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APOSTILA - METODOLOGIA DAS ATIVIDADES FÍSICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL - FACULESTE

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1 
 
 
METODOLOGIA DAS ATIVIDADES FÍSICAS NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
1 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................................... 1 
1.1- Introdução ................................................................................................................. 3 
2- A criança da Educação Infantil .................................................................................... 4 
3- Educação Física escolar e seu contexto histórico......................................................... 8 
4- Educação Física na Educação Infantil ........................................................................ 12 
5- Considerações importantes ......................................................................................... 17 
Referencias ..................................................................................................................... 18 
 
3 
 
 
Caro aluno, parabéns pela escolha! Começamos agora uma jornada de sucesso e 
muito aprendizado, lembrando que você já é um vencedor, pois o conhecimento é um 
bem que melhora nossa autoestima, nossa vida profissional e, principalmente, enriquece 
a nossa alma sem que ninguém possa tirá-lo de nós, ou seja, uma vez adquirido é um 
tesouro atemporal em nossa existência. 
Acesse os links sobre o assunto de sua apostila: 
http://congressos.cbce.org.br/index.php/conece/3conece/paper/viewFile/2463/986 
http://repositorio.unicentro.br/bitstream/123456789/346/1/TEORIA%20E%20METOD
OLOGIA%20DO%20ENSINO%20DE%20EDUCA%C3%87%C3%83O%20F%C3%8
DSICA.pdf 
http://pt.slideshare.net/gepefelunebalagoinhas/a-educao-fsica-na-educao-infantil-uma-
analise-da-revista-nova-escola 
 
1- EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONSIDERAÇÕES 
SOBRE SUA IMPORTÂNCIA (ADAPTADO) 
Diana Gava* 
Eliane Silva de França* 
Rosilene Rosa* 
Profª MS. Solange de Oliveira Freitas Borragine** 
*Discente da Faculdade de Educação Física da Universidade de Santo Amaro 
**Orientador da pesquisa e Docente da Faculdade de Educação Física da Universidade 
de Santo Amaro 
 
1.1- Introdução 
 A Educação Física pode ser considerada um dos principais elementos da 
Educação Infantil, pois, por intermédio de conteúdos aplicados de forma lúdica e 
recreativa, possibilita à criança a construção do conhecimento. 
A escola infantil é um lugar de descobertas e de ampliação das experiências, é um 
espaço onde se integra o desenvolvimento da criança. A Educação Física tem um papel 
fundamental na Educação Infantil, pois possibilita diversidade de experiências e 
situações, por meio de vivências. 
Essas vivencias e experiências com o corpo possibilitam que a criança descubra 
seu limite, valorize seu próprio corpo, compreenda suas possibilidades e perceba a origem 
de cada movimento. É a partir destas experiências que as crianças começam a usar mais 
4 
 
 
facilmente a linguagem corporal, ajudando-a no seu desenvolvimento para a descoberta 
de capacidades intelectuais e afetivas. 
Embora muito se discuta sobre a necessidade de um professor de Educação Física 
na Educação Infantil, constata-se que ainda nem sempre ele está presente, logo, é 
necessário que esse profissional seja, efetivamente, inserido neste nível de ensino. 
Para justificar a importância da disciplina Educação Física e do seu profissional 
na Educação Infantil, buscamos compreender a criança da educação infantil; estudar a 
Educação Física no processo educacional e verificar o papel da Educação Física e do 
professor de Educação Física no contexto da Educação Infantil. 
2- A criança da Educação Infantil 
 De acordo com Rolim (2004), brincar é o que as crianças fazem quando não estão 
comendo ou dormindo, ocupando o máximo das suas horas. O brincar da criança pode 
ser visto, literalmente, como o equivalente ao trabalho dos adultos. Brincar é o meio 
prioritário pelo qual as crianças aprendem sobre seus corpos, além de facilitar o 
crescimento afetivo e cognitivo e fornecer um importante meio para o desenvolvimento 
das habilidades motoras grossas e finas. 
Os anos que compreendem a Educação Infantil são importantes para o 
desenvolvimento cognitivo e, como registra Rolim (2004), crianças nesta fase são 
ativamente envolvidas em melhorar suas habilidades em uma variedade de maneiras. 
Segundo Gallahue e Donnelly (2008) durante esse período elas desenvolvem 
funções cognitivas que eventualmente resultam em pensamento lógico e formulação de 
conceitos. 
 Crianças pequenas são incapazes de pensar de qualquer ponto de vista que não 
seja o próprio. Suas percepções dominam seus pensamentos e o que elas experimentam 
em um dado momento os influencia fortemente. Durante essa fase, ver é literalmente 
acreditar no pensamento, suas conclusões não precisam de justificativas. (ROLIM, 2004) 
Podemos verificar que no processo de desenvolvimento humano, de acordo com 
Piaget, apresentado por Valente (2008), o indivíduo se desenvolve através de estágios 
divididos conforme se apresenta: 
Estágio Sensório Motor, compreende crianças de 0 a 2 anos, e é neste estágio que 
ela evolui de uma situação puramente reflexa até a diferenciação do mundo exterior em 
relação a si própria. 
5 
 
