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ESTUDO DIRIGIDO – HORMÔNIOS CALCIOTRÓFICOS 1. Quais são os efeitos fisiológicos das concentrações alteradas de cálcio e fosfato? A variação dos níveis de fosfato, no líquido extracelular, para valores bem abaixo do normal, não provoca efeitos imediatos relevantes. Em contraste, leves aumentos ou quedas do íon cálcio no líquido extracelular podem causar efeitos fisiológicos preocupantes e imediatos. A hipocalcemia e a hipofosfatemia crônicas reduzem intensamente a mineralização óssea. Observe mais algumas alterações: Hipocalcemia ● SN mais excitável porque ocorre aumento da permeabilidade da membrana dos neurônios, permitindo entrada de sódio e potenciais de ação. ● Os músculos podem se contrair devido ao estímulo aos neurônios, o que é chamado de tetania. ● Outra consequência são as crises epilépticas, pois o SNC passa a ter uma maior atividade. Hipercalcemia ● Depressão do SN ● Ocorre constipação por falta de contração dos músculos do trato gastrointestinal ● Ocorre menor contração do coração A regulação desses íons é feita pelo paratormônio, calcitonina e pela vitamina D, além de apresentar influência do estrogênio, que protege o tecido ósseo da ação de osteoclastos. 2. Descreva as etapas de biossíntese da vitamina D. Quais são os fatores reguladores da enzima 1 alfa-hidroxilase do rim? ● A etapa inicial de síntese endógena das moléculas do grupo vitamina D se inicia nas camadas profundas da epiderme. ● Ao se formarem, essas moléculas ainda são inativas; para que o processo de ativação de vitamina D3 se inicie, é preciso que o indivíduo receba luz solar direta, especialmente a radiação UVB. ● Quando ingerida, por dieta ou por suplementação, sua molécula já está na forma ativa. ● Cabe ressaltar que a vitamina D é composta pela vitamina D3 (degradada a 5,6-transvitamina D3 e suprasterol-1 e 2) e pela vitamina D2 (semelhante biologicamente à vitamina D3), as quais são transportadas por uma alfa-globulina e sintetizadas no fígado. ● No fígado ocorre uma hidroxilação na posição 25, sendo o produto da reação a 25-hidroxicolecalciferol, forma dominante no plasma e a principal forma de armazenamento da vitamina. ● Essas alterações se dão pela enzima citocromo P450, denominada CYP2R1. A 1,25(OH)2D3 é o mais importante metabólito da vitamina D, e o cálcio, fosfato e o PTH são essenciais na sua produção. ● A atividade 25-hidroxicolecalciferol-1-hidroxilase aumenta em função de níveis baixos de fosfato plasmático ou diminui pela redução do cálcio no plasma, aumentando a liberação do PTH. ● A hipocalcemia, causada por deficiência de cálcio na dieta,resulta em níveis elevados de 1,25(OH)D3 no plasma ● A ação clássica da vitamina D3 é a regulação do metabolismo do cálcio e fósforo por meio de controle dos processos de absorção intestinal e reabsorção renal desses íons, mantendo-os em concentrações plasmáticas suficientes para assegurar a adequada mineralização e o crescimento ósseo em crianças e adolescentes e a saúde óssea global em todas as etapas da vida. ● Nas células endoteliais do intestino, a vitamina D3 estimula a absorção de cálcio no duodeno e absorção passiva no jejuno. ● A absorção ativa é regulada pelo estímulo à expressão de proteínas responsáveis pela captação do cálcio pelos enterócitos, de proteínas envolvidas no transporte intracelular de cálcio, e dos canais de membrana ATP dependentes para extrusão do cálcio para o fluído extracelular. ● No jejuno, ela estimula a expressão de paracelinas, proteínas intercelulares que formam canais por onde o cálcio é transferido passivamente por gradiente de concentração. ● O mecanismo de ação da vitamina D no controle da absorção de fosfato envolve uma complexa corregulação da expressão do fator de crescimento fibroblástico (FGF-23) e da proteína cotransportadora de sódio e fosfato tipo 2b (NaPi2b) presente na membrana apical dos enterócitos do duodeno e jejuno. ● A NaPi2b promove a absorção intestinal de fosfato e sua expressão pode ser estimulada pela vitamina D3 ou inibida pelo FGF-23. ● Ao mesmo tempo, a expressão do FGF-23 pode ser regulada por vias de sinalização dependentes ou independentes da ativação de VDR (receptor de vitamina D). ● Nos rins, a vitamina D3 atua nos túbulos distais promovendo a reabsorção do cálcio filtrado através da regulação da expressão de proteínas transportadoras de cálcio. ● Ela regula ainda a expressão e síntese de FGF-23 nos osteoblastos e osteócitos, o qual inibe a atividade da proteína