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TCC II - Serviço Social -VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO

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17
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
RESUMO
A situações de violências e abusos é um fenômeno que ocorrem mundialmente em todas as classes sociais, na qual destaca o idoso vulnerável diante as violências que ocorrem de diferentes maneiras: sexual, psicológica, física e financeira, sendo de forma cumulativa ou não. Dessa forma, a pesquisa teve como objetivo de refletir a maneira que o profissional do serviço social pode realizar diante a violência dos idosos. E, os objetivos específicos são contextualizar o envelhecimento; caracterizar os direitos e apresentar o papel do Serviço Social diante a violência. Justifica-se a escolha do tema diante o crescimento da violência contra a pessoa idosa, em que embora está relacionada como crescimento dessa população, o ato de violência é um fenômeno antigo. A sociedade adquiriu uma cultura que discrimina de modo simbólico a velhice e deseja a morte, contribuindo para uma imagem que são seres descartáveis. Sendo assim, evidenciou responder o seguinte questionamento: Qual o papel do profissional do Serviço Social contra a violência do idoso? A partir de uma pesquisa bibliográfica, descritiva de cunho qualitativo buscou promover um processo efetivo, a qual processará informações encontrada, dentro de uma fundamentação coerente de acordo com a realidade do profissional do Serviço Social. Conclui-se que o profissional deve buscar estratégias que visam garantir o bem estar e a inclusão do idoso na sociedade. 
Palavras chaves: Violências; Serviço Social; Idoso; Envelhecimento. 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................	7
2 O IDOSO E O SEU ENVELHECIMENTO.......................................................	10
2.1 O ENVELHECIMENTO NO BRASIL............................................................14
3 O DIREITO DO IDOSO.......................................................................................18
4 A VIOLÊNCIA E O SERIVÇO SOCIAL..............................................................	23
4.1 A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO..............................................................	23
4.2 PRÁTICAS DO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL...........................	24
5 CONCLUSÃO.....................................................................................................	30
REFERÊNCIA.......................................................................................................	31
1 INTRODUÇÃO
	O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), tem como objetivo refletir sobre a violência contra os idosos e como o profissional pode fazer a diferença para modificar essa realidade. Sendo assim, o objetivo geral é refletir a maneira que o profissional do serviço social pode realizar diante a violência dos idosos. E, os objetivos específicos são contextualizar o envelhecimento; caracterizar os direitos e apresentar o papel do Serviço Social diante a violência. 
	De acordo com pesquisas a estimativa é que a população de idosos irão crescer e atingir em média o número 32 milhões no Brasil. Sendo assim, explica-se que esse crescimento se deu por meio de estudos e ações preventivas relacionadas a saúde das pessoas, a qual aumentou a expectativa de vida. Porém, caracteriza-se casos de doenças crônicas, aumento de fatores de risco de saúde, a qual precisam de cuidados básicos. 
	Junto com esse crescimento populacional idosa, também cresce casos de violência, a qual precisam de maior atenção aos profissionais. Vale ressaltar que o envelhecimento é inerente do ser humano, um processo que ocorre com todos e todas, pois, é preciso conscientizar e refletir na sociedade o cuidado e respeito que os idosos precisam, bem como sejam considerados como seres de direitos e cidadãos como em respeito à sua história. Diante o contexto histórico, é visto que as políticas públicas de forma lenta foram definidas das e concretizaram o direito do idoso. Destaca-se a Constituição de 1988, Política Nacional do Idoso, Estatuto do Idoso, entre outros que visam garantir a proteção devida para a população idosa.
	A situações de violências e abusos é um fenômeno que ocorrem mundialmente em todas as classes sociais, na qual destaca o idoso vulnerável diante as violências que ocorrem de diferentes maneiras: sexual, psicológica, física e financeira, sendo de forma cumulativa ou não. 
	A Agência Brasil publicou que os casos de violência aumentaram no Brasil diante o isolamento social imposto pela pandemia do Covid-19. O artigo foi publicado por Alana Gandra em junho de 2021, apontando que em 2019 30% das denúncias foram recebidos pelo canal telefônico, que somava em média 48 mil registros, comparando com o ano de 2018 o recebimento de 37,4 denúncias de crimes contra idoso. 
	Justifica-se a escolha do tema diante o crescimento da violência contra a pessoa idosa, em que embora está relacionada como crescimento dessa população, o ato de violência é um fenômeno antigo. A sociedade adquiriu uma cultura que discrimina de modo simbólico a velhice e deseja a morte, contribuindo para uma imagem que são seres descartáveis. Além disso, destaca-se a há casos de mortalidade por conta da violência, classificando como sexta causa de mortes no Brasil, na qual há internações com causas externas devidos lesões ou traumas (SANTOS, et al. 2007).
	A violência é uma ocorrência presente em diversos espaços, não há localidade, cidade, país, sendo ela um fenômeno complexo que atinge em qualquer tipo de espaço (MINAYO, 2004, apud. PEREIRA, 2019). Sendo assim, considera-se uma ação que prejudica a integridade física do ser humano e impede seu desempenho na sociedade. Em relação a essa prática contra o idoso, a mesma está relacionada com o amento da população idosa, pois eles se encontram vulneráveis e dependentes de outras pessoas. 
	Assim, a pesquisa trabalha por meio da hipótese de refletir sobre os fatores da violência contra idosos no sentido de refletir como o profissional do Serviço Social pode contribuir para minimizar esses fatos. Entretanto busca responder o seguinte questionamento: Qual o papel do profissional do Serviço Social contra a violência do idoso? 
	Diante uma pesquisa inicial, constata-se que os idosos são vítimas de preconceito e indiferença, com a necessidade de medidas que visam o zelo de suas vidas e cumpram o dever de garantir os direitos, bem como promova o respeito e amor e dignidade. 
	Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, descritiva de cunho qualitativo que visa refletir o papel do Serviço Social diante a violência do idoso. A metodologia buscou promover um processo efetivo, a qual processará informações encontrada, dentro de uma fundamentação coerente de acordo com a realidade do profissional do Serviço Social. 
A coleta de dados, propõe a utilização do instrumento de pesquisa o levantamento bibliográfico ou fontes secundárias, com informações e pesquisas publicadas que tratam referente ao tema. As leituras de referências serão apoio para melhor compreensão do tema, e garantia de sua credibilidade. As publicações utilizadas foram revistas, livros, monografia, teses, entre outros. 
O material bibliográfico foi encontrado por meio de busca online, pesquisas e estudos disponíveis em sites oficiais: portal periódico da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Schielo e Google Acadêmico. Buscará uma seleção de materiais de estudos entre 2010 a 2022, por meio dos descritores de: “violência contra o idoso”; “serviço social”; “direito do idosos”. Dessa maneira, selecionando o material bibliográfico considerado pertinente ao estudo, conforme os objetivos, contribuindo para uma pesquisa efetiva. 
 A partir da seleção do material, foi realizada uma leitura sistematizada das obras e logo após foi realizado fichamentos, para o processo de compreensão e coleta de dados. Esse procedimento possibilitou identificar as obras, analisar seu conteúdo, elaborar críticas e localizar as informações lidas queserão consideradas como imprescindível para a pesquisa. 
 
2 O IDOSO E O SEU ENVELHECIMENTO
	O crescimento de população de pessoas idosas demarca modificações nas estruturas da sociedade, também está presente a baixa fecundidade, contenção na taxa populacional. Essa concepção é destacada por Melo et al. (2021), em sua pesquisa, onde apontam as modificações que desenvolvem pelos grupos etários, colocando novas questões e demandas referente ao serviço do Estado e da sociedade. Conforme os autores a população e o os órgãos governamentais não perceberam a importância dessa complexidade, diante o abandono e o ato de violência contra a pessoa idosa. 
	Vale apresentar nesse contexto, dados que apresentam o crescimento da população idosa global:
Figura 1. Evolução do número de idosos no mundo, por grupos etários: 1950-2020
Fonte: ECODEBATE Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2020/05/22/apesar-da-covid-19-as-tendencias-do-envelhecimento-populacional-permanecem-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/ Acesos em: 20 de out. 2022
	De acordo com a Redação do Grupo Debate, diante os efeitos do coronavírus, o aumento de população idosa ainda prossegue no ritmo acelerado. Destacam que a projeção da Organização das Nações Unidas é de 219 milhões de habitantes em 2025 com 35 milhões de idosos representando 16,5% da população. 
	De acordo com Melo, et al. (2021, p.30758) a população não é preparada para o envelhecimento, no entanto, é preciso compreender que:
O envelhecimento é uma marcha paulatina e inerente ao desenvolvimento humano com alterações que podem se reunir ou dispersar-se nos aspectos físicos, emocionais, financeiros, psicológicos e estruturais. Quando o idoso não possui suporte multidimensional nessa fase da vida, o mesmo enxerga-se com indiferença, sem expectativas futuras, tornando-se mais vulnerável a complicações na saúde, seja emocional ou física.
	No entanto, a compreensão é que a velhice é inerente do ser humano, a qual todos irão passar por essa fase da vida. Desse modo, caracteriza-se como um “um processo dinâmico, progressivo e fisiológico que se manifesta na diminuição da reserva funcional dos órgãos e aparelhos” (ALVES, et al. 2016, p.5). Esse processo, é natural, comum e que todos os seres humanos irão passar pelas alterações enfatizadas. 
No período de envelhecimento modifica a fisionomia, característica da pele, músculos, e algumas das vezes ficam debilitado surgem os problemas de saúde e algumas limitações. Contudo, sabe-se que não são todos os indivíduos que cumprem suas fases de maneira satisfatória, passando por uma vida conturbada, agitada, na qual consequentemente afeta o processo de envelhecimento. Sendo assim, quando chega nesse período é preciso de sabedoria. 
A sabedoria nos permite aceitar cada uma das fases que temos de passar e acolher os frutos que nos é permitido usufruir. O nosso melhor é a família nela temos sustento durante nossa caminhada. Ele deve ter um olhar de gratidão por ter chegado até essa fase, visto que quantas vidas são ceifadas durante sua trajetória (BIÉ; SILVA; BIÉ, 2018, p. 305)
 
Dessa maneira, diante a colocação dos autores referente as fases da vida do ser humano, constata-se que o idoso deve ser considerado como seres experientes que alcançou uma etapa da vida que passará a sua trajetória e história de vida de geração para geração, sendo ele respeitável com um processo histórico, político, social e cultural que irá ser compartilhado com seus filhos, sobrinhos, netos, entre outros. 
	Essa conceituação e compreensão, ganhou destaque e um reconhecimento no mundo, pois, historicamente as pessoas mais velhas eram descartadas, segregadas e consideradas sem papel na sociedade. O idoso se encontra em situação mais vulnerável, por conta da discriminação e preconceito. E por conta disso, os autores apontam que os idosos podem iniciar o uso abusivo de álcool, drogas, ficar depressivo, desencadear outras doenças psicológicas, entre outros. Consequentemente a família se torna indiferente, violenta, devido a situação desagradável em que está vivenciando. 
	Pesquisas apontam que o processo de envelhecimento traz profundas alterações orgânicas e no âmbito social, familiar e ocupacional, a qual é preciso entender que não basta por si viver mais, sendo preciso concordar entre quantidade e qualidade de vida. A família por sua vez é referência para o idoso e influencia na dinâmica familiar, a harmonia para o bem-estar do idoso. 
