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osteoporose


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JEAN LUQUE	|	UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
Osteoporose 
Introduçao 
• A osteoporose é a doença osteometabólica mais comum 
na prática clínica, sendo definida por baixa massa mineral 
óssea associada à deterioração da microarquitetura do 
osso, aumentando o risco de faturas; 
o Por algum motivo aquele osso não mineralizou 
de forma adequada; 
 
• É mais prevalente entre as mulheres na pós-menopausa; 
o Mulheres que nunca tiveram filhos existe 
associação. 
• Também pode ocorrer em homens e mulheres com 
condições subjacentes ou fatores de risco significativo 
associado à desmineralização óssea. 
As fraturas são o grande problema dessa doença, visto que aumenta 
as questões de morbidade e aumento dos custos a saúde pública. 
Suas principais manifestações clínicas são as fraturas vertebrais e 
do quadril, embora possam ocorrer fraturas em qualquer local do 
esqueleto. 
• As mais incidentes são as do quadril e da coluna. 
Nas mulheres, quando ocorre a perda da função ovariana por ocasião 
da menopausa, desencadeia uma rápida perda óssea, razão pela qual 
a maioria das mulheres preenche critério para o diagnóstico de 
osteoporose aos 70 a 80 anos de idade. 
 
• Após 1 ano de uma fratura de quadril, a taxa de 
mortalidade é 20% maior que a esperada, 40% dos 
sobreviventes passam a deambular apenas com ajuda, 
80% ficam impossibilitados de realizar, pelo menos, uma 
atividade de vida diária de modo independente; 
• Fraturas vertebrais causam perda de estatura, dores 
crônicas, aumento do risco de quedas, menor capacidade 
pulmonar, apetite, prejudicando de modo acentuado o 
estado de saúde e a qualidade de vida. 
1. Corcunda de viúva: 
• A osteoporose resulta em perda de altura, e o colapso 
vertebral associa-se com dor crônica nas costas, ataques 
de dor grave nas costas e cifose. 
 
No entanto, a fratura vertebral é a manifestação clínica mais comum; 
A maior parte das fraturas vertebrais é assintomática, e pode ser 
um achado incidental em radiografia de tórax ou abdome. 
• Pode cursar com cifose e redução de altura. 
o Atentar-se para reduções de altura <2cm no 
último ano ou >4 cm em relação a juventude 
falam a favor de fratura vertebral. 
§ O paciente costuma falar que está 
diminuindo de altura. 
o As fraturas vertebrais mais graves ocorrem na 
junção toracolombar. 
 
 
A fisiopatologia: 
• O adulto apresenta 2 tipos de ossos: um compacto, 
chamado cortical, que serve de envoltório para medula 
óssea e para dar forma e resistência aos ossos longos; 
• O outro tipo, o osso esponjoso ou trabecular, localizado no 
interior dos ossos longos e no esqueleto axial. O osso 
trabecular tem elevada atividade metabólica, sendo mais 
sujeito as repercussões do processo de remodelação óssea. 
Nas vértebras: o osso esponjoso predomina, enquanto os ossos longos 
contêm principalmente osso cortical; 
Quanto mais cortical, mais resistente, e quanto mais trabecular, mais 
suscetível a fraturas: 
 
A composição óssea: 
• Orgânico; 
o 50% do peso seco; 
Jean Luque
 
 
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JEAN LUQUE	|	UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
o Colágeno tipo I + proteoglicanas e glicoproteínas 
de adesão; 
o Responsável pela forma e fornece resistência as 
forcas de tração. 
• Inorgânico: 
o Cálcio; 
o Fósforo; 
o Bicarbonato; 
o Magnésio; 
o Sódio; 
o Potássio. 
§ Hidroxiapatita; 
o Responsável pela forca, rigidez e resistência 
compressiva dos ossos. 
A remodelação óssea é um processo pelo qual o osso antigo é 
substituído por um osso novo, sendo que a renovação do esqueleto 
ocorre a cada 10 anos. 
• É um processo contínuo; 
• Etapas de reabsorção e formação como fenômenos 
acoplados. 
O remodelamento ósseo desempenha duas funções primárias: 
• Reparar micro lesões dentro do esqueleto para manter a 
resistência esquelética e o vigor do esqueleto; 
• Suprir de cálcio a partir do esqueleto para manter os níveis 
séricos adequados; 
o Ou seja, tirar cálcio do osso e mandar para a 
corrente sanguínea. 
O remodelamento pode ser ativado por essas micro lesões; 
Ele também é regulado por vários hormônios circulantes, incluindo 
estrogênios, androgênios, vitamina D e paratormônio. 
O tecido ósseo é sintetizado e remodelado durante a vida pela ação 
de 2 linhagens celulares: as células formadoras (osteoblastos, 
osteócitos e células lineares) e as reabsortivas (osteoclastos). 
• Até os 30 anos, a formação óssea é maior que a perda 
óssea; 
• Dos 30 aos 35, a perda é igual a formação; 
• Após os 35, a formação óssea é menor que a perda óssea. 
Osteoblastos: células formadoras de ossos; 
Osteoclastos: células de reabsorção óssea. 
Pico de massa óssea: 
• Na infância, a massa óssea aumenta de forma contínua e 
linear; 
• Ao posso que no estirão puberal acumula-se entre 26 e 
50% do pico de massa óssea da idade adulta, até o 
fechamento completo das epífises, ao final da puberdade. 
 
