Buscar

TCC FRANCISCO SOLANO FINALIZADO - 2023

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FRANCISCO SOLANO DE OLIVEIRA MORAIS 
 
 
 
 
 
 
 
O COMÉRCIO VIRTUAL DE PRODUTOS, AS PRÁTICAS ABUSIVAS 
E A PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL LEGAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FORTALEZA 
JUNHO / 2023
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU UNINASSAU FORTALEZA 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCISCO SOLANO DE OLIVEIRA MORAIS 
 
 
 
O COMÉRCIO VIRTUAL DE PRODUTOS, AS PRÁTICAS ABUSIVAS E A 
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL LEGAL 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
(TCC) apresentado ao Curso de 
Direito do Centro Universitário 
Maurício de Nassau - Fortaleza como 
requisito para a obtenção do grau de 
Bacharel em Direito, sob a orientação 
da Profa. Me. Pricilla M. Santana 
Macedo Vasques. 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
JUNHO / 2023 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCISCO SOLANO DE OLIVEIRA MORAIS 
 
 
O COMÉRCIO VIRTUAL DE PRODUTOS, AS PRÁTICAS ABUSIVAS E A 
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL LEGAL 
 
 
 
Esta monografia foi submetida ao curso de Direito do Centro Universitário Maurício de 
Nassau – UNINASSAU- Fortaleza como requisito parcial para a obtenção do título de 
Bacharel. A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida desde que feita 
de acordo com as normas da ética científica. 
 
 
Monografia apresentada à Banca Examinadora: 
 
 _________________________________________ 
 Orientadora: Prof. (a) Me.: Priscila M. Santana Macedo Vasques 
 Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU 
 
 
_________________________________________ 
Membro: Profa. Me. Aleteia Queiroz Alves de Souza 
 Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU 
 
 
_________________________________________ 
Membro: Profa. Me. Dayane Nayara da Silva Alves 
Centro Universitário Maurício de Nassau – UNINASSAU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA (OBRIGATÓRIO) 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha família, 
aos meus colegas que sempre 
estiveram ao meu lado e 
exclusivamente aos meus filhos por 
acreditarem em meu potencial. E 
Principalmente a Deus por todas as 
bênçãos alcançadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço em primeiro lugar a Deus, pela vida, fazendo-me sempre capaz para 
alcançar meus objetivos e me manter firme para conclusão de mais esta etapa. 
Agradecimento especial a minha orientadora: Priscila M. Santana Macedo Vasques, 
e aos meus professores(as) por toda compreensão, incentivo, didática e paciência 
para comigo. 
Aos meus falecidos pais Francisco Morais Filho e Zeneida de Oliveira Morais e 
minha irmã Ana Tâmisa de Oliveira Morais, que Deus os tenha no céu ao lado do 
manto de Nossa Senhora de Fátima, pois eles sempre foram meus alicerces e hoje 
mais uma vez estou concluindo uma etapa de todos meus sonhos. 
Aos meus filhos amados, que sempre estavam ao meu lado, sendo o motivo do meu 
empenho por um mundo mais justo e melhor. 
Aos meus amigos e colegas que fizeram parte na minha formação na graduação. 
Enfim, agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização 
desta monografia. Obrigado por tudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESUMO 
 
O comércio eletrônico de produtos vem cada vez mais se disseminando na sociedade. 
Com isso, também registra-se um aumento dos crimes contra esse tipo de mercado. 
Nesse cenário, o presente estudo objetiva conhecer as principais práticas abusivas e 
a proteção conferida ao consumidor no âmbito do comércio virtual de produtos nos 
dias atuais, bem como, os crimes cibernéticos e o tratamento legal a eles conferido. 
Trata-se de um estudo do tipo revisão bibliográfica, que foi feito a partir de busca em 
bases de dados científicas, além de monografias, livros, leis e manuais. No primeiro 
capítulo tratou-se de fazer uma análise sobre o comércio virtual compreendendo qual 
a sua real finalidade e como ele pode está beneficiando o mercado e a economia, 
relacionando este com os direitos do consumidor enfatizando como ocorre esse 
processo, além disto também há a questão das principais problemáticas que atingem 
esse campo que é a questão das práticas abusivas como por exemplo: venda casada, 
recursa de venda e dentre outras. Já no segundo capítulo evidencia-se a questão da 
definição dos principais tipos de crimes existentes e como principal os crimes 
cibernéticos mais comuns hoje na rede, nesse estudo foram trazidos alguns que são 
mais conhecidos, dentre os principais há: puros e impuros (disseminação de 
fotografias pornográficas de crianças e adolescentes). O terceiro capítulo enfatiza 
sobre a Lei 12.737/2012 e os projetos de Lei existentes no que tange a essa 
problemática, como a Lei nº 281/2012 (trazer inovações e melhorias aos direitos dos 
consumidores); o Decreto nº 7.962/2013 (regular os direitos dos consumidores nas 
transações de comércio eletrônico, incluindo melhorias no direito à informação para 
compras online); a Lei nº 12.965/2014 (estabelece garantias, direitos e deveres para 
a utilização da internet no país); a Lei Federal nº 13.709/18 (regulamentar a proteção 
de dados pessoais) e o Projeto de Lei 5209/20 estabelece que o preço à vista dos 
produtos ou serviços seja claramente apresentado junto à imagem ou na descrição do 
item, de forma legível. Pode-se concluir que a pesquisa realizada enfatiza a 
importância de trabalhar em prol da minimização desses tipos de crimes, fazendo um 
alerta para os fornecedores e consumidores. 
 
Palavras-chave: Comércio Eletrônico. Direito do Consumidor. Crimes virtuais. 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The e-commerce of products is increasingly spreading in society. As a result, there has 
also been an increase in crimes against this type of market. In this scenario, the 
present study aims to know the main abusive practices and the protection conferred to 
the consumer in the scope of the virtual commerce of products in the present day, as 
well as the cybercrimes and the legal treatment conferred to them. This is a study of 
the literature review type, which was carried out from a search in scientific databases, 
in addition to monographs, books, laws and manuals. In the first chapter, an analysis 
was made of virtual commerce, understanding what its real purpose is and how it can 
be benefiting the market and the economy, relating it to consumer rights, emphasizing 
how this process occurs, in addition to this there is also the issue of the main problems 
that affect this field, which is the issue of abusive practices such as: married selling, 
recourse of sale and among others. In the second chapter, the question of the definition 
of the main types of existing crimes is highlighted and, as the main one, the most 
common cybercrimes today on the network, in this study some that are better known 
were brought, among the main ones there are: pure and impure (dissemination of 
pornographic photographs of children and adolescents). The third chapter emphasizes 
on Law 12.737/2012 and existing bills regarding this issue, such as Law No. 281/2012 
(bringing innovations and improvements to consumer rights); Decree No. 7962/2013 
(regulating consumer rights in e-commerce transactions, including improvements to 
the right to information for online purchases); Law nº 12.965/2014 (establishes 
guarantees, rights and duties for the use of the internet in the country); Federal Law nº 
13.709/18 (regulating the protection of personal data) and Bill 5209/20 establish that 
the spot price of products or services is clearly presented next to the image or in the 
description of the item, in a legible way. It can be concluded that the research carried 
out emphasizes the importance of working towards the minimization of these types of 
crimes, making an alertto suppliers and consumers. 
 
 
Keywords: Electronic Commerce. Crimes. Market. 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10 
CAPÍTULO 1 – O COMÉRCIO VIRTUAL E AS PRÁTICAS ABUSIVAS ............... 13 
1.1 O Comércio Virtual de Produtos .................................................................... 13 
1.2 O comércio eletrônico no Brasil e o direito do consumidor ....................... 14 
1.3 O Comércio Virtual de Produtos e a Vulnerabilidade do Consumidor ....... 16 
1.4 Relação Jurídica de Consumo ........................................................................ 19 
1.5 As práticas abusivas no CDC ......................................................................... 20 
CAPÍTULO 2 – CONCEITO DE CRIME, CLASSIFICAÇÃO E INTRODUÇÃO AOS 
CRIMES CIBERNÉTICOS ....................................................................................... 23 
2.1 Aspectos Conceituais do Crime ..................................................................... 23 
2.1.1 Modelo Bipartite .............................................................................................. 23 
2.1.2 Modelo Tripartite ............................................................................................. 24 
2.2 Classificação do Crime ................................................................................... 24 
2.3 Introdução aos Crimes Cibernéticos ............................................................. 26 
2.4 Classificação dos Crimes Cibernéticos ........................................................ 28 
2.4.1 Crimes Cibernéticos Puros ............................................................................. 29 
2.4.2 Crimes Cibernéticos Impuros ......................................................................... 29 
2.5 Os Crimes Contra o Consumidor no Comércio Virtual ............................... 29 
2.6 Dificuldades do Consumidor no Comércio Virtual ...................................... 31 
CAPÍTULO 3 – O DIREITO PENAL CIBERNÉTICO .............................................. 33 
3.1 A interpretação da lei penal à luz do princípio da legalidade ..................... 33 
3.2 O direito penal cibernético ............................................................................. 34 
3.2.1 Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ....................................................... 35 
3.2.2. Lei Carolina Dieckmann ................................................................................ 35 
3.3 Projetos de leis para regulamentação ........................................................... 36 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 38 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 40 
 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
 
