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Bovinocultura de Corte - Suplementação de Bovinos a Pasto

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Suplementação de bovinos a pasto
Principais limitações dos sistemas de produção
- Variação na quantidade e na qualidade da massa forrageira;
- Limitação da oferta de proteína e energia;
- Períodos de restrição alimentar:
· Idade avançada à 1ª cobertura;
· Baixa taxa de fertilidade;
· Vacas com baixo escore de condição corporal;
· Baixo ganho de peso na recria > ganho de peso anual menor que 450g.
Estacionalidade da produção de forragem de 14 gramíneas. Estresse hídrico, temperatura e luminosidade no outono e inverno faz com que a planta cresça pouco, a produção seja pequena e a qualidade seja baixa. 2 fases: em uma sobra capim e na outra há um déficit. Deve-se manter estratégia para manter o ganho de peso durante todo o ano.
A medida em que a planta vai avançando sua idade, o teor de proteína sobe, mas logo desce, pois é diluído cada vez mais em uma massa maior. Carboidratos (amido e açúcar) também sobem e decaem. Fibra e lignina aumentam por conta da sustentação da planta.
Principal problema na seca é quando não há oferta de forragem.
opções de suplementação com volumoso
- Feno;
- Silagem;	custo alto;
- Capineira > limitação operacional;
- Legumineira;
- Pasto consorciado > perenidade da leguminosa é curta;
- Banco de proteína > problema operacional;
- Pasto irrigado > interessante para época das águas;
- Gramíneas de inverno > aveia preta;
- Cana de açúcar > operacionalidade difícil, precisa de ensiladeira.
Suplementação – vacas de cria
- Categoria com menor exigência do rebanho > principalmente vacas multíparas.
Objetivo:
- Melhorar a taxa de natalidade e a taxa de reconcepção (primíparas).
Estratégia:
- Fornecer nutrientes para os microrganismos e para o hospedeiro.
Tipo de suplemento:
- ?? PB (proteína verdadeira e Nitrogênio Não Proteico) e minerais.
Nível de fornecimento:
- 0,05 a 0,3% do PC/animal/dia.
Condição corporal
- Forma de avaliar o estado nutricional dos animais por meio da deposição de músculo e gordura no corpo.
Relação entre o ECC ao parto e parâmetros reprodutivos em vacas primíparas de corte. 
Partição de nutrientes na vaca de corte
- Mecanismo de sifão;
- Consumo de forragem ou concentrado > metabolismo basal, atendendo homeostase e homeotermia > crescimento > recupera condição corporal > lactação > ciclo estral, só entra depois que o nível de reserva de nutrientes quando está no ECC 5, 6 ou 7;
- Reprodução é considerada função de “luxo” > vaca em lipólise diminui GNRH, diminuindo LH e FSH pelos ovários > diminui respostas a esses hormônios.
Primípara dificilmente irá reconceber.
Suplemento com concentrado
Suplemento proteico possui acima de 20% de proteína. Acima de 60% de NDT (Nutrientes Digestíveis Totais) é energético.
OS PASTOS TÊM oferta suficiente para o consumo dos bovinos?
Sim:
- O suprimento de forragem será adequado.
Não:
- O suprimento de forragem é inadequado;
- Adequar a lotação à capacidade de suporte:
· Venda de animais;
· Aluguel de pastagens;
· Aquisição de volumosos;
· Aquisição de concentrados proteico-energéticos.
Qual é a cor do pasto?
Amarronzado:
- O PB é < 6% e poderá estar limitando a digestão e a ingestão de forragem;
- Microrganismos tem exigência > 110 a 130g de proteína degradável para cada kg de NDT consumido;
- Deve ter suplementação > depende da condição corporal das vacas.
Esverdeado:
- Tanto a PB como o NDT são suficientes.
- MO precisam de proteína para atender o requerimento > MO quebra ligações de glicose por meio de suas enzimas;
- Lignina, celulose e hemicelulose = polímero de glicose > ligação beta-1-4 > apenas os MO tem enzimas para quebrar essa ligação;
- Utilização da glicose como fonte de energia para o metabolismo do MO e sua multiplicação > liberação de ácidos graxos de cadeia curta (acético, propiônico e butírico) > servem como fonte de energia para o hospedeiro > processo de fermentação aeróbica ruminal > processo de simbiose;
- MO também oferece proteína para o hospedeiro > 80% são aminoácidos e 80% de digestibilidade > atende cerca de 70% da exigência de proteína do ruminante. 