cotransportadora de sódio e fosfato tipo 2a (NaPi2a) nos túbulos proximais, regulando a fosfatemia e a fosfatúria de modo a promover níveis de cálcio e fósforo adequados para a mineralização óssea 3. Quais as ações da vitamina D? ● A ação clássica da vitamina D3 é a regulação do metabolismo do cálcio e fósforo por meio de controle dos processos de absorção intestinal e reabsorção renal desses íons, mantendo-os em concentrações plasmáticas suficientes para assegurar a adequada mineralização e o crescimento ósseo em crianças e adolescentes e a saúde óssea global em todas as etapas da vida. ● Regulação do metabolismo ósseo e das concentrações de cálcio e fósforo, mantendo tanto os níveis séricos quanto os extracelulares ● Responsável pela absorção intestinal de fósforo e cálcio, pela mobilização desse último a partir do osso na presença do PTH, e pelo aumento da absorção renal de cálcio, regulando, o metabolismo ósseo ● Participa da função muscular, modulação da secreção de PTH e função das células ósseas. ● Na manutenção da massa óssea, a vitamina D concede a mineralização óssea normal e mobiliza cálcio do osso para a circulação, atuando com a maturação do colágeno e da matriz celular ● A vitamina D também estimula a formação de osteocalcina, osteopantina e fosfatase alcalina, agindo em conjunto com o PTH na ativação e maturação das células osteoclásticas ● A diminuição da vitamina D (1,25(OH)2D), também conhecida como hipovitaminose D, está relacionada especialmente à hipocalcemia leve e ao hiperparatireoidismo secundário, a osteomalácia e ao raquitismo ● O déficit extremo da vitamina D afeta as funções não endócrinas dessa vitamina, as quais são afetadas somente quando se encontram nesse estado. Essa deficiência está ligada a doenças autoimunes, como a DM tipo 1, lúpus eritematosos, esclerose múltipla, artrite reumatoide e doença inflamatória intestinal ● Nas células endoteliais do intestino, a vitamina D3 estimula a absorção de cálcio no duodeno e absorção passiva no jejuno. - A absorção ativa é regulada pelo estímulo à expressão de proteínas responsáveis pela captação do cálcio pelos enterócitos, de proteínas envolvidas no transporte intracelular de cálcio, e dos canais de membrana ATP dependentes para extrusão do cálcio para o fluído extracelular. ● No jejuno, ela estimula a expressão de paracelinas, proteínas intercelulares que formam canais por onde o cálcio é transferido passivamente por gradiente de concentração. ● O mecanismo de ação da vitamina D no controle da absorção de fosfato envolve uma complexa corregulação da expressão do fator de crescimento fibroblástico (FGF-23) e da proteína cotransportadora de sódio e fosfato tipo 2b (NaPi2b) presente na membrana apical dos enterócitos do duodeno e jejuno. - A NaPi2b promove a absorção intestinal de fosfato e sua expressão pode ser estimulada pela vitamina D3 ou inibida pelo FGF-23. - Ao mesmo tempo, a expressão do FGF-23 pode ser regulada por vias de sinalização dependentes ou independentes da ativação de VDR (receptor de vitamina D). ● Nos rins, a vitamina D3 atua nos túbulos distais promovendo a reabsorção do cálcio filtrado através da regulação da expressão de proteínas transportadoras de cálcio. ● Ela regula ainda a expressão e síntese de FGF-23 nos osteoblastos e osteócitos, o qual inibe a atividade da proteína cotransportadora de sódio e fosfato tipo 2a (NaPi2a) nos túbulos proximais, regulando a fosfatemia e a fosfatúria de modo a promover níveis de cálcio e fósforo adequados para a mineralização óssea 4. Como ocorre asíntese, processamento e regulação da secreção do PTH? - O PTH, é um hormônio produzido nas glândulas paratireoides com 84 aminoácidos em sua forma final, ainda que apenas os 34 primeiros sejam necessários em sua atividade biológica. - Esse hormônio é um dos responsáveis no controle da calcemia e na regulação das alterações agudas das concentrações extracelulares de cálcio. - O PTH permanece armazenado em vesículas de secreção após sua síntese, podendo sofrer metabolização intracelular. - Os fragmentos aminoterminais são degradados e os carboxi-terminais são liberados na circulação - O PTH possui uma meia vida de aproximadamente 2 minutos, sendo que a sua metabolização ocorre em grande parte no fígado e rins, e em menor quantidade em outros tecidos, como no ósseo - Nos receptores dos túbulos contorcidos distais, o PTH determina a reabsorção de cálcio e magnésio e a excreção de fosfato e bicarbonato pelo rim, aumentando assim o cálcio plasmático