A internet, com sua habilidade de ligar clientes e fornecedores com agilidade, 
é sem dúvida um elemento crítico de transformação do mundo. A conhecida era digital 
simboliza uma revolução no meio social e o seu estudo, assim como as sugestões de 
normatização destas, tornam-se fundamentais, sobretudo nos vínculos entre 
fornecedores e consumidores, assegurando a estes, a segurança nas transações 
eletrônicas e a sua efetividade no mundo virtual e real (FIGUEIREDO; FIGUEIREDO; 
MOREIRA, 2015). 
As relações de consumo se encontram inseridas na sociedade atual e o 
estímulo da tecnologia da informação trouxe novas maneiras de compras, viabilizando 
o rápido e fácil acesso aos bens de consumo, a ponto de reforçar os sentimentos de 
prazer e satisfação ao consumidor. Nesse campo, os meios tecnológicos promovem 
divulgação rápida e o marketing de produtos que tem como intuito alcançar a maior 
quantidade de consumidores possível, o que promove o fomento do consumo de bens 
e serviços. Dessa forma, em um mercado capitalista, o consumidor é convencido a 
satisfazer-se, além de suas demandas necessidades, de maneira que determinadas 
práticas podem vir a ser vistas como assédio de consumo (SCARMANHÃ et al., 2018). 
As relações de consumo, são configuradas por meio do conjunto de 
componentes existentes entre o consumidor final, fornecedor e o produto ou serviço 
em obtenção, caracterizando uma transação comercial (CRISTINA NETA; NETTO 
JAMIL, 2023). O Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seu artigo 4º, no caput, 
disciplina esse tipo de atividade, estabelecendo que “a Política Nacional das Relações 
de Consumo tem por finalidade o atendimento das demandas dos consumidores, o 
respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de suas preferências 
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, além da transparência e equilíbrio 
das relações de consumo”. 
O comércio, como prática de intermédio entre o produtor e o consumidor, cria 
ou auxilia a criar horizontes. Para que haja um entendimento mais complexo é preciso 
tomar conhecimento da origem histórica e remota do comércio eletrônico que está 
vinculada à troca. Efetivamente, numa etapa primitiva da civilização, predominava a 
troca ou permuta de objetos (DUTRA, 2018). 
Com base nisto, enfatiza-se que a Constituição Federal (CF) brasileira positivou 
a proteção do consumidor como direito fundamental, em seu artigo 5º, inciso XXXII, 
11 
 
comprovando ser dever do Estado a promoção de práticas para a efetiva garantia do 
direito do consumidor. O Código de Defesa do Consumidor (CDC), decretado em 
1990, veio regulamentar a CF ao proporcionar a harmonia nas relações de consumo, 
como tipo de proteção aos consumidores vulneráveis (FIGUEIREDO; FIGUEIREDO; 
MOREIRA, 2015). 
O Código de Defesa do Consumidor de início precisa ser entendido como uma 
lei de ordem pública, que procura determinar direitos e responsabilidades entre 
consumidores e fornecedores. Sua finalidade principal é assegurar uma harmonia nos 
vínculos de consumo, assegurando dessa forma, sempre que necessário, a proteção 
do consumidor por meio da proibição ou da restrição das práticas abusivas do 
mercado (DUTRA, 2018). 
Observa-se que o debate sobre a vulnerabilidade do consumidor no comércio 
eletrônico é muito atual. No período em que foi criado o Código de Defesa do 
Consumidor (CDC), no ano de 1990, o comércio eletrônico não era sucedido de 
maneira profunda e extensa. No entanto, com a expansão do alcance da Internet e o 
crescimento dos planos de negócio virtual, acirrou-se o debate em detrimento da 
vulnerabilidade do consumidor (CRISTINA NETA; JAMIL NETTO, 2023). 
A partir da contextualização feita acima, o estudo tem como temática principal, 
a saber: O comércio virtual de produtos, as práticas abusivas e os crimes cibernéticos. 
Para um melhor entendimento do que se pretende pesquisar elaborou-se as seguintes 
questões norteadoras sendo elas: Quais as principais práticas abusivas vistas no 
comércio eletrônico nos dias atuais? Qual a influência da Lei 12.737/2012 no combate 
aos crimes no comércio eletrônico? 
O principal intuito desse trabalho foi mostrar o quanto com o crescimento da 
internet e do comércio virtual ascendeu a prática de crimes contra as pessoas e com 
essa realidade se faz cada vez mais preciso que haja leis que venham punir esses 
agentes que praticam esse tipo de ação que desencadeia diversos prejuízos. 
Em relação aos objetivos traçados para esse estudo têm-se como objetivo 
geral, conhecer as principais práticas abusivas e a proteção constitucional legal 
existente no âmbito do comércio virtual de produtos nos dias atuais, com enfoque nos 
crimes cibernéticos. 
E, como objetivos específicos, caracterizar as principais particularidades do 
comércio virtual e das práticas abusivas, definir crime e crimes cibernéticos e analisar 
12 
 
a aplicabilidade da Lei 12.737/2012 e os projetos de lei no combate aos crimes no 
comércio eletrônico. 
Sobre a metodologiautilizada trata-se de um estudo descritivo do tipo revisão 
bibliográfica que foi feito a partir de pesquisas feitas em bases de dados científicas, 
livros, monografias, leis e manuais que tinham relação direta com a temática 
explorada, foi feita a leitura exploratória de cada material encontrado e seguida 
retirada as informações mais pertinentes de cada um para a construção da 
fundamentação da discussão. 
Em relação a divisão do trabalho ele se dividiu em três etapas. O primeiro 
capítulo aborda a definição de comércio virtual de produtos, atuação do direito do 
consumidor, vulnerabilidade do consumidor enfatizando as principais fragilidades 
destes no comércio eletrônico e as principais práticas abusivas vistas. 
O segundo capítulo trata da caracterização dos tipos de crimes, e como se dá 
a identificação dos crimes cibernéticos, trazendo a definição dos principais. E, por fim, 
o terceiro capítulo busca evidenciar como se dá a aplicabilidade de projetos de Lei e 
a Lei 12.737/2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
CAPÍTULO 1 – O COMÉRCIO VIRTUAL E AS PRÁTICAS ABUSIVAS 
 
Este capítulo vem tratando da real finalidade do comércio virtual de produtos 
nos dias atuais e quais são as práticas abusivas mais recorrentes, além também da 
relação existente entre esse tipo de comércio e o direito do consumidor. 
 
1.1 O Comércio Virtual de Produtos 
 
O comércio eletrônico surgiu como um novo conceito de mercado, oferecendo 
uma oportunidade de negócios na forma de comércio virtual. Proporciona maior 
comodidade, segurança e credibilidade no momento de efetuar uma compra, seja de 
um produto/serviço real (físico) ou virtual. 
Com a grande evolução e expansão da rede mundial de computadores, o 
comércio eletrônico ou e-commerce tem se tornando uma das aplicações mais 
promissoras da internet, o que possibilita que continue se expandindo de forma 
diferenciada, proporcionando negociação de bens e serviços entre empresas, governo 
e público em geral. Aliás, comprar faz parte das principais atividades diárias humanas. 
Nota-se que, com a disseminação do uso da internet por um número cada vez maior 
de usuários, surgiu o interesse pela compra e venda on-line em diversas áreas, como: 
serviços de Tecnologia da Informação (TI), calçados, vestuário, eletrônicos além do 
interesse por filmes e livros. 
Além do comércio eletrônico, também chamado e-commerce, existe o e-
business que possui uma definição mais ampla de comércio eletrônico, incluindo os 
seguintes serviços (TURBAN; KING, 2004). 
O e-business é considerado um empreendimento variável e dinâmico, pois 
está diariamente sofrendo alterações, ou seja, mudando de sites isolados e criando 
parcerias com portais, extranets e mercados digitais. Estas mudanças são 
consequência da pressão pela redução de custos, aumento na produtividade e o 
constante aperfeiçoamento do relacionamento com parceiros e usuários finais (KLEM; 
CONNELL, 2004). 
Os mesmos autores acima trazem uma definição mais detalhada do termo e-
business, definindo-o como negócios do mundo real que estão conectados on-line. 
Através dessas conexões on-line é possível que computadores possam despachar 
14 
 
automaticamente produtos e fazer a localização de estoques. Já os clientes, podem 
verificar os processos de compra nos bancos de dados. 
No comércio eletrônico, é necessário realizar algumas transações para que a 
compra e venda de itens seja efetivada. Atualmente, as principais transações que os 
servidores de comércio eletrônico realizam são: a disponibilidade de produtos ou 
serviços, elaboração de pedidos de compra, comprovação de pagamento e suporte 
pós-venda ao consumidor. 
Um aspecto importante a ser considerado nos sistemas de comércio 
eletrônico é a qualidade do serviço no período em que o cliente está com uma 
transação em curso. Caso essa operação seja interrompida, vários prejuízos poderão 
ser causados a esse cliente. 
Um dos principais fatores ligados à interrupção de uma transação é o servidor 
sobrecarregado quando vários usuários estão realizando acessos à mesma página. 
Consequentemente, o servidor não consegue atender a todas essas requisições. 
Assim, automaticamente alguns ou todos os serviços que estão sendo solicitados 
serão perdidos. 
Caso isso ocorra, o cliente perde a confiança nos serviços prestados e 
provavelmente irá evitar novo acesso ao mesmo site de comércio eletrônico. Esse 
seria um dos fatores negativos da qualidade do serviço. 
Outra preocupação importante que o consumidor precisa observar no 
momento em que realiza uma transação eletrônica de compra de produtos ou serviços 
é relativa a segurança das informações trafegadas. É muito importante que o protocolo 
utilizado para realizar a conexão entre o navegador do cliente e o servidor de comércio 
eletrônico seja um protocolo seguro, com algum nível de criptografia. 
 
