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ATIVIDADE AVALIATIVA



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ATIVIDADE AVALIATIVA 7 - 2º BIMESTRE – DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
Valor: 5,0 pts. 
Entrega: até o dia 04.06.2023 
Deve ser feito individualmente 
Pode ser entregue digitado e enviado pela Plataforma 
 
Atividade – Responda as questões abaixo, de forma fundamentada: 
 Sempre que as questões puderem ser respondidas por artigos de lei, será aceita como resposta a transcrição do artigo. 
 
1 – Quais são as leis que disciplinam o procedimento aplicável aos Juizados Especiais? Qual é a especialidade de cada uma? 
No Brasil, os Juizados Especiais são regidos pela Lei nº 9.099/1995, que estabelece normas específicas para o processo de natureza cível e criminal nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Essa lei abrange os seguintes pontos:
1. Juizados Especiais Cíveis: A Lei nº 9.099/1995 estabelece o procedimento aplicável aos casos de menor complexidade e de menor potencial econômico. Esses juizados são responsáveis por julgar causas de até 40 salários mínimos, tais como questões de consumo, cobranças, danos materiais, questões locatícias, entre outros.
2. Juizados Especiais Criminais: A mesma lei também trata do procedimento aplicável aos casos criminais de menor potencial ofensivo, previstos no Código Penal. Os juizados criminais são responsáveis por julgar infrações penais de menor gravidade, que não sejam cometidas com violência ou grave ameaça, e cujas penas máximas não ultrapassem dois anos.
A Lei nº 9.099/1995 estabelece regras específicas para o funcionamento dos Juizados Especiais, tais como a oralidade, simplicidade, economia processual e celeridade. Além disso, ela prevê a possibilidade de conciliação entre as partes envolvidas, buscando a solução consensual dos conflitos.
Cabe ressaltar que, além da Lei nº 9.099/1995, existem outras leis e normas complementares que regulamentam os Juizados Especiais em âmbitos específicos, como a Lei nº 10.259/2001, que trata dos Juizados Especiais Federais, e as leis estaduais que podem dispor sobre os Juizados Especiais Estaduais e Municipais, conforme a organização judiciária de cada região.
2 – Qual é o objetivo dos Juizados Especiais em relação à tramitação dos processos e ao acesso à justiça? 
Os Juizados Especiais têm como objetivo principal promover a simplificação, a celeridade e a efetividade da tramitação dos processos, bem como facilitar o acesso à justiça para a população. São criados como uma alternativa aos procedimentos tradicionais dos tribunais, buscando oferecer uma forma mais ágil e acessível de resolução de conflitos.
3 – Quais são os critérios/princípios norteadores do processo no JEC? Explique sucintamente cada um. 
No processo dos Juizados Especiais, existem alguns critérios e princípios norteadores que são fundamentais para garantir a efetividade e a celeridade do procedimento. São eles:
1. Oralidade: O princípio da oralidade visa privilegiar a comunicação verbal durante as audiências, possibilitando que as partes apresentem seus argumentos e provas de forma direta e simplificada. Isso contribui para agilizar o processo e garantir a participação ativa das partes na resolução do conflito.
2. Simplicidade: O princípio da simplicidade busca eliminar formalidades excessivas e simplificar o procedimento. É adotada uma linguagem mais acessível e as regras processuais são flexibilizadas, permitindo que as partes compreendam facilmente o andamento do processo e exerçam seus direitos.
3. Informalidade: A informalidade está relacionada à flexibilidade na condução do processo, permitindo ao juiz adotar medidas que julgar necessárias para a resolução do conflito. Essa característica visa evitar rigidez excessiva e favorecer a busca de soluções consensuais.
4. Economia processual: Esse critério busca evitar gastos desnecessários e otimizar o uso dos recursos disponíveis. Visa-se à redução de prazos, diligências e atos processuais desnecessários, buscando a eficiência e a celeridade na solução do litígio.
