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embriologia humana 3

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Prévia do material em texto

Embriologia e 
Reprodução Humana
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Carolina Garrido Zinn
Revisor Técnico: 
Prof.ª Dr.ª Gabriela Cavagnolli
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
O Feto
O Feto
 
 
• Conhecer as patologias do embrião e feto;
• Compreender a função dos anexos embrionários. 
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Período Fetal.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE O Feto
Período Fetal
Duração da Gravidez e seus Vários Estágios de Desenvolvimento
A partir da nona semana de gravidez até o nascimento, o bebê em desenvolvi-
mento é chamado de feto, denominando-se o período fetal. Os principais órgãos já 
foram formados no período embrionário. 
A gravidez pode ser dividida em três períodos iguais de três meses, chamados 
trimestres. O primeiro trimestre abrange a fase embrionária e as primeiras semanas 
do desenvolvimento fetal. Na fase embrionária, a região cefálica cresce e as vias ner-
vosas se formam. No início do crescimento fetal, as vias nervosas começam a regular 
as funções dos principais sistemas orgânicos, como musculoesquelético e urinário. 
No segundo trimestre o rosto adquire uma aparência mais familiar e os pulmões 
aumentam significativamente de tamanho. No terceiro trimestre, os sistemas corpó-
reos já se desenvolveram, então neste período ocorre a maturação e o crescimen-
to adicional. Quase todos os órgãos entram em funcionamento. Os pulmões, sem 
ar para respirar, seguem colabados. Durante as 6 últimas semanas de desenvolvi-
mento, os pulmões produzem quantidades crescentes de uma substância conhecida 
como surfactante, que auxiliará na sua expansão após o nascimento. Nas últimas dez 
semanas o feto dobra de peso e acumula tecido adiposo subcutâneo.
Podemos dizer, portanto, que na fase fetal o desenvolvimento está relacionado 
com a diferenciação e maturação dos tecidos e órgãos que surgiram na organogênese 
do período embrionário. Ocorre então o crescimento do corpo e a diminuição da 
diferença entre a cabeça e o corpo.
O comprimento do feto é indicado como comprimento craniocaudal (CCC) (altura 
sentado) ou como comprimento craniotornozelo (CCT), que é a medida do vértice do 
crânio até o tornozelo (altura em pé). Essas medidas, expressas em centímetros, estão 
relacionadas com a idade do feto em semanas ou meses. O crescimento em compri-
mento ocorre principalmente do terceiro ao quinto mês, enquanto o ganho de peso é 
mais notável nos últimos 2 meses de gestação. Uma das alterações mais significativas 
que ocorre durante o período fetal é a desaceleração relativa do crescimento da cabeça 
em comparação com o restante do corpo. No terceiro mês, a cabeça constitui cerca 
de metade do CCC; até o início do quinto mês, ela tem cerca de um terço do CCT; 
e, no nascimento, tem aproximadamente um quarto do CCT. Assim, com o tempo, 
o crescimento do corpo acelera, mas o da cabeça desacelera, como pode ser visuali-
zado na Figura 1.
8
9
Figura 1 – Fetos com 9 semanas (esquerda) e 24 semanas (direita)
Fonte: Adaptado de Getty imagens
O crescimento intrauterino pode ser prejudicado por diversos fatores, como nutrição
deficiente, uso de álcool, fumo, drogas e insuficiência placentária, que acarreta dimi-
nuição do fluxo sanguíneo e, consequentemente, de oxigênio para o feto. 
Em geral, considera-se que a duração da gravidez é de 280 dias, ou 40 semanas 
após a data da última menstruação normal, ou, mais acuradamente, 266 dias ou 
38 semanas após a fertilização. A seguir é apresentado um resumo dos eventos que 
ocorrem no período fetal de acordo com a idade fetal após a fertilização:
• Semanas 8 a 10: 
» O CCT é de 5 a 6 cm;
» A frequência cardíaca é de 170 a 180 bpm;
» O crescimento da cabeça é mais lento, o pescoço se alonga e a cabeça se 
separa do tórax;
» Os rins começam a funcionar no final da décima semana;
» Os olhos são bem distanciados. As pálpebras estão desenvolvidas e unidas.