	Colussi et al. (2019, p.2) apontam que o envelhecimento é “um processo dinâmico, permeado por modificações biológicas, físicas, psicológicas, ambientais, culturais e sociais”. São fatores que associam no fenômeno do envelhecimento, isto é, são naturais do ser humano. Compreende-se que há diversas maneiras de envelhecer, na qual modifica na imagem, pele, corpo e nos laços sociais que causam impacto considerável nos sentimentos. 
	Esse processo muitas vezes o indivíduo está sujeito a sofrer redução de capacidade física e mental. Dessa forma, é uma das características do indivíduo quando envelhece, ele perde algumas capacidades físicas e se torna vulnerável. Isso é o que ocorre com o avanço da idade, as limitações em que necessidade de um cuidador que acompanhe no desempenho das atividades diárias, prejudicando sua qualidade de vida. 
	Além disso, é fenômeno que trata de “um processo de transformação constante do organismo que pode haver a implicância da diminuição gradual da probabilidade de sobrevivência” (SILVA, 2018, p. 6). Assim, a autora apresenta que o idoso sofre com modificação em seu ritmo em que acarreta resultados de diferentes maneiras na função de seu organismo. 
	Nesse sentido, o indivíduo pode envelhecer de diversas maneiras, processo dependente de sua cultura, identidade, escolaridades, relações familiares, religião, estado de saúde, entre outros. As pesquisas expressam que dependem do estilo de vida da pessoa, contribui para as condições, tais como auto estima, cuidado, confiança, em que auxilia na dignidade, sendo visto com respeito e aquele que compartilha boas experiências para todos. 
Viver o máximo possível, concluindo-a com dignidade e sem sofrimento, com necessidade de cuidado devido à progressiva diminuição de suas capacidades, bem como poder participar das decisões da comunidade e ter acesso as “conquistas e prerrogativas sociais como propriedades, autoridade e respeito” (COLUSSI, et al. 2019, p.4)
	Desse modo, esse fato acontece quando o idoso se sente acolhido e seu processo de envelhecimento ocorre de maneira positiva em sua vida, sendo esta respeitada, com trocas recíprocas, dignidade, novas aprendizagens, fatores estes que contribui para uma vida com autonomia, independência e fortalecimento. Nesse sentido, convivência nesses grupos auxilia o indivíduo enfrentar os problemas e dificuldades que surgem no dia-a-dia por meio de trocas de experiência e compreensão um com os outros.
	O idoso sofre modificações em suas condições fisiológicas e fica vulnerável ao surgimento de doenças em que podem afetar sua capacidade funcional e social. Sendo assim, eles ficam dependentes de familiares ou de outras pessoas e consequentemente o idoso é visto pela sociedade como um peso e contribui para o aumento da violência contra o idoso. Assim, o cuidador geralmente passa a se sobrecarregar, possibilitando ações negativas para o idoso, gerando impaciência, estresse em que culmina a violência. 
	Assim, Almeida, Gonçalves e Lima (2005), destacam em sua introdução, que o cotidiano nos traz idosos que enfrentam maiores desafios, pois, quando se encontra envelhecido na pobreza, soma com outros que também irá envelhecer diante essa condição social. Porém, não é só pobreza material e econômica e sim em sua vida geral, falta de saúde, habitação, sociabilidade, reconhecimento e sem participação social. Nesse sentido, destaca-se esse fenômeno modifica todos os aspectos. 
	Conforme Silva (2018), o idoso precisa entender o que se passa com sua relação em sua saúde e se torne capaz de se cuidar. Essefenômeno é marcado por aposentadoria e falta de capacidade na mão de obra no mercado de trabalho, na qual consequentemente causa impacto negativo em sua saúde e em sua autoestima. Entretanto a autora afirma que:
Ao contrário de determinados lugares, onde considera-se a velhice como maturidade e sabedoria, na moderna sociedade capitalista de consumo a pessoa idosa é tratada de forma preconceituosa, visto como hipossuficiente, ou seja, uma pessoa cuja condição física é dada como precária, não lhe cabendo a competitividade ao mercado de trabalho e permanecendo em constante situação de desigualdade social, inserindo-se em um mundo que não parece admiti-lo com a mesma facilidade de outros grupos (SILVA, 2018, p.28)
	O envelhecimento é discriminado, e com a existência de meios legais, é necessário ser concretizado tais direitos que garantam a dignidade do idoso, bem como seu reconhecimento, considerando que todos irão envelhecer um dia e passarão por essa fase. 
	É um fenômeno evidente, porém ainda é vista de modo banalizado e pouco pesquisado. Envelhecer é um processo fisiológico e natural, a qual está ligado além da idade cronológica, perdas biológicas, físicas e sociais em diferente maneira de envelhecer, a qual encontra-se o idoso sem em situação sujeita de violência dentro de seu espaço familiar. 
2.1 O ENVELHECIMENTO NO BRASIL
	Conforme os dados divulgados no IBGE em 2017, foi alcançado a marca de 30,2 milhões de pessoas idosas no Brasil. A partir deste dado, consideram um avanço social, aumenta na expectativa de vida, melhoria de condições embora exista desigualdade existente em diferentes regiões brasileiras com preconceitos, discriminação em espaços privados e públicos. 