5. Conciliação e mediação: Os Juizados Especiais estimulam a conciliação e a mediação como formas preferenciais de solução dos conflitos. Os juízes buscam promover o diálogo entre as partes, auxiliando na busca de um acordo que atenda aos interesses de ambas, evitando a judicialização prolongada.
6. Isonomia: O princípio da isonomia garante que todas as partes sejam tratadas de forma igualitária, com os mesmos direitos e oportunidades durante o processo. Não deve haver discriminação ou privilégios injustificados.
7. Juiz de paz: Os Juizados Especiais possuem a figura do juiz de paz, que atua como conciliador ou mediador nas audiências de conciliação. O juiz de paz tem como objetivo auxiliar as partes a chegarem a um acordo, utilizando técnicas de mediação e negociação.
Esses critérios e princípios são essenciais para o funcionamento dos Juizados Especiais, buscando a efetivação dos direitos das partes, a celeridade processual e a resolução pacífica dos conflitos.
4 – Quais são as causas que o JEC tem competência para julgar? E quais são as que ele não tem? 
Os Juizados Especiais têm competência para julgar certas causas de menor complexidade e menor potencial econômico. No entanto, é importante ressaltar que a competência dos Juizados Especiais pode variar de acordo com a legislação de cada país, estado ou município. No Brasil, as competências dos Juizados Especiais Cíveis estão definidas na Lei nº 9.099/1995, enquanto as competências dos Juizados Especiais Criminais estão previstas na mesma lei, bem como no Código de Processo Penal.
As causas que os Juizados Especiais têm competência para julgar geralmente se enquadram nos seguintes casos:
Juizados Especiais Cíveis:
1. Causas de natureza cível de menor complexidade, desde que o valor não ultrapasse 40 salários mínimos (esse limite pode variar de acordo com a legislação estadual ou municipal).
2. Ações de cobrança de quantia devida, quando o valor não ultrapassar o limite estabelecido.
3. Ações de indenização por danos materiais ou morais, desde que o valor não exceda o limite fixado.
4. Ações de despejo para uso próprio, quando o valor do aluguel não ultrapassar o limite estabelecido.
Juizados Especiais Criminais:
1. Infrações penais de menor potencial ofensivo, cuja pena máxima não ultrapasse dois anos, como lesão corporal leve, ameaça, vias de fato, entre outras.
2. Crimes de menor potencial ofensivo previstos na Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/1995), como crimes contra o patrimônio, contra a honra, entre outros.
Por outro lado, os Juizados Especiais normalmente não têm competência para julgar as seguintes causas:
1. Causas que envolvam órgãos públicos federais, estaduais ou municipais como parte.
2. Causas que envolvam pessoas jurídicas de direito público.
3. Causas de natureza fiscal, tributária, previdenciária e de acidentes de trabalho.
4. Causas que demandem procedimentos especiais, como inventário, falência, interdição, entre outros.
5. Causas que não estejam dentro dos limites de valor estabelecidos pela legislação aplicável.
É importante verificar a legislação específica de cada país, estado ou município para obter informações detalhadas sobre a competência dos Juizados Especiais em cada jurisdição.
5 – A parte pode escolher não propor a ação perante o Juizado, mesmo quando se tratar de ação para cujo processamento ele possui competência? Explique.[footnoteRef:1] [1: Sobre este assunto, é importante esclarecer que a Justiça Federal da 6ª Região, onde está inserido o Estado de Minas Gerais, considera a competência dos Juizados Especiais Cíveis Federais como ABSOLUTA. Assim, inadmite a escolha do procedimento pelas partes, quando se tratam de ações menos complexas e de valor até 60 salários mínimos, e classifica tai ações automaticamente como de competência dos Juizados Especiais. ] 
Sim, a parte tem o direito de optar por não propor a ação perante o Juizado Especial, mesmo quando o Juizado possua competência para julgar o caso. A escolha de onde propor a ação é um direito do autor, desde que respeitadas as regras de competência estabelecidas pela legislação.Embora os Juizados Especiais sejam instituídos como uma alternativa mais ágil e simplificada para a resolução de conflitos de menor complexidade, as partes não são obrigadas a utilizá-los. A parte pode decidir ingressar com a ação perante o juízo comum, que segue os procedimentos e ritos do processo civil ou penal tradicional.
