Prévia do material em texto
Página 1 de 10 CLÍNICA MÉDICA GRANDES AULA 27/09/23 (1) Afecções do sistema digestório de ruminantes Os ruminantes precisam comer bem para ocorrer a produção, o melhoramento busca o aumento da produçõ acar- retando problemas digestórios e metabólicos. Ruminante é poligástrico, tem quatro compartimentos gástricos: começando pelo rúmen, reticulo, omaso e abomaso. Por onde começar o exame digestório? Na porteira, sempre observar todas as categorias, cocho, água, campo, armazenamento de alimentos, fezes etc. E depois anamnese com proprietário e funcionários. Afecções cavidade oral e distúrbios fermentativos ou não fermentativos (estenose vagal – interferência nervo vago que afeta digestório, corpo estranho) Afecções da cavidade oral Como suspeitar: diminuição de consumo (quase 90% das queixas), • Sialorreia • Não deglutição • Derruba comida • Anorexia • Não ruminação • Fezes alteradas Oferecer alimento – palatável (concentrado) o animal vai com a língua, se tiver dificuldade parcial de comer temos que prestar atenção porque concentrado não exige mastigação Se há dor na mastigação não consegue mastigar a fibra Não palatável é o capim, no momento de pegar a fibra há dor Na produção de saliva há deglutição, se estiver com dor evita deglutir e acumula Se não tiver glossite pode começar lambedura para conter salivação Estomatite • Bacteriana, fúngica, iatrogênica • Primária ou idiopática • Localizada - palatites, queilites [lábio] ou glossite • Generalizada • Natureza da lesão: catarral, vesiculosa, ulcerosa, gangrenosa FATORES DESENCADEANTES: • Adm medicamentos • Corpo estranho • Oclusão dentária • Repelentes na pele, banhos químicos • Alimentos fermentados, mofados (altera ph) FATORES DETERMINANTES: AGENTES INFECCIOSOS ou FÚNGICOS Estomatite papilar Parapoxivírus Acomete animais jovens, BEZERROS, é comum lesões anelares, redondas. Muitas vezes autolimitantes. Em adultos causa pseudovaríola (úbere e tetos) Disseminação: saliva e secreção nasal, por contato direto SINAIS CLÍNICOS • Salivação • Secreção nasal • Lesões anelares com centro amarelado ou marrom Página 2 de 10 • Placas diftéricas e crostas nos lábios Como é a limpeza da mamadeira caso tenha nos bezerreiros, pra evitar contaminação (prevenção) TRATAMENTO: • Analgésico e Anti-inflamatório – DIPIRONA e/ou FLUNIXIN MEGLUMINA (dor e desconforto) • Glicerina + Iodo 2% + Própolis não alcóolico • ATB apenas se houver febre, infecção bacteriana secundária (geralmente não utilizado) Actinomicose Actinomyces bovis (osteomielite) Granulação supurativa da mandíbula e maxila (osso esponja, poroso). Ferimento de boca e erupção dentária Essa bactéria é residente no trato respiratório superior e digestório. São predispostas a se proliferar quando ocorre ferimento oral ou erupção dentária. Uma lesão é porta de entrada – ruminantes não são seletivos durante alimentação, corpo estranho pode ferir a boca e abrir portas. Começa com uma reação inflamatória que dá origem a proliferação de tecido conjuntivo (cicatricial) para organizar o processo, o tecido começa a ser invadido por leucócitos originando um granuloma. Inflamação → migração leucocitária → secreção purulenta → trajetos fistulosos → osso torna-se poroso SINAIS CLÍNICOS: • Aumento de volume maxilar ou mandibular de consistência dura, delimitada, aderido • Dificuldade de mastigação • Anorexia • Emagrecimento progressivo DIAGNÓSTICO: sinais clínicos, RX, histopatológico e isolamento do agente viral TRATAMENTO: • ATB Penicilina – 20 a 40 mil UI/kg; Tetraciclina ou Sulfadoxina Penicilina + Isoniazida – 10 a 20 mg/kg VO, 30 a 60 dias Penicilina + Iodeto de potássio - 6 a 10 g VO, SID, 7 a 10 dias → inibe multiplicação, não usar prenha Penicilina + Iodeto de sódio - 70 mg/kg 10% IV (dose única) → aumenta a ureia e creatinina, não usar