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1 ADESÃO ➜ “Atração molecular ou atômica entre duas superfícies em contato, promovida pela força de atração interfacial entre as moléculas ou átomos de duas diferentes espécies; pode ser do tipo químico, mecânica (embricamento estrutural), ou uma combinação dos dois tipos.” Sistema adesivo odontológico • Promove resistência à separação de um substrato aderente (ou seja, esmalte, dentina, metal, compósito, cerâmicas) de um material restaurador ou de cimentação; • Distribui tensão (estresse) ao longo da superfície de colagem; • Sela a interface através de colagem adesiva entre a dentina e/ou esmalte e o material restaurador, aumentando a resistência à microinfiltração e diminuindo o risco de sensibilidade pós- operatória, manchamento marginal e cárie secundária. Princípios da adesão ✓Aderência → por meio da limpeza superficial do substrato dentário; ✓Molhamento → facilidade em se espalhar superficialmente; ✓Adaptação íntima → evita o encapsulamento de ar ou de outros materiais no seu interior; ✓Resistência física, química e mecânica; ✓Nível de polimerização → minimiza os processos de degradação higroscópica e hidrolítica. ✓Tensão superficial ✓Molhamento ✓Ângulo de contato ✓Energia Livre de Superfície capacidade de reagir, ser molhada, impregnada pelos líquidos. Além dessas características, que são fundamentais para se obter adesão satisfatória, o tipo e a qualidade do substrato dentário influenciam significativamente a qualidade final da interface de união. 2 Composição química do esmalte e da dentina Fase orgânica (2%) + Fase mineral (97%) + Água (1%) Esmalte Fase orgânica (20%) + Fase mineral (70%) + Água (10%) Dentina ↪ A micromorfologia diferenciada entre esmalte e dentina também influencia o modo de formação da camada híbrida. Adesão ao esmalte ➜ A disposição irregular dos prismas torna o esmalte um substrato propício à adesão, pois, após aplicação de um ácido (condicionamento ácido), uma dissolução seletiva da superfície é estabelecida, tornando-o superficialmente poroso e, por conseqüência, favorável ao processo adesivo. Microrretensões mecânicas são formadas na porção superficial de sua estrutura. Além de produzir microporosidades superficiais, o condicionamento ácido é responsável pelo aumento da energia superficial do esmalte, com melhor molhamento, tornando-o mais receptivo ao adesivo e, assim, facilitando a difusão de monômeros para o interior desses microporos. Adesão à dentina ➜ O condicionamento ácido expõe uma rede de fibras colágenas ao desmineralizar a fase mineral do substrato. Assim, é por meio do encapsulamento resinoso dessas fibras que a união ao substrato dentinário é obtida. Smear layer, ou lama dentinária Antes do procedimento adesivo, o preparo cavitário, seja devido à remoção de tecido cariado ou à remoção de uma restauração antiga, encontra-se em situação tal que restos teciduais (esmalte e dentina), saliva, bactérias, sangue e outras substâncias estão presentes e ligados nas dentinas intertubular e peritubular, além de vedarem os túbulos dentinários, formando uma camada que reduz a permeabilidade da dentina e do esmalte. Uma das faces é o próprio adesivo se unindo a uma superfície Adesivo como material intermediário ligando duas faces entre si, caracterizando a formação de uma interface adesiva complexa. A maioria dos procedimentos adesivos envolve a formação de uma interface adesiva complexa. Mecanismo de adesão ≠ 3 •Após condicionamento ácido, as fibras colágenas mantêm-se em expansão e, por assim dizer, aptas à infiltração adesiva somente quando uma situação de umidade ocorre estrutura. Em caso de secar-se totalmente o substrato dentinário após o seu condicionamento ácido, essas fibras colabam, prejudicando a formação da camada híbrida. Por essa razão, o processo adesivo necessita de um ambiente úmido, pois só assim o adesivo é capaz de infiltrar nas fibras em expansão e nos microporos criados. *cuidado na secagem da dentina desmineralizada! A água estabiliza as fibrilas