Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aline Calheiros Espíndola Fonte: Lima, 2004 – FURG / Pimenta & Oliveira, 2004. O terreno como se encontra na natureza não é adequado ao tráfego de veículos por vários motivos: a) É irregular, não permitindo velocidade aceitável; b) Pode apresentar inclinação longitudinal excessiva para um bom desempenho dos veículos que sobem e para a segurança dos que descem; c) Pode apresentar curvatura que torne a visibilidade insuficiente; d) Não apresenta condições de escoamento de águas pluviais sem danificar a superfície de rolamento; e) Falta de capacidade para suportar a carga do tráfego, etc. Para criar as condições necessárias ao bom funcionamento da estrada, a superfície natural deve ser substituída por uma superfície projetada, considerando a segurança, o conforto e o desempenho dos veículos. Ao conjunto de operações que realizam essa transformação damos o nome de terraplenagem, que consta de: a) Desmatamento e limpeza da faixa a ser usada pela estrada; b) Raspagem da vegetação superficial; c) Execução de estradas de serviço; d) Escavação do solo que se encontra acima da cota de projeto; e) Transporte do material escavado; f) Aterro nos locais onde o terreno está abaixo do projeto; g) Compactação dos aterros; h) Conformação da plataforma e dos taludes; i) Abertura de valas para serviços de drenagem; j) Abertura de cavas para fundações de obras civis. Os itens que mais pesam no custo da terraplenagem são: a) Escavação (m3); b) Transporte (m3. km); c) Compactação (m3 de aterro pronto). O custo de terraplenagem frequentemente é significativo em relação ao custo total da estrada, principalmente em terrenos ondulados ou montanhosos. É conveniente racionalizar sua execução no sentido de diminuir, o máximo possível, o custo sem prejuízo das condições técnicas. Assim, deve-se procurar, sempre que possível: a) Aproveitar o material escavado nos cortes para a construção dos aterros, evitando duplicidade de escavação; b) Organizar a distribuição entre os cortes e os aterros de forma a conseguir o menor transporte total. No processo de construção de uma rodovia, a superfície natural deve ser substituída por uma superfície projetada, considerando a segurança, o conforto e o desempenho dos veículos. A infraestrutura de uma estrada é constituída via de regra de cortes e aterros. Em situações específicas os cortes são substituídos por túneis e os aterros por viadutos. Depois de definido o traçado de uma estrada e o perfil longitudinal do terreno, são levantadas as seções transversais do terreno; Após o projeto do greide, temos a definição da plataforma da estrada. Plataforma, terreno e taludes formam o polígono chamado de seção transversal, conforme figura abaixo. Em cada estaca temos uma seção transversal, cujo conjunto definirá os volumes dos cortes e dos aterros. Seção Transversal = Plataforma + Terreno Natural + Saias de aterros + Rampas de cortes As seções podem ser de três tipos: Com vistas a reduzir os custos de escavação, deve-se, sempre que possível, aproveitar o material dos cortes para construção dos aterros. Esta atividade é chamada de compensação de volumes. Poderemos ter: A escavação de um dado volume geométrico de solo, medido em seu estado natural, resultará num volume maior de material, no estado solto. A este aumento do volume geométrico se denomina, genericamente, empolamento do solo. Recomenda-se, nos estudos de compensações de volumes de terraplenagem, que seja efetuada a correção dos volumes de aterros, visando a obtenção do denominado volume empolado de aterro, que representa o volume de escavação necessário à obtenção de dado volume de aterro compactado. EMPOLAMENTO é definido como o aumento de volume sofrido por um material, ao ser removido do seu estado natural. Material escavado em corte precisa ser compactado nos aterros, para atingir a densidade necessária a estabilidade do solo. Densidade do solo compactado X densidade do solo natural; Compactação diminui o volume do solo; O coeficiente de redução: Depende do tipo e densidade natural do material e do grau de compactação; Obtido através de ensaios de campo e/ou laboratório. Adotado o valor médio – Tipo e classificação do solo; Valores comuns – 5 a 20% Aline Calheiros Espíndola Fonte: Lima, 2004 - FURG O