• Semanas 11 a 14 (Figura 2):
» O CCT é de 12 cm e pesa 300 g;
» Os batimentos cardíacos são mais fortes e caem para 150 a 160 bpm;
» Pelos finos começam a crescer em todo o corpo, formando uma lanugem;
» Inicia a produção de urina que é liberada no líquido amniótico;
» O sexo do feto fica visível a partir da 13ª semana, quando é possível verificar 
a posição do tubérculo genital.
9
UNIDADE O Feto
Figura 2 – Feto com 14 semanas
Fonte: Getty imagens
• Semana 15 a 19 (Figura 3):
 » O CCT é de 25 cm e o peso é de aproximadamente 350 g;
 » A camada de tecido adiposo subcutâneo continua a se desenvolver;
 » Olhos e orelhas se movem para a posição final;
 » Tem início a mielinização das fibras nervosas maiores, acelerando a con- 
dução nervosa;
 » Nos ovários são formados os folículos primordiais;
 » Os bronquíolos se formam nos pulmões.
Figura 3 – Feto com 19 semanas
Fonte: Getty imagens
• Semana 20 a 24: 
 » O feto possui CCT de 35 cm e pesa 750 g;
 » Tecido adiposo marrom (multilocular) começa a se acumular, que, após o nas-
cimento, será fonte de energia e calor;
 » Ocorre a eritropoese no baço;
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» Os sacos aéreos dos pulmões se desenvolvem e as células produtoras de sur-
factante, os pneumócitos, começam a se formar;
» As áreas corticais auditiva e visual no encéfalo começam a responder ao som 
e à luz, logo o feto começa a reconhecer sons, como a voz da mãe;
» Ocorre o aumento da coordenação e o feto desenvolve o reflexo de agarrar.
• Semana 25 a 28 (Figura 4):
» O feto se movimenta com bastante liberdade no útero;
» Já tem um padrão regular de sono e vigília, dormindo ou repousando cerca 
de metade do tempo;
» Conexões entre o tálamo e o córtex cerebral são criadas, tornando o feto 
consciente de sensações e movimentos;
» Pelos crescem, incluindo sobrancelhas, cílios e cabelos;
» As pálpebras se abrem lentamente e começa a sensibilidade à luz;
» O corpo do feto é recoberto por uma substância protetora gordurosa, deno-
minada vérnix;
» Ocorre a transferência de anticorpos da mãe para o feto.
Figura 4 – Feto com 28 semanas
Fonte: Getty imagens
• Semana 29 a 33 (Figura 5):
» O feto apresenta CCT de 45 cm e pesa aproximadamente 2,4 kg;
» O feto engole pequenas quantidades de líquido amniótico, queé filtrado pelos 
rins e excretado de volta no líquido;
» O feto desenvolve o reflexo de sucção em preparação para alimentação após 
o nascimento;
» A pele se torna mais espessa e menos translúcida;
» O sistema digestivo já está pronto para digerir leite;
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UNIDADE O Feto
 » Ocorre a perda da lanugem e a troca por pelos minúsculos;
 » Alguns ossos do crânio permanecem separados para que o crânio possa se 
moldar ao canal do parto;
 » Os pulmões começam a produzir surfactante na 33ª semana e a barreira he-
matoaérea está pronta para realizar as trocas gasosas.
Figura 5 – Feto com 33 semanas
Fonte: Getty imagens
• Semana 34 a 38 (Figura 6):
 » O feto continua a ganhar peso, cerca de 28 g por dia;
 » O volume de líquido amniótico começa a reduzir;
 » O feto realiza movimentos e os reflexos, por exemplo, em direção aos sons, já 
estão bem desenvolvidos.
Figura 6 – Feto com 38 semanas
Fonte: Getty imagens
12
13
Entre a 37ª e a 42ª semana o feto está pronto para nascer. Ele se encaixa no 
canal do parto. O hipotálamo do feto dá início ao trabalho de parto pela secreção 
de hormônio liberador de corticotrofina, que estimula a adenohipófise a produzir 
adrenocorticotrofina, que por sua vez estimula a produção de cortisol pelas adrenais. 
O cortisol estimula a síntese de estrógenos, que faz com que ocorra a liberação de 
ocitocina pela neurohipófise e a síntese de prostaglandinas pela decídua da placenta. 