Figura 2. Aumento da população idosa no Brasil
Fonte: MUNHOZ (2017) Disponível em: Por que existem mais idosos na população brasileira atualmente? (cuidardospaisemcasa.com.br) Acesso em: 20 de out. 2022
	São diversos fatores que contribuíram para que essa ampliação, tais como: redução de nascimento de crianças, redução da mortalidade, avanço da ciência, modificação da estrutura familiar, entre outros. Assim, foi apresentado um novo significado para o processo do envelhecimento, na qual comprometeu os aspectos físicos, sociais e psicológicas do indivíduo na qual habituou para aos direitos. Além disso, as relações sociais também foram modificadas, na qual se tornou subjetivo os vínculos afetivos e socais.
	Colussi et al. (2019) caracterizam que os idosos residentes na cidade do Rio Grade do Sul, possuem características rurais e com percepções distintas, isto é, diferença na cultura, identidade, escolaridade, relação familiar, religiosidades que afetam à sua maneira de ver o mundo. 
Viana et al. (2016), caracterizam que os indivíduos “encontra-se à mercê das desigualdades sociais, considerando que é um grupo bem diferenciado em grau de escolaridade e de atividades econômicas”. Dessa forma complementam que os idosos crescem nos espaços sem condições de se manterem ou de serem mantidos pelas suas famílias, sem aposentadoria ou benefícios, na qual torna-se sua situação muito delicado.
	De acordo com as pesquisas, a definição de “idoso” em nosso país, está sendo utilizado desde 1960, trazendo um contexto, um termo que visa o respeito. O termo “velho” foi banido aos poucos das instituições governamentais brasileira, inserindo a definição de idoso em seus textos oficiais, impondo mais respeito. Nesse sentido, um termo que deveria ter consciência de respeito e tratamento humanizado, a sociedade configura-se preconceituosa determinando que ser velho é defeito e deve ser escondido. 
	Referente ao envelhecimento, é um fenômeno que traz desafios para a sociedade, isto é, estruturas e organizações em políticas públicas que possibilite a compreensão dessa realidade, soluções que possibilite qualidade de vida para todos e todas. Pois espera-se que a cultura seja alterada e internalizada valores de solidariedade aos idosos, e de uma sociedade que proporcione uma vida digna, junto com seus familiares, e o cumprimento dos direitos determinado nas políticas públicas. Assim, é importante tratar das políticas públicas que abrange o direito do idoso, que demonstra a necessidade de uma compreensão no processo capitalista em que denomina o Estado como responsável de apontar e organizar a sociedade.
	No Brasil, é comum os idosos cuidarem dos netos, devido as dificuldades financeiras dos filhos, uma prática caridosa que acompanha com sinais depressivo, isolamento, sofrimento físicos e psíquicos, alterações cognitivas, hipertensão arterial, perda de peso, falta de atividade física, força baixa, onde causa um impacto de modo negativo na qualidade de vida do cuidador. Também há casos de filhos com receios de que seus pais interfiram na educação das crianças. Entretanto, a dependência financeira é recorrente e os índices de avós cuidadores são de 60 a 69 anos (COLUSSI, et al.2019).
	No que se refere a Lei, Bié, Silva e Bié (2018, p.308), destacam que:
[...] ao envelhecer da população é uma conquista e um triunfo da humanidade no Século XX, ocasionado pelo sucesso das políticas de saúde públicas e sociais. Portanto, envelhecer não poderá ser considerado um problema, entretanto para as nações desenvolvidas ou em desenvolvimento o envelhecer da população poderá transformar-se em problema, caso não sejam elaborados e executados políticas e programas que promovam o envelhecimento digno e sustentável e que contemple os direitos, as necessidades, as preferências e a capacidade das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
Para tanto, compreende-se que o envelhecimento deve ser visto e reconhecido com direito à vida, dignidade e longevidade. Assim, ainda é preciso de melhorias, fortalecimento de programas e população inclusiva.
3 O DIREITO DO IDOSO
	Diante pesquisas, entende-se que a política pública tem como finalidade garantir a cidadania, e reduzir as desigualdades sociais, formular regulamentação com objetivo de reduzir a pobreza e propagar a democratização e sociabilidade do indivíduo. Sendo assim, Kanashiro (2017), conceitua para uma melhor definição: 
[...] conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico As Políticas Públicas correspondem a direitos assegurados constitucionalmente ou que se afirmam graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos enquanto novos direitos das pessoas, comunidades, coisas ou outros bens materiais ou imateriais (KANASHIRO, 2017, p.18).
	Desse modo, a partir de uma sociedade com preconceito, discriminação e desigualdade, houve conquistas que criaram a partir de uma luta intensa, trabalhadores em seu percurso de vista conseguiu espaço a partir de direitos humanos, sociais e políticos (ESCORSIN, 2021).
	Diante as modificações vale ressaltar que há falta de condições e suporte do Estado, isto é, ausências de políticas de proteção social para as pessoas, a família responsabilizada e sem condições, por conta da redução da intervenção do Estado, resultando em família sobrecarregada em situação de vulnerabilidade. Entende-se que o Estado não pode substituir o papel da família diante os idosos, mas é preciso o suporte necessário para atender as necessidades e garantir a dignidade de todos e todas.
	A respeito do atendimento aos idosos, o processo histórico de políticas públicas é lento e com diversas dificuldades. De acordo com Bié, Silva e Bié (2018, p.308), “fato este deve-se se associar ao crescente número da população idosa dependente, consequência do aumento da expectativa de vida na população, que vitaliza na cooperação mútua e cooperativa entre os entes federativos (estado, município e união)”. 
	Vale ressaltar que a política pública destinada para pessoas idosas, tem finalidadede compartilhar a responsabilidades da sociedade, família, comunidade e o Estado. Isto é, uma participação que engloba todas as áreas de saúde e assistência social. Porém, de acordo com Kanashiro (2017), “em relação aos participantes, encontram muitas dificuldades por conta da ausência do Estado para efetivar e garantir os direitos, responsabilizando a família. Em consequência, essa falta acaba por existir idosos dependentes fragilizados e famílias carentes”.
