Buscar

APG 29 - VERMELHO BRILHANTE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. Tutor Henrique Lanza 
Salmos 23. 
APG 29 – “VERMELHO BRILHANTE” 
Abertura: 25/05/2021 
Devolutiva: 28/05/2021.
Objetivos: 
1. DELINEAR A EPIDEMIOLOGIA DAS 
INFECÇÕES DE PELE. 
1. Rompimento da barreira da pele devido 
trauma; 
2. Inflamação da pele; 
3. Edema devido à drenagem linfática 
prejudicada e insuficiência venosa; 
4. Obesidade; 
5. Imunossupressão (diabetes, HIV); 
6. Rompimento da pele; 
7. Infecção cutânea. 
2. COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DA 
ERISIPELA. 
1. Etiologia (agente etiológico e a Forma de 
infecção); 
2. Fatores de risco; 
3. Fisiopatologia; 
4. Manifestações clínicas; 
5. Diagnóstico. 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
A incidência de infecções bacterianas de pele e tecidos moles 
é de cerca de 24,6 por 1000 pessoas-ano, mas como a maioria 
dura entre sete e dez dias, a prevalência estimada das mesmas 
é bastante variável; entre pacientes hospitalizados, essa taxa 
de prevalência varia entre 7% e 10%. 
As apresentações clínicas mais comuns de infecções por IGAS 
são síndrome de choque tóxico (SSS), com ou sem foco de 
infecção, fascite necrosante (NF) ou micose, bacteremia sem 
foco séptico e pneumonia. A incidência da doença de IGAS no 
Canadá, com base em casos notificados, aumentou na última 
década. Em 2015, a incidência relatada foi de 5,3 por 100.000 
habitantes com 1893 casos notificados – um aumento 
significativo de uma taxa de 2,8 por 100.000 e 863 casos 
notificados em 2000. No Canadá e nos Estados Unidos, as taxas 
são mais altas em bebês, crianças pequenas e idosos. 
Os fatores de risco para o IGAS entre adultos incluem infecção 
pelo vírus da imunodeficiência humana, câncer, doenças 
cardíacas, diabetes, doença pulmonar, abuso de álcool, uso de 
drogas injetáveis e o período pós-parto. Entre as crianças, 
faringite recente e varicela são fatores de risco, embora os 
programas de vacina contra varicela tenham reduzido o IGAS 
associado à varicela. Para adultos e crianças, traumas recentes 
de tecido mole e uso de anti-inflamatórios não esteroides 
(NSAID) são fatores de risco adicionais. 
Dois estudos a avaliação dos casos secundários nos contatos 
domiciliares relatou taxas de 0,66 e 2,94 por 1000, 
respectivamente, que foram de 20 a 100 vezes as taxas nas 
populações globais estudadas. A maioria dos casos secundários 
ocorreu no prazo de 7 dias após o caso do índice. Há pouca 
informação sobre o risco de transmissão em outros ambientes, 
como creches e escolas, mas os casos secundários parecem ser 
raros. Um caso secundário associado à varicela foi relatado em 
uma creche. A transmissão nosocomial está bem documentada, 
incluindo a transmissão aos profissionais de saúde. 
 