A ocitocina e as prostaglandinas provocam a contração do miométrio. As contrações 
uterinas, inicialmente espaçadas, forçam um cone de âmnio para dentro do canal 
cervical, o que causa uma lenta dilatação do canal. O tampão mucoso que fechava 
o canal cervical se desprende do colo do útero e é liberado. Em seguida, a bolsa 
amniótica se rompe e o líquido amniótico extravasa pela vagina. As contrações ute-
rinas começam a se tornar mais fortes e menos espaçadas. Os músculos abdominais 
se contraem e auxiliam na expulsão do feto. A placenta se desprende da parede do 
útero e é expulsa. As contrações uterinas comprimem as artérias, impedindo uma 
perda excessiva de sangue. 
Teste seu conhecimento:
• A partir de qual semana o bebê em desenvolvimento é chamado de feto?
• Quais são os 3 períodos que a gravidez pode ser dividida? O que é formado em 
cada trimestre?
• Em que mês ocorre o crescimento em comprimento e o ganho de peso?
• Quais fatores podem prejudicar o crescimento intrauterino?
• Em qual semana o sexo do feto fica visível?
• Em qual semana corre a eritropoese no baço?
• Em qual semana ocorre conexões entre o tálamo e o córtex cerebral, tornando o feto 
consciente de sensações e movimentos e também a transferência de anticorpos da 
mãe para o feto?
• Na semana 29 a 33 o que ocorre com o sistema digestivo e pulmões?
• Em que semana o feto está pronto para nascer? Como os hormônios atuam?
Aborto
O aborto é a expulsão do embrião ou feto do útero antes que ele se torne viável 
para viver fora do corpo materno, com menos de 500 g ou até as 20 semanas com-
pletas de gestação. O aborto pode ser classificado em espontâneo e provocado. 
O aborto provocado é aquele em que a gravidez é interrompida deliberadamente 
por ação humana. Também é denominado aborto induzido, voluntário ou procu-
rado, ou ainda, interrupção voluntária da gravidez. Este tipo de aborto ocorre pela 
ingestão de medicamentos, ou por métodos mecânicos, como por sucção e por dila-
tação e curetagem. A ética deste tipo de abortamento é fortemente contestada em 
muitos países do mundo. No Brasil o abortamento é considerado crime. O Código 
Penal Brasileiro só permite o aborto no Brasil nas seguintes situações: 
13
UNIDADE O Feto
Art. 128. Não se pune o aborto provocado por médico: 
I – Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
II – Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido do consenti-
mento da gestante ou, quando incapaz, de seu responsável legal.
Já o aborto espontâneo é aquele em que o embrião/feto é expulso naturalmente 
ou acidentalmente. De acordo com Montenegro e Rezende (2017), cerca de 75% dos 
óvulos fertilizados são abortados, sendo que em mais da metade deles, o abortamento 
ocorre antes da primeira falha menstrual. Cerca de 10% das gestações diagnosticadas 
clinicamente findam espontaneamente em até 12 semanas.
Constituem tipos de abortamento:
• Ameaça de abortamento: gravidez que apresenta sangramento antes de 20 
semanas. A hemorragia traduz anomalia decidual e/ou descolamento do embrião, 
e a presença de dor indica sinal de contração uterina;
• Abortamento inevitável: definido quando o feto ou embrião perde a vitalidade 
e não existe possibilidade de evolução da gestação. A dor e a hemorragia são 
mais intensas do que na ameaça de aborto. O colo do útero pode estar dilatado, 
embora o produto gestacional (embrião ou feto, anexos embrionários e placenta) 
possa ou não ter sido eliminado total ou parcialmente. Os sinais da gravidez 
costumam sofrer atenuação. Pode ser completo ou incompleto;
• Abortamento completo: todo o produto da concepção foi eliminado sem a 
necessidade de intervenção médica ou cirúrgica. É mais frequente quando a perda 
gestacional acontece até a oitava semana de gravidez. Na ultrassonografia não 
se identificam imagens do produto conceptual, podendo haver apenas coágulos. 
Não é necessário nenhum tipo de tratamento; apenas analgésicos, se necessário;
• Abortamento incompleto: alguma parte do conteúdo uterino foi eliminado, 
mas não a sua totalidade; podem estar retidos feto, placenta ou membranas. 