 
As células do osso que devemos saber: 
 
1. Osteoclastos: 
• São precursores mononucleados da linhagem mielóide das 
células hematopoiéticas; 
• O osteoclasto é uma célula especializada, cuja principal 
função é a reabsorção óssea; 
• O osteoclasto dispõe de mecanismos de acidificação e de 
proteases para a reabsorção óssea; 
o Lembrar, osteoClasto, C de comer osso. 
 
Essa reabsorção óssea é por meio das substâncias e proteases que 
destrói as proteínas. 
• Os osteoclastos, por meio de proteínas específicas, se 
aderem a matriz óssea, criando um espaço bem delimitado, 
na qual vão atuar enzimas e radicais ácidos capazes de 
promover a dissolução dos cristais de hidroxiapatita do 
osso, liberando cálcio e fosfato. Essa cavidade formada 
nesse processo é denominada lacuna de Howship. 
2. Osteoblastos: 
• Diferenciam-se a partir de células mesenquimais 
pluripotentes; 
• Responsável pela formação óssea; 
• São células cuboides; 
• As duas principais etapas: 
o Síntese; 
o Mineração. 
Ou seja, irão regular a mineralização óssea secretando fosfatase 
alcalina. Secretem também proteínas que permitem a ligação de 
cálcio e do fosfato. 
3. Osteócitos: 
• São tipos celulares mais abundantes e de vida mais longa 
do esqueleto adulto; 
• Residem dentro da matriz óssea; 
• São derivados dos osteoblastos. 
A fisiopatologia da perda óssea relacionada à idade: 
• Nas mulheres pós menopausa, há um aumento da taxa de 
remodelação óssea nos ossos esponjosos e cortical, 
resultando em perda óssea e na ruptura da 
microarquitetura óssea; 
• Nos homens, ocorre a redução da formação óssea e baixa 
rotatividade óssea. Alteração na composição mineral e da 
matriz óssea contribuindo para o aumento da fragilidade 
óssea. 
Fatores de risco osteoporose/fraturas: 
• A baixa densidade mineral óssea (DMO) é um importante 
fator de risco associado às fraturas; 
• Idade; 
• História familiar; 
• Antecedentes de fratura prévia não traumática; 
• Sedentarismo; 
• Distúrbio de função neuromuscular; 
• Tabagismo; 
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o Acarreta na diminuição da massa óssea e maior 
risco de fraturas, sobretudo com o avanço da 
idade; 
• Elevada ingestão de álcool confere maior risco de fraturas; 
• Uso de glicocorticoides por 3 ou mais meses, é a principal 
causa secundária de osteoporose; 
• Artrite reumatoide; 
• Baixo peso, ou seja, IMC <18. 
Temos causas secundárias de osteoporose: 
 
Os fatores de risco para a perda de massa óssea: 
• Não modificáveis: 
o Sexo feminino; 
o Raça caucasiana; 
o Menopausa; 
o Idade > 60 anos; 
o Histórico familiar de osteoporose/fratura. 
• Modificáveis: 
§ Tabagismo; 
§ Etilismo; 
§ Baixa ingestão de cálcio na dieta; 
 
§ Sedentarismo; 
§ Baixo peso. 
A avaliaçao clínica: 
• A osteoporose é assintomática até a ocorrência da fratura; 
• Cifose e perda de estatura podem ser consequência das 
fraturas vertebrais. 
o A avaliação inicial inclui a realização da 
anamnese detalhada para detectar os fatores 
de risco clínicos para baixa massa óssea/fraturas 
e exame físico cuidadoso para suspeitar decausas secundarias. 
A anamnese: 
• História reprodutiva; 
o Época da menarca; 
o Época da menopausa; 
• Padrão nutricional; 
• Antecedentes mórbidos; 
o Anorexia nervosa; 
o Hipertireoidismo; 
o Diarreia crônica; 
o Uso prolongado de corticoides. 
Exame físico: 
• Perda de altura; 
• Mudança na postura; 
• Estigmas de síndrome de cushing; 
• Hipertireoidismo: 
o Bócio, taquicardia, tremores nas mãos e sinais 
oculares. 
Os exames laboratoriais: 
• Dosagem do cálcio, creatina; 
• Hemograma; 
• Fósforo; 
• Tsh; 
• Testosterona; 
• Marcadores de remodelação óssea; 
o Conseguimos avaliar a perda óssea; 
o OSTEOCALCINA; 
o FOSFATASE ALCALINA ÓSSEO; 
o PRÓPEPTÍDEOS TERMINAIS. 
• Marcadores de reabsorção: 
o NTX; 
o CTX. 
 
