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epidemio vet ECOLOGIA EM SAÚDE E EPIDEMIOLOGIA PAISAGÍSTICA

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ECOLOGIA EM SAÚDE E EPIDEMIOLOGIA PAISAGÍSTICA
INTRODUÇÃO 
- “O estudo da doença em populações requer uma compreensão dos relacionamentos entre os organismos (hospedeiros e parasitas) e o meio ambiente” (Thrusfield, 2004). 
- Exemplo: CLIMA 
EPIDEMIOLOGIA DA PAISAGEM: 
- “É o estudo das doenças em relação aos ecossistemas nos quais são encontradas” (Thrusfield, 2004). 
OBJETIVOS 
- Aumentar a compreensão sobre os fatores ecológicos que afetam a ocorrência, a manutenção e a transmissão das doenças, no caso das infecciosas. 
- Prever quando e onde a doença pode ocorrer, possibilitando o controle adequado. 
CONCEITOS IMPORTANTES 
ECOLOGIA: 
- “O estudo de animais e plantas em relação aos seus hábitos e habitação (habitat)”(Thrusfiel, 2004). 
- Origem grega: OIKOS + LOGO = CASA + ESTUDO 
- “O estudo do inter-relacionamento entre organismos ou grupo de organismos, e o seu ambiente”(Forattini, 2004).
POPULAÇÃO:
- Conjunto de indivíduos da mesma espécie que habita determinado território. 
BIOTOPO OU HABITAT : 
- É a menor unidade espacial que apresenta condições uniformes para a vida (localização). 
- Exemplo: Ceco de galinha é o biótopo para um coccídio. 
- Solo encharcado é biótopo para Fasciola hepatica
BIOCENOSE OU COMUNIDADE: 
- É o conjunto de organismos vivos de um biótopo.
INTERAÇÕES 
INTERAÇÕES POSITIVAS (harmônicas): 
- Comensalismo: há benefício para ao menos um dos envolvidos, mas sem prejuízo para o outro. 
- Inquilinismo: interação como abrigo. Exemplo: bromélias e orquídeas. 
- Forésia: interação como abrigo e transporte. Exemplo: dermatobia (berne) 
- Mutualismo ou simbiose: há benefício para ambos os envolvidos. Exemplo: microbiota intestinal, líquens. 
INTERAÇÕES NEGATIVAS (desarmônicas): 
- Predação: uma população se alimenta da outra mediante o abate direto dos membros desta. A primeira depende da segunda.
- Parasitismo: a sobrevivência de organismos de uma espécie (parasita) está na dependência metabólica de organismos de outra espécie daí resultando, em maior ou menor grau, consequências adversas para estes (hospedeiros).
CONTROLE DO TAMANHO DAS POPULAÇÕES (Dinâmica de Populações) 
- Mecanismos Homeostáticos: procuram manter o equilíbrio na dinâmica das populações. 
- REGULAÇÃO INTRÍNSECA (DEPENDENTE DE DENSIDADE): 
	*Competição intra-específica (alimento, habitat).
	*Dispersão (Culicídeos 200 m a alguns km).
	*Fisiologia.
	*Genética.
	*Doenças infecciosas
- REGULAÇÃO EXTRÍNSECA (INDEPENDENTE DE DENSIDADE): 
	*Clima.
	*Competição inter-específica.
	*Predação.
	*Catástrofes.
CADEIAS ALIMENTARES: 
- Como os animais se tornam maiores e mais raros quando ascendem a cadeia alimentar, eles necessitam de maiores extensões domiciliares e, ao eliminarem agentes infecciosos, transmitem a infecção em áreas maiores que os animais menores (Exemplo: Febre Aftosa no Porco Espinho). 
TEIAS ALIMENTARES: 
- Pode determinar para quais agentes infecciosos oralmente transmitidos o animal age como hospedeiro e a quais toxinfecções alimentares está sujeito. 