prenha • Cirúrgico – curetagem óssea e/ou extração dentária Actinobacilose Actinobacillus lignieresii Inflamação e posterior infecção na língua que forma micro abcessos Causada por bactéria que habita trato respiratória superior e digestório, necessita porta de entrada, não invade mucosa integra, então entra por lesões penetrantes e úlceras Comum no inverno SINAIS CLÍNICOS: • Salivação • Dificuldade de apreensão • Disfagia • Edema submandibular • Perda de peso • Aumento dos linfonodos cervicais e faríngeo Língua pode estar protrusa, dura ao toque, e ter micro abscessos Causa miosite aguda porque a língua é composta com músculos, e processo infeccioso com a Página 3 de 10 formação de micro abscessos. Ocorre principalmente na região ventral da língua, causando fibrosamento e retração Pode apresentar também lesões no sulco esofágico, parede ruminal, tecidos moles, cabeça e pes- coço TRATAMENTO (igual da Actinomicose) • ATB Penicilina – 20 a 40 mil UI/kg; Tetraciclina ou Sulfadoxina Penicilina + Isoniazida – 10 a 20 mg/kg VO, 30 a 60 dias Penicilina + Iodeto de potássio - 6 a 10 g VO, SID, 7 a 10 dias → inibe multiplicação, não usar prenha Penicilina + Iodeto de sódio - 70 mg/kg 10% IV (dose única) → aumenta a ureia e creatinina, não usar prenha • Analgésico e Anti-inflamatório – DIPIRONA e/ou FLUNIXIN MEGLUMINA (dor e desconforto) • Facilitar mastigação – picar volumoso Se necessário e o animal estiver internado, administrar “suco” de volumoso com concen- trado por sonda Afecções da faringe e esôfago CAUSAS: 1. Traumáticas - sonda, medicamentos IV, retirada de sangue, dosificadores 2. Estenoses - cicatrizes, aumento de linfonodos (tuberculose), abscessos 3. Corpo estranho* 4. Lesão de nervo vago - paralisia do esôfago, estenose funcional 5. Infecciosas 6. Plantas tóxicas - samambaia no período seco, local de pasto ruim e solo ácido (diferencial, pode dar carcinoma orofaringe e carcinoma de bexiga) SINAIS CLÍNICOS: • Obstrução completa – timpanismo • Sialorreia – ondas antiperistálticas • Disfagia • Regurgitação em jatos Obstrução cada vez mais baixa, há aumento de volume de saliva regurgitado TRATAMENTO: • Identificar e remover a causa - corpo estranho • Analgésico – Dipirona 25 mg/kg IV ou IM (desconforto) • AINES – Meloxicam ou Flunixin 1 ou 2 dias Afecções trato digestório inferior Indigestões – Primárias e Secundárias A microbiota ruminal precisa de temperatura, ph, substrato constante e remoção de conteúdo indese- jado. Precisa de 2 a 3 semanas para se adaptar a dieta. Em um aumento de CHOs ocorre maior fermentação e produção de AGV, não tendo bactérias amidolíticas suficientes para digestão, diminuindo absorção e acumulando ácido (acidose). O rúmen possui a primeira contração de mescla feira pelo rúmen e retículo e a segunda de eructação pelo rúmen. Página 4 de 10 1. Indigestões primárias - Rúmen e reticulo Distúrbios motores retículo-ruminais → afetam inervação • Timpanismo gasoso • Timpanismo espumoso • Indigestão vagal • Retículo-peritonite traumática Distúrbios fermentativos retículo-ruminais → afetam a fermentação • Indigestão simples • Acidose lática ruminal aguda • Alcalose ruminal 2. Indigestões secundárias - Omaso e abomaso • Compactação omasal/abomasal (raro) • Afecções do abomaso REGULAÇÃO DO PH Ambiente ruminal tem microbiota bem complexa, alguns gostam de ph alto e outros baixo (bacté- ria e protozoários). Elas mesmo se autorregulam competindo pelo espaço e ambiente. Animal com alimentação rica em fibra – maior concentração de ácido acético Predomina bactéria fibroliticas Animal com alimentação rica em carboidratos – maior concentração de ácido propionico Predomina bactéria amilolíticas Rúmen se movimenta o tempo todo e animal rumina boa parte do dia Como sabemos se está doente = não rumina e fezes alteradas ▪ Ambiente ácido = predomina