A celulite é observada com mais frequência entre adultos de 
meia-idade e idosos. 
• A erisipela ocorre em crianças pequenas e adultos mais 
velhos. 
• A incidência de celulite é de cerca de 200 casos por 
100.000 pacientes-ano e, em regiões não tropicais, tem 
predileção sazonal por meses mais quentes. 
O abscesso cutâneo pode ocorrer em indivíduos saudáveis sem 
condições predisponentes. A carga de abscesso cutâneo tem 
variado. Durante a década de 1990, o número de casos nos 
Estados Unidos aumentou; isso foi atribuído ao aumento da 
prevalência de cepas de Staphylococcus aureus resistentes à 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. Tutor Henrique Lanza 
Salmos 23. 
meticilina adquiridas na comunidade (clone USA300). Na 
década de 2000, entretanto, a incidência de abscesso cutâneo 
estabilizou. 
Os fatores predisponentes associados ao risco de celulite e / ou 
abscesso cutâneo incluem: 
• Rompimento da barreira da pele devido a trauma 
(como abrasão, ferida penetrante, úlcera de pressão, 
úlcera venosa da perna, picada de inseto, uso de 
drogas injetáveis); 
• Inflamação da pele (como eczema, radioterapia, 
psoríase); 
• Edema devido à drenagem linfática prejudicada; 
• Edema devido a insuficiência venosa; 
• Obesidade; 
• Imunossupressão (como diabetes ou infecção por HIV) 
A pele se rompe entre os dedos dos pés ("intertrigo da 
teia dos dedos dos pés"); estes podem ser 
clinicamente inaparentes; 
• Infecção cutânea pré-existente (como tinea pedis, 
impetigo, varicella). 
O comprometimento linfático pode ocorrer após 
procedimentos cirúrgicos (como venectomia safena ou 
dissecção de linfonodo) ou no cenário de anormalidades 
congênitas. Em uma análise retrospectiva de mais de 165.000 
internações hospitalares por linfedema nos Estados Unidos 
entre 2012 e 2017, a maioria dos casos foi associada a celulite 
(92 por cento). 
Um fator de risco adicional para o desenvolvimento de 
infecções purulentas da pele e dos tecidos moles é o contato 
próximo com outras pessoas com infecção ou transporte por 
S. aureus resistente à meticilina. 
 
 A INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES BACTERIANAS DE PELE E 
TECIDOS MOLES É DE CERCA DE 24,6 POR 1000 
PESSOAS-ANO, MAS COMO A MAIORIA DURA ENTRE 
SETE E DEZ DIAS, A PREVALÊNCIA ESTIMADA DAS 
MESMAS É BASTANTE VARIÁVEL; ENTRE PACIENTES 
HOSPITALIZADOS, ESSA TAXA DE PREVALÊNCIA VARIA 
ENTRE 7% E 10%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DA ERISIPELA. 
1. Etiologia (agente etiológico e a Forma de 
infecção); 
2. Fatores de risco; 
3. Fisiopatologia; 
4. Manifestações clínicas; 
5. Diagnóstico. 
 
➔ ETIOLOGIA: 
A erisipela e a celulite PODEM SER DECORRENTES DE TRAUMAS 
E SOLUÇÕES DE CONTINUIDADE DA PELE, CAUSADAS POR 
INFECÇÕES FÚNGICAS SUPERFICIAIS, COMO A TINHA DO PÉ, AS 
ÚLCERAS DE PERNA OU OUTROS PROCESSOS INFLAMATÓRIOS 
OU INFECCIOSOS LOCAIS. 
 A ERISIPELA E A CELULITE SÃO 
CAUSADAS POR ESTREPTOCOCOS, EM 
GERAL DO GRUPO A DE LANCEFIELD, 
RARAMENTE DOS GRUPOS G, C E B. 
 Na celulite, raramente pode haver associação de 
Streptococcus com Staphylococcus aureus, ou haver 
infecção causada de forma exclusiva por estafilococos. 
 Haemophylus influenzae pode causar celulite facial 
nas crianças abaixo de 2 anos de idade, após infecção 
por otite média ipsilateral. A ocorrência de celulite por 
Haemophylus influenzae parece estar diminuindo com 
a imunização contra este agente. 
 Infecções estreptocócicas do grupo B podem ser causa 
de erisipela e celulite nas crianças abaixo de 3 meses 
de idade e nas erisipelas pélvicas pós-cirúrgicas. 
 
