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Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. APG 29 – “VERMELHO BRILHANTE” Abertura: 25/05/2021 Devolutiva: 28/05/2021. Objetivos: 1. DELINEAR A EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES DE PELE. 1. Rompimento da barreira da pele devido trauma; 2. Inflamação da pele; 3. Edema devido à drenagem linfática prejudicada e insuficiência venosa; 4. Obesidade; 5. Imunossupressão (diabetes, HIV); 6. Rompimento da pele; 7. Infecção cutânea. 2. COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DA ERISIPELA. 1. Etiologia (agente etiológico e a Forma de infecção); 2. Fatores de risco; 3. Fisiopatologia; 4. Manifestações clínicas; 5. Diagnóstico. EPIDEMIOLOGIA: A incidência de infecções bacterianas de pele e tecidos moles é de cerca de 24,6 por 1000 pessoas-ano, mas como a maioria dura entre sete e dez dias, a prevalência estimada das mesmas é bastante variável; entre pacientes hospitalizados, essa taxa de prevalência varia entre 7% e 10%. As apresentações clínicas mais comuns de infecções por IGAS são síndrome de choque tóxico (SSS), com ou sem foco de infecção, fascite necrosante (NF) ou micose, bacteremia sem foco séptico e pneumonia. A incidência da doença de IGAS no Canadá, com base em casos notificados, aumentou na última década. Em 2015, a incidência relatada foi de 5,3 por 100.000 habitantes com 1893 casos notificados – um aumento significativo de uma taxa de 2,8 por 100.000 e 863 casos notificados em 2000. No Canadá e nos Estados Unidos, as taxas são mais altas em bebês, crianças pequenas e idosos. Os fatores de risco para o IGAS entre adultos incluem infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, câncer, doenças cardíacas, diabetes, doença pulmonar, abuso de álcool, uso de drogas injetáveis e o período pós-parto. Entre as crianças, faringite recente e varicela são fatores de risco, embora os programas de vacina contra varicela tenham reduzido o IGAS associado à varicela. Para adultos e crianças, traumas recentes de tecido mole e uso de anti-inflamatórios não esteroides (NSAID) são fatores de risco adicionais. Dois estudos a avaliação dos casos secundários nos contatos domiciliares relatou taxas de 0,66 e 2,94 por 1000, respectivamente, que foram de 20 a 100 vezes as taxas nas populações globais estudadas. A maioria dos casos secundários ocorreu no prazo de 7 dias após o caso do índice. Há pouca informação sobre o risco de transmissão em outros ambientes, como creches e escolas, mas os casos secundários parecem ser raros. Um caso secundário associado à varicela foi relatado em uma creche. A transmissão nosocomial está bem documentada, incluindo a transmissão aos profissionais de saúde. A celulite é observada com mais frequência entre adultos de meia-idade e idosos. • A erisipela ocorre em crianças pequenas e adultos mais velhos. • A incidência de celulite é de cerca de 200 casos por 100.000 pacientes-ano e, em regiões não tropicais, tem predileção sazonal por meses mais quentes. O abscesso cutâneo pode ocorrer em indivíduos saudáveis sem condições predisponentes. A carga de abscesso cutâneo tem variado. Durante a década de 1990, o número de casos nos Estados Unidos aumentou; isso foi atribuído ao aumento da prevalência de cepas de Staphylococcus aureus resistentes à Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. meticilina adquiridas na comunidade (clone USA300). Na década de 2000, entretanto, a incidência de abscesso cutâneo estabilizou. Os fatores predisponentes associados ao risco de celulite e / ou abscesso cutâneo incluem: • Rompimento da barreira da pele devido a trauma (como abrasão, ferida penetrante, úlcera de pressão, úlcera venosa da perna, picada de inseto, uso de drogas injetáveis); • Inflamação da pele (como eczema, radioterapia, psoríase); • Edema devido à drenagem linfática prejudicada; • Edema devido a insuficiência venosa; • Obesidade; • Imunossupressão (como diabetes ou infecção por HIV) A pele se rompe entre os dedos dos pés ("intertrigo da teia dos dedos dos pés"); estes podem ser clinicamente inaparentes; • Infecção cutânea pré-existente (como tinea pedis, impetigo, varicella). O comprometimento linfático pode ocorrer após procedimentos cirúrgicos (como venectomia safena ou dissecção de linfonodo) ou no cenário de anormalidades congênitas. Em uma análise retrospectiva de mais de 165.000 internações hospitalares por linfedema nos Estados Unidos entre 2012 e 2017, a maioria dos casos foi associada a celulite (92 por cento). Um fator de risco adicional para o desenvolvimento de infecções purulentas da pele e dos tecidos moles é o contato próximo com outras pessoas com infecção ou transporte por S. aureus resistente à meticilina. A INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES BACTERIANAS DE PELE E TECIDOS MOLES É DE CERCA DE 24,6 POR 1000 PESSOAS-ANO, MAS COMO A MAIORIA DURA ENTRE SETE E DEZ DIAS, A PREVALÊNCIA ESTIMADA DAS MESMAS É BASTANTE VARIÁVEL; ENTRE PACIENTES HOSPITALIZADOS, ESSA TAXA DE PREVALÊNCIA VARIA ENTRE 7% E 10%. COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DA ERISIPELA. 1. Etiologia (agente etiológico e a Forma de infecção); 2. Fatores de risco; 3. Fisiopatologia; 4. Manifestações clínicas; 5. Diagnóstico. ➔ ETIOLOGIA: A erisipela e a celulite PODEM SER DECORRENTES DE TRAUMAS E SOLUÇÕES DE CONTINUIDADE DA PELE, CAUSADAS POR INFECÇÕES FÚNGICAS SUPERFICIAIS, COMO A TINHA DO PÉ, AS ÚLCERAS DE PERNA OU OUTROS PROCESSOS INFLAMATÓRIOS OU INFECCIOSOS LOCAIS. A ERISIPELA E A CELULITE SÃO CAUSADAS POR ESTREPTOCOCOS, EM GERAL DO GRUPO A DE LANCEFIELD, RARAMENTE DOS GRUPOS G, C E B. Na celulite, raramente pode haver associação de Streptococcus com Staphylococcus aureus, ou haver infecção causada de forma exclusiva por estafilococos. Haemophylus influenzae pode causar celulite facial nas crianças abaixo de 2 anos de idade, após infecção por otite média ipsilateral. A ocorrência de celulite por Haemophylus influenzae parece estar diminuindo com a imunização contra este agente. Infecções estreptocócicas do grupo B podem ser causa de erisipela e celulite nas crianças abaixo de 3 meses de idade e nas erisipelas pélvicas pós-cirúrgicas. ✓ AS INFECÇÕES DA PELE PODEM SER RELATIVAMENTE SUPERFICIAIS, COMO O IMPÉTIGO E O FURÚNCULO, OU ATINGIR AS CAMADAS MAIS PROFUNDAS DA PELE E SER POTENCIALMENTE GRAVES, COMO A ERISIPELA E A FASCEÍTE NECROSANTE (INFECÇÃO PELAS BACTÉRIAS “CARNÍVORAS”). O impétigo vulgar ou contagioso é uma infecção superficial da pele, mais frequente nas crianças atópicas, que se inicia muitas vezes na face, à volta das narinas, olhos e boca, e que depois se espalha a outros sítios por “auto-inoculação”. ✓ Ou seja, como dá comichão, a criança coça a pele com impétigo e transporta o estreptococo para outras áreas da pele. Formam-se então crostas amarelo-acastanhadas (da cor do mel) que alastram centrifugamente, por vezes com um halo vermelho à periferia. A prevenção passa por adequadas medidas de higiene, hidratação da pele dos atópicos e, quando surge a infecção, na desinfecção local e no uso de antibióticos locais e sistémicos. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. O furúnculo surge nos locais onde há pelos mais grossos. ➔ Em redor de um destes forma-se uma área vermelha dolorosa onde surge pus amarelo e ao fim de alguns dias liberta o “carnicão” deixando uma pequena loca que evoluipara cicatriz deprimida. 1. A ERISIPELA É UMA INFECÇÃO FREQUENTE DA PELE CAUSADA POR UM ESTREPTOCOCO QUE PENETRA NA PELE ATRAVÉS DE UMA FERIDA TRAUMÁTICA, ÚLCERA DE PERNA, MICOSE INTERDIGITAL OU PÉ DE ATLETA. 2. SURGE DE FORMA RÁPIDA (1-2DIAS) E CURSA COM FEBRE MUITO ALTA (39-40ºC), ARREPIOS, MAL-ESTAR GERAL E UMA PLACA VERMELHA INCHADA E MUITO DOLOROSA DA PELE, MOTIVANDO A IDA FREQUENTE A SERVIÇOS DE URGÊNCIA. 3. A placa vermelha estende-se em poucas horas e acompanha-se de gânglios dolorosos (ínguas). 