6 – Quando a parte propuser ação cobrando crédito de valor superior ao teto (valor máximo) processado pelo Juizado Especial, o que acontecerá? 
Quando a parte propõe uma ação cobrando um crédito de valor superior ao limite estabelecido pelo Juizado Especial, o processo não será processado e julgado pelo Juizado Especial. Nesse caso, o juiz responsável pelo Juizado irá declarar a incompetência do Juizado Especial para julgar o caso.
A incompetência ocorrerá devido ao fato de que os Juizados Especiais têm competência limitada para julgar causas de menor complexidade e menor potencial econômico, dentro dos valores estabelecidos pela legislação. Se o valor da causa exceder esse limite, o processo deverá ser encaminhado para o juízo comum, que seguirá os procedimentos e ritos processuais tradicionais.
Ao declarar a incompetência do Juizado Especial, o juiz irá remeter o processo para o juízo comum competente, ou seja, o órgão jurisdicional correspondente ao valor da causa. A partir desse momento, o processo seguirá as regras e trâmites do juízo comum, e não mais dos Juizados Especiais.
É importante ressaltar que, caso a parte queira propor a ação perante o Juizado Especial, é necessário que o valor da causa esteja dentro dos limites estabelecidos pela legislação. Caso contrário, é recomendável buscar o juízo comum competente para tratar da demanda.
7 – Quais são as regras de competência territorial relativas ao JEC? 
As regras de competência territorial relativas aos Juizados Especiais são estabelecidas pela legislação de cada país, estado ou município, podendo haver variações. No Brasil, as regras de competência territorial dos Juizados Especiais estão previstas na Lei nº 9.099/1995, que regulamenta esses órgãos.
As regras de competência territorial têm o objetivo de determinar qual é o Juizado Especial competente para julgar determinado caso, levando em consideração o local onde ocorreu o fato ou onde as partes têm domicílio.
No Brasil, as regras gerais de competência territorial dos Juizados Especiais são as seguintes:
1. Competência do domicílio do réu: O Juizado Especial do local onde o réu tem seu domicílio é o competente para julgar a ação. O domicílio é o local onde o réu possui sua residência habitual.
2. Competência do local do fato: O Juizado Especial do local onde o fato ocorreu é o competente para julgar a ação. Essa regra se aplica quando o fato que deu origem à demanda ocorreu em um local específico, mesmo que as partes não tenham domicílio nessa jurisdição.
3. Competência do domicílio do autor: Caso não seja possível determinar a competência com base nas regras anteriores, o Juizado Especial do local onde o autor tem seu domicílio é o competente para julgar a ação.
É importante ressaltar que essas são as regras gerais de competência territorial, mas podem existir regras específicas estabelecidas por legislação estadual ou municipal, que podem modificar ou complementar as regras gerais. Portanto, é necessário verificar a legislação aplicável ao caso específico para determinar com precisão qual é o Juizado Especial competente com base na competência territorial.
8 – Quem pode ser parte em ação do JEC? E quem pode propor ações perante ele? 
Os Juizados Especiais Cíveis (JEC) são voltados para ações de menor complexidade e menor potencial econômico, buscando a simplicidade e a celeridade processual. Quanto às partes envolvidas nas ações dos JEC, as regras podem variar de acordo com a legislação de cada país, estado ou município. No entanto, no Brasil, com base na Lei nº 9.099/1995, que regula os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, as seguintes pessoas podem ser parte em uma ação do JEC:
1. Pessoa física: Qualquer pessoa física, seja ela maior de idade ou menor emancipada, pode ser parte em uma ação do JEC. Isso inclui indivíduos que atuem tanto no exercício de seus direitos pessoais quanto de seus direitos patrimoniais.