	Seguindo a linha do tempo, constata-se a Constituição de 1934, em que foi a primeira a tratar da velhice, mas apenas dentro das questões de “Ordem Econômica e Social” (BERTOLIN E; VIECILI, 2014, p.344). No entanto o documento visava organizar o regime democrático, uma união de ideias que regulamentava a liberdade, justiça e o bem-estar social. Além disso, também é citado a Carta Constitucional de 1937, na qual declarou o seguro da velhice e da invalidez, além dos casos de acidentes no trabalho. Logo depois, em 1946, houve uma Constituição onde inseriram a Previdência Social no caso de doenças, velhice, invalidez e morte. Além disso, assegurava um seguro no caso de acidente, maternidade, de acordo com a contribuição do cidadão.
	Houve debate internacional em 1982 denominado como Assembleia Mundial sobre Envelhecimento que foi organizado pela Organizações das Nações Unidas (ONU). A velhice foi considerada aquele com marco de 65 anos nos países desenvolvimento e 60 aqueles que estavam em desenvolvimento. Também se destacou a II Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento que aconteceu em Madri em 2002, onde constatou-se o crescimento de idosos no mundo principalmente nos países em desenvolvimentos. A conclusão foi da necessidade do protagonismo desse segmento junto com as ações governamentais, em que coloca o Estado como responsável frente as políticas publicas no desenvolvimento dos países (ESCORSIN, 2021).
	É preciso tratar também a Constituição de 1988, em que é um grande exemplo de transformação, um marco da democracia do país, estabelecendo a garantia de direitos aos cidadãos. Vale citar o seu artigo 3º, IV: “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Na literatura, denomina-se como Constituição Cidadão, justificando que os princípios delimitados são para todos e todas. 
	Constata-se que Constituição identificou o idoso como cidadão nos artigos 203, 229 e 230. No artigo 203, um dos objetivos, menciona, o direito de uma Assistência Social, sua proteção e seguridade financeira para sua manutenção. Referente ao artigo 229, aplica-se o direito de pais e filhos, e o dever de os filhos ampararem seus pais na velhice afetiva e fisicamente. E, o artigo 230, responsabiliza a família, sociedade e Estado para amparar os idosos, e garantir sua dignidade, considerando-o como um cidadão, aquele que faz parte da comunidade.
	Foi resultado de lutas e movimentos sociais, as reivindicações de associações e sindicato. A Constituição de 1988, foi a que mais se preocupou com a proteção e respeito do idosos, afirmando e se baseando nas discussões que estavam em pautas em relação ao envelhecimento com direitos e busca pela minimização de discriminação e violência.
	A partir dos anos 30 que houve crescimento de políticas sociais voltadas para assistências para aqueles que se encontravam em vulnerabilidade. Nesse mesmo contexto foi criado pelo Ministério do Trabalho, anos depois a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), na qual atribuiu o direito de pagamento de pensões e aposentadorias. Houve retrocesso no Governo Militar, com muitos direitos retirados, poucos que tinham, pois, criaram o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e o (FGTS) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Contudo, faltavam recursos para manter as medidas e programas, pois eram desviados, marcado pela corrupção e passavam aos sistemas privados. 
O Brasil em 1988 passou a investir menos nessa área, devido à dependência internacional, a crescente desigualdade social, da pobreza e exclusão. Com isso as atuais políticas públicas brasileiras não conseguem reverter à desigualdade e investem, em pequenos grupos sociais. São criadas políticas de compensação para a população com intuito de “distrair” para os verdadeiros problemas (BIÉ; SILVA; BIÉ, 2018, p.308)
	Dessa maneira, os autores destacaram que era preciso de programas adequados que sejam prestados atendidos de maneira igualitária para todos e todas, com objetivo de promover a qualidade de vida para os mais vulneráveis. E, para propor essas condições é imprescindível repensar em questões de moradia, vestuário, educação, lazer, saúde e segurança. E todos esses fatores são citados na Constituição de 1988, como forma de garantir a todos e todas condições adequadas para sobrevivências, seu direito social, em que responsabiliza o governo em possibilitar as condições básicas aos cidadãos. 
	Para tanto, a Constituição de 1988 foi marcante para nossa história na sociedade, possibilitando avanços nos direitos, buscando promover o bem-estar da sociedade.
[...] a partir de sua consolidação tornou-se possível elaborar diversas leis, atendendo os interesses dos mais variados segmentos, e entre eles, o idoso aparece pela primeira vez, de forma legal, como cidadão e sujeito de direitos, mais especificamente em seu Art. 230, o qual dispõe que “a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo, sua dignidade e bem estar e garantindo-lhe o direito à vida (SILVA, 2007, p.23).
	No entanto, esses programas definidos para a defesa do idoso tornou-se necessário para enfrentar os desafios com idosos doentes e riscos ao longo de sua visa. Nesses aspectos, as políticas públicas são essenciais para promover a população idosa uma vida digna, saudável respeito e cuidado necessário.
	Constata-se que o direito do idoso foi se desenvolvendo de modo lento, construindo ao longo da história da nação. O idoso era beneficiado pela liberdade da escravidão e apenas em 1930 o Estado interviu na Assistência Social por meio de políticas, a qual se encontra no momento de ampliação de desemprego, do desemprego, precariedades no trabalho, baixos salários, classe trabalhadora e criação de sindicatos, mobilizando em lutas sociais. Foram anos de lutas, direitos de aposentadorias, Lei Orgânica de Previdência, Previdência para amparar inválidos e incapacitados.