✓ AS INFECÇÕES DA PELE PODEM SER RELATIVAMENTE 
SUPERFICIAIS, COMO O IMPÉTIGO E O FURÚNCULO, OU 
ATINGIR AS CAMADAS MAIS PROFUNDAS DA PELE E SER 
POTENCIALMENTE GRAVES, COMO A ERISIPELA E A 
FASCEÍTE NECROSANTE (INFECÇÃO PELAS BACTÉRIAS 
“CARNÍVORAS”). 
O impétigo vulgar ou contagioso é uma infecção superficial da 
pele, mais frequente nas crianças atópicas, que se inicia muitas 
vezes na face, à volta das narinas, olhos e boca, e que depois 
se espalha a outros sítios por “auto-inoculação”. 
✓ Ou seja, como dá comichão, a criança coça a pele com 
impétigo e transporta o estreptococo para outras áreas da 
pele. Formam-se então crostas amarelo-acastanhadas (da 
cor do mel) que alastram centrifugamente, por vezes com 
um halo vermelho à periferia. A prevenção passa por 
adequadas medidas de higiene, hidratação da pele dos 
atópicos e, quando surge a infecção, na desinfecção local 
e no uso de antibióticos locais e sistémicos. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. Tutor Henrique Lanza 
Salmos 23. 
O furúnculo surge nos locais onde há pelos mais grossos. 
➔ Em redor de um destes forma-se uma área vermelha 
dolorosa onde surge pus amarelo e ao fim de alguns 
dias liberta o “carnicão” deixando uma pequena loca 
que evoluipara cicatriz deprimida. 
1. A ERISIPELA É UMA INFECÇÃO FREQUENTE DA PELE 
CAUSADA POR UM ESTREPTOCOCO QUE PENETRA NA 
PELE ATRAVÉS DE UMA FERIDA TRAUMÁTICA, ÚLCERA 
DE PERNA, MICOSE INTERDIGITAL OU PÉ DE ATLETA. 
2. SURGE DE FORMA RÁPIDA (1-2DIAS) E CURSA COM 
FEBRE MUITO ALTA (39-40ºC), ARREPIOS, MAL-ESTAR 
GERAL E UMA PLACA VERMELHA INCHADA E MUITO 
DOLOROSA DA PELE, MOTIVANDO A IDA FREQUENTE 
A SERVIÇOS DE URGÊNCIA. 
3. A placa vermelha estende-se em poucas horas e 
acompanha-se de gânglios dolorosos (ínguas). 
4. Surge sobretudo em indivíduos diabéticos, obesos, 
habitualmente nas pernas, relacionada com 
insuficiência venosa (varizes) e linfática ou pé de atleta 
nos braços em mulheres mastectomizadas por cancro 
da mama ou, mais raramente, na face. 
 
O tratamento com antibióticos orais ou injectáveis 
deve iniciar-se o mais rapidamente possível em 
repouso no leito, para evitar formação de abcessos ou 
uma infecção mais grave que deixa para sempre as 
pernas inchadas e endurecidas e atreitas a erisipelas 
de repetição. 
 