2. Microempresas e empresas de pequeno porte: As microempresas e empresas de pequeno porte, conforme definidas pela Lei Complementar nº 123/2006, podem ser parte em ações do JEC. Essas empresas devem atender aos critérios de enquadramento estabelecidos pela legislação pertinente.
3. Organizações da sociedade civil: Determinadas organizações da sociedade civil, como associações e fundações, podem ser parte em ações do JEC, desde que atuem em defesa de direitos e interesses individuais homogêneos dos seus associados ou membros.
4. Pessoas jurídicas estrangeiras: Pessoas jurídicas estrangeiras que atendam aos requisitos estabelecidos pela legislação local podem propor ações perante os Juizados Especiais. No entanto, é importante observar as regras específicas de cada jurisdição.
No que diz respeito a quem pode propor ações perante os Juizados Especiais Cíveis, a lei permite que qualquer pessoa física ou jurídica mencionada acima, desde que seja titular do direito em discussão, possa apresentar uma ação perante o JEC.
9 – É possível que as partes atuem sozinhas no JEC, ou seja, sem a assistência de advogado? Explique. 
Sim, é possível que as partes atuem sem a assistência de advogado nos Juizados Especiais Cíveis (JEC) em determinadas situações. A Lei nº 9.099/1995, que regulamenta os Juizados Especiais no Brasil, estabelece que nas causas de valor até 20 salários mínimos, as partes podem comparecer sem advogado, realizando a chamada "postulação voluntária".
Essa possibilidade visa promover o acesso à justiça de forma mais acessível e simplificada, permitindo que as partes apresentem seus argumentos e pleitos de forma direta, sem a obrigatoriedade de contratar um advogado.
10 – São admissíveis o litisconsórcio, a intervenção de terceiros e do MP nas ações em trâmite perante o JEC? 
No Brasil, nas ações em trâmite perante os Juizados Especiais Cíveis (JEC), existem restrições em relação ao litisconsórcio (quando há mais de uma parte ativa ou passiva na demanda) e à intervenção de terceiros. No entanto, é importante observar que essas restrições podem variar de acordo com a legislação específica de cada estado ou município.
No geral, a Lei nº 9.099/1995, que regula os Juizados Especiais no Brasil, estabelece que não é permitido o litisconsórcio ativo ou passivo nas ações que tramitam perante os JEC. Isso significa que apenas uma parte pode demandar ou ser demandada em cada processo no Juizado Especial.
Quanto à intervenção de terceiros, também há restrições nos Juizados Especiais. A lei prevê que apenas a assistência simples é permitida, ou seja, uma pessoa que tenha interesse jurídico na causa pode ingressar no processo para auxiliar uma das partes, mas sem adquirir a condição de litisconsorte. A assistência simples é facultativa e não obrigatória.
Quanto à intervenção do Ministério Público (MP), nos Juizados Especiais Cíveis a sua atuação é limitada. O MP normalmente não possui a prerrogativa de atuar como parte nas ações dos Juizados Especiais, sendo sua atuação mais comum em processos criminais do Juizado Especial Criminal.
No entanto, é importante ressaltar que, embora o litisconsórcio, a intervenção de terceiros e a atuação do MP sejam restritos nos Juizados Especiais Cíveis, pode haver exceções previstas em legislações específicas de cada jurisdição, bem como em casos de aplicação de normas processuais gerais que permitam a intervenção ou participação dessas partes.
11 – Como se dão a citação e as intimações no JEC? 
No sistema dos Juizados Especiais Cíveis (JEC), a citação e as intimações seguem um procedimento simplificado, buscando agilizar o andamento dos processos.
