussmaul. Profunda, pode ser rápida, normal ou lenta. Inspirações rápidas e amplas. Acidose metabólica, cetoacidose diabética, insuficiência renal Cheyne-Stokes: dispneia periódica, respiração lenta e superficial que gradualmente vai se tornando rápida e profunda, alternando períodos de apneia. Sensibilidade anormal do centro bulbar. Biot: atáxica. Irregular. Lentas ou rápidas, profundas ou superficiais. Depressão respiratória e lesão neurológica do centro bulbar. Platipneia: Dificuldade na posição ereta e melhora ao deitar Ortopneia: dificuldade de respirar deitado Trepopneia: confortável em decúbito lateral PALPAÇÃO • PALPAÇÃO DA TRAQUEIA: Observa o espaço entre ela e o músculo esternocelidomatoideo. Deve ser simétrico em ambos lados. Deve ser suavemente deslocada de um lado para o outro ao longo de sua extensão. Pesquisa massas e desvio de linha média PALPAÇÃO • ESTRUTURA DA PAREDE TORÁCICA: Com a base palmar ou face ulnar da mão contra o tóraxdo paciente Avaliar simetria e amplitude dos movimentos respiratórios, crepitação, dor, tônus muscular, massas, edema e frêmito palpável PALPAÇÃO • EXPANSIBILIADADE TORÁCICA: Deve ser feita em ápice e em base de pulmão Avaliar simetria e amplitude da expansibilidade Observar o movimento dos polegares Baixa expansibilidade pode ser: pleurisia, fratura, obstrução brônquica PALPAÇÃO FRÊMITO TORACOVOCAL: Vibração do ar através da parede torácica durante a fonação Peça ao paciente que falei “trinta e três” Frêmito pode ser inalterado, aumentado ou diminuído Aumentado: condensação pulmonar, pneumonia Diminuído: afastamento do pulmão da caixa torácica – derrame, pneumotórax FRÊMITO BRÔNQUICO: Provocado pela vibração das secreções nos brônquios durante a respiração. Pode alterar com a mobilização dessas secreções (tosse ou decúbito) PERCUSSÃO • Técnica que ajuda determinar se os tecidos estão cheios de ar, líquido ou se são sólidos. Em localizações simétricas, do ápice para a base. Nível a nível, de um lado para o outro “zig zague” PERCUSSÃO – pra lembrar (3D) Direta Dígito-digital PERCUSSÃO • SONS PULMONARES Normalmente o tecido pulmonar apresenta: som ressonante ou claro pulmonar, com timbre grave e oco. Hipersonoros: aumento de ar nos pulmões ou no espaço pleural, são sons mais intensos e mais graves que o claro pulmonar. Geralmente encontrados no pneumotórax e enfisema pulmonar (aumento do espaço entre a caixa torácica) PERCUSSÃO Sons maciços: sob regiões de condensações pulmonares. Ocorrem na pneumonia, derrame pleural e no tumor, devido a redução ou inexistência de ar no interior dos alvéolos. O ar é substituído por tecido líquido ou sólido São ruídos secos identificados normalmente sobre a coxa ou ossos. Sub maciços: ocorrem nas mesmas circunstâncias dos sons maciços, porém são mais suaves e de alta frequência. Como é o som de percussão do fígado. Comum em pneumonia Som timpânico: é oco, semelhante a um tambor, é audível em pneumotórax ou se houver algum espaço repleto de ar PERCUSSÃO AUSCULTA • Parte mais importante para avaliar fluxo aéreo. Consiste em ouvir ruídos torácicos com o estetoscópio durante o ciclo respiratório. • Deve ser realizada preferencialmente com o paciente sentado, enquanto ele respira com a boca semiaberta • Deve-se seguir os mesmos pontos e técnica da percussão, substituindo as mãos pelo estetoscópio • Cuidado com desconforto de hiperventilação AUSCULTA - SONS FISIOLÓGICOS SOM TRAQUEAL •Áreas de projeção da traqueia – região supraesternal • Intensos, agudos SOM BRÔNQUICO •Áreas de projeção da traqueia e de brônquios de maior calibre • Intenso, agudo e oco MURMÚRIO VESICULAR (MV+) •Audível em toda extensão do tórax, mais intenso em base pulmonar •Grave e suave •Pneumotórax, derrame, enfisema, dor, obstrução traqueal e edema de glote podem deixa-los diminuídos SOM BRONCOVESICULAR •Soma do som brônquico com o MV •Auscultado em ápice (1º e 2º EIC) https://youtu.be/xnubmmeDWrw https://youtu.be/xnubmmeDWrw AUSCULTA – RUÍDOS ADVENTÍCIOS (RA+) • São sons anormais que sobrepõem os fisiológicos • Quando auscultados deve-se observar: intensidade, timbre, duração (fase insp ou exp ou ambas), localização e qualquer alteração após tosse