5. A fasceíte necrosante é uma infecção ainda mais aguda 
que a erisipela, que atinge a pele mais profundamente, 
destrói o músculo e causa um estado de choque que 
pode ser fatal se não houver intervenção cirúrgica 
imediata para libertar o músculo. As bactérias que 
provocam esta importante destruição muscular 
chamam-se vulgarmente bactérias “carnívoras”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Celulite, abscesso ou ambos estão entre as infecções mais 
comuns da pele e dos tecidos moles. 
• A celulite (que inclui erisipela) se manifesta como uma 
área de eritema, edema e calor da pele; ele se 
desenvolve como resultado da entrada de bactérias 
por meio de brechas na barreira da pele. 
• Um abscesso cutâneo é um acúmulo de pus na derme 
ou espaço subcutâneo. O diagnóstico incorreto dessas 
entidades é comum, e possíveis diagnósticos 
alternativos devem ser considerados com cuidado. 
➔ MICROBIOLOGIA: 
Celulite e erisipela – 
1. A CAUSA MAIS COMUM DE CELULITE SÃO OS 
ESTREPTOCOCOS BETA-HEMOLÍTICOS (GRUPOS A, B, 
C, G E F), MAIS COMUMENTE STREPTOCOCCUS DO 
GRUPO A OU STREPTOCOCCUS PYOGENES ; 
2. S. aureus (incluindo cepas resistentes à meticilina) é 
uma causa notável, mas menos comum. 
3. Bacilos aeróbios Gram-negativos são identificados em 
uma minoria de casos. 
A grande maioria dos casos de erisipela é causada por 
estreptococos beta-hemolíticos. Um estudo de celulite não 
purulenta incluindo 179 pacientes descobriu que os 
estreptococos beta-hemolíticos representaram 73 por cento dos 
casos (diagnosticados por resultados positivos de hemocultura 
ou teste sorológico para anticorpos anti-estreptolisina-O e anti-
DNase-B). Nenhuma etiologia foi identificada em 27 por cento 
dos casos, mas a taxa de resposta clínica geral à terapia com 
beta-lactâmicos foi de 96 por cento. 
• Causas menos comuns de celulite incluem 
Haemophilus influenzae tipo b (celulite bucal), 
clostrídios e anaeróbios não formadores de esporos 
(celulite crepitante), Streptococcus pneumoniae e 
Neisseria meningitidis. 
• Em pacientes imunocomprometidos, o espectro de 
patógenos potenciais é muito mais amplo e a consulta 
de doenças infecciosas é necessária. 
Patógenos implicados em circunstâncias clínicas especiais 
discutidas em detalhes separadamente incluem: 
➔ Pasteurella multocida e Capnocytophaga canimorsus; 
➔ Aeromonas hydrophila e Vibrio vulnificus; 
➔ Pseudomonas aeruginosa; 
➔ Estreptococo do Grupo B; 
➔ Espécies de Clostridium; 
➔ Erysipelothrix rhusiopathiae; 
➔ S. pneumoniae; 
➔ Cryptococcus neoformans; 
➔ Streptococcus iniae; 
➔ Helicobacter cinaedi; 
➔ Mycobacterium abscessos. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. Tutor Henrique Lanza 
Salmos 23. 
Erisipelas e celulites S. aureus e Streptococcus pyogenes são os 
agentes mais importantes nesses quadros. Febre alta e outras 
manifestações de infecção sistêmica podem estar presentes, 
além de dor importante no local da lesão. 
• A erisipela costuma aparecer como uma área de 
hiperemia bem delimitada na pele, com edema ao 
redor, podendo haver bolhas. São importantes para o 
diagnóstico a aspiração de material das bolhas, para 
envio para culturas, e a coleta de hemoculturas. Em 
ambos os casos, o tratamento deve ser iniciado 
rapidamente, com drogas que cubram os dois 
principais agentes (S. aureus e S. Pyogenes), além das 
medidas gerais. 
• No caso da celulite, há envolvimento de tecido 
subcutâneo, e, na erisipela, não há delimitação típica 
da lesão. Deve-se realizar exames de imagem para 
avaliar a profundidade da lesão e a existência de 
possíveis coleções fechadas. 
 
Erisipela 
Trata-se de infecção de pele e tecido subcutâneo com 
envolvimento dos vasos linfáticos. É freqüente a presença de 
porta de entrada, como úlceras de pele, micoses superficiais na 
região interdigital dos pés e traumas com ruptura de epiderme. 
Os principais fatores predisponentes são diabetes mellitus, 
estase venosa e obstrução linfática. 
Os membros inferiores e a face são os locais mais atingidos e a 
derme e linfáticos os mais afetados. 
• O início é abrupto, com lesões de cor vermelho-
brilhante, bordas bem delimitadas e dolorosas, edema 
local e calor. Posteriormente evoluem para vesículas e 
bolhas, com crostas. 
• O quadro clínico é acompanhado de febre elevada, 
calafrios e mal-estar. 
• Ocorre ainda adenite satélite à região comprometida. 
As hemoculturas são positivas em 5% dos casos. O tratamento 
de escolha é penicilina parenteral ou oral, dependendo da 
gravidade clínica. 
• Pacientes com infecção fúngica (p. ex., Tinea pedis) 
devem ser tratados para evitar a recorrência da 
infecção. Embora de indicação controversa, muitos 
autores recomendam a penicilina G benzatina para 
profilaxia em indivíduos com erisipela de repetição. 
 