 
Pré-Operatório é o estágio que corresponde a crianças de 2 a 7 anos, e é 
caracterizado pelo aparecimento da linguagem oral, permitindo à criança internalizar 
ações e utilizar esquemas representativos ou simbólicos da realidade em que vive. Este 
período é o que mais atende à Educação Infantil. 
O estágio das Operações Concretas compreende os 7 a 11 anos de idade, e é 
caracterizado pelo pensamento que demonstra que a criança já possui organização 
assimilativa rica e integrada, funcionando em equilíbrio com um mecanismo de 
acomodação. 
Por fim temos o estágio ou período das Operações Formais que correspondem 
indivíduos de 11 anos em diante, no qual o adolescente ajusta-se à realidade completa de 
sua atualidade, mas também é capaz de lidar com o mundo das possibilidades. 
Gallahue e Ozmun (2005) apresentam que: 
 os primeiros anos são um período de desenvolvimento cognitivo importante e 
foram denominados de ‘Fase do raciocínio pré-operacional’ por Piaget. Nesse período, as 
crianças desenvolvem funções cognitivas, que eventualmente resultarão em raciocínio 
lógico e em formulação de conceitos. (p. 204-205) 
De acordo com Gallahue e Ozmun (2005), as crianças da Educação Infantil, 
frequentemente parecem ser briguentas e relutantes em compartilhar objetos e em 
socializar-se com outras, geralmente têm medo de situações novas, são tímidas, 
introvertidas e não desejam deixar a segurança do que lhe é familiar. Nesta fase de 
conhecimento sobre o mundo, as crianças são egocêntricas e supõem que todas as pessoas 
raciocinam da mesma maneira que elas.É neste período que aprendem a distinguir o certo 
do errado e começam a desenvolver sua consciência. 
Nesse sentido, considerando a idade compreendida na Educação Infantil, que é de 
zero a seis anos, ressaltam-se as características desse momento do desenvolvimento da 
criança, como forma de oferecer subsídios para a atuação do educador nesse contexto. 
Parte-se do princípio da necessidade da escola e de todos aqueles envolvidos com a 
Educação Infantil tenham consciência de que suas ações têm consequências, não só no 
momento atual do desenvolvimento da criança, como também nos posteriores. É também 
nesse momento que a criança está mais propensa à formação de complexos, ou seja, 
atitudes que podem marcar de forma prolongada seu comportamento em relação ao meio 
(VOKOI e PEDROZA, 2005). 
A escola, de acordo com Rocha (2009), é o local responsável pela construção e 
divulgação do conhecimento, promovendo o processo de ensino-aprendizagem e, durante 
6 
 