4. Surge sobretudo em indivíduos diabéticos, obesos, habitualmente nas pernas, relacionada com insuficiência venosa (varizes) e linfática ou pé de atleta nos braços em mulheres mastectomizadas por cancro da mama ou, mais raramente, na face. O tratamento com antibióticos orais ou injectáveis deve iniciar-se o mais rapidamente possível em repouso no leito, para evitar formação de abcessos ou uma infecção mais grave que deixa para sempre as pernas inchadas e endurecidas e atreitas a erisipelas de repetição. 5. A fasceíte necrosante é uma infecção ainda mais aguda que a erisipela, que atinge a pele mais profundamente, destrói o músculo e causa um estado de choque que pode ser fatal se não houver intervenção cirúrgica imediata para libertar o músculo. As bactérias que provocam esta importante destruição muscular chamam-se vulgarmente bactérias “carnívoras”. Celulite, abscesso ou ambos estão entre as infecções mais comuns da pele e dos tecidos moles. • A celulite (que inclui erisipela) se manifesta como uma área de eritema, edema e calor da pele; ele se desenvolve como resultado da entrada de bactérias por meio de brechas na barreira da pele. • Um abscesso cutâneo é um acúmulo de pus na derme ou espaço subcutâneo. O diagnóstico incorreto dessas entidades é comum, e possíveis diagnósticos alternativos devem ser considerados com cuidado. ➔ MICROBIOLOGIA: Celulite e erisipela – 1. A CAUSA MAIS COMUM DE CELULITE SÃO OS ESTREPTOCOCOS BETA-HEMOLÍTICOS (GRUPOS A, B, C, G E F), MAIS COMUMENTE STREPTOCOCCUS DO GRUPO A OU STREPTOCOCCUS PYOGENES ; 2. S. aureus (incluindo cepas resistentes à meticilina) é uma causa notável, mas menos comum. 3. Bacilos aeróbios Gram-negativos são identificados em uma minoria de casos. A grande maioria dos casos de erisipela é causada por estreptococos beta-hemolíticos. Um estudo de celulite não purulenta incluindo 179 pacientes descobriu que os estreptococos beta-hemolíticos representaram 73 por cento dos casos (diagnosticados por resultados positivos de hemocultura ou teste sorológico para anticorpos anti-estreptolisina-O e anti- DNase-B). Nenhuma etiologia foi identificada em 27 por cento dos casos, mas a taxa de resposta clínica geral à terapia com beta-lactâmicos foi de 96 por cento. • Causas menos comuns de celulite incluem Haemophilus influenzae tipo b (celulite bucal), clostrídios e anaeróbios não formadores de esporos (celulite crepitante), Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitidis. • Em pacientes imunocomprometidos, o espectro de patógenos potenciais é muito mais amplo e a consulta de doenças infecciosas é necessária. Patógenos implicados em circunstâncias clínicas especiais discutidas em detalhes separadamente incluem: ➔ Pasteurella multocida e Capnocytophaga canimorsus; ➔ Aeromonas hydrophila e Vibrio vulnificus; ➔ Pseudomonas aeruginosa; ➔ Estreptococo do Grupo B; ➔ Espécies de Clostridium; ➔ Erysipelothrix rhusiopathiae; ➔ S. pneumoniae; ➔ Cryptococcus neoformans; ➔ Streptococcus iniae; ➔ Helicobacter cinaedi; ➔ Mycobacterium abscessos. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Erisipelas e celulites S. aureus e Streptococcus pyogenes são os agentes mais importantes nesses quadros. Febre alta e outras manifestações de infecção sistêmica podem estar presentes, além de dor importante no local da lesão. • A erisipela costuma aparecer como uma área de hiperemia bem delimitada na pele, com edema ao redor, podendo haver bolhas. São importantes para o diagnóstico a aspiração de material das bolhas, para envio para culturas, e a coleta de hemoculturas. Em ambos os casos, o tratamento deve ser iniciado rapidamente, com drogas que cubram os dois principais agentes (S. aureus e S. Pyogenes), além das medidas gerais. • No caso da celulite, há envolvimento de tecido subcutâneo, e, na erisipela, não há delimitação típica da lesão. Deve-se realizar exames de imagem para avaliar a profundidade da lesão