ou modificação de posição do paciente. CREPITAÇÃO • Audíveis quando ocorre abertura súbita de pequenas vias aéreas contendo pequena quantidade de líquido • Podem ser auscultadas durante as duas fases da respiração • Não desaparecem com tosse ou mudança de posição • Edema pulmonar, fibrose, bronquite, bronquiectasia e pneumonia • Reprodução: esfregar uma mecha de cabelo com a ponta dos dedos perto do ouvido • Subcrepitantes: rompimento de pequenas bolhas auscultado ao final da inspiração e início da expiração https://youtu.be/z4Fu1udzrTw https://youtu.be/z4Fu1udzrTw RONCOS • Passagem do ar por estreitos canais repletos de líquidos ou secreção • Relacionado a produção excessiva de muco • Podem ser auscultados na inspiração e na expiração, com predomínio na expiração • Somem com a tosse • Pneumonia, bronquite, bronquiectasia https://youtu.be/nokZ5sNt3fA https://youtu.be/nokZ5sNt3fA SIBILOS • Passagem do ar por vias estreitadas • Audíveis nas duas fases da respiração • Quando intensos, podem ser audíveis sem o estetoscópio • Sons musicais ou sussurrantes – sopro • Asma, broncoconstrição, presença de corpos estranhos https://youtu.be/1-ushapZVlg https://youtu.be/1-ushapZVlg ATRITO PLEURAL • Inflamação pleural • Mais intenso na inspiração]Estalo ou roçar entre dois pedaços de couro • Pleurite, pneumonia e infarto pleural https://youtu.be/xxVvxdoAUPk https://youtu.be/xxVvxdoAUPk CORNAGEM OU ESTRIDOR • Obstrução no nível da laringe e/ou traqueia • Mais marcante na inspiração • Laringite, edema de glote, corpos estranhos, câncer de laringe e estenose de traqueia https://www.youtube.com/watch?v=IEmtZkh9wjk&ab_channel=Enfer meiroFabianoVitorianoProfiss%C3%A3oEnfermagem https://www.youtube.com/watch?v=IEmtZkh9wjk&ab_channel=EnfermeiroFabianoVitorianoProfiss%C3%A3oEnfermagem https://www.youtube.com/watch?v=IEmtZkh9wjk&ab_channel=EnfermeiroFabianoVitorianoProfiss%C3%A3oEnfermagem EVOLUÇÃO • Caracterizar tipo de tórax, expansibilidade torácica (simétrica, preservada ou assimétrica, reduzida à direita ou esquerda ou reduzida em toda extensão do tórax) • Frêmito brônquico e toracovocal aumentado ou diminuído • Ausculta pulmonar: MV+ (murmúrio vesicular presente) ARA (ausência de ruídos adventícios) ou MV- e RA+ (descrever) • Oxigenção: Eupneico em ar ambiente, ou caracterizar alteração na respiração. Ou com suporte de oxigênio com cateter tipo óculos ou máscara (descrever quantidade de oxigênio mantida) • Ou paciente em VM (ventilação mecânica) sob TOT (tuboorotraqueal) ou TQT (tranqueostomia) Principais diagnósticos de enfermagem Padrão respiratório ineficaz Fadiga Intolerância a atividade Desobstrução ineficaz de vias aéreas Risco de sufocação Troca de gases prejudicada Risco de aspiração Falta de adesão Ansiedade Conforto prejudicado Ventilação espontânea prejudicada Slide 1: EXAME FÍSICO Sistema Respiratório Slide 2: Objetivos Slide 3: SISTEMA RESPIRATÓRIO Slide 4: SISTEMA RESPIRATÓRIO Slide 5: PROCESSOS DE SUSTENTAÇÃO DA VIDA Slide 6: RESISTÊNCIA E COMPLACÊNCIA Slide 7: AVALIAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO Slide 8: SINAIS E SINTOMAS COMUNS Slide 9: SINAIS E SINTOMAS COMUNS Slide 10: SINAIS E SINTOMAS COMUNS Slide 11: SINAIS E SINTOMAS COMUNS Slide 12: SINAIS E SINTOMAS COMUNS Slide 13: ANAMNESE Slide 14: ANAMNESE Slide 15: EXAME FÍSICO Slide 16: MARCOS ANATÔMICOS DO TÓRAX Slide 17: MARCOS ANATÔMICOS DO TÓRAX Slide 18: MARCOS ANATÔMICOS DO TÓRAX Slide 19: INSPEÇÃO DO PACIENTE Slide 20: INSPEÇÃO DO PACIENTE – TIPOS DE TÓRAX Slide 21: INSPEÇÃO DO PACIENTE Slide 22: SINAIS DE ESFORÇO RESPIRATÓRIO Slide 23: FREQUÊNCIA RESPIRATÓRA Slide 24: FREQUÊNCIA RESPIRATÓRA Slide 25: PALPAÇÃO Slide 26: PALPAÇÃO Slide 27: PALPAÇÃO Slide 28: PALPAÇÃO Slide 29: PERCUSSÃO Slide 30: PERCUSSÃO – pra lembrar (3D) Slide 31: PERCUSSÃO Slide 32: PERCUSSÃO Slide 33: PERCUSSÃO Slide 34: AUSCULTA Slide 35: AUSCULTA - SONS FISIOLÓGICOS Slide 36: AUSCULTA – RUÍDOS ADVENTÍCIOS (RA+) Slide 37: CREPITAÇÃO Slide 38: RONCOS Slide 39: SIBILOS Slide 40: ATRITO PLEURAL Slide 41: CORNAGEM OU ESTRIDOR Slide 42: EVOLUÇÃO Slide 43: Principais diagnósticos de enfermagem
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