 
as aulas, o professor cria oportunidades para que o aluno assimile, de forma prazerosa, 
esse conhecimento, desenvolvendo habilidades e atitudes que possibilitem a criticidade e 
o desenvolvimento de suas capacidades cognoscitivas. 
Segundo Rocha (2009) um dos pressupostos pedagógicos da teoria de Piaget é que 
“respeitar as características de cada etapa do desenvolvimento é considerar o interesse de 
cada fase, estimulando a atividade funcional, isto é, a atividade natural de cada indivíduo” 
(p. 1). Os estudos experimentais de Piaget possibilitam ao professor identificar o estagio 
em que uma criança está atuando, e ao mesmo tempo, mostra o que esperar dela nos 
diferentes estágios de desenvolvimento. Logo, é importante que os educadores respeitem 
os estágios de desenvolvimento do pensamento infantil, adequando as atividades 
escolares às características evolutivas das crianças. 
Constata-se, portanto, que os estudos de Piaget são de grande importância para os 
educadores, uma vez que o desenvolvimento da inteligência é algo que necessita ser 
estimulado, sendo bem distinto da aquisição de novos hábitos de informação. Assim, o 
primeiro processo é chamado de desenvolvimento e o segundo de aprendizagem. 
(ROCHA, 2009) 
Como registra Valente (2008) Piaget abordou o desenvolvimento da inteligência 
através do processo de maturação biológica e, para ele, há duas formas de aprendizagem. 
 A primeira é ampla e equivale ao próprio desenvolvimento da inteligência. Este 
desenvolvimento é um processo espontâneo e contínuo que inclui maturação, experiência, 
transmissão social e desenvolvimento do equilíbrio. A segunda forma de aprendizagem é 
limitada à aquisição de novas respostas a situações específicas ou à aquisição de novas 
estruturas para algumas operações mentais específicas. (VALENTE, 2008, p.1) 
Valente (2008) também apresenta que o processo de aprendizagem, para Piaget, 
envolve a assimilação e a acomodação e explica que, na medida em que a criança participa 
ativamente dos acontecimentos, assimila mentalmente as informações sobre o ambiente 
físico e social e transforma o conhecimento adquirido em formas de agir sobre o meio. 
 Segundo o autor acima, o conhecimento assimilado passa a constituir a bagagem 
de experiências que nos permite enfrentar as novas situações, assimilar novas 
experiências e formular novas ideias e conceitos. As novas aprendizagens baseiam-se nas 
anteriores, fazendo com que a inteligência humana se desenvolva passando de 
aprendizagens simples, que servem de base, para outras aprendizagens mais complexas. 
 Quando transformamos o conhecimento assimilado em uma nova forma de ação, 
realizamos uma acomodação entre o nosso organismo nos aspectos físico e mental e o 
7 
 
 
ambiente no qual vivemos. Através de assimilações e acomodações constantes e 
contínuas, cada indivíduo organiza sua noção da realidade, seu próprio conhecimento. 
(VALENTE, 2008, p. 1) 
 Para Rocha (2009) conhecer é agir e transformar os objetos. O conhecimento não 
se reduz ao simples registro feito pelo sujeito dos dados já organizados no mundo exterior. 
Ele apreende e interpreta o mundo, através das suas estruturas cognitivas. Essas estruturas 
são formadas graças à atividade do sujeito no contato com o meio, logo, o processo de 
conhecimento é o processo de construção de estruturas. 
Assim, de acordo com Piaget, citado por Rocha (2009), o conhecimento é um 
processo dinâmico e possui permanente interação entre sujeito e objeto. Nesta 
perspectiva, verifica-se que não é possível separar o sujeito do objeto, como não é 
possível imaginar um organismo vivo independente do meio. Este processo de interação 
acontece em etapas sequenciais denominados estádios de desenvolvimento, já citados 
anteriormente. 
Dentro dos aspectos de desenvolvimento e aprendizagem, a criança da Educação 
Infantil, que por Piaget é denominado de pré-operatório, encontra-se em um mundo de 
faz-de-conta, onde o brinquedo e a situação imaginária são de seu interesse. Neste estagio 
a criança já não depende unicamente de suas sensações, de seus movimentos, mas já 
distingue um significado (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto 
ausente), e esse, é importante ressaltar, é o caráter lúdico do pensamento simbólico. 
Este estágio é também muito conhecido, como apresenta Rolim (2004), como o 
estágio da Inteligência simbólica. Nestas atividades dedicam-se bastante, exercendo sua 
criatividade, realizando suas vontades e, muitas vezes, projetando no brinquedo sua 
realidade. Sendo assim, nesta fase o brinquedo é um dos métodos a ser utilizado e que 
pode garantir motivação das crianças nas aulas, tornando o aprendizado mais efetivo e 
agradável. 
Através do brinquedo a criança começa a relacionar-se com outras, começa a 
trabalhar com regras, com situações em grupos, portanto, o professor de Educação Física 
pode desenvolver facilmente seus conteúdos, utilizando-se da situação da brincadeira 
para atingir seus objetivos. 
Neste período, segundo Neira (2003) o conhecimento da criança se manifesta nas 
coordenações de suas ações e por esses movimentos ela se adapta, se desenvolve e forma 
seu pensamento. A principal característica desse período é a passagem da ação à 
8 
 
