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PROJETO DE ESTRADAS E AEROPORTOS Prof. Gerson Amorim de Castro PROJETO DE TERRAPENAGEM Fonte: Proxeng - (2019) 1- INTRODUÇÃO - Após traçados o perfil longitudinal e transversal, já se dispõe de dados necessários para uma verificação da viabilidade da locação do greide de cada traçado através dos cálculos de movimento de terra. - No cálculo de volumes é necessário conhecer-se a largura (L) da plataforma do greide de regularização (pista de terraplanagem) e as inclinações dos taludes. A inclinação dos taludes de corte e aterro varia conforme o tipo de solo encontrado. - O principal objetivo do projetista de estradas é o de efetuar o menor movimento de terra possível, cumprindo, logicamente, as normas de um traçado racional. O perfil longitudinal (greide) gera, volumes a escavar (cortes) e volumes a aterrar (aterros). No projeto do greide procura-se um perfil longitudinal que proporcione boas compensações entre cortes e aterros, e também distâncias de transportes tão reduzidas quanto possível. O custo do movimento de terra é, na maioria dos projetos, significativo em relação ao custo total da estrada, daí a importância de sua análise. Nos locais onde os materiais de corte tiverem condições de serem usados nos aterros, acarreta em menores custos de terraplanagem. 2- CÁLCULO DOS VOLUMES O método usual consiste em considerar o volume como proveniente de uma série de prismóides (sólidos geométricos limitados nos extremos por faces paralelas e lateralmente por superfícies planas). Na figura a seguir as faces paralelas correspondem às seções transversais externas, e as superfícies planas laterais correspondem à plataforma da estrada, os taludes e a superfície do terreno natural. Prismóide da seção de uma rodovia. Fonte: Carciente – (1985). Uma fórmula muito usada para obter o volume destes prismóides é chamada de fórmula das áreas médias, assim: 𝑽𝒎 = 𝑳(𝑨𝟏+𝑨𝟐) 𝟐 2.1- Cálculo das áreas Pode-se considerar que a forma destes prismóides se aproximam à forma de um trapézio. Para a figura abaixo, que representa a área de uma seção de uma estrada, observe que ela pode ser dividida em quatro triângulos (A1, A2, A3 e A4). Cada um com as seguintes áreas: Exemplos: 1- Determine as áreas das seções transversais abaixo considerando que 1:1 é a inclinação do talude : a) b) c) d) Então vimos um método simples de calcular as áreas das seções transversais de uma estrada. Embora este processo leve a erros, ele é muito usado pois nos permite avaliar com rapidez os volumes de terraplanagem. 2.2- Fator de Empolamento de Volumes. Um fenômeno característico dos solos, importante na terraplenagem, é o empolamento ou expansão volumétrica. Quando se escava o terreno natural, a terra que se encontrava num certo estado de compactação, proveniente do seu próprio processo de formação, experimenta uma expansão volumétrica, que chega a ser considerável em certos casos. Após o desmonte a terra assume, portanto, volume solto (Vs) maior do que aquele em que se encontrava em seu estado natural (Vn) e, consequentemente, com o peso específico solto (ɣs) correspondente ao material solto, obviamente menor do que o peso específico natural (ɣn). Assim temos: ɣs< ɣn , pois, Vs > Vn. O fator de empolamento, (ou expansão volumétrica) pode ser expresso por 𝛝 = 𝛄𝐬 𝛄𝐧 < 𝟏. Também pode-se relacionar o fator de empolamento com os volumes solto e natural, assim 𝐕𝐧 = 𝛝. 