e a existência de possíveis coleções fechadas. Erisipela Trata-se de infecção de pele e tecido subcutâneo com envolvimento dos vasos linfáticos. É freqüente a presença de porta de entrada, como úlceras de pele, micoses superficiais na região interdigital dos pés e traumas com ruptura de epiderme. Os principais fatores predisponentes são diabetes mellitus, estase venosa e obstrução linfática. Os membros inferiores e a face são os locais mais atingidos e a derme e linfáticos os mais afetados. • O início é abrupto, com lesões de cor vermelho- brilhante, bordas bem delimitadas e dolorosas, edema local e calor. Posteriormente evoluem para vesículas e bolhas, com crostas. • O quadro clínico é acompanhado de febre elevada, calafrios e mal-estar. • Ocorre ainda adenite satélite à região comprometida. As hemoculturas são positivas em 5% dos casos. O tratamento de escolha é penicilina parenteral ou oral, dependendo da gravidade clínica. • Pacientes com infecção fúngica (p. ex., Tinea pedis) devem ser tratados para evitar a recorrência da infecção. Embora de indicação controversa, muitos autores recomendam a penicilina G benzatina para profilaxia em indivíduos com erisipela de repetição. ABCESSO CUTÂNEO: A causa mais comum de abscesso cutâneo é o S. aureus ( S. aureus sensível à meticilina ou resistente à meticilina [MRSA]), que ocorre em até 75 por cento dos casos. Um abscesso cutâneo pode ser causado por mais de um patógeno; o isolamento de múltiplos organismos (incluindo S. aureus junto com S. pyogenes e bacilos gram-negativos com anaeróbios) é mais comum em pacientes com abscesso cutâneo envolvendo as áreas perioral, perirretal ou vulvovaginal. Organismos de origem oral, incluindo anaeróbios, são vistos mais frequentemente entre usuários de drogas intravenosas. Causas incomuns de abscesso cutâneo incluem micobactérias não tuberculosas, blastomicose, nocardiose e criptococose. A maioria dos abscessos é causada por infecção. No entanto, abscessos estéreis podem ocorrer no contexto de irritantes injetados. Os exemplos incluem drogas injetáveis (principalmente aquelas à base de óleo) que podem não ser totalmente absorvidas e, portanto, permanecem no local da injeção, causando irritação local. Abcessos estéreis podem se transformar em lesões duras e sólidas à medida que causam cicatrizes. ERISIPELA E CELULITE: (PÔRTO) A celulite e erisipela manifestam-se como áreas de eritema cutâneo, edema, calor e na ausência de focos supurativa subjacente. A celulite acomete a derme profunda e o subcutâneo. JÁ A ERISIPELA ACOMETE A DERME SUPERFICIAL E TEM UMA DELIMITAÇÃO ANATÔMICA MAIS PRECISA DO QUE A CELULITE; ✓ lesões da erisipela estão acima do nível da pele circundante, de modo que há uma linha de demarcação nítida entre o tecido envolvido e o não envolvida. ✓ A celulite é mais observada em adultos e a erisipela é mais comum em crianças e adultos mais velhos. ✓ Os membros inferiores são os sítios de acometimento mais comuns para ambas as patologias. Os fatores de risco incluem a perturbação da barreira da pele, inflamação (tais como o eczemaou a radioterapia), preexistente infecção da pele (tais como piodermite ou tinea pedis), e edema de causa venosa. O diagnóstico de celulite e da erisipela é clínico. As culturas e outras propedêuticas são necessárias apenas em casos graves ou persistentes. Os agentes etiológicos mais comuns de celulite são Streptococcus beta hemolíticos e o Staphylococcus aureus. Bacilos aeróbios gram-negativos são identificados em uma minoria de casos. Estreptococos beta- hemolítico são a causa predominante de erisipela. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. ➔ EXAME CLÍNICO: Na erisipela e na celulite, o doente apresenta início abrupto de febre elevada, em geral 39 a 40°C, acompanhada de mal-estar e astenia. Após poucas horas, observa-se eritema, edema, calor e rubor no local afetado, habitualmente um membro ou a face. ✓ Na erisipela, a margem da lesão é bem delimitada e elevada, sendo difusa e mal delimitada na celulite. Por vezes, é difícil esta diferenciação, pois a erisipela pode acometer o tecido celular subcutâneo mais profundo e a celulite pode comprometer a derme, além do tecido celular subcutâneo. Na erisipela, é comum haver bolhas de conteúdo seroso e hemorrágico no local afetado. Na celulite grave, pode haver o aparecimento de bolhas, com progressão para necrose dérmica e, raramente, para fasceíte e miosite. ✓ Linfangite e adenomegalia regional podem estar presentes. ✓ O local mais freqüente de acometimento é a perna, sendo o braço e a face outros sítios comuns de acometimento. ✓ Erisipela e celulite podem também ocorrer no braço, especialmente nas doentes de câncer de mama, submetidas à mastectomia com esvaziamento ganglionar e que evoluem com linfedema no braço. Celulite periorbitária pode ocorrer por trauma local. Celulite orbitária pode ser decorrente de sinusite adjacente. Complicações como trombose de seio cavernoso, abscesso orbitário, subperiosteal ou cerebral ou meningite podem ocorrer na celulite das regiões orbitária e periorbitária. Erisipelas e celulites de repetição podem levar à elefantíase nostra, com linfedema e aumento de volume do membro afetado, que favorecem novos episódios de infecção bacteriana. ➔ DIAGNÓSTICO/EXAMES COMPLEMENTARES: O diagnóstico da erisipela e da celulite baseia-se nos achados clínicos, que são característicos. ✓ Cultura para bactérias, coletada por meio de aspirado de fluido, após infiltração subcutânea de solução salina, pode resultar positiva. ✓ Biópsia de lesão cutânea com cultura para bactérias pode dar resultado negativo. ✓ O hemograma pode revelar leucocitose em 50% dos doentes, com desvio à esquerda. ✓ Hemocultura pode ser positiva em somente 2 a 5% dos doentes. ✓ Os exames de velocidade de hemossedimentação (VHS) e proteína C-reativa (PCR) podem estar elevados em 85 e 97% dos doentes, respectivamente. ✓ Os níveis mais elevados desses exames são observados nos doentes mais graves. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. A celulite e a erisipela s.\o infecções de pele caracterizadas por eritema, edema e dor. Na maioria dos casos, existe febre e leucocitose. ✓ Ambas podem ser acompanhadas por liofangite e Jinfadenite. ✓ Os patógenos entram nos locais de trauma ou abrasões e em lesões psoríticas, eriematosas ou lesões tinea. ✓ A erisipela envolve as camadas superficiais da pele e os linfáticos cutâneos; ✓ a celulite se estende para dentro dos tecidos subcutâneo. ➔ DIAGNÓSTICO: O diagnóstico de celulite, erisipela e abscesso cutâneo é geralmente baseado nas manifestações clínicas. ✓ Celulite e erisipela se manifestam como áreas de eritema, edema e calor da pele. ✓ As lesões de erisipela são elevadas acima do nível da pele circundante, com demarcação clara entre o tecido envolvido e o não envolvido. ✓ Um abscesso cutâneo se manifesta como um nódulo doloroso, flutuante e eritematoso, com ou sem celulite circundante Os exames laboratoriais não são necessários para pacientes com infecção não complicada na ausência de comorbidades ou complicações. • Sinais sistêmicos de infecção (por exemplo, febre) • História de abscessos recorrentes ou múltiplos • Falha da terapia inicial com antibióticos • Extremos de idade (bebês ou adultos mais velhos) Presença de comorbidades subjacentes (linfedema, malignidade, neutropenia, imunodeficiência, esplenectomia, diabetes) • Exposições especiais (mordida de animal, lesão associada à água) • Presença de indicação de profilaxia contra endocardite infecciosa Os padrões da comunidade de susceptibilidade ao S. aureus são desconhecidos ou mudam rapidamente • O exame radiográfico pode ser útil para determinar se um abscesso cutâneo está presente (via ultrassonografia). • A avaliação radiográfica pode ser necessária em pacientes com imunossupressão subjacente, diabetes, insuficiência venosa ou linfedema e em pacientes