 
representação mental, surgindo a linguagem, permitindo que a criança expresse 
verbalmente uma representação simbólica. 
Nessa fase do desenvolvimento a criança apresenta ainda grande dependência das 
ações físicas, uma vez que seu pensamento permanece precedido por elas em qualquer 
situação. Ao final deste período em que termina esse processo de organização no plano 
simbólico, daquilo que o sujeito já havia organizado no plano motor, surgem os indícios 
de uma inteligência operatória. 
De acordo com Gallardo (2003) nesta fase as crianças possuem uma necessidade 
natural em movimentar-se e é importante deixa-las explorar suas habilidades motoras, 
uma vez que seu desenvolvimento harmonioso depende de toda a movimentação que 
executa. O autor complementa 
as atividades lúdicas as encantam, pois o “brincar” é o estímulo que a criança 
recebe, colocando espontaneamente em ação os seus movimentos, e explorando 
intensamente seu potencial motriz, realizando assim novas descobertas de movimentos 
que consegue executar. (GALLARDO, 2003, p. 33) 
 Neira (2003) ainda apresenta que o movimento é uma importante dimensão do 
desenvolvimento, é mais que um simples deslocamento do corpo no espaço, ele constitui 
em uma linguagem que permite à criança agir sobre o meio físico e atuar sobre o 
ambiente, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. 
 Logo, a Educação Física assume um papel extremamente significativo na 
Educação Infantil, pois é através do brincar que a criança explora seu corpo, interage com 
outros corpos e desenvolve seu crescimento cognitivo, afetivo e motor. 
 A integração das sensações, resultando em percepções, irá influenciar toda a 
aprendizagemsimbólica posterior, em forma de estruturas cognitivas, uma vez que a 
criança terá que organizar, no plano do pensamento, tudo o que organizou no plano das 
ações. (VALENTE, 2008) 
Constata-se com isso, que é importante favorecer à criança um ambiente que 
possibilite a ampliação de conhecimento acerca de si mesma e do meio que vive. Assim, 
o educador responsável pela transmissão da cultura, deve estar atento aos estágios em que 
se encontram seus alunos. 
3- Educação Física escolar e seu contexto histórico 
Segundo Soares (1999) o século XlX é particularmente importante para o 
entendimento da Educação Física, uma vez que é neste século que se elaboram conceitos 
9 
 
