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Tra��� I - Cir����a ME���R�� 2022 Tra��� de Tóra� Pri���p�i� Lesões ● Pneumotórax - hipertensivo e aberto ● Tórax instável e contusão pulmonar ● Hemotórax ● Tamponamento cardíaco ● Lesão de aorta Pne����óra� Pne����óra� Hip����n�i�� É uma lesão que funciona com um mecanismo de valva, impedindo a saída de ar, como um “saco de papel”. As suas principais causas são: ● Ventilação mecânica; ● Iatrogenias (punção de vaso); ● Trauma contuso; ● Trauma penetrante. As manifestações clínicas são acerca do acometimento ventilatório e hemodinâmico (o qual pode levar a choque obstrutivo), sendo os principais achados: ● Murmúrio vesicular diminuído ou abolido; ● Hipertimpanismo; ● Desvio de mediastino para o lado contralateral - esse desvio pode resultar na dobra dos vasos de base (cava e aorta), impedindo o fluxo sanguíneo e levando a um choque obstrutivo); ● Turgência jugular; ● Hipotensão. O diagnóstico é inteiramente clínico, sem necessidade de exames complementares. Porém, havendo um FAST de prontidão no local, pode ser utilizado. A conduta imediata é uma toracocentese de alívio do lado do pneumotórax, puncionando o 4º ou 5º EIC anterior a linha axilar média em adultos ou o 2º EIC em linha hemiclavicular em crianças. A conduta definitiva é uma toracotomia ou drenagem em selo d’água, feita no 5º EIC anterior a linha axilar média. Se o paciente não apresentar melhora após a drenagem: 1. Checar a técnica. 2. Se a técnica estiver correta, pensar em lesão de grande via aérea (observa-se borbulhamento intenso no selo d’água e não há reexpansão do parênquima pulmonar). O dreno não é suficiente para todo o ar saindo desta lesão. O diagnóstico de lesão de grande via aérea é dado por broncoscopia. Caso seja confirmado, a conduta imediata é inserção de um 2º dreno e IOT seletiva do pulmão sadio. Do mesmo modo, a conduta definitiva é uma toracotomia de emergência para reparo desta lesão, pois ela não é capaz de cicatrizar sozinha. Observação! A toracotomia de urgência está indicada nos casos de hemotórax maciço, lesão penetrante com tamponamento cardíaco, lesões de vasos nobres ou traqueobronquiais ou esofagianas. Pne����óra� Abe��� É uma lesão sem o mecanismo de valva, de modo que o ar entra pelo local de menor resistência e se acumula no tórax. Trata-se de uma lesão > ⅔ do diâmetro da traqueia que, diferente do pneumotórax hipertensivo, não apresenta desvio de mediastino. A conduta imediata é um curativo de 3 pontas, que colaba e não deixa entrar Tra��� I - Cir����a ME���R�� 2022 mais ar durante a inspiração e permite a saída de ar durante a expiração, para assim evitar que evolua para um pneumotórax hipertensivo. A conduta definitiva é uma toracotomia (drenagem em selo d’água) e fechamento da lesão após a drenagem. Pne����óra� Sim���s Normalmente é espontâneo, estando associado a pacientes jovens, hígidos e longilíneos que desenvolvem pneumotórax simples por esforço, e também a fumantes (ocorrência de bolhas pulmonares) e portadores de DPOC (grande quantidade de áreas com risco de rompimento devido a componente enfisematoso). Não é necessário drenar na maioria dos casos, pois o organismo consegue lidar com pequenas quantidades de ar. A drenagem está indicada em casos de: ● Transporte aéreo; ● Ventilação mecânica. Tóra� In��áve� Ocorre na presença de fraturas em ≥ 2 arcos costais consecutivos em ≥ 2 pontos de cada arco, deixando um segmento da parede torácica instável, de modo que não acompanha mais a caixa torácica. A apresentação clínica é dor (quando a pressão intratorácica negativa, a parte instável colaba e atinge a pleura) e respiração paradoxal (movimento respiratório contrário). A conduta é feita com medidas de suporte, principalmente