1.2 O comércio eletrônico no Brasil e o direito do consumidor 
 
O comércio eletrônico, também conhecido como e-commerce, é caracterizado 
pela venda de produtos ou serviços através da internet. É um tipo de comércio em que 
pessoas, empresas, indústrias, lojas, entre outros, utilizam espaços virtuais, como 
sites, para disponibilizar seus produtos visando atingir os consumidores interessados 
(O'BRIEN, 2004). 
Conforme Albertin (2002, p. 15), o comércio eletrônico abrange todas as 
“etapas dos processos de negócios em um ambiente eletrônico, utilizando 
15 
 
intensamente tecnologias de comunicação e informação para atingir os objetivos 
comerciais”. 
Trata-se, portanto, do mesmo tipo de relação tradicionalmente estabelecida no 
âmbito do comércio real, em meio virtual. Assim, tem-se a figura do consumidor e do 
fornecedor e, como objeto, um produto ou um serviço. 
Nakamura (2011) complementa essa definição, ressaltando que o comércio 
eletrônico vai além das transações de compra e venda, abrangendo todos os 
processos envolvidos na cadeia de valor por meio do uso de tecnologias avançadas 
de informação e comunicação, com o objetivo de atender às necessidades dos 
negócios. 
O comércio eletrônico é uma forma de comércio que realiza transações 
financeiras por meio de plataformas eletrônicas e dispositivos móveis/imóveis, 
operando em um ambiente virtual. Fábio Ulhôa Coelho descreve essa modalidade 
como a venda de produtos (sejam eles virtuais ou físicos) e a oferta de serviços 
realizados em um ambiente virtual. Tanto a oferta quanto a celebração do contrato 
ocorrem por meio da disseminação e recepção eletrônica de dados, podendo ocorrer 
através da internet ou de outros meios (GRANATO; COSTA, 2017). 
Em 11 de setembro de 1990, foi promulgada a Lei nº 8.078, conhecida como 
Código de Defesa do Consumidor, com a finalidade de equilibrar a relação entre 
fornecedores e consumidores, reduzindo a vulnerabilidade do consumidor e 
estabelecendo condições de igualdade. Essa lei regula as relações de consumo, 
define os direitos e deveres do consumidor e do fornecedor, e possui embasamento 
constitucional. 
Além do mais, os princípios de proteção ao consumidor e ao fornecedor são 
assegurados constitucionalmente, conforme demonstrado no artigo 1º do Código de 
Defesa do Consumidor e no artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias (BRASIL, 1990). 
O Direito do Consumidor tem como objetivo principal proteger o consumidor e 
representa uma resposta a uma situação em que o consumidor se encontra em 
desvantagem no que se refere ao poder econômico do fornecedor. Ele preenche 
lacunas jurídicas existentes nas relações de consumo, que impedem uma proteção 
adequada do consumidor frente aos fornecedores de produtos e serviços 
(FIGUEIREDO; FIGUEIREDO; MOREIRA, 2013). 
16 
 
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) tem como principal objetivo 
proteger e preservar os interesses dos consumidores, reconhecendo sua posição de 
vulnerabilidade nas relações deconsumo. É importante ressaltar que o CDC está 
fundamentado na Constituição, sendo considerado um dos direitos fundamentais de 
destaque em nosso sistema jurídico. Essa proteção é aplicável em todas as esferas, 
inclusive nas relações de consumo modernas (BORGES; BORGES, 2021). 
O Código de Defesa do Consumidor, muito embora seja uma lei mais antiga, 
versa sobre princípios gerais e direitos básicos cuja aplicabilidade no âmbito do 
comércio eletrônico é inegável. Uma vez estabelecida a relação jurídica de consumo, 
ainda que em âmbito virtual, tem-se a incidência do CDC, que não exclui a proteção 
do consumidor e nem limita o seu escopo apenas à relações presenciais. 
 
1.3 O Comércio Virtual de Produtos e a Vulnerabilidade do Consumidor 
 
O Código de Defesa do Consumidor foi instituído pela Lei nº. 8.0078/90 e é 
considerado o mais importante mecanismo de defesa da parte mais frágil da relação 
de consumo, ou seja, o consumidor, representando “o mais importante instrumento 
para a defesa da parte geralmente mais fraca em qualquer relação de consumo, qual 
seja o consumidor” (CERDEIRA, 2008, s.p). 
Com a chegada do código de defesa do consumidor houve maior proteção a 
favor do consumidor pois, como assevera Parra (2018, s.p), ele veio resguardar o 
mesmo contra “abusividades e garantir a boa-fé nos negócios realizados, dando 
segurança, dignidade e saúde aos consumidores e o acesso à informação sobre o 
produto e serviços”. 
O Código de defesa do consumidor, promulgado em 1990 trouxe algumas 
normas em benefício ao consumidor, com intuito de amparar a parte mais vulnerável 
na relação entre consumidor e fornecedor (PARRA, 2018, s.p). O referido mecanismo 
de defesa estabelece no art. 4, I do referido código, para que a defesa do consumidor 
seja estabelecida, deve haver o reconhecimento de vulnerabilidade, quer dizer, de que 
parte mais frágil técnica. 
Tal instrumento impõe que o primeiro passo para a efetiva defesa do 
consumidor “é o reconhecimento de sua vulnerabilidade (art. 4°, I), isto é, de que é a 
parte mais fraca técnica (não conhece os produtos ou serviços que adquire como o 
17 
 
fornecedor) e financeiramente (geralmente não possui as mesmas condições do 
fornecedor)” (CERDEIRA, 2008, s.p). 
O motivo principal é proteger o consumidor de desvantagens e 
vulnerabilidade, assim aduz Parra: 
 O objetivo é justamente proteger o consumidor que ocupa uma posição de 
desvantagem e vulnerabilidade frente ao fornecedor, sendo que, além disso, 
ainda é possível verificar, a hipossuficiência fática, técnica e econômica em 
determinados casos (PARRA, 2018, s.p) 
 
Diferentemente de uma relação comercial comum, portanto, a relação 
jurídica de consumo é marcada pela vulnerabilidade de uma das partes, qual seja, o 
consumidor, vulnerabilidade esta que justifica a proteção a ele conferida, com o 
objetivo de garantir o que se chama de “paridade de armas”, viabilizando a concreção 
a isonomia. 
A vulnerabilidade, como destaca a doutrina, pode ser aferida por diversos 
aspectos. Tem-se a vulnerabilidade econômica, que se refere ao poder econômico 
das partes, a vulnerabilidade técnica, que remete a situações onde predomina a 
inexistência de conhecimento técnico por parte do sujeito consumidor, a ausência de 
conhecimento sobre a técnica, materializada na inexistência obrigacional de 
entendimento sobre o bem adquirido. 
Além da inexistência de conhecimento, a informação omitida geralmente 
pelas propagandas de marketing comercial que, geralmente, são encobridas e 
distorcidas, gerando uma dificuldade de compreensão por parte do consumidor. 
Nesse sentido, a doutrina ressalta, também, o conceito de vulnerabilidade 
jurídica: 
 
E, por fim, a mais importante a vulnerabilidade jurídica, designada aos 
deveres do fornecedor diante da carência de entendimento jurídico da figura 
vulnerável, adversa da realidade do próprio empresário, que tem assessoria 
jurídica e com isso a possibilidade de formalização de cláusulas contratuais. 
O princípio da vulnerabilidade é, portanto, fundamental, onde o fornecedor 
passa a correr risco de ter o seu negócio jurídico anulado se foro comprovado 
má-fé de sua parte (HOLANDA; LÁZARO, s.p, 2017). 
 
Segundo Lima apud Gomes (2013, s.p), “a maioria dos doutrinadores diz que a 
natureza da vulnerabilidade decorre em razão da falta de informação técnica em 
relação ao fornecedor”. 
 
Nota-se que o conceito de vulnerabilidade é diferente do de hipossuficiência. 
Deste modo disserta Tartuce8 que “todo consumidor é sempre vulnerável, 
característica intrínseca à própria condição de destinatário final do produto ou 
serviço, mas nem sempre será hipossuficiente”. Deste modo, a 
18 
 
vulnerabilidade é elemento posto do vínculo de consumo e não um elemento 
pressuposto, geralmente, o elemento pressuposto é a situação de 
consumidor (TARTUCE NEVES, 2020, p. 28). 
 
Em suma, verifica-se que a expressão consumidor vulnerável é pleonástica, 
dado que todos os consumidores têm essa condição, resultante de uma presunção 
que não permite discussão ou prova em contrário. “Para concretizar, de acordo com 
a melhor concepção consumerista, uma pessoa pode ser vulnerável em determinada 
situação sendo consumidora, mas em outra hipótese fática poderá não assumir tal 
condição, dependendo da relação jurídica consubstanciada no caso concreto” 
(TARTUCE NEVES, 2020, p. 28). 
O termo vulnerabilidade tem uma concepção ampla no que diz respeito ao 
seu significado e aplicabilidade em algumas relações, integrando-o no que tange as 
relações no comércio eletrônico, pois, diante da grande escala de empresas virtuais, 
a relação de consumo se tornou notoriamente desequilibrada para o consumidor, 
onde nota-se que a parte mais debilitada da relação, tem tido consequências 
desfavoráveis, pela não observância desse princípio na sua integralidade. 
A noção de vulnerabilidade para o Direto do Consumidor se tornou de 
extrema importância para consubstanciar as relações de consumo virtuais, por essa 
razão: “A doutrina é harmônica ao assegurar que a vulnerabilidade do consumidor 
é característica intrínseca das relações de consumo, constituindo-se ela, por 
conseguinte, em presunção legal absoluta a seu favor” (BEHRENS, 2014, p. 309). 
No âmbito do comércio eletrônico, o supracitado princípio é concebido de 
maneira muito tênue, pois neste aspecto, o consumidor é notoriamente desprotegido 
pelo fato da comercialização eletrônica trazer uma relação amplamente desigual, 
pois o fornecedor muitas vezes, nem mesmo é conhecido pelo consumidor, 
ofertando ao consumidor uma insegurança jurídica, amplamente desproporcionada, 
como a impossibilidade de citação. De acordo com Martins (2010): 
 
Em se tratando da insegurança jurídica que as relações no comércio 
eletrônico trazem ao consumidor na contemporaneidade; O primeiro dos 
princípios é o princípio da vulnerabilidade, atendendo assim, ao preceito 
previsto na Resolução 39/248 da ONU. O CDC brasileiro consagrou no art. 
4º I, o princípio da vulnerabilidade, reconhecendo assim o consumidor 
como parte mais fraca na relação de consumo, parte frágil, razão da tutela 
pela norma do consumidor, chegando a elencar como prática abusiva o 
fato de prevalecer da fraqueza ou ignorância do consumidor (art. 39, IV, do 
CDC) (MARTINS, 2010). 
 