procedimento de cálculo convencionalmente utilizado, na prática rodoviária, para a determinação dos volumes de terraplenagem, pressupõe a necessidade de se dispor das configurações geométricas das seções transversais do terreno e das seções transversais da rodovia ao longo das estacas do projeto, referenciadas ao eixo da rodovia. Dispondo-se das seções transversais desenhadas em escala, pode-se obter as medidas das áreas de corte e/ou de aterro em cada seção transversal de interesse. COTA VERMELHA: É a distância vertical entre o eixo da estrada e o nível do terreno. SEÇÃO DE CORTE: quando toda a plataforma da estrada resulta abaixo do terreno natural. SEÇÃO DE ATERRO: quando toda a plataforma da estrada resulta acima do terreno natural. SEÇÃO MISTA: ocorre quando, na mesma seção, a plataforma da estrada resulta de um lado, abaixo do terreno natural, e do outro, acima do terreno natural. Lançamento da Plataforma em situação que estabeleça uma seção plena de corte → Seção plena de corte → c = inclinação do talude de corte Lançamento da Plataforma em situação que estabeleça uma seção plena de aterro → Seção plena de aterro → a = inclinação do talude de aterro Lançamento da Plataforma em situação que estabeleça uma Seção Mista → Seção Mista → c = inclinação do talude de corte a = inclinação do talude de aterro 1. Método Geométrico; 2. Método Mecânico; 3. Método Analítico; 4. Método Analítico Simplificado. 5. Método Computacional Consiste em dividir a seção transversal em figuras geométricas conhecidas e calcular suas áreas. Método Geométrico Consiste no emprego de planímetros, que são equipamentos que permitem a medição de áreas de quaisquer figuras planas, delimitadas por linhas fechadas, desenhadas em diferentes escalas gráficas. Planímetros O processo analítico de cálculo da área de uma seção transversal do projeto de uma estrada consiste em calcular a área dessa seção sem desenhá-la. Para isso, são feitas algumas hipóteses simplificadoras e calcula-se a área da seção transversal (S) em função de: pa = semiplataforma de aterro (m); pc = semiplataforma de corte (m); H = Cota Vermelha (m); i = declividade transversal do terreno natural (m/m); αa = talude da saia do aterro (m/m); α c = talude da rampa do corte (m/m); S = área da seção transversal (m2). a) FÓRMULA PARA A SEÇÃO PLENA (EM CORTE OU ATERRO): Não se considera, nesta fórmula, a SUPERLARGURA e a SUPERELEVAÇÃO. Além disso, a declividade do terreno (i) é considerada constante. A equação anterior é valida para: Seções transversais de aterro. Seções transversais de corte. Quando essas condições não se verificarem, estar-se-á tratando de uma seção transversal mista. b) FÓRMULA PARA SEÇÃO MISTA )(.2 2 ),( ici ca Hi c pc cS )(.2 2 ),( . iai ca Hi a p a Sa Nas fórmulas anteriores as cotas vermelhas devem ser consideradas algebricamente. Tais fórmulas são válidas para: Seções transversais com cota vermelha de aterro. Seções transversais com cota vermelha de corte. Neste método, considera-se a declividade do terreno como sendo igual a "zero", conforme ilustrado abaixo: Neste método, é usado um programa que calcula a área de polígonos quaisquer. Deve-se fornecer as coordenadas “x” e “y” de todos os vértices da figura. Essas coordenadas devem ser digitadas em ordem de ocorrência sucessiva dos vértices. 2 ... 1132322121 yyxxyyxxyyxxS nn S = Área calculada; n = número de vértices considerados. Exemplo de uso de um ProgramaComputacional 2 ... 1132322121 yyxxyyxxyyxxS nn S = 40,5 m2 ../Programas/AREA1.EXE 1. Considere uma seção transversal cuja cota vermelha (de corte) é 2,00m e a inclinação transversal do terreno é 20%. São empregados no projeto da rodovia taludes de 1:2 (aterro) e 1:1 (corte), semiplataforma de aterro de 9,10m e semiplataforma de corte de 8,10m. Pergunta-se: a) Trata-se de uma seção plena de corte ou de uma seção mista? b) Qual a área (ou áreas) da seção transversal? a) b) 2. E se fosse uma seção transversal com cota vermelha (de aterro) de 1,00m e uma inclinação transversal do terreno de 35%? Pergunta-se: a) Trata-se de uma seção plena de aterro ou de uma seção mista? b) Qual a área (ou áreas) da seção transversal? a) b) 240,7 35,0135,02 2135,010,81 )(.2 2 ),( m ici ca Hi c pc cS 240,83 35,05,035,02 2)1(35,010,95,0 )(.2 2 ),( . m iai ca Hi a p a Sa
Compartilhar