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Josué Mallmann Centenaro Loque americana das abelhas melíferas Também chamada de cria pútrida americana, a loque americana é uma doença dos estágios larval e pupal das abelhas (espécies do gênero Apis). Agente Causador A loque americana é uma doença bacteriana produzida pelo bacilo Paenibacillus larvae um microrganismo móvel com flagelos, que possui a forma de um bastão. Uma característica fundamental de P. larvae é a formação de endósporos, extremamente resistentes ao calor (30 minutos a 100º e 15 minutos a 120º), aos desinfetantes químicos, ao cloro, à radiação UV (20 minutos), iodados e água quente com qualquer aditivo. Os esporos de Paenibacillus larvae podem permanecer infetados por mais de 40 anos, ainda que se veja diminuída a sua visibilidade logo neste período. Sintomatologia e danos A Loque Americana é uma doença da cria que a mata assim que esta termina a sua etapa como larva. Morrem, principalmente, em estado de pré-pupa, mesmo que seja provável que algumas o façam em estado de pupa. Um mês depois da morte da larva, é característico a formação de uma escama aderente à parede inferior da cela, podendo permanecer nos favos por vários anos sem que as abelhas a retirem. Quando a doença surge, os opérculos dos favos da cria tornam-se húmidos e mais escuros, para logo se fundirem. É neste momento que as abelhas começam a retirar os restos das larvas. Quando mortas, as crias adquirem uma cor castanha e expelem um odor desagradável. As larvas de abelhas infetam-se ao ingerir o alimento contaminado com esporos de Loque Americana, estes germinam irregularmente num período entre 24 a 48 horas no intestino e dão origem às células vegetativas (bacilos). As bactérias podem atravessar a parede intestinal até que a larva se converta em pré-pupa. Quando tal sucede, as bactérias chegam à hemolinfa e proliferam, multiplicando-se violentamente até matar a cria. A Loque americana é uma doença não estacional, que leva invariavelmente à perda da colônia. Pode suceder que ao surgir um surto, este logo desapareça, é improvável que as abelhas possam retirar dessa colónia todos os esporos formados durante a primeira infeção. Por conseguinte, em algum momento esses esporos podem recomeçar o ciclo. Os esporos podem ser transmitidos às larvas pelas abelhas adultas encarregadas de limpar os favos; também pode haver contaminação por esporos que persistam no fundo das células. As abelhas evitam armazenar mel ou pólen em locais que contenham restos de larvas mortas por loque americana. O fluido do néctar estimula o comportamento higiénico das nutrizes. Diagnóstico O teste do fósforo – um excelente meio para testar a Loque Americana. Nos favos da cria podem encontrar- se opérculos fundidos, mais escuros que o normal, gordurosos e com pequenas perfurações. As larvas mortas de cor castanha, de aspeto “gomoso”, que ao introduzir um palito e ao retirá-lo, este traz uma pasta tipo pastilha elástica. As escamas, produto das larvas mortas, ficam aderentes longitudinalmente à parede das células. São de cor castanha muito escura, quase negra, muito difíceis de retirar. As larvas mortas começam a decompor-se, exalando um odor forte característico. Destruição por meio de fogo das colônias doentes Esta é sempre a melhor opção para erradicar a doença. Deve fazer-se um poço na terra com um diâmetro de acordo com a quantidade de material a queimar, de aproximadamente uns 60-70 cm de profundidade. Desinfeção de matérias apícolas Esterilização por fogo: em caso de não queimar as câmaras de criação, pisos e tetos, deverá proceder-se a uma exaustiva desinfeção que pode consistir em: Queimada em forma de pira ou chaminé: Colocam-se 6 ou 7 alças invertidas em forma de chaminé. Estas são pulverizadas com querosene, por baixo coloca-se um teto ou piso com um pouco de querosene. Assim que tudo esteja pronto, ateia-se fogo, tendo sempre em atenção que todos os materiais utilizados são inflamáveis. Parafina quente: este sistema consiste em submergir o material apícola em parafina a 150º. Para o respetivo processo, devem-se construir alguns aparatos que permitam a realização do trabalho de forma segura. Lavagem com soda cáustica: submergir o material em soda cáustica a 15% com água a ferver, tal se deve fazer com muito cuidado já que o produto é altamente corrosivo e pode danificar o apicultor. Antes de tratar dos materiais, devem ser raspados para não desperdiçar