- Exemplo: Echinococcus granulosos – Hospedeiro intermediário (ovinos) – Hospedeiro Definitivo (cães) 
NICHOS E O PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO-COMPETITIVA: “A competição irá excluir todas as espécies com exceção de uma posição particular (NICHO) definida pelos hábitos alimentares, fisiologia, habilidades mecânicas e comportamento do animal” (Thrusfield, 2004).
- Exemplo: Esquistossomose (caramujo Biomphalaria glabrata X caramujo Marisa cornuarietis)
- EXEMPLOS: 
	*Infestação por piolho (espécie-específicos): Pediculus humanus capitis X P. humanus corporis 
	*Parasitas intracelulares: Vírus, bactérias como a Brucella spp. e protozoários como Babesia spp. 
	*Interferência epidemiológica: Adenovirus respiratório humano – trato respiratório inferior. 
ECOSSISTEMA: 
- “É o conjunto constituído pela biota e o ambiente não vivo, em determinada região” (Forattini, 2004). 
- É um complexo sistema aberto, de relações mútuas, com transferência de energia e de matéria, entre o meio abiótico* e os componentes bióticos** de determinada região. 
TIPOS DE ECOSSISTEMA: 
- AUTÓCTONE: são naturais, oriundos da evolução. Exemplos: deserto, floresta. 
- ANTROPÚRGICO OU ANTROPIZADO: são artificialmente e propositalmente criados pelo homem, para seu uso. Exemplos: cidades, agroecossistemas. 
- SINANTRÓPICO: são artificialmente criados, resultantes das atividades humanas, encontrando-se juntos a ele. 
Facilitam a transmissão de infecções zoonóticas de animais inferiores para o ser humano (rato X Leptospira spp.) 
Exemplos: pilha de entulhos, lixo. 
DIFERENÇAS ENTRE OS ECOSSISTEMAS NATURAIS E OS ARTIFICIAIS 
• No artificial as funções são controladas principalmente por fatores sócio-político-econômicos, em detrimento dos fatores naturais. 
• No artificial a estabilidade depende da entrada contínua de recursos como água, fertilizantes, maquinário, dentre outros. 
• No natural as mudanças no equilíbrio são determinadas por alterações genéticas e climáticas de longo prazo enquanto nos artificiais são um fenômeno social. 
INTERFACE ECOLÓGICA OU ECÓTONO: 
- É a junção, a área de contato de dois ecossistemas. 
- Pode ser propícia à transmissão de doenças infecciosas. 
- Exemplo: Ciclos Silvestre e Urbano da Febre Amarela. 
BIOMA: 
- Pode ser entendido como as feições resultantes do relacionamento dos seres vivos com as condições do clima. 
- “A distribuição de agentes infecciosos e seus vetores e, portanto, de doenças produzidas por estes agentes etiológicos, pode ser limitada pelas condições ambientais do bioma” (Thrusfield, 2004). 
NIDALIDADE 
- NIDI: São focos naturais das doenças (nidus =ninho em latim). 
- TERRITÓRIO NOSOGÊNICO: É uma área que tem condições ecológicas, sociais e ambientais para dar suporte a uma doença. 
- NOSOÁREA: É o território nosogênico em que determinada doença está presente. 
- EXEMPLO: A Inglaterra é um território nosogênico para Raiva e Febre Aftosa mas não é uma nosoárea para essas doenças por causa do controle do trânsito de animais.
- “As doenças que têm fronteiras estritas delimitadas geograficamente dentro de um ecossistema ou de uma série de ecossistemas são nidais porque estão confinadas a um nidus específico” (Thrusfiel, 2004). 
- “Quando as doenças são transmitidas por vetores, elas são frequentemente limitadas a fronteiras geográficas mais precisas que outras doenças infecciosas. Isso acontece porque o ecossistema tem que satisfazer os requisitos do hospedeiro e do vetor artópode” (Trhusfield, 2004). 
- EXEMPLO: Febre Maculosa das Montanhas Rochosas.

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