𝐕𝐬 Se chamarmos o fator de empolamento de Fe, temos que: 𝐅𝐞 = 𝐕𝐜 𝐕𝐬 ; onde: Vc é o volume de corte e Vs o volume solto. Como o volume de corte é menor que o volume solto, Fe<1. Também pode-se definir a porcentagem de empolamento F% como 𝐅% = 𝐕𝐬 𝐕𝐜 − 𝟏 𝐱𝟏𝟎𝟎. Os solos naturais apresentam expansões volumétricas diferentes, gerando diversos valores de Fe e F%. De modo geral, quanto maior a porcentagem de finos (argila e silte), maior deve ser essa expansão. Ao contrário, os solos arenosos, com pequenas porcentagens de finos, sofrem pequeno empolamento, como pode ser visto na tabela abaixo. TIPO DE SOLO F% Fe Solos argilosos 40 0,71 Terra comum seca (solos argilo–siltosos com areia) 25 0,80 Terra comum úmida 25 0,80 Solo arenoso seco 12 0,89 Assim, por exemplo, um solo argiloso solto com F% = 40, significa que para 140m3 de solo de corte, gera 196m3 de solo solto. Ou também para um Fe= 0,89, para Vc= 100m3, teremos: 𝐅𝐞 = 𝑽𝒄 𝑽𝒔 => 𝟎, 𝟖𝟗 = 𝟏𝟎𝟎 𝑽𝒔 => 𝐕𝐬 = 𝟏𝟎𝟎 𝟎,𝟖𝟗 => 𝐕𝐬 ≌ 𝟏𝟏𝟐𝐦𝟑. 2.3- Fator de Homogeneização. O fator de homogeneização Fh é a relação entre o volume de material no corte de origem e o volume de aterro compacto resultante. Como vimos no fator de empolamento, o volume de solo de corte (Vc) é menor que o volume de solo destinado ao aterro (Vs). Ao ser utilizado para aterro este material é compactado obtendo-se o volume compactado (Vcomp). Para os solos, materiais mais frequentemente envolvidos nas operações de terraplenagem, prevalece entre estes volumes a seguinte relação: Vcomp < Vc < Vs Geralmente, na fase de anteprojeto o fator de homogeneização é estimado. O valor recomendado é Fh = 1,40, ou seja, o volume do material no corte deverá ser 40% maior do que o material previsto para o aterro. Assim pode-se calcular o volume de aterro pela expressão: Na fase de execução este fator pode ser obtido após exame de laboratório. Assim por exemplo, para um volume de corte igual à 140m3 teremos: 𝐕𝐜𝐨𝐦𝐩 = 𝐕𝐜 𝟏, 𝟒𝟎 ⇒ 𝐕𝐜𝐨𝐦𝐩 = 𝟏𝟒𝟎 𝟏, 𝟒𝟎 ⇒ 𝐕𝐜𝐨𝐦𝐩= 𝟏𝟎𝟎 𝐕𝐂𝐨𝐦𝐩. =100m 3 2.4- Cálculo do volume. Os volumes são calculados associando-se a um prisma, o volume entre duas seções consecutivas. Esse volume chama-se Volume do Interperfil. 𝐕 = 𝐝(𝐀𝐧 + 𝐀𝐤) 𝟐 Onde: An e Ak = Áreas das seções. d=distâncias entre as seções, no nosso caso distâncias entre estacas. 2.5- MOMENTO DE TRANSPORTE O Momento de Transporte é o resultado do produto dos volumes transportados pelas distâncias médias de transporte. Assim: 𝐌 = 𝐕. 𝐝𝐦 Onde: M = Momento de transporte. V = Volume natural do solo dm= Distância média de transporte. Obs. Normalmente as unidades de M são m3xkm ou m3xdam. Dam= decâmetro =10m Exemplo: Dado o trecho da estrada conforme perfil abaixo determine os volumes de escavação e do aterro compactado. Considerar Fh =1,1. Calcular o momento de transporte para dm= 1,5Km. BIBLIOGRAFIA BÁSICA - ANTAS, Paulo Mendes; VIEIRA, Alvaro; GONÇALO, Eluisio.Estradas – Projeto Geométrico e de terraplenagem. São Paulo: Interciência, 2010 - PIMENTA, Carlos R. T.; OLIVEIRA, Márcio P. Oliveira. Projeto geométrico de rodovias. 2.ed. São Carlos: Rima, 2004. - SENÇO, Wlastermiler de. Manual de técnicas de projetos rodoviários. São Paulo: Pini, 2008. - PONTES FILHO, Glauco. Estradas de Rodagem: Projeto Geométrico. São Paulo: Bidim, 1998. - DNIT. Manual de implantação básica de rodovia. IPR-742, 2010.
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