com sintomas sistêmicos persistentes. • O exame radiográfico não consegue distinguir com segurança a celulite da fasceíte necrotizante ou gangrena gasosa; se houver suspeita clínica para essas entidades, a imagem radiográfica não deve atrasar a intervenção cirúrgica. Em pacientes com celulite recorrente, o teste sorológico para estreptococos beta-hemolíticos pode ser uma ferramenta diagnóstica útil. Os ensaios incluem a reação anti- estreptolisina-O (ASO), o teste anti-desoxirribonuclease B (anti-DNAse B), o teste anti-hialuronidase (AHT) ou o teste de anticorpo contra estreptozima. As respostas anti-DNase B e AHT são mais confiáveis do que a resposta ASO após infecções cutâneas por estreptococos do grupo A. ➔ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Celulite e erisipela - A celulite é frequentemente confundida com outras infecções ou doenças não infecciosas. Eritema rapidamente progressivo com sinais de toxicidade sistêmica deve levar em consideração a infecção grave, incluindo: • Fasceíte necrosante - Fasceíte necrosante é uma infecção profunda que resulta na destruição progressiva da fáscia muscular. A área afetada pode ser eritematosa, inchada, quente e extremamente sensível. Pode ser observada dor desproporcional aos achados do exame. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. O diagnóstico é estabelecido cirurgicamente com visualização dos planos fasciais. • Síndrome do choque tóxico - a síndrome do choque tóxico geralmente se apresenta com dor que precede os achados físicos. Os sinais clínicos de infecção dos tecidos moles consistem em edema e eritema locais seguidos por equimoses e descamação da pele. A febre é comum. Os pacientes podem ser normotensos na apresentação, mas subsequentemente tornam-se hipotensos. • Gangrena gasosa ou mionecrose - deve-se suspeitar de gangrena gasosa em caso de febre e dor intensa em uma extremidade, principalmente em caso de cirurgia ou trauma recente. A presença de crepitação tecidual favorece a infecção clostridial. A gangrena gasosa também pode ser detectada radiograficamente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. PÔRTO. B. A. L. LYON. C. A. INFECÇÕES BACTERIANAS DA PELE. Capítulo de livro. Acesso em 27/05/2021. Disponível em: INFECÇÕES-BACTERIANAS-DA-PELE- Capítulo-de-livro.pdf (drluizporto.com.br); 2. SOCIEDADE CANADENCE DEPEDIATRIA. DOENÇA ESTREPTOCÓCICA DO GRUPO A: MANEJO E QUIMIOTERAPIA. 15 DE ABRIL DE 2019. ACESSO EM: 27/05/2021. DISPONÍVEL EM: Invasive group A streptococcal disease: Management and chemoprophylaxis | Canadian Paediatric Society (cps.ca); 3. RODRIGUES. REBECA. ET AL. ERISIPELA. 2018. ACESSO EM 25/05/2021. DISPONÍVEL EM: Erisipela - METIS (up.pt); 4. SOCIEDADE PORTUGUESA DE DERMATOLOGIA E VENEREOLOGIA. DOENÇAS DE PELE. ACESSO EM 25/05/2021. DISPONÍVEL EM: https://www.spdv.pt/_doencas_de_pele_2 5. SPELMAN DENIS. ET AL. CELULITE E ABSCESSO CUTÂNEO: EPIDEMIOLOGIA, MICROBIOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO. 2021. ACESSO EM 25/05/2021. UPTODATE.; 6. HABIF. DERMATOLOGIA CLÍNICA; 7. SAMPAIO. RIVITI. MANUAL DE DERMATOLOGIA CLÍNICA; 8. BELDA. TRATADO DE DERMATOLOGIA. 9. MARTINS. ET. AL. CLÍNICA MÉDICA DA USP. VOLUME 07. http://drluizporto.com.br/wp-content/uploads/2017/03/INFEC%C3%87%C3%95ES-BACTERIANAS-DA-PELE-Cap%C3%ADtulo-de-livro.pdf http://drluizporto.com.br/wp-content/uploads/2017/03/INFEC%C3%87%C3%95ES-BACTERIANAS-DA-PELE-Cap%C3%ADtulo-de-livro.pdf https://www.cps.ca/en/documents/position/invasive-group-a-streptococcal-disease https://www.cps.ca/en/documents/position/invasive-group-a-streptococcal-disease https://www.cps.ca/en/documents/position/invasive-group-a-streptococcal-disease https://www.cps.ca/en/documents/position/invasive-group-a-streptococcal-disease http://www.metis.med.up.pt/index.php/Erisipela http://www.metis.med.up.pt/index.php/Erisipela https://www.spdv.pt/_doencas_de_pele_2
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