analgesia e fornecimento de O2. A principal complicação vem de o paciente estar com dor intensa ao respirar, de modo que ele diminui o drive respiratório para diminuir a dor, por isso a importância da analgesia. Observação! Pode ocorrer tórax instável sem contusão pulmonar e contusão pulmonar sem tórax instável, principalmente em crianças. Con���ão Pul����r Ocorre por meio do impacto com a caixa torácica. O paciente apresenta dor ao respirar, de modo que diminui o drive respiratório, levando a colabamento e, então, a consolidações. O diagnóstico é feito por meio de visualização de consolidações no RX de tórax, as quais podem demorar cerca de 4 horas para aparecer. É importante fazer o diagnóstico diferencial com atelectasia, lembrando que: ● Atelectasia por outras causas respeitam a segmentação pulmonar; ● Atelectasia por contusão, devido ao acúmulo de debri, não respeita a segmentação pulmonar. A conduta é baseada em medidas de suporte (analgesia e oferta de O2, com oximetria de pulso de gasometria para avaliação) e fisioterapia respiratória. Pode ser necessário IOT e ventilação mecânica nos casos de hipoxemia (SatO2 < 90% ou PaO2 < 60 mmHg). Hem��óra� Ocorre devido a lesão de vasos intercostais ou do parênquima e, por ser uma lesão de vasos de baixa pressão, normalmente é auto-limitada, pois param de sangrar sozinhos. Os achados clínicos são murmúrio vesicular diminuído em local da lesão associado a macicez à percussão. Tra��� I - Cir����a ME���R�� 2022 A conduta é drenagem em selo d’água - caso não seja realizada, a área vai fibrosar e levar a encarceramento pulmonar. É importante, também, para avaliar o débito sanguíneo. Hem��óra� Mac�ço Nesses casos, provavelmente há outra lesão vascular, não só de pequenos vasos. É diagnosticado quando a drenagem inicial é > 1500 ml ou há uma drenagem constante > 200-300 ml/h após, ou quando o paciente persiste com necessidade de hemotransfusão após a drenagem inicial. A conduta é a toracotomia, lembrando de transfundir sempre que necessário e o quanto antes. Havendo o dispositivo adequado no local, a autotransfusão é indicada. Tamponamento Cardíaco É o acúmulo de líquido (150-200 ml) no saco pericárdico, o que impede o relaxamento total do músculo. Os achados clínicos clássicos formam a tríade de Beck: ● Turgência jugular - o coração não consegue aguentar o retorno venoso ● Hipotensão ● Hipofonia de bulhas A tríade inteira não precisa estar presente. Lembrando que, diferente do pneumotórax, a ausculta respiratória estará normal. O diagnóstico é clínico + FAST. A conduta inicial e provisória é a pericardiocentese, com retirada de 15-20 ml do líquido. O tratamento definitivo é feito com toracotomia e reparo da lesão. Lesão de Aor�� É a laceração da aorta, que ocorre em um local de fixação da aorta, normalmente ao nível do ligamento arterioso (antigo ducto arterioso). Observação! Os locais de fixação da aorta são: - ligamento arterioso; - diafragma; - coração. O sangramento irá causar um hematoma na região. Além disso, a clínica é pobre, com poucos achados, por isso é importante investigar se o paciente apresentar: ● Pulso em MMSS “normal”; ● Pulso fraco em MMII. Os achados no RX de tórax incluem: ● Alargamento do mediastino (> 8 cm) ● Perda de contorno aórtico ● Desvio de mediastino para a direita (TOT, traqueia). O diagnóstico é feito por aortografia (padrão outro) ou angioTC (mais realizada na prática por ser mais disponível). Conduta: 1. Tratar as lesões a. O hematoma mantém tamponado por até 24h; b. Manter FC < 80 bpm e PAM 60-70 mmHG; c. Pode fazer betabloqueador para segurar FC e PA; d. Não dar muito volume para não sobrecarregar. 2. Toracotomia ou reparo endovascular.
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