 
 
 
 
 
ABCESSO CUTÂNEO: 
A causa mais comum de abscesso cutâneo é o S. aureus ( S. 
aureus sensível à meticilina ou resistente à meticilina [MRSA]), 
que ocorre em até 75 por cento dos casos. 
Um abscesso cutâneo pode ser causado por mais de um 
patógeno; o isolamento de múltiplos organismos (incluindo S. 
aureus junto com S. pyogenes e bacilos gram-negativos com 
anaeróbios) é mais comum em pacientes com abscesso 
cutâneo envolvendo as áreas perioral, perirretal ou 
vulvovaginal. 
Organismos de origem oral, incluindo anaeróbios, são vistos 
mais frequentemente entre usuários de drogas intravenosas. 
Causas incomuns de abscesso cutâneo incluem micobactérias 
não tuberculosas, blastomicose, nocardiose e criptococose. 
A maioria dos abscessos é causada por infecção. No entanto, 
abscessos estéreis podem ocorrer no contexto de irritantes 
injetados. Os exemplos incluem drogas injetáveis 
(principalmente aquelas à base de óleo) que podem não ser 
totalmente absorvidas e, portanto, permanecem no local da 
injeção, causando irritação local. Abcessos estéreis podem se 
transformar em lesões duras e sólidas à medida que causam 
cicatrizes. 
 
ERISIPELA E CELULITE: (PÔRTO) 
A celulite e erisipela manifestam-se como áreas de eritema 
cutâneo, edema, calor e na ausência de focos supurativa 
subjacente. A celulite acomete a derme profunda e o 
subcutâneo. JÁ A ERISIPELA ACOMETE A DERME SUPERFICIAL E 
TEM UMA DELIMITAÇÃO ANATÔMICA MAIS PRECISA DO QUE 
A CELULITE; 
✓ lesões da erisipela estão acima do nível da pele 
circundante, de modo que há uma linha de demarcação 
nítida entre o tecido envolvido e o não envolvida. 
✓ A celulite é mais observada em adultos e a erisipela é 
mais comum em crianças e adultos mais velhos. 
✓ Os membros inferiores são os sítios de acometimento 
mais comuns para ambas as patologias. 
Os fatores de risco incluem a perturbação da barreira da pele, 
inflamação (tais como o eczemaou a radioterapia), preexistente 
infecção da pele (tais como piodermite ou tinea pedis), e edema 
de causa venosa. 
O diagnóstico de celulite e da erisipela é clínico. As 
culturas e outras propedêuticas são necessárias apenas em 
casos graves ou persistentes. Os agentes etiológicos mais 
comuns de celulite são Streptococcus beta hemolíticos e o 
Staphylococcus aureus. Bacilos aeróbios gram-negativos são 
identificados em uma minoria de casos. Estreptococos beta-
hemolítico são a causa predominante de erisipela. 
 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. Tutor Henrique Lanza 
Salmos 23. 
➔ EXAME CLÍNICO: 
Na erisipela e na celulite, o doente apresenta início abrupto de 
febre elevada, em geral 39 a 40°C, acompanhada de mal-estar 
e astenia. 
Após poucas horas, observa-se eritema, edema, calor e rubor 
no local afetado, habitualmente um membro ou a face. 
✓ Na erisipela, a margem da lesão é bem delimitada e 
elevada, sendo difusa e mal delimitada na celulite. 
Por vezes, é difícil esta diferenciação, pois a erisipela pode 
acometer o tecido celular subcutâneo mais profundo e a 
celulite pode comprometer a derme, além do tecido 
celular subcutâneo. 
Na erisipela, é comum haver bolhas de conteúdo seroso e 
hemorrágico no local afetado. Na celulite grave, pode haver 
o aparecimento de bolhas, com progressão para necrose 
dérmica e, raramente, para fasceíte e miosite. 
✓ Linfangite e adenomegalia regional podem estar 
presentes. 
✓ O local mais freqüente de acometimento é a perna, 
sendo o braço e a face outros sítios comuns de 
acometimento. 
✓ Erisipela e celulite podem também ocorrer no braço, 
especialmente nas doentes de câncer de mama, 
submetidas à mastectomia com esvaziamento 
ganglionar e que evoluem com linfedema no braço. 
Celulite periorbitária pode ocorrer por trauma local. Celulite 
orbitária pode ser decorrente de sinusite adjacente. 
Complicações como trombose de seio cavernoso, abscesso 
orbitário, subperiosteal ou cerebral ou meningite podem 
ocorrer na celulite das regiões orbitária e periorbitária. 
Erisipelas e celulites de repetição podem levar à elefantíase 
nostra, com linfedema e aumento de volume do membro 
afetado, que favorecem novos episódios de infecção 
bacteriana. 
 
