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Disciplina: Matemática, Sociedade e Cultura.  Página 1 
 
 
Texto 1: O que é matemática? 
Este texto se propõe a mostrar que não existe uma unanimidade sobre o que 
seja matemática. 
Para responder esta questão podemos, em um primeiro impulso, olhar 
um dicionário. No Novo Aurélio, Ferreira (1999, p. 1297) encontramos para a 
palavra matemática: ciência que investiga relações entre entidades definidas 
abstratamente e logicamente; para a expressão matemáticas aplicadas: as que 
consideram as grandezas em determinados campos ou assuntos; matemática 
pura: aquelas que, como a álgebra, a geometria que estudam as propriedades 
da grandeza no abstrato. 
Concordamos com Davis e Hersh (1989, p.31) que dizem ser muito 
restritiva a idéia de considerar a matemática como a ciência da quantidade e do 
espaço. A matemática pode ser imaginada como uma árvore poderosa com 
suas raízes, tronco, galhos e brotos assinalados com os nomes de certas 
subdisciplinas e que cresce com o tempo. Davis e Hersh (1989, p.44) afirmam 
que uma análise detalhada mostraria a matemática subdividida em mais de três 
mil categorias e na maioria delas se cria matemática a uma velocidade 
crescente. 
Davis e Hersh (1989, p.32) enfatizam que a definição de matemática 
muda. Cada geração e cada matemático sério, em uma dada geração, 
formulam uma definição de acordo com seu entendimento. 
Um outro autor, Garbi (2010), inicia seu livro A Rainha das Ciências 
fazendo a mesma pergunta: O que é Matemática? 
Esse autor afirma que apesar de vivermos em um mundo altamente 
dependente da Matemática, ainda não se encontrou uma resposta satisfatória a 
uma pergunta simples, já levantada há mais de dois milênios. 
Garbi (2010, p.2) levanta outra antiga pergunta, que considera 
aparentemente ingênua, mas que tem gerado infindáveis controvérsias entre os 
filósofos: ” O homem cria ou descobre a Matemática?” Em outras palavras, “A 
 
Disciplina: Matemática, Sociedade e Cultura.  Página 2 
 
matemática existe por si mesma no Universo e nós a desvendamos ou ela é 
mais uma criação da mente humana?” 
Esse autor afirma que as opiniões divergem. Alguns consideram que a 
presença de trajetórias retas e órbitas elípticas dos astros no Universo, 
caracóis em forma de espirais logarítmicas poderia sugerir que os homens 
descobrem algo matemático já existente no mundo. Outros filósofos pensam de 
forma oposta e argumentam que ninguém jamais viu na natureza, por exemplo, 
matrizes, números complexos e cosas assim são criações humanas. Uma 
posição intermediária, ou seja, dizer que uma parte é descoberta e que outra é 
criada também encontra obstáculos quando se verifica que números complexos 
são uma ferramenta excelente para o estudo das correntes elétricas. 
Continuamos com a nossa busca sobre o que é matemática. O 
professor Ubiratan D’Ambrósio, dedicado há muito anos ao estudo da 
Etnomatemática, tem a sua própria visão do que seja matemática. D’Ambrósio 
(1996, p. 46) afirma que a utilização da palavra matemática começa no século 
XV. Ele recorre à etimologia e explica que a palavra matemática vem do grego 
mátema, que significa ensinamento e tica, que também vem do grego, e 
significa arte. 
D’Ambrósio (2005, p.102) esclarece como ele entende matemática: 
uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo 
de sua história ara explicar, para entender, para manejar e 
conviver com a realidade sensível, perceptível, e com o seu 
imaginário, naturalmente dentro de um contexto natural e 
cultural. Isso se dá também com as técnicas, as artes, as 
religiões e as ciências em geral. Trata-se essencialmente da 
construção de corpos de conhecimento em total simbiose, 
dentro de um mesmo contexto temporal e espacial, que 
obviamente tem variado de acordo com a geografia e a história 
dos indivíduos e dos vários grupos culturais a que eles 
pertencem — famílias, tribos, sociedades, civilizações. A 
finalidade maior desses corpos de conhecimento tem sido a 
vontade, que é efetivamente uma necessidade, desses grupos 
 
Disciplina: Matemática, Sociedade e Cultura.  Página 3 
 
culturais de sobreviver no seu ambiente e de transcender, 
espacial e temporalmente, esse 
ambiente.(D’AMBRÓSIO,2005, p.102). 
 
Esperamos que, ao longo da licenciatura, você possa refletir e ampliar sua 
compreensão do que seja matemática. 
Referências 
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da Teoria à Prática. 
Campinas: Papirus,1996. 
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Sociedade, cultura, matemática e seu ensino. 
Educação e Pesquisa, São Paulo, v.31, n.1, p.99-120, jan/abr.2005. Disponível 
em http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n1/a08v31n1.pdf. Acesso 28/01/2012. 
DAVIS,Philip J.; HERSH,Reuben. A Experiência Matemática.Tradução:João 
Bosco Pitombeira. Rio de Janeiro:Francisco Alves, 1989. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o 
dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 
GARBI, Gilberto G. A Rainha das Ciências: um passeio histórico pelo 
maravilhoso mundo da matemática. São Paulo: Editora Livraria da Física, 
2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n1/a08v31n1.pdf

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