e reduzindo os níveis urinários, este órgão é responsável pelos ajustes mais rápidos da calcemia 5. Quais são os efeitos biológicos do PTH no intestino, rim e osso? ● PTH determina a reabsorção de cálcio e magnésio e a excreção de fosfato e bicarbonato pelo rim, aumentando assim o cálcio plasmático e reduzindo os níveis urinários, este órgão é responsável pelos ajustes mais rápidos da calcemia ● Já no osso, o paratormônio atua na reabsorção, ajustando o desbloqueio do cálcio pelo osteoclasto, impedindo a ação osteoblástica e permitindo o equilíbrio entre formação e reabsorção. Desse modo, incentivada pelo PTH ocorre a reabsorção óssea osteoclástica, que pode resultar tanto da liberação de fatores parácrinos quanto do estímulo da expressão de proteínas nos osteoblastos, causando, assim, o amadurecimento e a atividade dos osteoclastos ● A expressão dos genes especiais na ativação da matriz dos osteoblastos se dá pelo recrutamento, pela produção de fatores de crescimento e a estimulação. Vários efeitos biológicos se fazem através de um receptor de membrana ligado à proteína G, provocando a adenil-ciclase, gerando um aumento nas concentrações de AMPc e o sistema de proteínaquinase A, e a proteína Gq com o receptor acelera a fosolipase C . ● Uma das grandes causas de hipoparatireoidismo é a deficiência de secreção de PTH, em que há ausência de seus efeitos nos ossos, rins e intestino. Essa deficiência e a hiperfosfatemia interferem na produção renal de 1,25(OH)2D, cujo baixo nível resulta em diminuição de absorção de cálcio intestinal e diminuição da reabsorção óssea, haja vista que a 1,25(OH)2D também estimula a reabsorção óssea e sua falta dificulta a mobilização de cálcio do osso ● Por outro lado, o hiperparatireoidismo acontece pelo aumento da produção de PTH nas glândulas paratireoides. No hiperparatireoidismo primário (HPTP) ocorre a diminuição da espessura cortical óssea e observa-se a manutenção do volume do osso trabecular 6. Onde é produzida a calcitonina? Qual a ação da calcitonina? Produzida e secretada pelas células parafoliculares (células C), da glândula tireóide A principal função da calcitonina (CT) é controlar o metabolismo, os níveis sanguíneos de cálcio no organismo e bloquear a atividade dos osteoclastos. Utilizada para controlar e aperfeiçoar a densidade mineral óssea e diminuir taxas de fraturas, a calcitonina é fundamental para a regulação da saúde dos ossos, e por esse motivo existem medicamentos que levam esse hormônio em sua composição, usados, por exemplo, em doenças como a osteoporose A calcitonina exerce um controle secundário na regulação do cálcio. Como o corpo reconhece que precisa liberar esse hormônio? Através da elevação iônica do cálcio no meio extracelular. Qual o mecanismo de ação? - Aumento da excreção renal de cálcio - Redução da reabsorção óssea e liberação de cálcio por impedir a produção de novos osteoclastos. 7. Quais as principais causas da osteoporose? (citar a ação hormonal sobre o metabolismo ósseo). a doença osteometabólica estabelecida pela baixa massa óssea e ligada à danificação da microarquitetura dos ossos, levando a um comprometimento da resistência, aumento da fragilidade e, posteriormente, a riscos de fraturas deles Denomina-se OP primária quando é obtida por causas naturais (menopausa ou senilidade), e OP secundária quando há uma série de condições clínicas (medicamentos, outras doenças, sedentarismo etc.), podendo acometer indivíduos adultos e idosos Mulheres na pós-menopausa são propicias a terem taxas de remodelação óssea aumentada de forma extrema, particularmente na perimenopausa. Assim, origina-se uma fase de perda gradativa do osso cortical, podendo permanecer alta até após a interrupção da função ovariana, o que leva à gradual perda de massa óssea. Essa perda, por sua vez, causa o encurtamento da meia vida dos osteoblastos e da elevada taxa de apoptose dos osteócitos, assim a meia vida dos osteoclastos se prolonga, aumentando a reabsorção e diminuição da formação óssea causada principalmente pela redução nos níveis do hormônio estrogênio, que faz com que o depósito de minerais e cálcio nos ossos não aconteça mais com tanta efetividade, resultando no enfraquecimento dos ossos. REFERÊNCIAS: 1. GUYTON, Arthur C., HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 13.ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 2. COSTANZO, Linda. Fisiologia. 5.ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
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