19 
 
A CF/88, em seu artigo 170, estabelece que para constituir a ordem econômica 
do Estado brasileiro, será observado, além de outros, a defesa do Consumidor. O 
objetivo, portanto, é minimizar a vulnerabilidade e garantir a isonomia na relação 
jurídica de consumo. 
 
1.4 Relação Jurídica de Consumo 
 
A corrente finalista faz interpretação restritiva da figura do consumidor, 
atingindo somente aqueles que precisam de seguridade e que sejam os destinatários 
fáticos e econômicos do bem ou do serviço. Entretanto, tem-se aceitado a expansão 
do conceito para chegar á pessoa física ou jurídica que, por mais quenão seja a 
destinatária final do produto ou do serviço, encontre-se em situação de 
vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica em relação ao fornecedor (teoria 
finalista mitigada ou aprofundada) (TJDFT, 2023). 
Uma relação jurídica de consumo é formada toda vez que um fornecedor e 
um consumidor transacionarem produtos e/ou serviços (artigo 2º, da Lei 
n.º 8.078/1990). O consumidor pode ser tanto a pessoa física quanto a pessoa 
jurídica, desde que adquiram ou utilizem produtos e/ou serviços, como destinatários 
finais. O destinatário final adquire o produto ou o serviço como bem de consumo. 
Toda vez que o produto ou o serviço puderem ser usados como bem de consumo, 
incidirão as regras do Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990). 
O Código de Defesa do Consumidor regula as situações em que haja um 
destinatário final que adquire produto ou serviço para uso próprio. O mesmo diploma 
também regula as situações nas quais identifique-se um destinatário final adquirente 
de produto ou serviço com a finalidade de produzir outros produtos ou serviços, 
desde que estes, uma vez obtidos, sejam oferecidos regularmente no mercado de 
consumo como bens de consumo. 
O parágrafo único, do artigo 2º da Lei n.º 8.078/1990, equipara à figura de 
consumidor toda a coletividade de pessoas que possam ser, de alguma maneira, 
afetadas pela relação de consumo. Ainda nesse sentido, toda vez que um acidente 
de consumo atingir pessoas que não sejam as consumidoras diretas e lhes causar 
danos, essas pessoas serão equiparadas ao consumidor direto (artigo 17 da Lei 
n.º 8.078/1990). 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608698/artigo-2-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608666/par%C3%A1grafo-1-artigo-2-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608698/artigo-2-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605721/artigo-17-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
20 
 
Já o artigo 29 da Lei n.º 8.078/1990 determina a figura do consumidor em 
potencial. Assim, todas as pessoas são consumidoras por estarem potencialmente 
expostas a toda e qualquer prática comercial. O conceito de fornecedor é muito 
amplo e está previsto no artigo 3º da Lei n.º 8.078/1990. Logo, será considerado 
fornecedor toda pessoa física ou jurídica que desenvolver atividades de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição 
ou comercialização de produtos ou prestação de serviços (BRASIL, 1990). 
A atividade desenvolvida pelo fornecedor deve ser regular ou eventual para 
que surja a relação de consumo. O profissional liberal também será considerado 
fornecedor (Exemplo: médico e advogado). 
O conceito de produto, definido no § 1º, do artigo 3º, do Código de Defesa do 
Consumidor, é universal e deve ser entendido como sendo o resultado da produção 
no mercado de consumo. Uma observação que deve ser feita é em relação ao termo 
imaterial, que diz respeito aos produtos existentes nas atividades bancárias 
(Exemplo: mútuo, aplicação em renda fixa, caução de títulos etc.). 
Já o conceito de serviço é definido no § 2º, do artigo 3º, do Código de Defesa 
do Consumidor. De acordo com o dispositivo, serviço é qualquer atividade prestada 
ou fornecida no mercado de consumo mediante remuneração, salvo as decorrentes 
das relações de caráter trabalhista. Nesse conceito, enquadram-se os serviços 
bancários, conforme a Súmula 297 do STJ. 
A Lei n.º 8.078/1990 incidirá em toda relação na qual forem identificados num 
dos polos a figura do fornecedor e no outro polo a figura do consumidor. Ainda 
incidirá a Lei n.º 8.078/1990 mesmo antes que qualquer consumidor em concreto 
compre, contrate, tenha seus direitos violados, etc. Basta a potencialidade ou 
possibilidade de ocorrência da relação de consumo. 
 
1.5 As práticas abusivas no CDC 
 
As práticas abusivas se encontram no interior dos vínculos de consumo, pois é 
evidente que o consumidor é a parcela mais exposta, sendo vítima destas condutas 
que deixam as relações fundamentadas, de forma que o consumidor tem o total 
suporte e amparo do Código de Defesa do Consumidor. 
São as práticas bloqueadas pelo Código de Defesa do Consumidor e usadas 
pelo provisor, que são danosas à boa-fé, o privilégio de escolha do consumidor e à 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603741/artigo-29-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608617/artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608570/par%C3%A1grafo-1-artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608617/artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608535/par%C3%A1grafo-2-artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608617/artigo-3-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
21 
 
fragilidade, que pode vir a ocorrer na etapa de venda de produto ou serviço ou na fase 
de produção, o que podem ser também contratuais ou não (CARVALHO, 2015). 
Certas doutrinas classificam as práticas abusivas conforme esses 
fundamentos, onde um deles se diz respeito ao momento em que as práticas se 
revelam no processo econômico e o segundo fundamento é referente a fase do vínculo 
contratual. A primeira classifica-se em produtivas ou comerciais, onde a primeira se 
volta para a etapa de produção, onde ocorre o abuso, já a segunda vem ocorrer na 
fase pós-produção. Já com ênfase na classificação no que concerne à relação 
contratual há três classificações, sendo elas: pré-contratuais, contratuais e pós-
contratuais (ALMEIDA, 2018). 
O artigo 39, do CDC, estabelece um rol meramente exemplificativo de práticas 
consideradas como práticas abusivas, estas que ofendem o direito do consumidor por 
si, independentemente de haver ou não algum tipo de prejuízo causado. Além do rol 
estabelecido no art. 39, outras práticas abusivas podem ser identificadas em outros 
artigos do CDC, por exemplo, no art. 42, onde se fala que, na cobrança de débitos, o 
consumidor não será exposto ao ridículo ou à ameaças. 
Existem outras práticas também que, em razão do desenvolvimento da 
sociedade e das próprias práticas de consumo, caracterizam-se como práticas 
abusivas por irem de encontro com os princípios estabelecidos na Política Nacional 
das Relações de Consumo, ou por ofenderem direitos básicos do consumidor. 
Para um melhor conhecimento dessas práticas abusivas elaborou um quadro 
que enfatiza as principais características destas, sendo as principais: Venda casada, 
Recusa de venda, Envio de produto/serviço sem solicitação prévia, Fragilidade do 
consumidor e Vantagemexcessiva. 
 
Quadro 1 – Práticas abusivas. 
Venda casada A prática de venda casada ainda é 
comum no país. O fornecedor trabalha 
no sentido de coagir o consumidor a 
obter um produto ou um serviço que 
não tem interesse para que consiga ter 
direito a outro produto ou serviço, indo 
contra a liberdade de preferência do 
consumidor entre os produtos e 
serviços de qualidade adequados e 
valores competitivos. 
Recusa de venda Está ordenado que é proibido: “II - 
Recusar atendimento às demandas dos 
22 
 
consumidores na exata medida de suas 
disponibilidades de estoque, e, ainda, 
de conformidade com os usos e 
costumes”. 
Envio de produto/serviço sem 
solicitação prévia 
A diretriz consumerista fala é proibido: 
“III - Enviar ou entregar ao consumidor, 
sem solicitação prévia, qualquer 
produto, ou fornecer qualquer serviço”. 
Fragilidade do consumidor O Código do Consumidor proíbe ao 
fornecedor: “IV- Prevalecer-se da 
fraqueza ou ignorância do consumidor, 
levando em consideração sua idade, 
saúde, conhecimento ou condição 
social, para impingir-lhe seus produtos 
ou serviços”. 
Vantagem excessiva A vantagem manifestamente excessiva 
se trata da arrecadação inadequada por 
serviços não ofertada, diz respeito, 
entretanto, na prática de ação proibida 
pelo CDC, quando o fornecedor gera 
uma instabilidade contratual. 
Fonte: Dias (2014) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
CAPÍTULO 2 – CONCEITO DE CRIME, CLASSIFICAÇÃO E INTRODUÇÃO AOS 
CRIMES CIBERNÉTICOS 
 
Este capítulo vem mostrando os principais conceitos e a classificação de crime 
e como se dá a prática de crimes cibernéticos, além de enfatizar os principais crimes 
cometidos contra o consumidor. 
 