12 – A audiência/sessão de conciliação é obrigatória nas ações que tramitam perante o Juizado Especial Cível? Quem pode conduzir esta audiência? O que ocorrerá se oautor não comparecer? E o que ocorrerá se o réu não comparecer? 
Sim, a audiência de conciliação é obrigatória nas ações que tramitam perante o Juizado Especial Cível (JEC) no Brasil. A Lei nº 9.099/1995 estabelece que, em regra, deve-se realizar a audiência de conciliação como uma etapa inicial do processo.
A audiência de conciliação tem como objetivo incentivar a solução consensual do conflito, por meio do diálogo entre as partes envolvidas, mediado pelo conciliador. A conciliação é um dos princípios fundamentais dos Juizados Especiais, buscando a resolução rápida e amigável dos litígios.
13 – É permitida a apresentação de reconvenção no rito do JEC? É possível o réu fazer pedido em seu favor? 
No âmbito dos Juizados Especiais Cíveis (JEC) no Brasil, a apresentação de reconvenção não é permitida. A reconvenção é uma demanda apresentada pelo réu contra o autor no mesmo processo em que é contestado. No entanto, nos Juizados Especiais Cíveis, o procedimento é simplificado e visa a celeridade processual, o que inclui a restrição à apresentação de reconvenção.
Dessa forma, no rito do JEC, o réu não pode fazer um pedido em seu favor através de uma reconvenção. O réu deve se limitar à contestação, que é o instrumento processual utilizado para impugnar os argumentos e pedidos apresentados pelo autor.
14 – É possível a produção de provas em audiência de instrução e julgamento no JEC? 
No rito dos Juizados Especiais Cíveis (JEC) no Brasil, a produção de provas em audiência de instrução e julgamento é permitida, mas de forma restrita. Os Juizados Especiais têm um procedimento simplificado e ágil, buscando a conciliação e a solução rápida dos conflitos.
Em regra, as provas no JEC devem ser apresentadas juntamente com a petição inicial e a contestação, ou seja, no momento da formulação das alegações das partes. Isso ocorre porque o objetivo principal da audiência de instrução e julgamento nos Juizados Especiais é a realização de conciliação, ou, na sua ausência, a prolação da sentença.
No entanto, em algumas situações, é possível que o juiz, durante a audiência de instrução e julgamento, admita a produção de provas complementares ou adicionais, desde que sejam relevantes para o deslinde da controvérsia e não resultem em postergação excessiva do processo.
Alguns exemplos de provas que podem ser produzidas durante a audiência de instrução e julgamento nos Juizados Especiais são:
1. Prova testemunhal: Pode-se apresentar testemunhas para depor sobre os fatos relevantes para o caso.
2. Prova pericial: Em casos que exijam conhecimento técnico especializado, pode ser solicitada a realização de perícia.
3. Inspeção judicial: O juiz pode realizar uma visita ao local dos fatos para obter informações adicionais.
4. Exibição de documentos ou coisas: Pode-se requerer a apresentação de documentos ou objetos relevantes para a análise do caso.
É importante ressaltar que a admissibilidade e a produção de provas durante a audiência de instrução e julgamento nos Juizados Especiais podem variar de acordo com a legislação específica de cada país, estado ou município, assim como as determinações do juiz responsável pelo caso.
15 – Como deverá ser a sentença nos processos do JEC? 
Nos processos do Juizado Especial Cível (JEC) no Brasil, a sentença deve ser clara, objetiva e fundamentada, atendendo aos princípios da simplicidade, celeridade e informalidade que regem esse tipo de procedimento.
De acordo com a Lei nº 9.099/1995, que regula os Juizados Especiais Cíveis, a sentença nos processos do JEC deve conter os seguintes elementos:
1. Relatório: Deve-se apresentar um breve resumo dos fatos relevantes narrados pelas partes e das principais alegações apresentadas no processo.