A condição corporal das vacas está adequado (> 4,5)?
Sim:
- Melhorar a eficiência do rúmen;
- Suplemento de baixo consumo:
· Proteinado (0,1 a 0,2% do PV/dia);
· Sal com ureia (0,05% do PV/dia);
· Ver R$/kg PB.
Não:
- Melhorar a eficiência do rúmen;
- Oferecer energia;
- Suplemento de maior consumo;
- Concentrado proteico-energético (0,3 a 0,5% do PV/dia);
- Ver R$/kg PB e R$/kg NDT.
Creep-feeding
- Toda vez que a vaca vai lamber o sal, bezerro já pega o concentrado > soma ao consumo de energia e melhora o ganho de peso > eficiência alta;
- Conversão alimentar do bezerro no creep-feeding é baixa (tem que consumir menos para ganhar 1kg) > nesta fase a composição do ganho é praticamente músculo (tecido barato para ser depositado).
Vantagens:
- Aumento do preço do bezerro em relação ao do alimento;
- Diminui oferta de forragem;
- Forragem de baixa qualidade;
- Produção de leite;
- Bezerros de raças tardias.
Desvantagens:
- Eficiência alimentar variável (5 – 60:1);
- Raças britânicas (< produção de leite e < eficiência alimentar no confinamento);
- Diminuição do diferencial de ganho com o tempo > principal aspecto do creep-feeding. 
Peso médio de machos e fêmeas. 500 vacas divididas em 2 grupos. Oferece ração no creep a partir dos 3 meses. Com 120 dias já pode-se visualizar diferença. Se bezerro Nelore ganhou 15kg de ganho diferencial em relação ao do pasto e a conversão alimentar é de 3:1, consumiu 45kg de concentrado. Bezerros a pasto com crescimento compensatório, enquanto creep teve efeito de diluição.
Pesos no período de confinamento. Na engorda, a fase posterior tem que ser sempre melhor que a anterior.
Correção da NEm para a Condição Nutricional Prévia.
Influência da alimentação dos bezerros sobre a fertilidade das vacas. 
Teoria: no creep-feeding o bezerro deixa de mamar o leite por estar consumindo o concentrado > diminui demanda de energia da vaca, melhora condição corporal e taxa de prenhez.
Prática: não acontece. Bezerro tem ótimo desempenho pois a soma do que está mamando + o que está consumindo possibilita ganho de peso maior.
Não há efeito sobre a vaca. Vacas com bezerros a pasto ou em creep não tem diferença significativa. 
Recomendações:
- Limitar a ingestão 0,2 - 0,5kg/animal/dia;
- Início do fornecimento após o 3º mês > até o terceiro mês, o bezerro fica atrás da vaca para mamar e não para consumir;
- Ionóforo (0,3mg/kg PV);
- Sal 1,2% (início) para restringir consumo usar até 8-12%;
- Ganho diferencial esperado de 0,1-0,15kg/dia.
Relação entre quantidade diária de suplemento (SUP) e ganho de peso suplementar em relação a bezerros não alimentados com creep (SWG) de acordo com sexo de bezerros.
Suplementação na seca – animais em recria
Objetivos:
- Melhorar o ganho de peso.
Meta:
- Alcançar GPC/dia, máximo de 450 gramas.
Estratégia:
- Fornecer nutrientes para os microrganismos e para o hospedeiro. 
Tipo de suplemento:
- Acima de 25% de PB (proteína verdadeira e NNP) e minerais.
Nível de fornecimento:
- 0,1 a 0,5% do PC/animal/dia
Cerrado na seca. Pasto extremamente seco. Se não oferecer suplemento, animais perdem peso. 
Composição bromatológica dos suplementos e do pasto de Brachiaria brizantha c.v Marandu. MS= matéria seca; PB= proteína bruta; FDN= fibra em detergente neutro; FDA= fibra em detergente ácido; EE= extrato etéreo; CNF= carboidratos não fibrosos CNF= 100 - MM - PB - EE – FDN; NDT= nutrientes digestíveis totais *NDT = 91,0246 - 0,571588 x FDN.