2.1 Aspectos Conceituais do Crime 
 
Em um primeiro momento trata-se de trazer as principais definições e a 
classificação do crime, para que dessa forma se consiga ter um entendimento mais 
amplo acerca da origem do sentido de crime. 
A definição de crime pode ser compreendida sob o aspecto formal, material ou 
analítico. 
 
• Critério formal: o crime se trata de qualquer ação que choca contra a 
diretriz penal, levando em conta toda ação humana banida pela lei penal. Mas 
somente isso, pois o tal aspecto identifica a percepção do legislador que guia 
para o que é crime em relação a infração penal, sendo este, conforme o 
legislador, qualquer situação que comine em pena de reclusão ou detenção. 
 
• Critério material: é toda prática ou omissão que prejudica um bem 
jurídico penalmente tutelado. Esse fator leva em conta todo prejuízo contra 
as vítimas, titulares de direitos e seguranças constitucionais protegidas pelo 
direito penal. 
 
• Critério analítico: avalia os componentes principais do crime, sem lhe 
provocar quebras, estudando-o como unitário. Seus elementos são o fato 
típico, a ilicitude, a culpabilidade e a punibilidade (ROSTIROLLA et al., 2021, 
p. 938-939). 
 
Como se verifica, a doutrina se divide, quanto à definição de crime, a partir de 
três critérios básicos – a partir da ofensa à lei penal, a partir do prejuízo causado à 
outrem e a partir dos componentes principais do crime. 
 
 
2.1.1 Modelo Bipartite 
 
Sobre este modelo identifica-se uma análise do tipo de prática e o fator ilícito, 
onde garante somente a função de medir a pena voltada ao indivíduo. Tem como 
principal característica o comportamento humano espontâneo sem levar em conta o 
impulso anterior do agente em si. 
24 
 
Linha minoritária da Teoria Geral do Delito, autoriza que o crime é formado pelo 
aspecto típico e antijurídico somente. Nessa situação, se tem somente a avaliação do 
enquadramento da ação ao texto legal e da característica ilícita. 
Não há que se falar em ponderação sobre a reprovabilidade do comportamento, 
já que para essa corrente doutrinária a culpabilidade assegura apenas a atribuição de 
dosar a pena usada ao indivíduo. 
Esse protótipo guarda íntima associação com a Teoria Causalista do crime. Ela 
o reproduz como uma performance humana voluntária que desencadeia um efeito no 
mundo exterior, independentemente do impulso interior do agente, isto é, sem divergir 
uma conduta culposa de uma conduta dolosa (TRILHANTE, 2018). 
 
2.1.2 Modelo Tripartite 
 
Neste caso, já se trabalha em uma determinada conduta e nas principais 
condições em que se enquadra o agente e tem como base os seguintes aspectos, 
tipicidade, ilicitude e culpabilidade. 
Este exibe o delito como a ação de uma conduta específica, antijurídica e 
culpável. Esse move os componentes de vontade (dolo e culpa) para dentro do tipo 
penal, distinguindo-os já na providência da conduta e tornando a avaliação da 
conjuntura do ator mais importante para a figura do crime. 
Além disso, existe a análise das condições em que o agente tem certa 
performance, de maneira que o crime não é definido quando presentes as excludentes 
de tipicidade, ilicitude e culpabilidade (TRILHANTE, 2018). 
 
2.2 Classificação do Crime 
 
Sobre a classificação do crime em relação à estrutura da conduta delineada 
pelo tipo penal, têm-se a sua divisão em crimes simples e complexos. Simples é 
aquele que se acomoda em um único tipo penal, por exemplo, o crime de furto (art. 
155, do Código Penal). Os crimes complexos, por sua vez, advêm da junção de dois 
ou mais tipos penais. 
Fala-se, nessa conjuntura, em crime complexo em sentido rigoroso. O crime de 
roubo (CP, art. 157), por exemplo, advém da dissolução entre furto e ameaça (na 
25 
 
situação de ser aplicado com emprego de grave ameaça – CP, art. 147) ou furto e 
lesão corporal (se praticado por meio de violência contra a pessoa – CP, art. 129). 
Por sua parte, crime complexo em aspecto extenso é o que advém da fusão de 
um crime com uma performance por si só penalmente descartável, a exemplo da 
denunciação caluniosa (CP, art. 339), proveniente da harmonia da calúnia (CP, art. 
138) com a conduta lícita de apresentar à autoridade pública a prática de uma infração 
penal e sua respectiva autoria. 
Desse modo, classificam-se os crimes em: 
 
a) Crimes unissubjetivos, unilaterais, monossubjetivos ou de concurso 
eventual: são aplicados por um único intermediário. Permitem, no entanto, o 
concurso de pessoas. É a situação do homicídio (CP, art. 121). 
b) Crimes plurissubjetivos, plurilaterais ou de concurso necessário: são 
aqueles em que o tipo penal pede a multiplicidade de intermediários, que 
podem ser coautores ou partícipes, imputáveis ou não, conhecidos ou 
desconhecidos, e inclusive pessoas em relação às quais já foi extinta a 
punibilidade. 
Sanches et al. (2018) fala que os crimes se subdividem em: 
c) Crimes bilaterais ou de encontro: o tipo penal pede dois agentes, cujas 
condutas tendem a se achar. Ex: bigamia; 
d) Crimes coletivos ou de convergência: o tipo penal solicita a existência de 
três ou mais agentes. 
 
Após essa classificação, se trouxe a visão de alguns autores sobre o conceito 
de crime, onde o autor Liszt trata essa prática como algo injusto e que o estado adota 
uma pena para o agente que veio realizar esse tipo de ação. 
A obra de Franz von Liszt (1899), traz a determinada definição de crime: é o 
injusto contra o qual o Estado impõe pena e o injusto, quer se tratar de delito do direito 
civil, quer se trate do injusto criminal, ou seja, do crime, é a prática culposa e contrária 
ao direito. 
A teoria econômica do crime vem, entretanto, tentando interpelar o indivíduo 
criminoso como um intermediário econômico, isto é, com percepções semelhantes 
com as de um investidor de risco e que atravessa por sua cabeça, a cada vez em que 
26 
 
se encontra com a probabilidade de realizar um crime ou vários, taxas de volta de 
diferentes ordens. 
A performance otimizadora, por parte do indivíduo, abrange a chance de 
participação em qualquer prática criminosa. Nessa percepção, a prática de crimes é 
uma tarefa ou setor da economia, onde o criminosoé tido como um agente econômico 
(em qualquer uma das suas diversas maneiras) respondendo desta maneira aos 
incentivos econômicos espalhados na sociedade (FONTGALLAND, 2021). 
 
2.3 Introdução aos Crimes Cibernéticos 
 
Com o crescimento do uso da tecnologia, que está cada vez mais presente na 
vida das pessoas, aumentou também o número de delitos praticados por meios 
virtuais. Com isso, surgiram novas necessidades, entre elas a de proteger dados e 
informações privadas, pois um dos fatores mais importantes quando se fala em 
tecnologia é a segurança. 
A difusão da internet com as redes sociais acarretou novas formas de prática 
de crimes e com Era da Internet surgiram os crimes cibernéticos ou cibercrimes, que 
são crimes praticados que tem como meio o uso computadores ou a internet. Os 
indivíduos que praticam atos criminosos por meio da internet são chamados de 
hackers ou cibercriminosos. 
Para Gabriel Cesar Inellas (2009, s/p) em sua tese sobre os crimes na 
internet: 
 
A internet é uma rede de computadores, ligadas por redes menores, 
portanto comunica-se entre si, assim através de um endereço IP, onde 
variadas informações são trocadas, e é quando surge o problema, pois são 
nessas redes que existem uma quantidade enorme de informações 
pessoais disponíveis, ficando à mercê de milhares de pessoas que 
possuem acesso à internet, e quando não é disponibilizada pelo próprio 
usuário, são procuradas por outros usuários que buscam na rede o 
cometimento de crimes, os denominado Crimes Cibernéticos. 
 
Pode-se entender como crimes cibernéticos, os delitos informáticos, ou seja, 
todo procedimento que “atinge os dados de computadores que estejam 
armazenados ou compilados, dessa forma, pressupões duas formas para 
caracterizar o crime de informática, que o ato seja contra o computador ou através 
do computador” (FREITAS, 2021 apud ROSA, 2002, p. 53). 
27 
 
Patrícia Peck Pinheiro (2016, p. 379-380), define crime cibernético ou 
eletrônico da seguinte forma: 
 
O crime eletrônico é, em princípio, um crime de meio, isto é, utiliza-se de 
um meio virtual. Não é um crime de fim, por natureza, ou seja, o crime cuja 
modalidade só́ ocorra em ambiente virtual, à exceção dos crimes cometidos 
por hackers, que de algum modo podem ser enquadrados na categoria de 
estelionato, extorsão, falsidade ideológica, fraude, entre outros. Isso quer 
dizer que o meio de materialização da conduta criminosa pode ser virtual; 
contudo, em certos casos, o crime não. 
 
