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Compreender a fisiopatologia e a etiologia das infecções bacterianas que acometem a pele. Estudar a fisiopatologia e a diferença entre a erisipela e celulite. Entender os fatores de riso para as infecções de pele. Infecções Bacterianas As piodermites são processos infecciosos mediados por toxinas bacterianas. Sua patogenia depende de muitos fatores, sendo eles: Flora residente do indivíduo, Barreira celular e química da pele, Grau de hidratação, pH (pH alcalino facilita a proliferação de bactérias), Capacidade imunológica do paciente, Grau de virulência do germe. Essa infecção pode ser classificada primariamente como cutâneos e por impetiginações, ou pode ser causada por uma infecção secundaria, quando a pele estiver previamente lesada, podendo ser decorrentes da proliferação das bactérias na pele ou de manifestações de hipersensibilidade aos antígenos bacterianos. Elas são mediadas por toxinas (endo ou exotoxinas). Quando ocorre a penetração do germe diretamente na pele acontece uma inflamação e supuração primaria. Já quando a infecção primaria ocorre em outros órgãos, via disseminação hematogênica, as bactérias atingem a pele, comprometendo as paredes dos vasos cutâneos onde pode ocorrer uma trombose vascular com hemorragia e, com isso, uma necrose do território cutâneo correspondente ao vaso ocluído. As duas principais etiologia que podem causar a infecção são: Estafilococos (Staphylococcus aureus) Estreptococos (Streptococcus pyogenes ou estreptococos beta-hemoliticos do grupo A) O Staphylococcus aureus é um coagulase-positivo e, portanto, é patogênico. Ele produz várias toxinas (necrogenica), podendo causar impetigo, foliculite, celulite e funinculos. Já no Streptococcus pyogenes o mais patogênico é o beta-hemolítico do grupo A, que secretam a proteína M, responsável por inibir a fagocitose. O contágio acontece por contato direto, e, por isso, as epidemias são mais comuns em agrupamentos humanos. Elas podem causar o impetigo, erisipel, celulite e linfangite. Erisipela É uma infecção aguda da derme, com importante comprometimento linfático. É naturalmente predominante de estreptocócica, principalmente do grupo A. Porém a casos que ocorrem devido a estafilocócica., entretanto o mais provável, entretanto, é que o estafilococo se estabeleça secundariamente ou que sejam casos de celulite. É uma forma inflamatória e aguda da celulite, que difere de outros tipos de celulite, como envolvimento linfático proeminente. Essa patologia inicia-se após a perda da barreira cutânea, transferindo a doença para estruturas mais profundas através dos vasos linfáticos. Os fatores de riscos incluem: tinea pedis, diabetes, insuficiência venosa, tromboflebite, trauma, desnutrição, abuso de álcool e drogas, infecções respiratórias (no caso de erisipela na face). Dessa maneira, a partir de traumas ou abrasões (escoriações da pele) e em lesões psoríticas, eczematosas ou lesões tinea essas bactérias conseguem invadir a pele. Clinica Após a entrada de bactéria, ela irá ser incubada por poucos dias, manifestando-se como edema vermelho vivo brilhante e doloroso, além disso terá bordas bem delimitadas e que avançam rapidamente sobre a pele saudável. A lesão ficará quente e muito sensível ao toque, podendo gerar bolhas, necroses e/ou ulcerações quando o caso é mais intenso. Apresenta também linfangite (infecção de 1 ou + vasos linfáticos) e linfadenopatia regional aguda apresentando um efeito de "casca de laranja", além de sintomas sistêmicos como febre, mal-estar e calafrios. Dependendo do país, o local mais afetado é por essa patologia muda. Dessa maneira, no Brasil, a parte mais acometida é a mais e linfadenopatia regional aguda presentando um efeito de "casca de laranja", além de Problema 29 – Vermelho Brilhante Imagem 1: Classificação das piodermites – Sanarflix sintomas sistêmicos como febre, mal-estar e calafrios. Já nos EUA e Europa é mais comum ocorrer na face, devido à dermatite seborreica, mais comum em países frios. Além disso, as mulheres que realizaram uma mastectomia total com esvaziamento de linfonodos axilares, pode também ocorrer nas mamas e nos membros superiores. Geralmente ocorre mais em pacientes idosos. Ela é uma patologia que possui uma capacidade de recorrência, havendo como sequela certo grau de linfedema a cada infecção levando assim a uma elefantíase, que por sua vez, favorece novos surtos. Quando o processo é exuberante, a pele torna-se verrucosa, com aspecto de musgo, porém esta complicação ocorre tipicamente em obesos. Além disso, pode levar a complicações como nefrite e septicemia. A mortalidade é rara, podendo ocorrer, sobretudo, em crianças ou quando acomete a face. A apresentação bolhosa confere