Ingestão de matéria seca do suplemento (IMS SUPL) em g/animal/dia, gramas de suplemento por kg de PV, gramas de PB por kg de PV, NDT do suplemento em gramas por kg de PV (BERTOCO et al., 2019). Médias na linha seguidas da mesma letra não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Tukey a 5% de significância. ¹coeficiente de variação.
Consumo maior de proteinado e concentrado. Consumo aumenta a ingestão de proteína e NDT.
Se só recebe sal mineral e mineral com ureia, perde peso.
Médias de peso vivo inicial (PVI) e pesovivo final (PVF) (kg), taxa de lotação inicial (TLI) e taxa de lotação final (TLF) (UA/hectare), ganho de peso médio diário (GMD) em kg/dia e ganho de peso por hectare (GP/ha) (kg). Médias na linha seguidas da mesma letra não diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Tukey a 5% de significância. ¹coefiente de variação.
Potencial do pasto é de -12kg.
Concentrado dá +10kg.
Diferencial de ganho de 22kg (soma o que perde e o que ganha)
Substituição do Farelo de Soja por Uréia Encapsulada em Suplementos Proteinados para Bovinos de Corte: Desempenho. Área experimental vedada por 60 dias. Suplemento: consumo de 2g/kg de PC.
Massa de forragem e constituintes do capim-marandu pastejado por bezerros consumindo suplementos com diferentes níveis de substituição do farelo de soja por ureia encapsulada.
Peso corporal médio (kg), ganho médio diário (kg/dia) e consumo de suplemento (kg/dia) em bezerros suplementados com diferentes níveis de substituição do farelo de soja por ureia encapsulada.
Médias por período somente foram apresentadas quando o valor de P para o período foi ≤0,05 e T×P >0,05. Letras maiúsculas diferentes diferem umas das outras nas colunas e letras minúsculas diferentes diferem umas das outras nas linhas pelo teste de Tukey (P≤0,05).
Frequência de suplementação
- Para animais em recria e oferecimento em dias alternados > ração convencional e não autoconsumo;
- Induz mudanças no comportamento do pastejo > animal tem ritmo circadiano, pasteja 8h, fica em ócio 8h e rumina 8h > não irá esperar o trato;
- Para novilhas em reprodução o oferecimento em dias alternados pode causar altas nos níveis de ureia sanguínea e baixa na fertilidade;
- Animais suplementados à tarde ganharam mais peso que os suplementos pela manhã.
Oferta de matéria seca total e lâmina verde total (LV) de B. brizantha sob pastejo contínuo, por mês de amostragem.
Médias das proporções de lâmina verde, material morto e haste, expressas como porcentagens da disponibilidade total de matéria seca (DTMS).
Ganhos médios diários (kg/dia) de bovinos mantidos em pastagem, submetidos a diferentes frequências de suplementação no período da seca.
Ponto de equilíbrio do preço do suplemento com o ganho diferencial para a suplementação de bezerros de 5,8@ na época da seca (expectativa de preço de R$ 260,00/@)
Receita = R$2400/200kg 
(PROVA)
Qual o valor do kg corporal?
R: 12 reais > receita por kg.
Qual é a conversão alimentar?
R: 
* Consumiu = 0,650kg
Ganho diferencial = 0,183
0,650 ---- 0,183
1 ---------- x
X = CA = 3,55 > precisa consumir para ganhar 1kg de PC
Preço do kg = 12
12 / 3,6 = R$3,33 
Valor do concentrado custa em torno de 2,50, ou seja, vale a pena suplementar com essa conversão.
* Consumiu 0,650
Ganho diferencial 0,066
 0,650 ----- 0,066
1 ------------ x 
X = 9,84
Preço do kg = 12
12/9,84 = R$1,21
Valor do concentrado custa em torno de 2,50, ou seja, não compensa suplementar com essa conversão.
Suplementação na seca – animais em engorda
Objetivo:
- Melhorar o ganho de peso.
Meta:
- Garantir peso de abate e acabamento até o final da seca.
Estratégia:
- Fornecer suplemento para aumentar o consumo total de energia.
Tipo de suplemento:
- Entre 14 e 16% de PB (proteína verdadeira e NNP), acima de 72% de NDT e minerais.