Diante disso, a fim de firmar o conceito de crime virtual, Mazzoni et al. (2017) 
em sua tese argumentaram que: O crime virtual é qualquer ação típica, antijurídica e 
culpável cometida contra ou pela utilização de processamento automático de dados 
ou sua transmissão em que um computador conectado à rede mundial de 
computadores (Internet) seja o instrumento ou o objeto do delito. 
Vale ressaltar que os crimes cibernéticos podem atingir a coletividade ao 
mesmo tempo e em diversos lugares, devido ao uso de vários computadores e 
smartphones, através das redes sociais ou de meios informáticos, como vírus e 
códigos que podem conter informações pessoais (SILVA, 2021). 
Nesse contexto, a Lei nº 9.609/98 foi promulgada com o objetivo de trazer 
segurança jurídica no âmbito virtual, protegendo os direitos intelectuais de 
programadores, criadores de programas e softwares de computadores. 
Contudo, novos crimes começaram a surgir diariamente, e em razão disso a Lei 
nº 9.609/98 teve que ser reanalisada pelo Congresso Nacional, com objetivo de aplicar 
uma legislação mais simples e coesa com os crimes virtuais que se tornavam cada vez 
mais recorrentes (GIMENES, 2013). 
O Projeto de Lei nº 89 de 2003, visava tipificar as condutas de alguns crimes 
cibernéticos, chegou a tramitar por quase 10 (dez) anos e teve sua redação final 
aprovada no Senado Federal somente no ano de 2008. Entretanto, o projeto poderia 
colocar a liberdade de expressão dos internautas em risco (GIMENES, 2013). 
Em 2011 foi aprovado pela Câmara dos Deputados outro projeto, a saber, o 
Projeto de Lei n. 2793/2011 que, frisa-se, teve seu nascimento justamente para 
combater o Projeto de Lei n 89/2003, considerando-o, então, defasado e prolixo, 
conforme argumenta Gimenes (2013, s/p): 
 
Os autores do PL 2793/2011 argumentavam que boa parte dos delitos já 
praticados com o auxílio ou não da rede mundial de computadores já 
implicam numa repressão estatal prevista no ordenamento jurídico. Daí, a 
28 
 
iniciativa em criar somente delitos que violavam certo bem jurídico ainda não 
amparado na legislação penal. A problemática que circundava os projetos de 
lei, todavia, só teve fim com o episódio envolvendo a atriz global Carolina 
Dieckmann. 
 
Os crimes virtuais começaram a ganhar destaque no Brasil com a Lei nº 
12.737 de 2012, popularmente conhecida como a Lei Carolina Dieckmann. Que foi 
criada depois da atriz ter sido vítima de ataques cibernéticos e ter suas fotos intimas 
vazados, sendo assim, com o objetivo de reprimir tais condutas delituosas, a 
referida lei trouxe alterações no Código Penal e um novo tipo penal (BORTOT, 
2013). 
Em 2014, uma nova lei com o intuito de regulamentar a utilização da internet, 
estabelecendo princípios e garantias que tornam a rede livre e democrática no 
Brasil. O Marco Civil da Internet, assegura os direitos e os deveres dos usuários e 
das empresas provedoras de acesso e serviço online (MARTINS, 2015). 
O Marco Civil foi criado para suprir as lacunas no sistema jurídico em 
relação aos crimes virtuais, num primeiro momento tratando dos fundamentos, 
conceitos para sua interpretação e objetivos que o norteiam, além de enumerar os 
direitos dos usuários, tratar de assunto polêmicos como por exemplo a solicitação 
de histórico de registros, a atuação do poder público perante os crimes virtuais e por 
último garante o exercício do direito do cidadão de usufruir da internet de modo 
individual e coletivo estando devidamente protegido (SIQUEIRA, 2017). 
Verifica-se, portanto, crescente preocupação com os crimes praticados em 
ambiente virtual e sua repercussão na sociedade, a partir da crescente 
normatização destas práticas e suas consequências. 
 
2.4 Classificação dos Crimes Cibernéticos 
 
No que se refere a classificação dos crimes cibernéticos têm-se os puros e os 
impuros, onde o primeiro se caracteriza como crimes que ocorrem através de agentes 
que praticam esse tipo de ação através de sistemas de informática, invadindo assim 
o ambiente virtual de outras pessoas. 
Já os impuros fazem uso da internet para a prática desse tipo de ação, 
colocando na rede produtos ilícitos. 
 
29 
 
2.4.1 Crimes Cibernéticos Puros 
 
Os crimes cibernéticos puros acontecem quando o agenciador quer acometer 
o sistema de informática de outrem, seja este sistema um software, hardware, sistema 
e meios de armazenamento de dados. 
 
 
2.4.2 Crimes Cibernéticos Impuros 
 
Os crimes cibernéticos impuros acontecem quando o agente faz uso da internet 
como meio executório para a realização de um crime determinado na legislação penal, 
como por exemplo, a disseminação de fotografias pornográficas de crianças e 
adolescentes, determinada no Art. 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Nessa situação, o agente usa o computador e da internet como instrumento 
para trazer um efeito que afeta outros bens tutelados pelo nosso ordenamento jurídico 
que não se associem aos meios virtuais (NASCIMENTO, 2016). 
 
2.5 Os Crimes Contra o Consumidor no Comércio Virtual 
 
Dentre esses, destacam-se os crimes mais comuns, sendo eles: crimes de ódio 
em geral (contra a honra, sentimento religioso, bullying), crimes de invasão de 
privacidade e intimidade (que pode ou não cair em uma nova ação lesiva contra a 
honra), crimes de estelionato e pedofilia, entre outros (ASSUNÇÃO, 2018). 
 
Crime 1: Crimes contra honra 
 
Os crimes contra a honra são famosos narotina jurídica brasileira. A honra é 
um direito da personalidade previsto legalmente, sendo preciso a proteção da 
dignidade pessoal do indivíduo e sua reputação. 
Dentro do tópico dos crimes contra a honra se encontra, na legislação penal 
específica, três tipos de crimes diferentes, são eles: calúnia, difamação e injúria. 
Difere-se, na legislação, o tipo penal e as penalidades, conforme identifica-se a seguir: 
• Calúnia 
• Art. 138: Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido 
como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
• 
• Difamação 
30 
 
• Art. 139: Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
• Injúria 
• Art. 140: Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena 
- detenção, de um a seis meses, ou multa (BRASIL, 1940, online). 
 
Tais crimes, uma vez praticados em ambiente cibernético, podem caracterizar-
se como crimes virtuais. 
 
Crime 2: Crimes de invasão de privacidade e intimidade 
 
Há proteção constitucional à privacidade e intimidade, ambos previstos no 
artigo 5º, X, da Constituição Federal, sendo introduzidos no roll de direitos 
fundamentais. 
Inserido pela Lei nº 12.737 de 2012 (a chamada Lei Carolina Dieckmann), se 
encontra disposto no artigo 154-A do Código Penal a reverência da invasão de 
dispositivo informático, in verbis: 
 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de 
computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e 
com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem 
autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar 
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: Pena - detenção, de 3 (três) 
meses a 1 (um) ano, e multa (BRASIL, 1940, online). 
 
É crime, portanto, punível com detenção de três meses a um ano e multa, a 
invasão de dispositivo informático alheio mediante violação indevidade de mecanismo 
de segurança, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações, sem 
que haja autorização expressa ou tácita do titular, ou instalar vulnerabilidades para 
obter vantagem ilícita. 
É o caso, por exemplo, da invasão de conta em nuvem, ou de celular, violando-
se por qualquer meio a senha do titular, a fim de obter dados ou arquivos ali 
armazenados. 
 
 
Crime 3: Crimes contra a inviolabilidade do patrimônio - Estelionato 
 
Outro crime que aumentou com o aparecimento e disseminação dos meios de 
comunicação online foi o crime de estelionato. Crime mais recorrente quando se trata 
de inviolabilidade de patrimônio, onde ganhou mais destaque com os chamados 
golpes virtuais (ASSUNÇÃO, 2018). 
31 
 
Crime 4: Crimes contra a liberdade sexual envolvendo menores 
 
Diferentemente das ações já ditas, estas ocorrem em silêncio, na maior parte 
das vezes. Alguns aplicativos de telefone celular auxiliam na troca de dados e 
mensagens, de maneira rápida, o que leva a inúmeras pessoas a disseminar 
informações sem perceber que estão cometendo um crime (CUNHA, 2014). 
 
2.6 Dificuldades do Consumidor no Comércio Virtual 
 
Conforme Cristofolini (2017), inúmeros empecilhos ainda afetam os 
admiradores do comércio eletrônico no Brasil precisamente em 2017, alguns mais 
simples e com maior resolutividade e que dependem somente do local interno das 
organizações, mas, no entanto, também há dificuldades do ambiente externo da 
organização de difícil resolução. 
Conforme o mesmo autor a logística reversa, também caracterizada como a 
prática de devolver um produto obtido de uma organização, devido a diversos 
aspectos negativos identificados nesse produto, é pouco eficaz e traz insatisfação do 
consumidor, por consequência repercute negativamente os resultados positivos da 
empresa (MORAES; CAMPOS, 2020). 
Enquanto Miranda e Arruda (2004) estuda os fatores comportamentais 
determinantes na decisão de compra nos vínculos virtuais entre usuários da Internet 
compreendendo os princípios de performance do consumidor. Nos dois trabalhos, a 
comodidade se encontra em evidência como ponto de escolha da Internet para 
realizar a compra. No entanto, a falta de segurança unida a ausência de comunicação 
com o produto são aspectos que levam o consumidor a não escolher este método 
para conclui-la. 
De acordo com Kronbauer (2015), o serviço de atendimento ao cliente (SAC), 
desencadeia uma perda de 2% da receita. A nova Lei do consumidor determina que 
as organizações ofertem maior conforto ao cliente com técnicas de obter dados das 
suas compras, como sites, chats, e-mails entre outros. 
Ainda em consonância com o mesmo autor, na maior parte dos sites, as 
pessoas têm uma dificuldade muito grande em achar os botões de “comprar” e de 
adicionar ao carrinho. Esses botões são fundamentais para que o ecommerce gire e 
às vezes o que era para auxiliar, acaba atrapalhando. Os sites têm poucos dados 
32 
 
sobre o produto, há muito erros de ortografia, o que tira a credibilidade do consumidor 
e as imagens dos produtos, na maioria são de pouca qualidade e não existe 
explicação (ADRIANO NETO et al., 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
CAPÍTULO 3 – O DIREITO PENAL CIBERNÉTICO 
 
 
O presente capítulo tem por objetivo analisar o direito penal cibernético e a 
principal finalidade da Lei nº 12.737/2012, bem como, dos projetos de Lei que vendo 
implantados para combater esses tipos de crimes. 
 