➔ DIAGNÓSTICO/EXAMES 
COMPLEMENTARES: 
O diagnóstico da erisipela e da celulite baseia-se nos achados 
clínicos, que são característicos. 
✓ Cultura para bactérias, coletada por meio de aspirado 
de fluido, após infiltração subcutânea de solução 
salina, pode resultar positiva. 
✓ Biópsia de lesão cutânea com cultura para bactérias 
pode dar resultado negativo. 
✓ O hemograma pode revelar leucocitose em 50% dos 
doentes, com desvio à esquerda. 
✓ Hemocultura pode ser positiva em somente 2 a 5% dos 
doentes. 
✓ Os exames de velocidade de hemossedimentação (VHS) 
e proteína C-reativa (PCR) podem estar elevados em 85 
e 97% dos doentes, respectivamente. 
✓ Os níveis mais elevados desses exames são observados 
nos doentes mais graves. 
 
 
 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. Tutor Henrique Lanza 
Salmos 23. 
 
A celulite e a erisipela s.\o infecções de pele caracterizadas por 
eritema, edema e dor. Na maioria dos casos, existe febre e 
leucocitose. 
✓ Ambas podem ser acompanhadas por liofangite e 
Jinfadenite. 
✓ Os patógenos entram nos locais de trauma ou abrasões 
e em lesões psoríticas, eriematosas ou lesões tinea. 
✓ A erisipela envolve as camadas superficiais da pele e 
os linfáticos cutâneos; 
✓ a celulite se estende para dentro dos tecidos 
subcutâneo. 
 
➔ DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico de celulite, erisipela e abscesso cutâneo é 
geralmente baseado nas manifestações clínicas. 
✓ Celulite e erisipela se manifestam como áreas de 
eritema, edema e calor da pele. 
✓ As lesões de erisipela são elevadas acima do nível da 
pele circundante, com demarcação clara entre o tecido 
envolvido e o não envolvido. 
✓ Um abscesso cutâneo se manifesta como um nódulo 
doloroso, flutuante e eritematoso, com ou sem celulite 
circundante 
 
 
 
Os exames laboratoriais não são necessários para pacientes 
com infecção não complicada na ausência de comorbidades ou 
complicações. 
• Sinais sistêmicos de infecção (por exemplo, febre) 
• História de abscessos recorrentes ou múltiplos 
• Falha da terapia inicial com antibióticos 
• Extremos de idade (bebês ou adultos mais velhos) 
Presença de comorbidades subjacentes (linfedema, 
malignidade, neutropenia, imunodeficiência, 
esplenectomia, diabetes) 
• Exposições especiais (mordida de animal, lesão 
associada à água) 
• Presença de indicação de profilaxia contra endocardite 
infecciosa 
Os padrões da comunidade de susceptibilidade ao S. aureus são 
desconhecidos ou mudam rapidamente 
• O exame radiográfico pode ser útil para determinar se 
um abscesso cutâneo está presente (via 
ultrassonografia). 
• A avaliação radiográfica pode ser necessária em 
pacientes com imunossupressão subjacente, diabetes, 
insuficiência venosa ou linfedema e em pacientes com 
sintomas sistêmicos persistentes. 
• O exame radiográfico não consegue distinguir com 
segurança a celulite da fasceíte necrotizante ou 
gangrena gasosa; se houver suspeita clínica para essas 
entidades, a imagem radiográfica não deve atrasar a 
intervenção cirúrgica. 
Em pacientes com celulite recorrente, o teste sorológico para 
estreptococos beta-hemolíticos pode ser uma ferramenta 
diagnóstica útil. Os ensaios incluem a reação anti-
estreptolisina-O (ASO), o teste anti-desoxirribonuclease B 
(anti-DNAse B), o teste anti-hialuronidase (AHT) ou o teste de 
anticorpo contra estreptozima. As respostas anti-DNase B e 
AHT são mais confiáveis do que a resposta ASO após infecções 
cutâneas por estreptococos do grupo A. 
 