Geralmente apresenta sangramento ativo, embora na maioria das vezes não seja 
volumoso. Alguns casos podem apresentar restos de material no útero ao exame 
físico ginecológico e o colo aberto, com sangramento e cólicas. Contrariamente, 
em outros casos, pode ocorrer a eliminação parcial do produto da concepção, as 
cólicas e o sangramento diminuem e o colo se fecha. O diagnóstico é realizado 
por meio da ultrassonografia. Nesses casos, a conduta pode ser expectante (se 
aguarda a eliminação natural do produto por cerca de 2 semanas), medicamen-
tosa (indução com misoprostol) ou cirúrgica (dilatação e curetagem uterina);
• Abortamento infectado: é o abortamento, geralmente incompleto, em que há 
restos no útero e complicado por infecção intrauterina. Acontece predominante-
mente como resultado de abortamentos provocados de forma ilegal. A paciente 
apresenta sinais de infecção, com dor local importante, útero amolecido, elimi-
nação de material com odor fétido, febre e taquicardia;
• Abortamento retido: gravidez na qual já há a morte fetal (em geral por semanas, 
podendo chegar a 30 dias) sem a sua expulsão. Ocorre regressão dos sintomas 
14
15
da gravidez, e o volume uterino estabiliza ou diminui. É indicado o esvaziamento 
uterino por curetagem ou por aspiração manual intrauterina;
• Abortamento habitual: definido pela ocorrência de 2 ou mais abortamentos 
consecutivos. Neste caso, o casal deve ser encaminhado para investigação da 
possível causa. Acomete de 0,5 a 1% dos casais.
As causas mais comuns de abortamento espontâneo são:
• Alterações cromossômicas: constituem 50% das causas de abortamento no 
primeiro trimestre de gestação. A perda fetal ocorre em função da segregação 
incorreta dos cromossomos durante a meiose dos gametas dos genitores. A sín-
drome de Turner (45X) é a alteração mais frequente. Trissomias, ou seja, a pre-
sença de três cromossomos iguais, como a trissomia do 21 que causa a síndrome 
de Down, têm altas taxas de abortamento;
• Alterações uterinas: ocorrem em 10 a 15% dos abortos. Malformações uterinas 
deformam a cavidade do útero e prejudicam a reprodução, causando abortos, 
partos prematuros, crescimento restrito e ruptura uterina. O útero septado é a 
malformação mais comum, presente em 35% dos casos de aborto, pois a vascu-
larização do septo é diminuída;
• Alterações hormonais (progesterona e hormônios tireoidianos): presentes 
em 15 a 20% das gestantes, podem estar relacionadas à quedas no nível deprogesterona, ou ao hipotireoidismo e à síndrome do ovário policístico;
• Doenças autoimunes: a presença de autoanticorpos, especialmente anticorpos 
antifosfolipídios, tem sido relatada em 5 a 20% de mulheres com abortamento 
recorrente. A síndrome antifosfolipídio causa trombose vascular e mau prognós-
tico na gravidez;
• Doenças infecciosas: infeções por vírus, bactérias e parasitas podem levar ao 
aborto. Dentre as doenças infecciosas mais comuns podemos citar a rubéola, 
sífilis e toxoplasmose.
Além disso, outros fatores podem estar relacionados a maior risco de aborto 
em mulheres:
• Idade: a idade materna avançada contribui com maior chance de abortamento. 
A frequência de abortos espontâneos em mulheres com idade entre 20 e 30 
anos é de 9 a 17%, aumentando para 20% a partir dos 35 anos, para 40% a 
partir dos 40 anos e para 80% a partir dos 45 anos;
• História de aborto anterior: aumenta após duas ou mais perdas;
• Tabagismo: mulheres tabagistas que consomem mais de 10 cigarros por dia 
têm um aumento de 1,5 a 3 vezes de chance de abortar. O tabagismo paterno 
também pode ser prejudicial, possivelmente em função de radicais livres formados
no esperma. Desta forma, casais que desejam engravidar devem ser encorajados 
a abandonar o hábito;
• Consumo de álcool e drogas;
15
UNIDADE O Feto
• Uso de anti-inflamatórios não hormonais: podem aumentar o risco de aborto 
quando utilizados próximos à concepção;
• Cafeína: algumas evidências científicas sugerem a associação entre o alto con-
sumo de cafeína (mais do que quatro xícaras de café por dia) e casos de aborto;
• Extremos de peso: mulheres com índice de massa corpórea (IMC) menor que 
18,5 ou maior que 25.
É importante lembrar também que qualquer doença materna grave, como trau-
matismo, intoxicação e inúmeras infecções podem desencadear um abortamento.