a solução dissolvendo grandes peças de cera e própolis e assim facilitar a penetração nas cavidades dos materiais. O material deve permanecer submerso durante 5 a 20 minutos, no máximo, já que a solução destrói as fibras de madeira. Uma vez retirado, deverá colocar-se em água limpa. Deve ter-se presente que o hidróxido de sódio é extremamente tóxico. Loque europeia das abelhas melíferas Para efeitos do Código Terrestre, a loque europeia é uma enfermidade das abelhas do gênero Apis, no estágio de larva e pupa, causada por Melissococcus plutonius, uma bactéria não esporular, amplamente propagada. As infecções subclínicas comuns não necessitam de diagnóstico laboratorial. A infecção é enzoótica devido a contaminação mecânica dos quadros de mel e pode, portanto, voltar a aparecer nos anos seguintes. Larvas com Loque Europeia, apresentando riscas amarelas que aumentam e se tornam castanhas assim que o tecido larval é destruído. Esta aparência continua até à morte da larva. Doença infecto-contagiosa que afeta a cria das abelhas com poucos dias, dois ou três. Caracteriza-se por produzir processos morbosos no intestino médio, ventrículo e provoca a morte de larvas antes de chegarem a ninfas. Etiologia O agente causador da doença é o Melissococus pluton, pois é a primeira bactéria que se determina, enquanto os outros agentes são invasores secundários. Quando a larva é maior e começa a alimentar-se com papas diferentes (que são normalmente menos ácidas), aparecem os invasores secundários. Patogenia A infeção da larva realiza-se por via oral, ao ingerir o alimento que é contaminado pelo agente causal, M. pluton, que, ao chegar ao mesointestino, instala-se na membrana peritrófica e reproduz-se rapidamente, acumulando-se na superfície de contacto com a luz intestinal e mais tarde invade o resto das estruturas da larva, provocando a morte e transformando-a numa massa de cor castanha amarelada, quando a célula se encontra aberta. Devido à resistência de M. pluton à elevada acidez da geleia real, a sua ação é efetiva durante os dias iniciais da fase larval, unindo a baixa tensão de oxigénio existente no aparelho digestivo, nesses momentos. Sintomatologia A sintomatologia é variável. As larvas perdem a sua cor branco leitoso e brilhante. Ficam amareladas e opacas, mostrando por transparência o sistema da traqueia. Ao serem levantadas com uma agulha de transferência, apresentam-se flácidas (nem viscosas, nem filamentosas). À medida que as larvas vão morrendo, estas são retiradas da célula vazia. Observam-se as larvas desenvolvidas ao lado dos ovos, apresentando o favo um mosaico de idades, como nomeadamente designado de cria salteada. Em nenhum momento existe aderência dos restos larvais às paredes mortas da célula e a extração simples é fácil, pelo que o favo sofre um golpe e as escamas caem. Ciclo de vida As larvas jovens com menos de 2 dias são infetadas quando consomem o alimento contaminado com as bactérias. Estes esporos germinam rapidamente e multiplicam-se no intestino, levando à morte das larvas. As abelhas limpadoras que tentam remover os restos larvais, contaminam-se com microrganismos e passam-nos às nutrizes durante a troca do alimento. Estas últimas transferem as larvas durante a alimentação das mesmas. A morte das larvas pode acelerar-se pela açãodas bactérias secundárias. Difusão da Loque Europeia A propagação destas bactérias realiza-se através das próprias abelhas, por meio de favos velhos que apresentam escamas, larvas contaminadas e pólen. Um dos fatores preponderantes ao trespasse a outras colmeias é a deriva e a multiplicação de colónias doentes. O stress (ambientes húmidos e frios favorecem o desenvolvimento da doença), a má alimentação, o mau manuseamento e desequilíbrios biológicos são alguns dos agentes que predispõem a doença. A Loque europeia desaparece normalmente devido à capacidade de limpeza de algumas colmeias, ainda que o mais comum seja a persistência dos perigos, comprometendo a viabilidade da colônia. Controlo Não existe profilaxia médica para a Loque europeia. Não são aconselháveis tratamentos preventivos, e só depois de diagnosticada a doença se deve tratar todas as colónias, sem exceção. A introdução de enxames adquiridos fora da exploração devem passar por quarentena e serão revistados para evitar a incidência da doença. Não usar tratamentos preventivos. Em colmeias muito afetadas: Incineração.
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