A Densitometria ÓSSEA: 
• Chamada de DXA; 
• Determina a massa óssea; 
• Avalia o risco de fratura. 
• Os locais mais importantes são: 
o Coluna lombar; 
o Fêmur total; 
o Colo do fêmur. 
 
Como classificamos: 
Normal Até 1 
Osteopenia De 1,01 a 2,49 
Osteoporose < ou igual a 2,5 
Osteoporose grave Maior que 2,5. 
Outra forma de avaliar é por meio do z-score: 
 
Pelo menos dois sítios devem ser avaliados, em geral coluna e fêmur. 
Caso não seja possível avaliar um deles, devemos pensar num sítio 
periférico. 
• Sempre pensar no pior sítio para o diagnóstico. 
 
As indicações para a Densitometria óssea: 
• Homens acima de 70 anos; 
• Melhores acima de 65 anos de idade; 
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• Mulheres pós menopausa abaixo de 65 anos, como com 
fatores de risco para osteoporose; 
o Antecedentes familiares; 
o Baixo peso; 
o Fumo; 
o Alcoolismo; 
• Adultos com antecedentes de fratura por trauma mínimo. 
O diagnóstico: 
• Radiografia da coluna lombar e torácica em perfil; 
 
• Detecção de uma fratura acarreta maior risco para essa 
paciente ter novas fraturas. 
O tratamento nao farmacológico: 
• Dieta balanceada, com quantidade adequada de proteínas, 
cálcio e outros nutrientes; 
• Recomendação de cálcio para mulheres pós menopausa é 
de 1.000 a 1.200 mg; 
o Quando a ingestão dietética é insuficiente, a 
suplementação deve ser realizada com sais de 
cálcio. 
o O carbonato de cálcio apresenta maior 
porcentagem de cálcio disponível; 
o A absorção depende da acidificação do trato 
digestivo. 
• Ver vitamina D; 
• Atividade física, visto que exercícios físicos aumentam a 
densidade ósseo mineral; 
• Todas as pacientes devem ser estimuladas a parar de 
fumar e evitar o consumo excessivo de cafeína e de álcool. 
Tratamento farmacológico: nao irá cair na prova 
A) BISFOFONATOS 
• São considerados medicamentos anticatabólicos, pois 
suprimem a reabsorção óssea mediada por osteoclastos; 
• Também tem ação menor nos osteoblastos. 
 
B) Estrogênios: 
• Até 10 anos depois pós menopausa podemos fazer a 
terapia na mulher com menopausa; 
• Inibem diretamente o crescimento e multiplicação de 
osteoclastos, e indiretamente a reabsorção óssea; 
C) Denosumabe: 
• Osteoporose grave; 
• É um anticorpo monoclonal; 
• Anticorpo contra o RANKL; 
• Deve ser aplicado na dose de 60 mg por injeção 
subcutânea. 
D) PTH recombinante: 
• Pode dar neoplasia óssea; 
• Favorece a formação de osso; 
• Técnica de DNA recombinante; 
• Estimula a proliferação e a atividade dos osteoblastos com 
efeitos anabólicos sobre o esqueleto. 
 
E) Romosozumabe: 
• Anticorpo monoclonal humanizado que liga e inibe a 
esclerostina; 
• Tem efeito duplo sobre o osso, aumentando a formação 
óssea e diminuindo a reabsorção óssea. 
Lembrar de alguns tipos de sítio de fratura: 
• Fratura de colles; 
 
 
CASO CLÍNICO: 
 
 
 
 
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Perguntas: 
1. Qual diagnóstico mais provável: 
Osteoporose com fatore. 
2. Quais os fatores de risco para osteoporose; 
Mulher, idade, fratura, histórico familiar, alimentação, tabagismo, ela 
ser branca, dieta baixa em proteínas, não ter feito a terapia 
hormonal, 
3. Como explicar a fratura da paciente e seus sintomas; 
Ela já tem um osso fraco, e fazer o que fez aumentou a chance de 
ter queda e quebrar. 
4. Quais tratamentos podem ser indicados: 
Não medicamentosos: alimentação, hábitos de vida; 
Medicamentosos: 
• Bifosfonato; 
• Vitamina D

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