Existem outras condições hemorrágicas que podem ser confundidas com um aborto es-
pontâneo, como a gravidez ectópica. O diagnóstico diferencial é realizado por meio da 
dosagem de β-hCG e exames de imagem. Caso ocorra a gravidez ectópica, os níveis de 
β-hCG se encontrarão entre 1500 a 3000 mUI/mL e no exame de ultrassom não será visua- 
lizado o saco gestacional na cavidade uterina. Por meio da ultrassonografia, o saco gesta-
cional pode ser encontrado no ovário, na tuba uterina ou no abdômen (Figura 7). Ainda, 1% 
das gestações ectópicas podem ocorrer na cérvice uterina.
Figura 7 – Gravidez normal e gravidez ectópica
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Na imagem da esquerda, é possível verificar o embrião implantado no local 
correto, na parede posterior do útero. Na imagem da direita são visualizados 
três tipos de possíveis implantações, a implantação no ovário, na tuba uterina, 
no interstício uterino ou na cérvice uterina.
Teste seu conhecimento:
• Em que situações o Código Penal Brasileiro permite o aborto no Brasil?
• Quais são as causas mais comuns de abortamento espontâneo?
16
17
• Quais fatores podem estar relacionados a maior risco de aborto em mulheres?
• Quais são os tipos de abortamento?
• O que é gravidez ectópica?
Principais Causas de Embriopatias e Fetopatias
As doenças que afetam embriões e fetos são chamadas de doenças congênitas 
e afetam cerca de 5% dos nascimentos. Em cerca de 50% dos casos, as anomalias 
maiores são detectadas logo ao nascimento, a outra metade só será diagnosticada na 
infância ou na vida adulta. 
Existem inúmeras causas de malformações fetais, porém é possível agrupá-las em 
três categorias: genética, desconhecida e ambiental. Os eventos que causam essas 
malformações podem ter ocorrido previamente à concepção, ou após a fertilização.
As principais causas de doenças congênitas estão listadas no Quadro 1.
Quadro 1 - Principais causas de malformações congênitas de acordo com a sua classifi cação
Genéticas 
(15 a 25%)
• Doenças genéticas autossômicas e ligadas ao sexo;
• Anomalias cromossômicas;
• Mutações novas.
Desconhecidas 
(65 a 75%)
• Poligênica;
• Multifatorial (interações genéticas e do meio);
• Erros espontâneos do desenvolvimento;
• Interações sinergísticas de teratógenos.
Ambientais 
(10%)
• Condições maternas: idade, alcoolismo, diabetes, endocrinopatias, fenilcetonúria, tabagismo, desnutrição;
• Agentes infecciosos: rubéola, toxoplasmose, sífilis, herpes simples, citomegalovírus, varicela-zóster, 
encefalite equina venezuelana, parvovírus B19;
• Problemas mecânicos (deformações): síndrome da brida amniótica, constrição do cordão umbilical;
• Agentes químicos, medicamentos, altas doses de radiação ionizante, hipertermia.
Fonte: MONTENEGRO; REZENDE-FILHO, 2017
A fim de conhecer os principais causadores de malformações congênitas, você deve realizar 
a leitura do livro “Embriologia”, de Sonia M. Lauer de Garcia e Casimiro Garcí a Ferná ndez, 
capítulo 27 – Malformações congênitas, disponível em: https://bit.ly/3kCUNwN
Após a leitura deste capítulo, você será capaz de identificar os fatores que podem 
levar ao desenvolvimento de doenças congênitas, como agentes infecciosos (rubéola, 
citomegalovírus, toxoplasmose, sífilis), agentes físicos (radiações) e agentes químicos
teratogênicos (corticoides, alcaloides, álcool, heroína, antibióticos, entre outros). 
Aprenderá também sobre as alterações genéticas e cromossômicas, do ponto de 
vista numérico e estrutural.
17
UNIDADE O Feto
Teratogênese: é a formação e desenvolvimento no útero de anomalias que levam a mal-
formações. Agente teratogênico é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto 
durante a gravidez.
O rastreamento e diagnóstico precoce de defeitos congênitos é essencial na assis- 
tência pré-natal. Uma vez que é realizado o diagnóstico de um defeito congênito no 
período pré-natal, uma série de medidas será tomada por uma equipe multidisci- 
plinar, a fim de agir da melhor maneira possível no tratamento.
Você Sabia?