ph menor que 5,8 ▪ Ambiente alcalino = predomina ph acima de 7,5 Subir e descer é normal, se acabou de comeralimentação com amido estará com ph ácido, porém se predominar maior quantidade do tempo com esse ph, está em acidez. Bicarbonato tem efeito rebote rápido, ele alcaliniza e não prolonga ação. Dieta de alto grão é inserida com cautela e com tamponante (alcalinizante) bem equilibrado (úl- cera de abomaso, que pode se romper). Precisamos de tamponante. CAUSAS DE HIPOMOTILIDADE RUMINORRETICULAR • Diminuição dos estímulos excitatórios – quando diminui a ingestão, pois o alimento no rúmen gera estímulo químico que causa leve distensão que aciona os receptores de estiramento • Aumento dos estímulos inibitórios – aumento da distensão • Depressão dos centros gástricos - anestesia, endotoxemia, febre, aumento de AGV [papilas ruminais absorvem o que dá, hipomotilidade], diminuição do ph sanguíneo • Lesão de nervo vago - inerva 80% do trato • Hipocalcemia – diminui motilidade rúmen reticular, cálcio responsável pela contração da musculatura Página 5 de 10 Indigestão simples Quando o animal come algo, microbiota quer substrato constante e não quer “porcaria” se não precisa de um jeito para remover para não atrapalhar, quando é fornecido alimento fermentado excessivamente, mofados, de baixa digestibilidade (capim seco, palhada – solo que não cuida, capim horrível) e a bactéria não consegue usar para fermentar e produzir as coisas para a vaca. Outra situação: ruminante bebe muita água, e as vezes numa propriedade tem coxo pequeno, ou com muito lodo, e ela é fundamental para a digestão. Compartimento que precisa realizar digestão com água. CAUSAS: • Aumento da ingestão de CHOs • Ingestão de alimento mofado, resto de silagem • Baixa ingestão de água FATORES PREDISPONENTES • Fibras de baixa digestibilidade – vai ficar parada no rúmen, bovino começa a eructar, pode se alto regular ou se tiver diarreia ele limpa. Quando não regula sozinho vem o problema • Privação de água – água precisa dividir por categoria, coxo de alturas diferentes • Alta quantidade de concentrado e grãos • Alimentos mofados e rançosos (silagem) – começa com diarreia Muita energia gastada, e precisava estar voltada para o leite, ou crescimento das bezerras • Livre acesso a silagem • Alterações bruscas na qualidade/quantidade (microbiota precisa de 2 a 3 semanas para se adaptar) PATOGENIA: • Mudança de ph • Alimentos estragados • Acúmulo de alimentos • Putrefação de proteínas A partir de tudo isso acima ocorre alteração de motilidade ruminorreticular, porque os receptores iden- tificam algo errado (as vezes pra mais, as vezes pra menos) → diminuição de AGV e alteração do PH ruminal → diminui digestão dos alimentos SINAIS CLÍNICOS • Diminui apetite em até 50% • Queda bruta na produção de leite • Hipomotilidade a atonia ruminal • Diminuição fecal no primeiro dia • Diarreia ou fezes volumosas com odor desagradável DIAGNÓSTICO • Sinais clínicos • Histórico alimentar • Examinar líquidos ruminal – para corrigir ph, viscosidade Ph fidedigno se fizermos centese, mas dá boa base pela sonda. Ocorre salivação quando colocamos a sonda, então descartamos primeira coleta Se há silagem vemos a silagem, vemos armazenamento da ração, paiol, se houve chuva, se tem estrado. Vários animais = alimentação ou coxo Página 6 de 10 SEDIMENTAÇÃO E FLOTAÇÃO – determina a atividade da microbiota PROVA DE AZUL DE METILENO – reflete metabolismo fermentativo anaeróbico 1 ml de azul de metileno a 0,03% + 20 ml líquido ruminal em tubo de ensaio → desaparecimento da coloração Quanto mais rápido o azul desaparecer, melhor o metabolismo fermentativo das bactérias Ajuda a decidir tratamento (escolha terapêutica) 3 min (capim + ração), 3-5 min (capim) e 1 min (ração) 8 min – dietas de baixa qualidade, anorexia, acidose ruminal 