 
básicos sobre o corpo e sobre as utilização da força e trabalho. A Educação Física, de 
acordo com a autora, deve ser entendida como uma disciplina necessária, e viabilizada 
em todas as formas, em todos os espaços onde se pode efetivar a construção de novos 
homens. 
 A historia sobre as tendências pedagógicas da Educação Física brasileira 
identificou alguns aspectos que podem nos ajudar a entender a evolução desta disciplina. 
Até cerca de 1930, por exemplo, houve a predominância da tendência higienista, cujos 
padrões de conduta, forjadas pelas elites dominantes, visavam garantir a formação de 
homens e mulheres sadios, fortes e dispostos à ação. 
Uma segunda tendência é a militarista que se manteve até, aproximadamente, 
1945 e tinha como objetivo preparar uma juventude capaz de suportar o combate à luta e 
a guerra, tendo como papel principal colaborar no processo de seleção material, 
eliminando os fracos e premiando os fortes, no sentido de depuração de raça. 
(GALLARDO, 2005) 
Resgatando o processo histórico, surgiu durante a Assembleia Nacional 
Constituinte, o Projeto de Lei nº. 1258 de dezembro de 1986. Neste substitutivo a 
Educação Física foi contemplada no artigo 36 com a redação abaixo apresentada, no 
entanto, infelizmente a legislatura chegou ao seu término sem que o projeto fosse ao 
plenário. 
 A Educação Física integrada à proposta pedagógica da escola, é componente 
curricular obrigatório na Educação Básica ajustando-se as faixas etárias e às condições 
da população escolar, de modo a contribuir para o desenvolvimento do organismo e da 
personalidade do educando. (FLORENCE e ARAUJO, 2005, p.2) 
 Em 1993 a Câmara aprova o Projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB), porém em relação a Educação Física sua nova proposta de redação para 
o artigo 34, foi assim apresentada: "A Educação Física, integrada à proposta pedagógica 
da Escola, é componente curricular da Educação Básica , ajustando-se às faixas e as 
condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos." (PEREIRA 
FILHO, 1997, p 138 ) 
O autor ainda cita que a Lei nº. 9.394 - Darcy Ribeiro, de 20 de Dezembro de 
1996, revogou as leis nº. 4.024/61 nº. 5.540/68 nº. 5.692/71 e também o famoso Decreto 
nº. 69.450/71 que tratava a Educação Física como “atividade que, por seus meios, 
processos e técnicas, desenvolve e aprimora as forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e 
10 
 
 
sociais do educando" (p 139). Essas condutas focavam uma Educação Física voltada para 
a questão da aptidão física, excluindo as diferenças e incentivando a discriminação. 
 Após sua aprovação na Câmara, o Projeto que atribuía à Educação Física a 
denominação de atividade, passa a ser entendida como uma cultura humana, pois se 
constitui numa área que estuda e atua sobre um conjunto de práticas ligadas ao corpo e 
aos movimentos praticados pelo homem no decorrer do seu processo evolutivo. 
De acordo com Piccoli (2005) citado por Silva (2007), a Educação Física Escolar 
é um elemento do processo educacional formal, que possibilita o desenvolvimento global 
de crianças e adolescentes através da prática educativa de exercícios ginásticos, jogos, 
esportes, dança e luta. 
Quando em 2003 se fez uma alteração na LDB de 1996, o objetivo foi acabar com 
as dúvidas acerca da obrigatoriedade da Educação Física nas escolas, fazendo com que 
ela fosse entendida como um componente curricular da educação básica, esta que 
compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. 
Esta visão de Educação Física como componente curricular, de acordo com Melo 
(2006) exige um novo pensar e um novo agir dos seus professores. 
 O novo pensar é caracterizado pela necessidade de se conceber a Educação Física 
na escola nas mesmas condições dos demais componentes curriculares, nos quais as 
organizações dos seus aspectos didáticas os consolidam na educação escolarizada 
(p.188). 
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei nº. 9.394 
(BRASIL, 1996) a Educação Infantil, sendo a primeira etapa da Educação Básica, tem 
como finalidade o desenvolvimento integral da criança ate os 6 anos de idade, em seus 
aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, complementando a ação da família e 
da comunidade. Respeitando esses conceitos da LDB parte a ideia de valorização da 
Educação Física na Educação Infantil. 
Constata-se que a visão de muitas pessoas em relação à Educação Física ainda é 
errada, uma vez que esta disciplina é muito mais do que jogar esportes ou atividades com 
bola, ou ainda não entendem que nos esportes ou atividades, encontram-se muito mais do 
que a busca pelo movimento perfeito ou o fazer apenas pelo fazer, a Educação Física 
enquanto componente curricular da Educação Básica, é uma das disciplinas que os alunos 
mais gostam, no entanto, ocupa um grau de importância relativamente baixo entre eles. 
(ROLIM, 2004). Isso é justificável, de acordo com Silva (2007), quando analisamos o 
11 
 