	Vale ressaltar que a política pública destinada para pessoas idosas, tem como objetivo de compartilha a responsabilidades da sociedade, família, comunidade e o Estado. Isto é, uma participação que engloba todas as áreas de saúde e assistência social. Porém, de acordo com Kanashiro (2017), “em relação aos participantes, encontram muitas dificuldades por conta da ausência do Estado para efetivar e garantir os direitos, responsabilizando a família. 
	Em consequência, essa falta acaba por existir idosos dependentes fragilizados e famílias carentes”. Foi estabelecido no Estatuo do Idoso (Lei 10.741/2003) no seu Art. 8º, definindo que o envelhecimento é um direito, que deve ser protegido, que o Estado deve agir diante o interesse público, bem como direito a vida, saúde, proteção e dignidade. Contudo, o envelhecimento deve ser uma fase que merece atenção e respeito, em que faça os idosos se sentirem úteis para aconselhar, se sentirem humanos contribuindo com suas experiências para outros futuros. 
	O Estatuto do Idoso, que foi criado em outubro de 2003, sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. A Lei n° 10.741 determina em seu Art. 4 º que a “Violência contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico” e que “nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei” (BRASIL, 2003). Dessa forma, a presente Lei, determina queé o dever de todos prevenir qualquer ameaça ou tipo de violência praticada contra o idoso. Contudo, o Estatuto define medidas de proteção, considerando o sujeito idosos, aquele com idade igual ou superior aos 60.	
	A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), a Lei nº 8.742/93 também designou uma proteção a velhice, caracterizando em um dos seus objetivos. A promulgação possibilitou um avanço no controle da população e na formulação, de ações das políticas de Assistência Social. Assim, compreende-se que foi um meio que possibilitou a participação da sociedade e também a potencialização nos recursos necessários para atender a população idosa.
	A Política Nacional do Idoso (PNI), Lei nº 10741, de 1º de outubro de 2003, assegurou-se os direitos sociais da pessoa idosas em busca de promover a autonomia, integração e participação da sociedade. Contando também, o direito à saúde, no atendimento do SUS. (Lei nº 8.842/94 e Decreto nº 1.948/96). O objetivo da PNI é assegurar os direitos, criação de condições que promove a autonomia e integração do idoso na sociedade. Dessa maneira, atualizaram e possibilitaram uma política voltada a proteção da saúde do idoso em 2006 aprovando a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
	A PNI teve um reforço nas suas diretrizes em 2003, com 118 artigos sobre diversos direitos que são fundamentais para garantir suas necessidades e proteção do idoso. A PNI estabelece algumas diretrizes, nas quais, enfatiza a participação do idoso na sociedade, e possibilite que haja organização nos meios que fazem que o idoso participe com outras gerações. Além disso, o documento também aponta a importância da família e que por meio delas as organizações priorizem o atendimento. 
	
4 A VIOLÊNCIA E O SERIVÇO SOCIAL
4.1 A VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
	A mídia apresenta com muita frequência os maus tratos e negligência no ambiente familiar, além do isolamento nas instituições pela agressão física, psicológica, abuso sexual, entre outros. Enquanto a família e o lar deve ser onde os indivíduos se sintam seguros, local de paz e tranquilidade ao chegar no seu processo de envelhecimento e o sentimento de tarefa cumprida, acaba que o local é aonde a violência domina.
	Conforme Alves et al. (2016, p.13), a violência é um fato social, que existe em todas as sociedades, sendo ela histórica e específicas:
O tema violência, por si só, é de muita complexidade e de difícil trato, tanto no Brasil, quanto em outros países, e que é interdependente de inúmeras variáveis, como anteriormente descritas, tais como: política, econômica, antropológica, biológica, cultural, psicológica e social.
	Os autores apresentam as seguintes características e tipologia de violência: a
de gênero, etária e racial. A violência de gênero é muitas vezes vista em caso de homem contra mulher ou vice e versa. A violência etária, caracteriza aquela violência praticada pelo adulto contra criança ou idoso, que o caso discutido nessa pesquisa. A violência racial, é aquela discriminação de raça, muitas das vezes demarcado o preconceito pelos negros, culturas entre outros. De acordo com as tipologias tratadas, os profissionais e estudos apontam que as violências muitos dos casos são naturalizados, diante a nossa cultura social, e desigualdades entre os indivíduos.
	Conforme Santos et al. (2020), a violência contra a pessoa idosa é um problema de saúde pública, sendo crucial compreender esses fatores, tipos de violências para criar as políticas publicas que garantam o bem-estar de toda a população. Sendo assim, pontuam que:
Quadro 1. Tipos de violências
	Tipo de violência
	Caracterização
	Violência física
	Caracteriza-se pelo uso da força física para obrigar a fazer algo contra a própria vontade, ferir, gerar dor, incapacidade ou óbito
	Violência psicológica
	É uma ofensa verbal ou gestual, para aterrorizar, humilhar, limitar a liberdade ou afastar o convívio social
	Violência sexual
	Visa obter excitação, sexo, ou condutas eróticas utilizando-se aliciamento, violência física ou ameaças, de caráter homo ou heterossexual
	Violência financeira ou econômica
	Posse indevida e não consentida dos bens financeiros e patrimoniais do idoso
	Abandono
	Ausência ou renúncia, por parte do governo, instituições ou família, no fornecimento de socorro a um idoso que precisa de cuidados
	Negligência
	Omissão de cuidados ao idoso, seja pelos familiares ou instituições
	Autonegligência
	É a ausência de cuidados do próprio idoso para consigo, que possa gerar danos à saúde ou segurança
Fonte: Adaptado pelo Santos et al. (2020)
	De acordo com a OMS a violência é quando é utilizada força física ou poder, em ameaça contra si e outros indivíduos, grupos ou comunidade que causam sofrimento, morte, danos psicológicos, privação, entre outros. Destacam também a definição de maus tratos, onde caracterizam como evento pontual ou repetido, ausência de um ato apropriado, ações que causem prejuízo, sofrimento, angústia para o idoso (SANTOS, et al. 2020).