Você sabia que a fenda labiopalatina, conhecida comumente como lábio leporino, é 
uma malformação congênita? As fendas faciais são o segundo grupo de malformações 
congênitas mais comuns, ocorrendo em 13% de todas as anomalias, com prevalência em 
torno de 1,4:1.000 nascimentos. Aproximadamente 50% dos bebês afetados apresentam 
a fenda labial e palatina associadas, enquanto 20% apresentam a fenda somente no lábio 
e 30% têm o defeito apenas no palato. A origem do defeito é multifatorial. Em 80% dos 
casos a fenda é isolada, mas nos 20% restantes pode estar associada a síndromes gené- 
ticas, como a trissomia do 13 e do 18.
Técnicas Diagnósticas Utilizadas no Acompanhamento Pré-Natal
Durante o acompanhamento pré-natal, a mulher realiza uma série de exames de 
sangue e de imagem, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento adequado 
do bebê. A fim de determinar se o crescimento e desenvolvimento intrauterino estão 
adequados, o médico lança mão de diversos métodos diagnósticos. 
A ultrassonografia é amplamente utilizada para avaliar o desenvolvimento do 
embrião, uma vez que a técnica não utiliza radiação para obtenção de imagens, logo 
não é prejudicial ao bebê. 
Testes sorológicos também são realizados na mãe para detectar possíveis doenças 
infecciosas, alterações bioquímicas e quantificação de um marcador conhecido 
como alfafetoproteína (AFP), produzido pelo embrião. Em casos de defeito do 
tubo neural e outras anomalias graves, incluindo onfalocele, gastrosquise, extrofia 
da bexiga, síndrome da banda amniótica, teratoma sacrococcígeo e atresia intes- 
tinal, os níveis de AFP aumentam no líquido amniótico e no soro materno. Em 
outros casos, as concentrações de AFP diminuem, como na síndrome de Down, na 
trissomia do 18, nas anomalias dos cromossomos sexuais e na triploidia. As medidas 
de AFP podem ser combinadas com outros marcadores do segundo trimestre, 
como o hCG, o estriol não conjugado e a inibina A, que juntos aumentam a taxa de 
detecção de defeitos congênitos. 
18
19
A amniocentese é um exame no qual uma agulha retira de 20 a 30 mL de líquido
aminiótico, e a partir deste líquido é realizadoa análise do cariótipo do embrião 
para identificação de alterações cromossômicas grandes, como translocações, frag-
mentação, trissomias e monossomias. O líquido amniótico retirado pode ser utilizado 
também para ensaios de genotipagem, a partir da técnica molecular de reação em 
cadeia da polimerase (PCR). 
Outra técnica utilizada para identificação de doenças congênitas é a amostragem 
de vilosidades coriônicas (AVC), que envolve a inserção de uma agulha pelo abdome
ou pela vagina na massa placentária e a aspiração de aproximadamente 5 a 30 mg 
de tecido viloso. As células podem ser analisadas imediatamente, mas a precisão 
dos resultados é problemática por causa da alta frequência de erros cromossômicos 
na placenta normal. Dessa maneira, as células do eixo mesenquimal são isoladas do 
trofoblasto externo por tripsinização e cultivadas em laboratório. Por causa do grande 
número de células obtidas, são necessários apenas 2 ou 3 dias em cultura para per-
mitir a análise genética. Assim, o tempo para caracterização genética do feto é menor 
se comparado com a amniocentese. 
Em 1997, foi publicado um artigo científico, no qual foi demonstrada a presença 
de DNA fetal livre no sangue materno (cfDNA). Cerca de 3 a 13% do DNA livre 
no sangue materno é DNA fetal, proveniente de células apoptóticas do trofoblasto. 
Sendo assim, foi desenvolvido o teste pré-natal não invasivo (NIPT), que pode ser 
realizado a partir da 9ª semana de gestação e tem o objetivo de estabelecer a sexa-
gem fetal, o Rh fetal e identificar possíveis trissomias dos cromossomos 13, 18, 21, 
monossomia 45X (síndrome de Turner) e 47XXY (síndrome de Klinefelter). O NIPT 
deve ser utilizado como um teste de rastreio e não deve substituir os testes diagnós-
ticos (amniocentese e/ou AVC).
Combinadas, essas técnicas visam detectar malformações, anomalias genéticas, 
crescimento fetal geral e complicações da gravidez, como anomalias placentárias 
ou uterinas. 