colágenas ➜ COMPOSIÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS E SEUS RESPECTIVOS SUBSTRATOS DE ATUAÇÃO E FUNÇÕES Condicionador ácido ➜Gel de ácido fosfórico, com concentração que pode variar de 30 a 40%. ✓Atua aumentando a receptividade do substrato dentário ao adesivo > essa substância limpa a superfície do dente, removendo impurezas (smear layer). aumento da aderência do substrato (a aplicação dessa substância sobre uma estrutura altamente mineralizada cria microporosidades na superfície, o que favorece a formação de retenções micromecânicas que contribuem para aumentar a resistência mecânica de união do adesivo ao dente). Primer ➜Solução constituída por monômeros hidrófilos e solventes orgânicos; ➜Promover adesão à dentina. ✓Favorece a penetração do adesivo, além de manter as fibras colágenas em expansão. Após o condicionamento ácido, a dentina necessita de um ambiente úmido (hidrófilo) para ser hibridizada pelo adesivo. Em razão de o adesivo ser um material caracteristicamente hidrófobo, isto é, incompatível com a dentina condicionada, o primer, que é hidrófilo, facilita a infiltração dos monômeros, além de promover um bom molhamento do adesivo e uma adaptação íntima entre Baixa energia livre 4 ele e a dentina, características necessárias em um procedimento adesivo. Classificação dos sistemas adesivos ➜Por geração ✓De 1° a 7° geração. ➜Quanto ao mecanismo de aplicação ✓Convencional (total etch) ✓Autocondicionantes (selfetch) Convencional (total etch) •Realiza-se condicionamento ácido prévio à adesão •Empregam o passo operatório de condicionamento da superfície dentária separadamente dos demais passos, sendo geralmente realizado com o gel de ácido fosfórico a 37%, e posterior lavagem com água e secagem. discos de papel absrovente Autocondicionantes (selfetch) •A etapa de condicionamento ocorre simultaneamente à de infiltração do adesivo. O primer não precisa ser aplicado no esmalte porque não há fibras colágenas; ainda, o adesivo hidrófobo consegue penetrar adequadamente nas porosidades criadas pelo condicionamento ácido. De 3 passos De 2 passos 5 •Dispensam o condicionamento prévio da superfície dentária com ácido fosfórico, pois apresentam um primer contendo monômeros ácidos, que removem ou modificam a smear layer, desmineralizando parcialmente a superfície dentária. Indicações ✓Restaurações diretas de resina composta; ✓Restaurações indiretas de resina composta e cerâmica (facetas, inlays, anlays); ✓Pinos fibrorresinosos pré-fabricados; ✓Dessensibilização dentinária; ✓Próteses fixas adesivas; ✓Braquetes ortodônticos. Vantagens e desvantagens dos sistemas adesivos convencionais e autocondicionantes Sistema adesivo Vantagens Desvantagens Convencional de três passos Ótimos resultados de resistência de união ao esmalte e à dentina Durabilidade da adesão Componentes hidrófilos e hidrófobos separados Compatibilidade com materiais de presa dual/química Várias etapas de aplicação (vários frascos) Técnica operatória sensível Convencional de dois passos Esmalte normal Dentina Esmalte acidorresistente Componentes hidrófilos e hidrófobos misturados Aplicação de múltiplas camadas Incompatibilidade com cimentos e resinas duais Tendência de pigmentação dos bordos da cavidade dentária Autocondicionante de dois passos Desmineralização e infiltração monomérica simultâneas Bons resultados de resistência de união à dentina Dispensa a etapa de lavagem da cavidadeDesmineralização suave Resistência de união ao esmalte pouco satisfatória Poucos estudos clínicos de avaliação do desempenho 6 Autocondicionante de um passo Única aplicação Técnica pouco sensível Tempo clínico reduzido Resistência de união ao longo do tempo insatisfatória Componentes hidrófilos e hidrófobos misturados Adesivos universais ✓Indicado para restaurações diretas e indiretas; ✓Diferentes técnicas adesivas (condicionamento ácido total e autocondicionante); ✓Pode ser utilizado como primer ou silano (preparo de restaurações indiretas).
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