2. Fundamentação: A sentença deve ser devidamente fundamentada, ou seja, o juiz deve expor os motivos que o levaram a decidir daquela forma. É necessário demonstrar a aplicação das normas jurídicas pertinentes ao caso e as razões que justificam a decisão.
3. Dispositivo: O dispositivo é a parte da sentença em que o juiz delibera sobre o pedido do autor e estabelece os efeitos da decisão. Nessa parte, são indicadas as determinações, como a procedência ou improcedência do pedido, a condenação ou a absolvição, a fixação de valores, se for o caso, entre outras questões.
É importante destacar que, nos Juizados Especiais Cíveis, a sentença busca ser uma resposta mais célere e simplificada em comparação aos processos judiciais tradicionais. O juiz tem autonomia para decidir com base em seu livre convencimento, sem necessidade de uma análise minuciosa e detalhada de todas as questões de direito e de fato envolvidas no caso.
Além disso, a sentença nos Juizados Especiais Cíveis pode ser proferida oralmente, logo após a audiência de instrução e julgamento, ou por escrito, no prazo de 10 dias, contados a partir da realização da audiência.
É válido ressaltar que as especificidades e os detalhes sobre a sentença nos processos do JEC podem variar de acordo com a legislação específica de cada país, estado ou município, assim como as determinações do juiz responsável pelo caso.
16 – Qual é o recurso cabível contra a sentença? Quem julga esse recurso? Qual o prazo para interposição? Qual efeito (devolutivo/suspensivo) esse recurso tem? 
No sistema dos Juizados Especiais Cíveis (JEC) no Brasil, o recurso cabível contra a sentença proferida é o recurso inominado, também conhecido como recurso ordinário.
O recurso inominado é interposto perante o próprio Juizado Especial Cível, devendo ser dirigido ao colegiado do tribunal responsável pela revisão das decisões proferidas nos Juizados Especiais.
Quanto aos efeitos do recurso inominado, ele possui efeito devolutivo. Isso significa que o recurso leva a análise da questão ao órgão colegiado do tribunal competente, que poderá rever a decisão proferida pelo juiz singular. No entanto, o recurso inominado não tem efeito suspensivo, ou seja, a decisão proferida pelo juiz continua produzindo seus efeitos até a eventual reforma ou anulação pelo tribunal.
17 Cabem Embargos de Declaração contra as decisões do JEC? Eles suspendem ou interrompem o prazo para a propositura do recurso inominado? 
Sim, cabe a interposição de Embargos de Declaração contra as decisões proferidas no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis (JEC) no Brasil. Os Embargos de Declaração são utilizados quando há obscuridade, contradição, omissão ou dúvida na decisão proferida pelo juiz.
Os Embargos de Declaração têm como finalidade esclarecer pontos da decisão que estejam obscuros, corrigir eventuais contradições existentes no julgado ou suprir omissões que possam ter ocorrido. Eles não têm como objetivo reverter o mérito da decisão, mas sim sanar eventuais vícios ou falhas no seu conteúdo.
18 – É admissível algum outro recurso contra as decisões do JEC? Qual e quais casos? 
É admissível o agravo de instrumento e o recurso extraordinário, devendo ser observados os dispositivos legais a respeito dos requisitos de admissibilidade de cada um. 
19 – É possível propor ação rescisória contra decisões do Juizado Especial? 
Não é possível propor ação rescisória contra decisões proferidas nos Juizados Especiais.
A ação rescisória é um tipo de ação judicial que tem como finalidade desconstituir uma decisão transitada em julgado (decisão final e irrecorrível) proferida em outro processo. Ela é uma forma de revisão extraordinária da decisão, e geralmente é admitida em situações restritas e previamente estabelecidas pela legislação.
Nos Juizados Especiais, o procedimento é caracterizado pela simplicidade e celeridade, buscando a solução rápida dos conflitos de menor complexidade. Dessa forma, a legislação que rege os Juizados Especiais não prevê a possibilidade de propor ação rescisória contra suas decisões.