4.2 PRÁTICAS DO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL
	O Serviço Social é uma profissão de muita importância para a sociedade, a qual atua em diversas manifestações e em diversas áreas com diferentes políticas sociais. O profissional pode atuar na área da saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça, entre outros. De acordo com o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), o projeto ético político da profissão, está desenvolvida por meio da totalidade social, com o compromisso de uma nova ordem social, no âmbito da democracia para garantir os direitos de todos. 
	Vale destacar sobre a Lei nº 12.435 de 2011 onde alterou a Lei nº 8.742 de 7 de dezembro de 1993 que dispõe sobre a organização do Assistente Social:
 
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente:       
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e 
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família;
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos;
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais (BRASIL, 2011)   
	Nesse sentido, o profissional do Serviço Social tem um papel importante na sociedade, no exercício da profissão. Melo et al. (2021) descreve como funciona o Disque Denúncia, a qual a partir desta, o Ministério Publico faz a devida averiguação. O mesmo encaminha para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), atribui aos profissionais procedimentos necessários para intervir na denúncia. No primeiro momento determina um prazo de 15 a 30 dias para os profissionais planejar, pesquisar, executar e intervir na realidade social da pessoa que teve seu direito violado. 
	A respeito do Ministério Público, é um dos órgãos de proteção que utiliza as medidas administrativas e judiciais com o objetivo de garantir o direito das pessoas vítimas de violência. No entanto, conta com a sociedade, órgãos estaduais e municipais para defender esses direitos. Dessa maneira, é preciso buscar o Ministério Público para denunciar a discriminação e violência (BRASIL, 2008)
	O contexto em que vivemos, é uma cultura de que o adulto é valorizado, e a velhice carrega uma realidade cheia de negatividades e preconceitos.
A dependência na velhice ainda é um tabu para nossa sociedade que, primeiramente, experimenta a inquietação e o medo de envelhecer e estar submetido a tal condição. Os não idosos preocupam-se com a necessidade de prestarcuidados aos idosos, justamente numa época de vida que gozam de autonomias conquistadas, responsabilidades familiares e profissionais (SILVA, 2007, p. 61)
	Sendo assim, a concepção de velhice, traz uma necessidade de reflexões para possibilitar organizações que modifique a sociedade suas maneiras de tratar uma pessoa idosa. Os maus-tratos ocorre quando o indivíduo faz com que o idoso se sinta como um fardo e consequentemente essa pressão psicológica, aumenta o seu quadro de doença com depressão e isolamento de seus entes queridos.
	Diante a violência e o processo de envelhecimento, compreende-se que é um problema social e histórico que precisa de atenção para todos os setores públicos, e, o Serviço Social é uma peça importante para garantir os direitos, criar estratégias que enfrentar esse male. Sendo assim, é preciso entender a violência contra o idoso, pois, acarreta diversos problemas, os idosos desenvolvem doença físicas, psicológicas, prejudicando sua vivência na sociedade. 
	De acordo com Iamamoto (2009), sua atuação e prática profissional é condicionada pelas relações entre o Estado e Sociedade. No que diz a respeito ao atendimento idoso, o profissional deve contribuir com os programas alternativos que garantam melhoria na realidade deles, bem como buscar estabelecer na sociedade que envelhecer faz parte da humanidade, bem como colaborar na preservação dos direitos e luta contra discriminação e marginalização. Para tanto, compreende-se que o profissional deve ser capacitado e com habilidade psicológica e afetiva para agir diante os conflitos e as causas, por meio de bases cientificas, integração e ajustamento do homem na sociedade. 
	Porém, há dificuldades nesse processo de atendimento uma vez que Viana et al. (2016) apresentam que há barreiras em garantir ao idoso seu direito. Embora tenham diversas políticas públicas que amparem eles, o profissional não consegue eficiência, garantia por conta das limitações na equipe multiprofissional, espaço, condições e sem possibilidade de atendimento por conta de localidade, falta de recursos materiais e financeiros, entre outros. 
	É preciso de reflexão sobre a temática para que possa contribui para o crescimento das relações entre as pessoas para o benefício da cidadania e funcionamento da sociedade. A intenção da pesquisa é servir para outras pessoas obter um olhar que os idosos são seres importantes e de relevantes para o desenvolvimento da sociedade, onde sua história de vida e experiência auxiliará de modo positiva. 
Os idosos são muito importantes para o desenvolvimento de qualquer sociedade, visto que, um idoso que morre leva consigo uma história e parte da cultura ou mesmo a cultura de um país. Acreditamos que, para formar indivíduos capazes de atuar como sujeitos na nossa sociedade, precisa-se muito mais do que somente o básico, ou seja, como a educação é a base para transformação do sujeito e da sociedade, no entanto, não existe uma sociedade sem a educação, uma das melhores formas para ajudar na diminuição da violência contra a pessoa idosa e de reeducar a nossa sociedade é investir nas políticas públicas para a defesa dos nossos idosos. (ALMEIDA, 2018, p.22)
	Nesse sentido, compreende-se que é preciso considerar os conhecimentos que os idosos possuem da sociedade para refletir e transformar a comunidade para o melhor. Pode ser utilizado como objeto de estudos para os profissionais em diversas áreas de conhecimento, principalmente daqueles da saúde, direito e serviço social. 
