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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS PROFESSORA CINOBELINA ELVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA DISCIPLINA: NUTRIÇÃO DE RUMINANTES DOCENTE: MARCOS JACOME DE ARAÚJO TIMPANISMO BOM JESUS - PI DISCENTE: SAMARA COSTA BATISTA Timpanismo ruminal consiste na distensão acentuada do rúmen e retículo, devido a incapacidade do animal em expulsar gases produzidos durante o processo fisiológico da fermentação. (Guard 2002, Radostits et al. 2007) INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Causado pelo acúmulo de gases, ocasionando a distensão anormal do rúmen; A produção de mucopolissacarídeos vindo de forragens ou de origem bacteriana incapacita a eliminação de gás; O timpanismo pode ocorrer em ovinos, caprinos e bovinos. Dilatação rápida e excessiva do sistema retículo-ruminal Timpanismo gasoso Bolha de gás no saco dorsal INTRODUÇÃO Timpanismo espumoso Mistura de gás e alimento (espuma) ACÚMULO ANORMAL DE GÁS TIMPANISMO ESPUMOSO Leguminosas ou com a ingestão de dietas ricas em grãos Trevo (Trifolium spp.) Alfafa (Medicago sativa) TIMPANISMO ESPUMOSO Meteorismo espumoso Dieta com leguminosas Proteínas solúveis das folhas Ruptura das células das folhas Liberação dos cloroplastos Estas partículas de cloroplastos Rapidamente colonizadas Microrganismos ruminais Espuma nos receptores no cárdia Ausência de eructação Aprisionam bolhas gases Formação de espuma Causado pela formação de uma espuma estável no rúmen; A qual dificulta a coalescência das bolhas de gás no estrato do rúmen; E impede a eliminação dos gases produzidos durante a fermentação rumina! TIMPANISMO ESPUMOSO Fonte: DALTO, 2009. TIMPANISMO ESPUMOSO Fonte: COUTINHO, 2009. Sinais clínicos Aumento do volume do flanco esquerdo : Distenção abdominal, dispnéia, boca aberta, protrusão de língua. Alto movimento ruminal ; Baixa produção leiteira; Desidratação. TIMPANISMO ESPUMOSO TIMPANISMO GASOSO Causado por transtornos dinâmicos e mecânicos que impedem a eructação Obstrução esofágica por corpos estranhos, Compressão da parede do esôfago (tuberculose, Papilomatose, leucose), Inibição do reflexo por distintas causas, Alterações da motilidade dos pré-estômagos ou reflexo de eructação por toxinas, Lesão do nervo vago entre outros TIMPANISMO GASOSO Eructação alterada gases da fermentação acumulam acima do alimento Dilatação do rúmen-retículo Compressão do diafragma e grandes vasos Dificuldades respiratória e circulatória Morte por asfixia TIMPANISMO GASOSO Sinais clínicos Distensão abdominal – dilatação dos pré-estomagos Anorexia Ausência de eructação, ou aumentada no início Taquipneia, dispneia, taquicardia - asfixia Cólica - Desconforto: animal deita e levanta, chuta e olha o abdômen Postura anormal Leve encurvamento da coluna Posição com os membros abertos e dificuldade para andar TIMPANISMO GASOSO Fonte: PANZIERA, 2016. DIAGNÓSTICO O diagnóstico do timpanismo ruminal é feito por meio da sintomatologia clínica apresentada e histórico de alimentação com dietas ricas em legumes ou com excesso de carboidratos rapidamente fermentescíveis no rúmen; A passagem de uma sonda esofageana é importante para o diagnóstico definitivo da enfermidade, sendo também indicada a palpação, via retal, quando necessária. Muitas vezes, os animais são encontrados mortos em consequência da natureza aguda da doença. Nesses casos, os achados de necropsia incluem as alterações associadas com a distensão ruminal excessiva. A prevenção do timpanismo ruminal é feita por meio da formulação de dietas que não predisponham à produção excessiva de gases no rúmen; Reduzam a estabilidade da espuma ruminal; E facilite as contrações ruminais e a eructação dos gases; PREVENÇÃO TRATAMENTO Uso de ionofóros: montesina sódica - Viscosidade do líquido ruminal Administrada na forma de cápsulas de liberação controlada (300 a 350 mg/dia cerca de 90 a 100 dias) Detergentes plurônicos: Poloxalene → Surfactantes que reduzem a tensão superficial das bolhas Uso de variedades de alfafa e trevo com taxa de degradação ruminal lenta, patejo de áreas que não é constituída apenas de leguminosas E outros produtos a base de silicone. TRATAMENTO O tratamento do timpanismo depende do tipo de timpanismo e sua possível causa. Nos casos de timpanismo gasoso ocasionado pela produção excessiva de gases, a passagem de sonda nasogástrica, em animais jovens, ou sonda esofageana, em animais adultos, é suficiente para eliminar a maior parte do gás preso no rúmen. De qualquer maneira, é indicado o uso de substâncias que reduzam a taxa de produção de gás, como antibióticos e óleos antifermentativos. Em alguns casos, o uso da sonda pode ser dificultado quando a origem do timpanismo gasoso é causada por uma obstrução ou diminuição da luz do esôfago. Já o timpanismo espumoso deve ser tratado com produtos que reduzam a tensão superficial das bolhas de espuma, o que facilita acoalescência das mesmas e o movimento dos gases para a região da cárdia. CONSIDERAÇÕES FINAIS O timpanismo é uma condição séria que afeta os ruminantes e pode levar à morte se não for tratada adequadamente. A prevenção é a chave para evitar o timpanismo, por meio de uma alimentação adequada e manejo adequado dos animais. A monitorização regular dos animais é essencial para identificar os sinais precoces da doença. REFERÊNCIAS ABDISA, Tagesu. Study on the prevalence of bovine frothy bloat in and around Kebele Lencha, Tokke Kutaye district, Oromia region. Appro. Poult. Dairy Vet. Sci, v. 2, n. 3, p. 1-10, 2018. BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA, S.G. Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2016. 598p. COUTINHO, Luiz Teles et al. Análise de fatores relacionados com timpanismo espumoso e da conduta terapêutica em bovinos no Agreste meridional do estado de Pernambuco. 2009. DALTO, André Gustavo Cabrera et al. Timpanismo espumoso em bovinos leiteiros em pastagens de Trifolium spp.(Leg. Caesalpinoideae). Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 29, p. 401-403, 2009. PANZIERA, Welden et al. Timpanismo em bovinos, secundário à obstrução esofágica por Citrus limon (limão siciliano). Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 36, p. 397-400, 2016. Obrigada!