15 min – inatividade microbiana DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Reticulo peritonite traumática – queda na produção de leite, anorexia, letargia, se há perfuração do retículo o movimento ruminorreticular há hipomotilidade • Cetose (clínica) – animal com anorexia, letargia, diminuição ou ausência do movimento ruminorreticular • DAE (deslocamento do abomaso para a esquerda) e DAD (deslocamento do abomaso para a direita) - som metálico na percussão auscultatória (“ping”); pós-parto • Indigestão vagal ou estenose funcional – lesão no vago, porém tem distensão gradual • Vólvulo abomasal – (torção abomasal, desloca da sua porção normal) tem diminuição de fezes, som metálico na percussão auscultatória (“ping”) do lado direito + sons de cachoeira TRATAMENTO • Corrigir a causa! • Corrigir ph pH baixo = tamponar com hidróxido de Mg OU bicarbonato de sódio Via sonda 400g diluído em água → não é acidose metabólica e sim ruminal, precisa ser oral, precisa de efeito imediato pH alto = ácido acético 5% - 5 a 10L VO • Hidratação (não necessariamente IV, pode ser oral) • Antifisético – Acetilbutileno (Blo-Trol) • Catártico (se houver necessidade) – Sulfato de Mg 300-500 g VO (sal amargo) Se temos fibra de baixa qualidade, usamos ele para puxar água e estimular, fazer com que conteúdo saia do intestino • Transfaunação de líquido ruminal (a necessidade depende da gravidade) • Complementar 500 g de melaço de ganho e 100 a 200 g de levedura por vaca/dia – voltar ambiente fermentativo Página 7 de 10 Timpanismo ruminal Indigestão gasosa aguda, meteorismo, timpanismo agudo, timpanite. Distensão anormal do rúmen com gás ou ingesta espumosa. Ocorre devido ao estiramento das fibras. Timpanismo espumoso ou primário Alimentos que provocam formação de espuma estável no rúmen. Impede que o gás seja eliminado. o Ingestão de alimentos o Modificação da microbiota ruminal o Liberação cloroplasto/finas partículas o Produção de limo/espuma o Aumento da tensão superficial o Produção/progressão da massa espumosa o Obstrução da cárdia e retenção de gases o Distensão do rúmen o Atonia por cansaço das fibras ruminais o Decomposição dos alimentos o Diarreia = cura ou aumenta distensão o Compressão diafragma e vasos abdominais o Morte por asfixia e/ou toxemia (absorção de LPS) Tem situações por exemplo soltar animal em pasto de alfafa (leguminosa rico em proteína, citoplasmá- tica), microbiota não está adaptada e alimento com total oferta. Líquido ruminal tem certa viscosidade porque é importante para manter nutrientes e ocorrência da di- gestão adequada. A digestão das proteínas libera limo, que aumenta essa viscosidade, gás em um ambi- ente com líquido viscoso não consegue sair com facilidade e começa a englobar partículas de alimento. As bolhas de gás se coalescem para facilitar a eliminação. Com alteração, aumenta a viscosidade difi- cultando a coalescência das bolhas, começa formar massa espumogina. CAUSAS • Ingestão de leguminosas sem adaptação As leguminosas são ricas em saponinas, pectinas, hemicelulose e proteínas solúveis – citoplasmáticas. Quando a microbiota rompe as células mesofílicas das folhas, liberam cloroplastos que aumentam a viscosidade Pré-floração = microrganismos do rúmen rompem células mesofílicas das folhas e liberam cloroplasto, isso impede coalescência das bolhas de gás (normalmente, porém em grande quantidade) • Diminuição da população de bactéria mucinolítica Uma variação do ph diminui a população de Streptococcus bovis, Selenomonas ruminantium, Butyri- vibro fibrisolvens, Megasfera elsdeni, que aumenta a viscosidade • Aumento da população de bactéria ácido resistente Streptococcus bovis e Lactobacilus sp Quando aumentadas causam aumento na produção de mucopolissacarídeo que leva ao aumento na produção de limo, aumentando a viscosidade • Ingestão de grãos finamente triturados (relacionado com quantidade) – carboidratos de fácil diges- tão Aumenta velocidade da fermentação, forma espuma estável que aprisiona o gás • Aumento na ingestão de CHOs Carboidratos requer menos saliva, diminui produçãode mucina Página 8 de 10 Aumenta população de bactérias ácido resistentes (S. bovis e Lactobacilus sp). Elas aumentam produção de muco- polissacarídeos e produção de limo, aumentam viscosidade de fluido e estabiliza bolhas de gás na ingesta Se come muito concentrado produz menos saliva, menos ação tamponante, menor produção de mucina que está presente na saliva e é antiespumante Quando ph diminui os primeiros a morrer são os protozoários, que fazem controle da produção de ácidos e limo bacteriano. Eles também englobam bactérias ruminais e grânulos de amido para controlar produção de ácido, e quando ph abaixo do limite eles começam a morrer Aumento de bactérias mucinolíticas (S. bovis, Selenomonas ruminantium, Butyrivibrio fibrisolvens, Megasfera elsdeni) que utilizam mucina da saliva e perdem capacidade antiespumante Se rumina menos, produz menos saliva, fica mais áspero (saliva é tamponante rica em bicarbonato). Animal precisa de volumoso que vai equilibrar ph pela produção da saliva. Em adultos nós recomendamos o grão triturado o menor possível (cuidado quantidade!) Alteração na microbiota → libera cloroplasto → produção de limo → aumenta tensão superficial → dis- tensão ruminal → contração violenta → atonia das fibras ruminais → paresia ruminal → decomposição alimentar → diarreia evolui para cura ou aumento da distensão → compressão diafragmática e de grandes vasos abdominais → morte por toxemia ou asfixia SUSPEITAR: • Auscultação ruminal alterada • Distensão abdominal bilateral (lado esquerdo mais acentuado) • Quando sondado não volta gás Timpanismo gasoso ou secundário (formato de pera) Gases no saco dorsal do rúmen (0,2 a 2 L/min) Impedimento físico da eructação, por corpos estranhos, decúbito lateral Acúmulo de gás por excesso de fermentação (muito concentrado), produziu muito gás, papila “ué, da onde ta saindo isso daqui?!”, absorve os AGVs para gerar energia CAUSAS: • Paralisia faringe → listeriose, botulismo • Espasmos esofágicos → tétano • Tumores → linfossarcoma, carcinoma células escamosas • Linfonodos cervicais → tuberculose, pneumonia • Lesões traumáticas, especialmente do n. vago • Fibropapilomas no cárdio • Lesões inflamatórias torácicas ou abdominais • Doenças metabólicas → acidose ruminal, alcalose ruminal, hipocalcemia (diminui motilidade ruminal) OBSTRUÇÃO MECÂNICA • CE • Linfonodos mediastínicos • Tumor (pediculado do cardia) Pode ser intraluminal (esôfago), saco dorsal vai contrair, alimento desce para o ventral e sai, mas hora que for sair, está obstruído e fica ali, mas continua a fermentação, aumenta quantidade. Rúmen distendido por gás = prejudica motilidade. No início há um aumento da motilidade porque está percebendo algo errado e é uma tentativa de or- ganizar situação, conforme há distensão, há inibição das fibras de estiramento que entram em exaustão Página 9 de 10 (inibição do centro excitatório) e para movimento ruminal. Se o movimento para o alimento entra em putrefação, ruim para microbiota. Quando há excesso de concentrado o ph fica baixo e isso é ruim porque todo extremo prejudica micro- biota, nessa situação as bactérias que gostam de ph alto morrem e esse desiquilíbrio leva a situações pre- judiciais. Quem distende mais rápido é a obstrução mecânica, o excesso de fermentação é mais gradual (há eructação) Emergência de timpanismo por obstrução mecânica = compressão do diafragma, pode falecer por pa- rada respiratória, precisa intervir rápido. Mucosa pode estar já cianótica, a total distensão comprime tudo. SINAIS CLÍNICOS: • Previamente aumenta eructação e