 
fato de, na opinião dos alunos, ela raramente apresentar relação com a vida fora da escola 
ou com os conteúdos abordados em outras disciplinas. 
Silva e Krug (2008) expressam a importância da Educação Física na Educação 
Básica quando apresentam: 
 A Educação Física Escolar como disciplina pedagógica e componente curricular, 
possui um compromisso com a educação e formação integral do aluno, desempenhando 
um papel fundamental na escola com a finalidade de contribuir para a experimentação da 
cultura do movimento humano e suas variantes do se - movimentar, de acordo com as 
necessidades, possibilidades e interesses, pois a escola enquanto instituição autônoma 
determinará os objetivos a serem alcançados e, portanto a disciplina de Educação Física 
faz parte deste contexto. (p. 70) 
De acordo com pesquisa realizada por Kunz (2001), muitos educandos somente 
tiveram aulas de Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental com os 
professores do currículo, isto é, com formação em magistério ou em pedagogia, havendo 
um projeto de “uni docência” nas escolas. “Podemos entender que” uni “vem da palavra 
unir e “docência” corresponde ao ato do professor exercer sua profissão, então, 
logicamente “uni docência” é a união dos conteúdos de todas as disciplinas e ministradas 
por um único professor”. (KUNZ, 2001, p.31) 
 Contata-se, de acordo com Bracht, Caparroz, Fonte, Frade, Paiva e Pires (2003) 
apresentado por Silva e Krug (2008), dada à generalidade e flexibilidade da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), e enquanto os Conselhos Estaduais e 
Municipais de Educação não a interpretarem corretamente, oferecendo orientações 
normativas no que se refere a sua inserção nos respectivos sistemas de ensino, a Educação 
Física também pode ver diminuída sua presença no Ensino Fundamental e Médio. 
 Problemas de exegese legislativa têm dado margem à não contratação de 
professores, pelos Estados e municípios, para as séries iniciais. Se na escola houver um 
professor efetivo de Educação Física, ele pode assumir o trabalho com esse segmento; 
caso contrário essa disciplina fica a cargo do chamado professor regente. Portanto, 
embora a legislação educacional brasileira ainda obrigue a inclusão daEducação Física, 
seu caráter mais flexível permite aos sistemas de ensino reduzirem em muito sua presença 
nos currículos escolares (BRACHT; CAPARROZ; FONTE; FRADE; PAIVA; PIRES, 
2003, apud SILVA e KRUG, 2008, p. 4). 
 Segundo os autores acima citados, a crítica se dirige especialmente ao processo 
de aprendizagem dos esportes no âmbito escolar, quando questiona a precocidade do 
12 
 