 
3.1 A interpretação da lei penal à luz do princípio da legalidade 
 
 
O princípio da legalidade é um dos pilares estruturantes do Direito Penal de 
matriz Liberal, que tem como principal singularidade a proteção das garantias 
individuais dos indivíduos, através da restrição da penalidade do Estado 
(BITTENCOURT, 2015). 
 
No Direito Penal, um dos princípios a não ser com maior importância é o da 
legalidade, peça-chave de uma ordem jurídica racional e protetora dos 
direitos e privilégios específicos. No final das contas, não têm crime e nem 
penalidade sem lei anterior que os caracterizam. Com resultado, os atos 
vistos socialmente nocivos em um determinado panorama histórico-cultural 
somente conseguem importância penal a partir do momento que começam a 
ser descritas num tipo penal, que abrange, além da matéria de impedimento, 
a sanção penal imposta (JOHNER, 20202, p. 2). 
 
Este também impossibilita a punição de outrem pela realização de uma 
determinada ação não caracterizada como crime em lei penal anterior ao 
acontecimento, configurando, sendo assim, a razão da administração penal da justiça 
(BOCKELMANN; VOLK, 2007). 
 
O princípio da legalidade surgiu da vontade de determinar no meio social 
diretrizes constantes e fundamentadas que fossem efeito da razão e 
conseguissem resguardar as pessoas de uma ação arbitrária e inesperada 
da parte dos governantes. A finalidade era atingir uma condição geral de 
segurança e certeza na prática dos titulares do poder, prevenindo-se dessa 
maneira a dúvida, a ausência de tranquilidade e confiança e a suspeição, 
como afirma ocorrer onde o poder é incondicional, e o governo se acha 
equipado de um desejo pessoal soberana ou se dá a qualidade de legibus 
solutus e onde, por fim, as leis de convívio não foram sujeitas a processo de 
confecção prévia nem mesmo identificadas (BONAVIDES, 2008, p.121). 
 
Com isso, esse princípio, precisa ser o principal ponto de equilíbrio para a 
geração e implantação das normas que traduzam matéria penal. As ações colocadas 
em prática precisam ser avaliadas especificamente com ênfase no que já constam 
válido e eficiente no ordenamento jurídico, de forma que a violação aconteça por 
incontestável ofensa. Além do mais, o tipo incriminador precisa ter começo no desejo 
34 
 
absoluto do povo que determinou no seu conjunto de diretrizes a proibição violada, 
quando logo se despertará a pretensão de condenare regenerar o agente. Em 
situação contrária não terá que dialogar em prática de crime (GUZZO, 2018). 
 
3.2 O direito penal cibernético 
 
No que diz respeito ao agente ativo dos crimes cibernéticos poderá ser 
qualquer indivíduo, sendo definido como crime comum, e quanto ao sujeito passivo se 
trata qualquer pessoa que use ou não o meio eletrônico (COSTA; SILVA, 2021). 
 
No crime em questão, introduzido ao Código Penal pela Lei 12.737/12, 
entende-se que pode cair como sujeito ativo qualquer indivíduo, já que o seu 
tipo penal não pede nenhuma particularidade especial do seu agente, sendo, 
assim, um crime comum. No que diz respeito ao sujeito passivo dos crimes 
informáticos pode ser qualquer pessoa que use ou não o meio eletrônico, 
podendo ter mais de uma pessoa desde que possuam seus bens jurídicos 
lesados pela mesma prática delituosa, como por exemplo, uma série de e-
mails com o mesmo conteúdo viral onde a finalidade é lesar quem os recebe 
(HARAKEMIV; VIEIRA, 2014, p. 424). 
 
A lei determina como pena para a prática deste tipo detenção de 3 (três) meses 
a 1 (um) ano, e multa, o parágrafo único estipula que na mesma pena incide quem 
cria, oferta, repassa, vende ou leva dispositivo ou programa de computador com a 
finalidade de autorizar a prática encontrada no caput do artigo 154-A. E se resultar em 
perda econômica a pena vai de um sexto a um terço. 
Ainda, menciona o marco civil da internet, Lei nº12.965/2014, que na esfera 
civil determinou princípios, garantias, direitos e deveres para a utilização da internet 
no Brasil, que preferencialmente garante em seu artigo 3º: liberdade de expressão, 
comunicação e manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato trazido no 
artigo 5º, inciso IV da Constituição Federal. 
A lei trouxe, conforme traz Maues, Duarte e Carvalho (2018, p. 176) “a guarda 
e proteção de dados por provedores de conexão e de aplicação, apontando medidas 
de transparência na requisição de dados cadastrais pela administração pública e 
parâmetros para a apuração e fiscalização de infrações”. 
Este projeto tem como autor Odorico Monteiro - PROS/CE assim colocando a 
ementa: “Altera o Marco Civil da Internet, Lei no 12.965, de 23 de abril de 2014, para 
inserir procedimento de retirada de temas que atraem, induzam ou levem a suicídio 
de aplicações de internet”. A lei nº 12.965 de 2014 (Marco Civil da Internet) determina 
a utilização da internet e de ferramentas telemáticas no país. De acordo com o site 
35 
 
Radar Legislativo (2017, https://radarlegislativo.org/projeto/86/) os aspectos principais 
do projeto são: 
O projeto visa que o provedor de aplicações de Internet que tenha conteúdo 
criado por outrem ficará submetido às penas do Art. 12 do Marco Civil, caso 
não retire imagens, vídeos ou outros materiais que induzam, instiguem ou 
auxiliem a suicídio depois do recebimento de notificação de usuário ou seu 
representante legal demandando a indisponibilização desse conteúdo. O 
autor tem como base o “programa acional de reversão do Suicídio”, feito pelo 
governo de Portugal, e defende o projeto dizendo que “a liberdade de 
expressão é a regra, mas a proteção da vida humana é uma exceção pela 
qual vale a pena estabelecer um regramento protetor mais incisivo” (VALERA, 
2019). 
 
No entanto ele foi apensado ao PL 8833/2017 de autor Senado Federal - Ciro 
Nogueira - PP/PI pondo a ementa: “Acrescenta art. 244-C à Lei nº 8.069, de 13 de 
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para tipificar o crime de 
induzimento, instigação ou auxílio à automutilação de criança ou adolescente”. 
 
3.2.1 Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) 
 
Essa Lei Geral de Proteção de Dados regulamenta as tarefas de coleta e 
tratamento de dados pessoais. No seu 1º, cita-se que: “dispõe sobre o tratamento de 
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica 
de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de 
liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa 
natural”. 
 
3.2.2. Lei Carolina Dieckmann 
 
Esta é a Lei dos Crimes Cibernéticos, de nº 12.737/2012, também chamada de 
Lei Carolina Dieckmann. Foi aquela que inaugurou e tipificou a questão dos atos 
criminais em âmbito cibernético, como invasão de computadores e celulares, violação 
de dados de usuários e interrupção de sites, sejam governamentais ou não. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
3.3 Projetos de leis para regulamentação 
 
No Brasil, estão em andamento projetos de lei destinados à normatização do 
comércio eletrônico, com o objetivo de proteger melhor os interesses e direitos dos 
consumidores. Em 15 de março de 2013, foi publicado o Decreto Federal nº 7.962, 
que regulamentou a Lei nº 8.078/90, determinando regras para contratações no 
comércio eletrônico. Entretanto, uma análise crítica desse decreto revela aspectos 
que não foram abordados, exigindo que profissionais jurídicos recorram às normas 
existentes no Código de Defesa do Consumidor (CDC) para resolver conflitos entre 
consumidores virtuais e fornecedores de comércio eletrônico. O objetivo deste projeto 
é analisar as principais práticas abusivas no comércio eletrônico e a responsabilidade 
dos envolvidos na cadeia de fornecimento, levando em conta a legislação atual e 
procurando uma proteção efetiva dos consumidores online (NATANA, 2018). 
O Projeto de Lei nº 281/2012, que está em tramitação desde 2012, tem como 
finalidade trazer inovações e melhorias aos direitos dos consumidores. Ele busca 
aprimorar e modernizar o Código de Defesa do Consumidor, especialmente para lidar 
com as transformações trazidas pelo comércio eletrônico nas últimas décadas. O 
artigo 45-A do projeto propõe a inclusão de uma seção VII no CDC, dedicada 
exclusivamente ao comércio eletrônico, com a finalidade de fortalecer a segurança e 
garantir uma proteção eficaz aos consumidores. 
Em 15 de março de 2013, o Governo Federal publicou o Decreto nº 7.962/2013 
no Diário Oficial da União, que entrou em ação em 14 de maio de 2013. Esse decreto 
tem como intuito regular os direitos dos consumidores nas transações de comércio 
eletrônico, incluindo melhorias no direito à informação para compras online. Ele 
também estabelece regras de conduta a serem seguidas pelos fornecedores acerca 
da assistência ao consumidor e fornece mecanismos para exercer o direito de 
arrependimento (NATANA, 2018). 
Segundo a mesma autora após intensos debates políticos, foi aprovado o 
Marco Civil da Internet no Brasil, através da Lei nº 12.965/2014. Essa legislação 
estabelece garantias, direitos e deveres para a utilização da internet no país, 
preenchendo lacunas e fornecendo orientações para questões legais relacionadas às 
atividades online. O Marco Civil da Internet busca assegurar os direitos dos usuários 
e fornece um ambiente regulamentado para as práticas realizadas na esfera 
eletrônica. 
37 
 