Possibilidades de Terapias para Fetopatias
Uma vez detectada alguma anomalia durante o acompanhamento pré-natal, o feto 
passa a ser tratado como paciente. Dentre as técnicas de terapia fetal podemos listar:
• Transfusão fetal: caso ocorra anemia fetal produzida em resposta a anticorpos 
maternos ou por outras causas, podem ser realizadas transfusões de sangue 
para o feto. Por meio da ultrassonografia, é inserida uma agulha na veia do 
cordão umbilical, e o sangue é transfundido diretamente para o feto;
• Tratamento medicamentoso fetal: para o tratamento de infecções, arritmias 
cardíacas fetais, função tireoidiana comprometida e outros problemas clínicos, a 
mãe é medicada e o fármaco chega até o feto após atravessar a placenta. Contudo,
em alguns casos, os fármacos podem ser administrados diretamente no feto por 
injeção intramuscular na região glútea ou por intermédio da veia umbilical;
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UNIDADE O Feto
• Cirurgia fetal: graças aos avanços na ultrassonografia e nos procedimentos 
cirúrgicos, é possível realizar cirurgias em fetos. Entretanto, devido aos riscos 
para a mãe e para o bebê, esses procedimentos são realizados apenas quando 
não há alternativas razoáveis e por equipes altamente treinadas. Vários procedi-
mentos podem ser realizados, incluindo a colocação de shunts para a remoção 
de líquido de órgãos e de cavidades, como em doenças urinárias obstrutivas da 
uretra, na qual pode ser inserido um shunt na bexiga fetal. A cirurgia ex-útero, 
na qual o útero é aberto e o feto é operado diretamente, tem sido utilizada para 
o reparo de hérnias diafragmáticas congênitas, para a remoção de lesões císticas 
no pulmão e para o reparo de defeitos de espinha bífida. As intervenções fetais 
podem ser realizadas também para tratar alguns defeitos cardíacos congênitos. 
A maioria das intervenções fetais ainda é considerada experimental e está pas-
sando por ensaios clínicos randomizados para a determinação de sua eficácia;
• Transplante de células-tronco e terapia gênica: uma vez que o feto não é 
capaz de desenvolver anticorpos até a 17ª semana de gestação, é possível trans-
plantar tecidos ou células sem risco de rejeição antes dessa idade gestacional. 
Algumas pesquisas estão utilizando células-tronco hematopoéticas para o trata-
mento de imunodeficiência e de distúrbios hematológicos. Outro foco é a terapia 
gênica para doenças metabólicas herdadas, como Tay-Sachs e fibrose cística.
Você deve realizar a leitura do livro Rezende Obstetrícia, de Carlos Antônio Barbosa 
Montenegro e Jorge de Rezende Filho, Parte 2 – Fisiologia da Reprodução, capítulo 4 – 
Anexos do embrião e do feto, disponível em: https://bit.ly/30UmGsd
A partir desta leitura você será capaz de: identificar as membranas e cavidades 
fetais, seus componentes e funções; distinguir as partes fetais e maternais da placenta; 
compreender o papel da placenta durante a gravidez, identificar as características da 
circulação sanguínea fetal e as propriedades da barreira hematoplacentária.
Teste seu conhecimento:
• O que é uma doença congênita? Cite as principais causas.
• O que é teratogênese?
• Qual é a finalidade da ultrassonografia e do exame alfafetoproteína?
• Como é feita a análise do cariótipo do embrião? Para que serve este exame?
• Cite as técnicas e terapia fetal e explique brevemente em quais casos cada técnica 
é utilizada.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Reprodução Humana: Gravidez, Desenvolvimento Fetal e Parto
Vídeo explicativo de todo o processo de desenvolvimento embrionário.
https://youtu.be/CSdvy7Z2WbU
MEDTalks: Dr. Maurício Saito – Malformação congênita
https://youtu.be/jXlzz5TO6W8
 Leitura
https://bit.ly/33XuATK
https://bit.ly/3gSwmcc
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UNIDADE O Feto
Referências
GARCIA, S. M. L. de; FERNÁNDEZ, C. G. Embriologia. 3. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2000. 
MONTANARI, T. Embriologia: texto, atlas e roteiro de aulas práticas. 1. ed. Porto 
Alegre: [s.n.]. 
MONTENEGRO, C. A. B.; REZENDE-FILHO, J. de. Rezende obstetrícia. 13. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
SADLER, T. W. Langman: embriologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 
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