 
ensino de modalidades esportivas para crianças das séries iniciais. Essa crítica coincide, 
naturalmente, com as discussões em torno da implantação da obrigatoriedade da 
Educação Física em todos os níveis e com profissionais qualificados, ou seja, professores 
de Educação Física. 
O aspecto relacionado aos profissionais qualificados, segundo Kunz (2001) não 
era exigência para as séries iniciais (de primeira a quarta série). Quando essas séries eram 
de fato atendidas por um profissional da Educação Física este, por sua formação 
profissional excessivamente concentrada no ensino dos esportes no modelo de 
competição, não tinha condições de ensinar outra coisa além do esporte nesse modelo. 
 Com a própria legislação da Educação Física Escolar emitida pelo MEC (1980) 
proibia a introdução do aluno no aprendizado dos esportes na forma de iniciação à 
competição antes da quinta série, ou antes, dos dez anos de idade, estava formada a 
polêmica. E para solucionar essa polêmica se descobriu, mais uma vez no exterior, um 
modelo de Educação Física adequado ao que se estava procurando, ou seja, que atende à 
formação das habilidades básicas nas crianças sem envolvê-las demasiadamente no 
processo de treinamento de uma modalidade esportiva. Foi assim que, por alguns anos, a 
psicomotricidade conseguiu atrair o interesse de muitos professores de Educação Física. 
(KUNZ, 2001, p. 16-17). 
 Notamos que, no âmbito educacional e mais precisamente na Educação Física 
para os anos iniciais, o ensino da psicomotricidade é entendido como reducionista no 
sentido e significado da disciplina de Educação Física em escolas, essa tendo o interesse 
na promoção de um aluno crítico e emancipado. 
Com a Carta Constitucional, a Educação Infantil passou a integrar legalmente o 
sistema educacional brasileiro e a Lei 9.394/96 atrela a Educação Física à proposta 
político-pedagógica das instituições de Educação Infantil. Porém, este ordenamento legal, 
como não poderia ser diferente, não veio acompanhado de reflexões, discussões e 
construções coletivas, logo não solucionou muitos problemas ainda existentes na 
Educação Infantil, como também na Educação Física. Um elemento significativo desta 
questão se refere à compreensão da especificidade e a contribuição da Educação Física 
no trabalho desenvolvido na Educação Infantil (SIMÃO, 2005). 
4- Educação Física na Educação Infantil 
 Gallardo (2005) relata que a escola, como local voltado para a educação, deve 
proporcionar nas aulas de Educação Física um saber fazer das praticas corporais e um 
13 
 
 
saber sobre esse fazer, ou seja, superar a pratica pela pratica e conscientizar-se de que não 
há pratica neutra, pois nela estão implícitas ou explicitas filosofias, visões de mundo, 
valores e interesse. 
 A Educação Física, segundo Rolim (2004), ao surgir na Educação Infantil, teve 
como função instrumentalizar o aspecto psicomotor das crianças através de atividades 
que envolvessem a área motora, o que, supostamente, possibilitaria um maior sucesso na 
alfabetização, dando suporte às aprendizagens de cunho “cognitivo”. Esta perspectiva de 
Educação Física vinculava-se aos princípios da Educação Infantil de cunho 
compensatório 
 Sobre a prática pedagógica da Educação Física na Educação Infantil, Kunz (2001) 
registra que a importância de se desenvolver movimentos está na objetivação de 
proporcionar à criança, um conhecimento maior de si mesmo e do mundo à sua volta. 
O movimento, segundo Neira (2003) é mais que o deslocamento do corpo no 
espaço, ele se apresenta como linguagem que permite a ação da criança sobre o meio 
físico e sua atuação sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu 
teor expressivo 
Considerando-se a literatura em Educação Física sobre a faixa etária dos alunos 
da Educação Infantil, constata-se que a capacidade de movimento não é inata, 
significando que a qualidade e a quantidade de experiências motoras adequadas são 
fundamentais para o estabelecimento de um acervo motor rico e flexível que permita 
aprendizagens mais complexas. (FERRAZ e MACEDO, 2001) 
 Assim, ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também 
se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. Neste sentido, as 
instituições educacionais devem favorecer um ambiente físico e social onde a criança se 
sinta estimulada e segura para arriscar-se e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador 
for o ambiente (do ponto de vista dos movimentos), mais ele lhe possibilitará a ampliação 
de conhecimentos sobre si mesma, dos outros e do meio em que vive.(NEIRA, 2003, P. 
115) 
 Desde o primeiro contato com o mundo, segundo Kunz citado por Burger e Krug 
(2009), o inicial e mais importante diálogo com o mundo se realiza por intermédio do 
movimento, e durante todo o nosso desenvolvimento, ainda é com movimentos e gestos 
que melhor conseguimos nos situar e entender o mundo e os outros ao nosso redor. 
Através do movimento, da expressão do corpo e na relação com nossos sentidos temos 
14 
 