ruminação e posteriormente desaparece porque esti- mula demais os receptores de pressão de alto limiar Estímulo excessivo nos receptores de pressão e distensão da parede ruminal a mecanismo de eructação e ruminação cessam • Taquicardia, taquipneia, dispneia devido ao desconforto • Inquietação, angústia, cifose, olha o flanco esquerdo, deita-se e se levanta • Aumento do flanco esquerdo (10-15 min) • Distensão da fossa paralombar esquerda SINAIS CLÍNICOS: • Percussão (timpânico ou subtimpânico) Gasoso possui percussão com som timpânico (ressoar) Espumoso possui percussão subtimpânico • Timpanismo crônico – tem deslocamento das apófises transversas pela distensão do rúmen • Pode ter protusão de língua, salivação excessiva • Posição ortopneica • Dispneia acentuada, respiração oral Contorno da Jersey prenha pode ser confundida com timpanismo pelo seu abaulamento Pode ter também dispneia acentuada, angústia resp grave, salivação e posição ortopneica Mini bois apresentam com frequência estenose funcional Timpanismo é classificado de 1 a 5 DIAGNÓSTICO: • Exame clínico e anamnese • Número de animais acometidos (Gasoso mais comum acontecer em 1 animal do que em vários) Cuidado com essa informação: Espumoso pode ter resistência na sondagem (pressão intrarruminal) Gasoso sondagem pode apresentar obstrução/estenose por corpo estranho esofágico, em cádia, fibropapiloma, actinomicose DIFERENCIAL: INDIGESTÃO SIMPLES: timpanismo leve a moderado, geralmente secundário INDIGESTÃO VAGAL: histórico anterior de reticuloperitonite, timpanismo intermitente, não evolui para cura Página 10 de 10 TRATAMENTO: GASOSO: retirar gás, alívio da pressão, por sondagem oro ruminal (vai adm medicação, corrigir ph) ESPUMOSO: passar sonda e fazer antiespumante, se for grave fazer ruminotomia Antifermentativo: pode usar óleo vegetal de milho, soja ou linhaça – vai aderir na massa espumo- gina para ajudar a sair pelo transito intestinal OU Poloxaleno (muito bom mas difícil de achar) é um agente ativo de superfície de efeito prolongado, quebra bolhas 25 a 50g ou 60 ml /400kg, efeito por 10 a 18m Gasoso/espumoso: • Alcalinizantes (alto carboidrato) – para aumentar ph Bicarbonato de sódio 150-200 g em H2O Usar sonda orogástrica ou cateterização, pois pode ocorrer a produção de gás • Hidróxido ou sulfato Mg (ph alto) - 400g diluído em H2O • Acidificante (ph alto, diminui ph) - ácido acético 5% 5 a 10 L ANTIESPUMANTES (antifiséticos) Silicones 30% rompem bolhas de gases • 250 a 500 ml 1% IV em bovinos • 40 a 50 ml a 30% VO em pequenos ruminantes Acetil-butileno (Blo-Trol) • 20 a 30 ml bovino • 5 a 10ml pequenos ruminantes 6 em 6h CIRÚRGICO Ruminotomia – em casos graves de espumoso. Deve ser feito com cautela por conta espuma no rúmen, se a incisão for abrupta ela extravasa causando descompressão imediata do diafragma. A incisão deve ser pequena, abrindo aos poucos, quanto mais distendido mais fácil de esgarçar. Após procedimento realizar Transfaunação com feno. PARACENTESE com trocanter (ineficiente para espumosa) – usar em obstrução mecânica e cianó- tico O trocanter deve ser inserido 2 a 3 cm da 13ª costela e 10 a 15 cm das apófises transversas das vértebras paralombares, e direciono para olecrano, bater de maneira que cause descompressão da cavi- dade abdominal. Posição errônea: rúmen contrai e esgarça, levando a peritonite. Sondagem é mais eficiente! O trocanter pode causar abscesso e necrose ruminal, enfisema e dis- tensão abdominal PREVENÇÃO: • Causa alimentar - manejo alimentar, adaptando dieta, animal pode comer leguminosa, cuidado se for fresca e cuidado com o tempo a disposição. Adequar granulometria e quantidade com devida adapta- ção • Obstrução mecânica – evitar ou cercar árvores frutíferas no piquete • Doença metabólica e outras patologias são fatalidades • Cuidado com samambaia