Nível de fornecimento:
- 1,2 a 2,0% do PV/animal/dia.
Ganho de peso diário, consumo de suplemento em porcentagem do peso vivo, ingestão percentual de PB e NDT, DIFGPD e frequência dos tipos de suplemento na época seca do ano.
Diferencial de ganho e conversão alimentar para novilhos de 10@ consumindo 1kg. Eficiência boa. Ganho diferencial bem pequeno > para vaca de cria, é muito interessante. 
Ponto de equilíbrio do preço do suplemento com valor do ganho diferencial para a suplementação de um novilho de 10@ na época seca com uma expectativa de preço de R$ 295,00/@).
Cocho estreito, animal come lado a lado ou cabeça intercalada. 
(PROVA)
Ureia no concentrado:
Ureia: 45% de N
Sal com ureia com 85% de PB (equivalente proteico)
Qual a participação da ureia (em %)?
R:
Em 100g de proteína ----------- 16g de N
100/16 = 6,25
% PB = % N x 6,25 > equivalente proteico da ureia
% PB = 45 x 6,25 = 281,25 = 281% de PB
100% ureia -------- 281% PB
X -------------------- 85% PB
X = 30,24% de ureia
Necessidade de suplemento proteinado para atender a demanda da fermentação:
Vaca de 450kg PC
IMS = 1,8% do PC
Pasto de capim-decubens – 4% PB, 70% de degradabilidade, 50% de NDT
Exigência dos microrganismos – 110g de de PDR por kg de NDT ingerido
Proteinado de 45%
R: 
1º: IMS: 450 kg x 0,018 = 8,1kg de MS
2º: Consumo de PDR:
8100g x 0,04 PB x 0,7 degradabilidade = 226,8g PDR
3º: Consumo de NDT:
8100 x 0,5 = 4,05kg de NDT
4º: Exigência dos microrganismos:
4,05kg NDT x 110g = 445,5g de PDR 
225,5g PDR – 226,8 = 218,7g de déficit > precisa receber de suplemento.
Quanto vaca precisa consumir?
1000g suplemento -------- 450g PDR
X ------------------------------- 218,7g PDR
X = 486g de suplemento
Para suprir 218g, teria que suprir quanto de sal com ureia?
Sal com ureia 85% de PB 
100g sal + ureia --------- 85g de PDR
X ---------------------------- 218,7g
X = 257,21g > teria que comer muito, não se aplica.
257,21 / 2,81 = 91 de ureia> está distante da intoxicação.
Teto de consumo de sal com ureia é de 150g, por isso 257 é muito e não se aplica.
Comparação de Marandu com Convert para animal em pastejo. Folha e taxa de lotação com tendência de ser maior para o Marandu. 
Digestibilidade do Convert é melhor do que a do capim Marandu. 
Ganho de peso significantemente diferente do capim Marandu. Valor isolado de composição não oferece perspectiva do desempenho animal. Digestibilidade é interessante como indicador para predizer o desempenho animal.
Quanto pior o pasto, melhor a resposta à suplementação. Quanto maior o pasto, pior a resposta à suplementação. A medida em que se aumenta o amido na dieta, o consumo de MS sobe. 
Efeito associativo negativo. Amido é um carboidrato menos complexo que a celulose, MO acabam aproveitando mais, modifica o ambiente do rúmen, ph baixo, aumenta bactérias fibrolíticas e diminui a digestibilidade da fibra.
Efeitos associados a suplementação
- Queda na IMS de pastagem quando a ingestão de NDT for > que 0,7% do PV;
- Queda na IMS de pastagem quando NDT:PB for < que 7 (adequada PB);
- IMS de pasto for > do que 1,75% do PV;
- Quando a ingestão de CNE do suplemento for > que 0,4% do PV (queda na digestibilidade e na IMO).
Efeito da suplementação com grãos na ingestão de feno em vacas de corte (Hibberd et al., 1987, JAS).
Diferencial de ganho e conversão alimentar para novilhos de 10@ consumindo 1 kg de suplemento. Resposta na época da seca com suplemento proteico energético.
Considerações finais
- As tecnologias devem ser adequadas ao sistema de produção;
- A intensificação nem sempre significa resultado econômico para o pecuarista;
- Analisar as implicações sobre o homem, o animal e o meio ambiente.

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