gravidade ao processo, assim como a localização facial. Diagnóstico É feito essencialmente de forma clínica, podendo realizar cultura para identificar qual o agente infectante foi o responsável. Porém, deve-se diferenciar o diagnóstico de erisipela de trombose venosa profunda e de tromboflebite. Tratamento A maioria dos pacientes não necessita de internação, exceto nos casos de comorbidade. Porém, existem algumas medidas gerais que podem melhorar os sintomas, como colocar em repouso os membros elevados, uso de compressas frias e desbridamento, caso necessário. Além disso, pode-se usar corticoides, antibioticoterapia (de primeira linha) que incluem a penicilina-procaína e a cristalina. Nos casos recorrentes de erisipela, indica-se o uso de penicilina benzatina, por muitos meses. Nesses pacientes é importante combater o intertrigo interpododáctilo e a obesidade frequentemente associada. Celulite É uma Infecção inflamatória aguda semelhante a erisipela que atinge até a camada hipodérmica. A bactéria irar se disseminar a partir de uma infecção localizada, atingindo a epiderme por fissuras na pele, picadas de insetos, abrasões, cortes, queimaduras, incisões cirúrgicas e cateteres. Sua etiologia é principalmente estreptocócica, mas inclui estafilococos, Haemophilus influenzae, pneumococos, pseudomonas, entre outros. Em diabéticos e imunossuprimidos também pode ser causada por anaeróbios e gram-negativos. Clinica A evolução é semelhante à da erisipela a (dor, eritema e calor localizados), sendo o eritema menos vivo e as bordas mal delimitadas A infecção causada por MSSA ou MRSA (Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina) que está associada à infecção local, geralmente leva à uma celulite purulenta, enquanto por S. pyogenes tem um processo mais rápido e difuso, associado a linfangite e febre. Já na celulite hemorrágica, descrita em pacientes com diabetes e imunodeprimidos, caracteriza-se por área de hemorragia dérmica e bolhas; o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) parece ser responsável pelo dano vascular. Essa doença apresenta uma forma recorrente, que geralmente vai ocorrer pelo processo infeccioso em conjunto com estase venosa crônica ou safenectomia para cirurgia de revascularização do miocárdio. Também pode ocorrer em pacientes com elefantíase, dissecção de linfonodos ou doença de Milroy. A infecção por Haemophilus influenzae geralmente ocorre em crianças menores de cinco anos e origi1na a celulite pré-septal e orbitária, estando associada à rinossinusite, otite média ou epiglotite. Já na celulite por Imagem 1: – A. erisipela no membro inferior; B. erisipela na face; C. erisipela bolhosa; D. elefantíase mostra – Sanarflix e Azulay Imagem 2: Paciente com: A. trombose venosa profunda; B. tromboflebite. - Sanarflix Pseudomonas aeruginosa é mais comum em hospitalizados e imunossuprimidos. Diagnóstico Assim como na erisipela, o diagnostico é clinico, porém pode ser solicitado um exame de cultura para identificação do agente etiológico. Pode-se pedir o exame bacterioscópico,entretanto ele só é útil no caso de feridas abertas ou com drenagem. Como diagnósticos diferenciais, tem-se: tromboflebite (pernas), herpeszoster e angioedema (face). Tratamento Inclui repouso com elevação do membro, analgesia e antibioticoterapia sistêmica, que deve ser parenteral nos casos intensos ou localizados na face, devendo-se considerar as possibilidades etiológicas na escolha do tratamento. Nos casos em que se suspeita da etiologia estafilocócica (desde que não seja MRSA), além dos fármacos já descritos no tratamento da erisipela, usa-se oxacilina, ou cefalotina. Nos casos de celulite hemorrágica, é indicado, ainda, o uso de corticoides sistêmicos. Em crianças menores de 5 anos, o H. influenzae é frequentemente o causador de celulite pré-septal e orbitária não relacionada com traumatismo. O tratamento ser feito com ampicilina, cloranfenicol ou ceftriaxon Erisipela x Celulite A erisipela e celulite tem epidemiologia semelhante, pois, em geral, estão relacionadas a fatores de risco como obesidade, diabetes mellitus, doença venosa periférica, dentre outras condições que favoreçam a proliferação bacteriana por deficiência do sistema imune e, sobretudo, por formar portas de entrada ao organismo. Portanto o que irá diferencia-las são poucas coisas como: Referências AZULAY, RD e AZULAY, DR. Dermatologia. 6ª ed. 2015, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. Walter Belda Junior, Nilton di Chiacchio, Paulo Ricardo Criado. Tratado de Dermatologia. Atheneu, 3° edição. 2018 Imagem 3: A. celulite facial; B. celulite periorbitária. - Sanarflix Imagem 4: A: celulite; B: erisipela. - Sanarflix
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