	Entende-se que o profissional visa atender os grupos mais vulneráveis que não possuem os serviços básicos como saúde, educação, segurança, trabalho, entre outros. Assim, a Lei Orgânica de Assistência Social, criado em 1993, na qual garante programas e serviços de atenção à criança, jovem, idoso, deficiente ou família em condição de vulnerabilidade social. Dessa forma, para o cuidado e acolhimento, a lei visa proteger por meio de projetos e programas executados pelo governo, assegurando os direitos sociais da população idosa
Nesse sentido, é preciso destacar que o idoso possui algumas medidas de proteção, principalmente quando se trata de violências. Sendo assim, Viana et al. (2016, p. 15) apontam que:
[...] o profissional deve fazer a escolha das técnicas que melhor atendem às necessidades da demanda apresentada, conseguindo assim resultados positivos, que podem ocorrer de imediato ou a médio e longo prazos. Portanto, é necessário que o profissional conheça a fundo essas necessidades, pois este terá que tomar importantes decisões, reconhecendo assim a importância e a responsabilidade de sua intervenção.
	De acordo com Silva (2007), são muitos caminhos que podem ser seguidos para atingir o objetivo de cuidar do idoso, respeitando as indicações qualitativas e quantitativas da necessária intervenção. O profissional deve conhecer o processo de envelhecimento, respeitando-os. No entanto, a profissão do Serviço Social é propositiva, trabalha com valores e ética profissional que visa garantia de direitos, justiça social, autonomia e igualdade.
	Para concretizar as ações é preciso de informações, conhecimentos, habilidade, capacidades e instrumentos técnicos para realização e efetivação da ação que garanta os direitos dos idosos que sofrem ou sofreram por alguma violência. Diante essa perspectiva, a atuação do profissional é imprescindível para intervir, conscientizar e mediar a ações sociais em busca de proporcionar o bem-estar do idoso por meio de um diálogo contínuo com a família, compreensão da violência e assim passar a conscientizar da importância do convívio e atenção para o idoso. 
O profissional ajuda a solucionar problemas pessoais, fazendo contato com os familiares e incentivando o morador nos programas e eventos, como a participação deles em mutirão e nas dinâmicas de integração. Quando são necessárias internações e consultas médicas feitas externamente, o profissional de Serviço Social auxilia por meio de encaminhamentos, acompanhamentos, solicitações e requerimentos (COSTA; FERREIRA; SILVA, 2013, apud. VIANA et al. 2016).
	Assim, cabe o profissional promover participações do idosos em grupos para que se sintam importantes e que façam parte da sociedade. É preciso desenvolver uma troca de afeto, carinho, experiências nas atividades desenvolvidas pelos profissionais da casa de acolhimento. São atividades que devem fazer os idosos se sentirem úteis e valorizados.
	Gemignani e Monfredini (2022) apresentam estratégias de levar informações aos idosos, com rodas de conversas com grupos de idosos em serviços socioassistenciais, no Centro de Referencia da Assistência Social (CRAS) para atender e informar as possibilidades de atendimento em relações aos conflitos na esfera judicial e também orientações sobre cidadanias. 
	O Serviço Social deve estar disposto para tais assuntos, possibilitando informações e clarezas para o cuidado do idoso. Assim, possibilitar um suporte aos cuidadores por meio de uma Assistência, possibilitando um atendimento diante as demandas, serviços domiciliares e social. Propor caminhos e repensar juntos referente ao bem-estar de todos, tanto para o idoso, quanto para o cuidador.
	Diante as implantações das legislações que visa em defesa dos direitos humanos, contata-se nas pesquisas de Bie, Silva e Bie (2018), que as políticas são confundidas como prestação de serviço. Nesse sentido, atendem alguns grupos da sociedade e outros diversos grupos estão sem o seu direito garantido conforme diz a lei. Outro ponto que os autores apontam é falta de debates, sem estudos aprofundados para que os processos sejam implantados de maneira adequada. 
	Gemignani e Monfredini (2022) apontam a posição intersetorial do profissional para o desenvolvimento de estratégias e ampliação no atendimento. Para tanto, é necessário ser preparado para fornecer as informações sobre os serviços e políticas disponíveis para os idosos. Assim, determinam que é crucial o conhecimento, programas, recursos acessíveis no município e territorialmente para os casos se for necessário.Nesse sentido, é preciso destacar também a necessidade um trabalho em conjunto, além do profissional do Serviço Social, é preciso contar também com enfermeiro, psicólogo e outros que conduzam mediação de conflito para realizar notificação de violência e segmento dos casos (MATOS, et al., 2021).
5 CONCLUSÃO 
	Diante os objetivos propostos, constata-se que o profissional do Serviço Social deve compreender seu importante papel para sociedade. Diante os casos de violência contra o idoso, considera-se a necessidade de compreender os aspectos e o idoso para refletir meios, criar estratégias de garantir sua proteção e seu bem estar para atuar na sociedade. 
	Assim, o trabalho propôs o entendimento do papel do profissional em Serviço Social diante os direitos dos idosos violados. Fica claro a necessidade de entender que é um desafio da profissão a atenção e contribuição para que os idosos saibam a possibilidade de viver com qualidade e compreendam seu direito, liberdade e serviços que podem ser prestados. Embora haja limitações do idosos, é possível apontar que são capazes que ter seus direitos efetivados e potencialidades reconhecidas. 
	A legislação brasileira busca garantir qualidade de vida para o idoso, porém, não está de acordo com a realidade vivenciada em nossa sociedade. O que se percebe é um abandono tanto pelo Estado, bem como pela família. Assim, o que mais se destaca, é a existência de discriminação e preconceito contra o idoso. O cenário é: a população jovem não tem consciência que a velhice é um fato que ocorre com todos e considera o idoso como um imprestável para vida, um fardo.
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