No Brasil, vem sendo cada vez mais recorrente a utilização e acesso indevido 
de dados pessoais dos consumidores, sem a devida consulta prévia e autorização, o 
que resulta em uma situação marcada pela ausência de respeito à privacidade, 
intimidade e autonomia. A divulgação e manipulação das informações que identificam 
um indivíduo devem depender do consentimento deste, porém, em nosso país, 
ocorrem com frequência preocupante incidentes que violam o direito fundamental dos 
usuários de produtos e/ou serviços. Para enfrentar essa questão, foi promulgada em 
14 de agosto de 2018 a Lei Federal nº 13.709/18, que busca regulamentar a proteção 
de dados pessoais. 
Com o objetivo de garantir mais transparência nas informações fundamentais 
sobre produtos e serviços oferecidos aos consumidores no comércio eletrônico, o 
Projeto de Lei 5209/20 estabelece que o preço à vista dos produtos ou serviços seja 
claramente apresentado junto à imagem ou na descrição do item, de forma legível.Além disso, caso haja prazo de validade, ele deverá ser informado na descrição do 
produto. Essa sugestão foi mostrada pelo deputado Rafael Motta (PSB-RN) e está em 
tramitação na Câmara dos Deputados. A iniciativa surge como resposta ao 
crescimento do comércio eletrônico no Brasil durante a pandemia de Covid-19, 
buscando facilitar o distanciamento social (SENADO, 2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A partir do estudo realizado, é possível compreender o quanto é necessária 
uma atenção redobrada no tocante às práticas de consumo em meio eletrônico. Ainda 
que haja toda uma segurança, é preciso que os consumidores tenham cautela para 
não se tornarem vítimas de golpes, fraudes e práticas criminosas. 
A realidade do comércio eletrônico de produtos na conjuntura atual torna o 
consumidor ainda mais vulnerável e sujeito a práticas abusivas perpetradas com muita 
frequência por parte dos fornecedores. A facilidade, velocidade e acessibilidade, 
características da internet, traz vantagens às relações de consumo, porém, também 
viabilizam a ocorrência de crimes cibernéticos e práticas abusivas. As autoridades tem 
trabalhado em torno desse problema que acaba acarretando prejuízos para muitas 
pessoas. 
Desse modo, os capítulos iniciais trouxeram o embasamento teórico para o 
presente estudo, analisando o conceito de comércio virtual e práticas abusivas, bem 
como a proteção legal estabelecida em face do consumidor, parte que é vulnerável no 
âmbito da relação jurídica de consumo. Tratou-se, outrossim, do conceito de crime, 
classificação e introdução aos crimes cibernéticos, a fim de uma melhor compreensão 
sobre o tema. 
No primeiro capítulo, restou demonstrado que o comércio eletrônico vem 
ganhando cada vez mais espaço dentro da sociedade e, embora traga inúmeros 
benefícios, também é fonte de desafios, haja vista a facilidade do implemento de 
práticas abusivas e crimes cibernéticos. 
O direito do consumidor estabelece uma proteção legal ao consumidor 
vulnerável, na tentativa de compatibilizar as vantagens do comércio eletrônico, que 
beneficia o mercado e a economia, com a garantia dos direitos do consumidor, em 
especial no tocante à práticas abusivas e crimes cibernéticos. 
No segundo capítulo, observou-se a definição dos principais tipos de crimes 
existentes e os crimes cibernéticos mais comuns atualmente. Nesse estudo foram 
elencados alguns que são mais conhecidos, dentre os principais há: puros e impuros 
(disseminação de fotografias pornográficas de crianças e adolescentes). 
O terceiro capítulo analisa o direito penal cibernético, dando ênfase ao estudo 
da Lei nº 12.737/2012 e os projetos de Lei existentes no que tange a essa 
problemática. Foram analisados os seguintes dispositivos legais: Lei nº 281/2012 
39 
 
(trazer inovações e melhorias aos direitos dos consumidores); Decreto nº 7.962/2013 
(regular os direitos dos consumidores nas transações de comércio eletrônico, 
incluindo melhorias no direito à informação para compras online); Lei nº 12.965/2014 
(estabelece garantias, direitos e deveres para a utilização da internet no país); Lei 
Federal nº 13.709/18 (regulamentar a proteção de dados pessoais) e Projeto de Lei 
5209/20 estabelece que o preço à vista dos produtos ou serviços seja claramente 
apresentado junto à imagem ou na descrição do item, de forma legível. 
Em suma essa pesquisa tratou-se de trazer o quanto se faz importante 
conhecer as principais lacunas neste tema e como pode estar fazendo para minimizar 
cada vez mais esse tipo de crime que acontece com frequência. 
Por fim a principal contribuição deste estudo foi evidenciar o quanto o comércio 
eletrônico cada vez mais precisa passar seguridade para seus usuários para que haja 
menos fraudes e golpes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ADRIANO NETO, S.S. et al. E-commerce - facilidades e dificuldades para 
empresas e clientes. Universidade Estácio de Sá, Artigo Científico, [Bacharelado 
em Sistemas de Informação], 2018. 
 
ALBERTIN, A.L. Comércio Eletrônico: Modelos, Aspectos e Contribuições de Sua 
Aplicação. São Paulo: Atlas. 2002. 
 
ALMEIDA, F.B. Direito do consumidor esquematizado. 6ª Edição. São Paulo: 
Saraiva, 2018. 
 
ASSUNÇÃO, A.P.S. Crimes Virtuais. Monografia, UniEvangélica, [Bacharelado em 
Direito], Anápolis, 2018. 
 
BEHRENS, M.A. (2014). Metodologia de projetos: aprender e ensinar para a 
produção do conhecimento numa visão complexa. Coleção Agrinho. 
 
BITENCOURT, C.R. Tratado de direito penal, volume 1: parte geral. 14. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2009, p. 11, afirmando que “o princípio da legalidade ou da reserva 
legal constitui uma efetiva limitação ao poder punitivo estatal” [grifos do autor]; 
PACELLI, Eugênio; CALLEGARI, André. Manual de direito penal: parte geral. São 
Paulo: Atlas, 2015, p. 98-99. 
 
BOCKELMANN, P.; VOLK, K. Direito penal: parte geral. Tradução de Gercélia 
Batista de Oliveira Mendes. Belo Horizonte: Del Rey, 2007, p. 19. 
 
BONAVIDES, P. Ciência Política. 15ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2008. 
 
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940. Código Penal Brasileiro. 
Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decretolei/Del2848compilado.htm. Acesso em: 
24 mar. 2023. 
 
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm. Acesso em: 25 maio. 2023. 
 
BRASIL. Código de Proteção e Defesa do Consumidor (1990). Código de proteção e 
defesa do consumidor e legislação correlata. – 5. ed. – Brasília: Senado Federal, 
Subsecretaria de Edições Técnicas, 2012. 106 p. 
 
BRASIL. Lei nº 12.737, de 30 de novembro de 2012. Dispõe sobre a tipificação 
criminal de delitos informáticos; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal; e dá outras providências. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm. Acesso 
em: 25 mar. 2023. 
 
BRASIL. Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Estabelece princípios, garantias, 
direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Disponível em: 
41 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm. Acesso em: 
25 mar. 2023. 
BORGES, J.J.; BORGES, L.F.S. O direito do consumidor nas relações de consumo 
virtuais. Universidade de Rio Verde, Artigo Científico– (Bacharelado em Direito), 
2021. 
 
BORTOT, J.F. Crimes Cibernéticos: aspectos legislativos na persecução penal 
com base nas legislações brasileira e internacional. Virtuajus (PUCMG), v. 13, 2017, 
p. 359. 
 
CARVALHO, B.L.O. A ineficiência do código de defesa do consumidor nas 
práticas abusivas no comércio eletrônico. Jus Brasil, 2018. Disponível em: 
https://jus.com.br/artigos/69649/a-ineficiencia-do-codigo-de-defesa-do-consumidor-
naspraticas-abusivas-no-comercio-eletronico. Acesso em: 10 abr. 2023. 
 
CERDEIRA, D.G.S.; BRANDÃO, Z. Mapeando o Perfil Docente de Escolas de 
Prestígio: Uma Contribuição Para a Compreensão do Sucesso Escolar. Rio de 
Janeiro, 2008. 131p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Educação, 
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 
 
COSTA, E.S.; SILVA, R.C. Crimes cibernéticos e investigação policial. Revista 
Eletrônica do Ministério Público do Estado do Piauí, Ano 01, Edição 02, Jul./Dez, 
2021. 
 
CRISTOFOLINI, J. (2017). Quais são os quatro grandes problemas do e-commerce. 
E-commerce Brasil. Recuperado de https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/4-
grandes-problemas-doe-commerce-e-como-resolve-los/. Acesso em: 10 abr. 2023. 
 
CRISTINA NETA, B.O.; JAMIL NETTO, M. A vulnerabilidade do consumidor no 
comércio eletrônico: uma análise sobre a efetividade dos princípios 
consumeristas. Artigo Científico – (Bacharelado em Direito), Centro Universitário 
Nobre, 2023. 
 
CUNHA, R.S. Manual de Direito Penal: Parte Geral. Salvador: Juspodivm, 2014. 
 
DIAS, R.M.C. Práticas abusivas nas

Continue navegando

Outros materiais