➔ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
Celulite e erisipela - A celulite é frequentemente confundida 
com outras infecções ou doenças não infecciosas. 
Eritema rapidamente progressivo com sinais de toxicidade 
sistêmica deve levar em consideração a infecção grave, 
incluindo: 
• Fasceíte necrosante - Fasceíte necrosante é uma 
infecção profunda que resulta na destruição 
progressiva da fáscia muscular. A área afetada pode 
ser eritematosa, inchada, quente e extremamente 
sensível. 
Pode ser observada dor desproporcional aos achados do 
exame. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. Tutor Henrique Lanza 
Salmos 23. 
O diagnóstico é estabelecido cirurgicamente com 
visualização dos planos fasciais. 
• Síndrome do choque tóxico - a síndrome do choque 
tóxico geralmente se apresenta com dor que precede 
os achados físicos. 
Os sinais clínicos de infecção dos tecidos moles consistem 
em edema e eritema locais seguidos por equimoses e 
descamação da pele. A febre é comum. Os pacientes podem 
ser normotensos na apresentação, mas subsequentemente 
tornam-se hipotensos. 
• Gangrena gasosa ou mionecrose - deve-se suspeitar de 
gangrena gasosa em caso de febre e dor intensa em 
uma extremidade, principalmente em caso de cirurgia 
ou trauma recente. 
A presença de crepitação tecidual favorece a infecção 
clostridial. A gangrena gasosa também pode ser detectada 
radiograficamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
1. PÔRTO. B. A. L. LYON. C. A. INFECÇÕES BACTERIANAS DA 
PELE. Capítulo de livro. Acesso em 27/05/2021. 
Disponível em: INFECÇÕES-BACTERIANAS-DA-PELE-
Capítulo-de-livro.pdf (drluizporto.com.br); 
2. SOCIEDADE CANADENCE DEPEDIATRIA. DOENÇA 
ESTREPTOCÓCICA DO GRUPO A: MANEJO E 
QUIMIOTERAPIA. 15 DE ABRIL DE 2019. ACESSO EM: 
27/05/2021. DISPONÍVEL EM: Invasive group A 
streptococcal disease: Management and 
chemoprophylaxis | Canadian Paediatric Society 
(cps.ca); 
3. RODRIGUES. REBECA. ET AL. ERISIPELA. 2018. ACESSO 
EM 25/05/2021. DISPONÍVEL EM: Erisipela - METIS 
(up.pt); 
4. SOCIEDADE PORTUGUESA DE DERMATOLOGIA E 
VENEREOLOGIA. DOENÇAS DE PELE. ACESSO EM 
25/05/2021. DISPONÍVEL EM: 
https://www.spdv.pt/_doencas_de_pele_2 
5. SPELMAN DENIS. ET AL. CELULITE E ABSCESSO 
CUTÂNEO: EPIDEMIOLOGIA, MICROBIOLOGIA, 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO. 2021. 
ACESSO EM 25/05/2021. UPTODATE.; 
6. HABIF. DERMATOLOGIA CLÍNICA; 
7. SAMPAIO. RIVITI. MANUAL DE DERMATOLOGIA 
CLÍNICA; 
8. BELDA. TRATADO DE DERMATOLOGIA. 
9. MARTINS. ET. AL. CLÍNICA MÉDICA DA USP. VOLUME 07. 
 
http://drluizporto.com.br/wp-content/uploads/2017/03/INFEC%C3%87%C3%95ES-BACTERIANAS-DA-PELE-Cap%C3%ADtulo-de-livro.pdf
http://drluizporto.com.br/wp-content/uploads/2017/03/INFEC%C3%87%C3%95ES-BACTERIANAS-DA-PELE-Cap%C3%ADtulo-de-livro.pdf
https://www.cps.ca/en/documents/position/invasive-group-a-streptococcal-disease
https://www.cps.ca/en/documents/position/invasive-group-a-streptococcal-disease
https://www.cps.ca/en/documents/position/invasive-group-a-streptococcal-disease
https://www.cps.ca/en/documents/position/invasive-group-a-streptococcal-disease
http://www.metis.med.up.pt/index.php/Erisipela
http://www.metis.med.up.pt/index.php/Erisipela
https://www.spdv.pt/_doencas_de_pele_2

Continue navegando