 
experiência do mundo e nos comunicamos com ele e com outras pessoas, estabelecendo 
bases para a construção de nosso conhecimento sobre as coisas. 
Segundo Guimarães (2000) apud Silva (2007) a Educação Física escolar visa a 
globalização do indivíduo por meio da comunicação, da expressão e de interação social. 
Registra também que o professor deve ser o mediador, proporcionando instrumentos para 
que a criança amplie seu conhecimento no ambiente escolar, obtendo cultura e 
respeitando suas origens. O meio educacional é responsável por oferecer à criança, 
práticas motoras diversificadas, pois ela é essencial e determinante no processo de 
desenvolvimento. Os professores têm papel fundamental nesse processo de 
desenvolvimento, como também na ampliação dos conhecimentos da criança. 
O movimento precisa ser trabalhado de uma maneira que desenvolva o indivíduo 
integralmente, principalmente na Educação Infantil, para que a criança possa conhecer a 
si própria, testar seus limites, modificar seus gestos, compreender a função de seus 
movimentos e criar novos movimentos que a auxiliem a superar suas dificuldades. Para 
isso, é imprescindível que os professores de Educação Física realizem um trabalho 
consciente, para que se passe a valorizar essa área e, principalmente, se acredite 
efetivamente na sua importância. 
De acordo com Mello (2007), na Educação Infantil ainda se verifica que são 
poucos os exemplos em que as aulas de Educação Física são ministradas por professores 
graduados nessa área e, nem sempre, estes têm em sua formação disciplinas que enfatizam 
a faixa etária de 0 a 6 anos, e para reforçar a questão registra: 
Por isso, ainda encontramos, nas escolas desse nível de ensino, duas situações 
extremas: aulas denominadas de Educação Física que não têm a sistematização necessária 
e traz atividades muito parecidas com os esportes; ou brincadeiras na areia e 
equipamentos do parque, sem nenhuma diretividade em nenhum momento”. (MELLO, 
2001, p. 4) 
Gallahue e Ozmun (2005) registram que a Educação Física na Educação Infantil 
é necessária e enfatiza sua relevância no desenvolvimento integral do indivíduo, 
compreendendo os aspectos motor, cognitivo e afetivo-social. Freire (1997), segundo os 
autores, complementa quando apresenta que as experiências motoras adequadas refletem-
se na alfabetização e raciocínio lógico-matemático. 
Na Educação Infantil, a Educação Física desempenha um papel de relevada 
importância, pois a criança destafase está em pleno desenvolvimento das funções 
motoras, cognitivas, emocionais e sociais, passando da fase do individualismo para a das 
15 
 
 
vivências em grupo. A aula de Educação Física é o espaço propício para um aprendizado 
através das brincadeiras, desenvolvendo-se os aspectos cognitivo, afetivo-social, motor e 
emocional conjuntamente. (MAGALHÃES, KOBAL, GODOY, 2007) 
A Educação Física Infantil, de acordo com Basei (2008) 
 tem um papel fundamental na Educação Infantil, pela possibilidade de 
proporcionar às crianças uma diversidade de experiências através de situações nas quais 
elas possam criar, inventar, descobrir movimentos novos, reelaborar conceitos e ideias 
sobre o movimento e suas ações. Além disso, é um espaço para que, através de situações 
de experiências – com o corpo, com materiais e de interação social – as crianças 
descubram os próprios limites, enfrentem desafios, conheçam e valorizem o próprio 
corpo, relacionem-se com outras pessoas, percebam a origem do movimento, expressem 
sentimentos, utilizando a linguagem corporal, localizem-se no espaço, entre outras 
situações voltadas ao desenvolvimento de suas capacidades intelectuais e afetivas, numa 
atuação consciente e crítica”. (p. 1) 
De acordo com Le Boulch (1988), a Educação Física é tão importante quanto as 
demais áreas educativas, pois procura desabrochar no indivíduo suas aptidões e 
aquisições de habilidades e capacidades. Esta sempre recebeu um papel secundário dentro 
da Educação, mas as pesquisas científicas apontam que é impossível educar integralmente 
sem levar em conta o ato motor. 
Diante disto Freire (1997), citado por Ayoub (2001) deixa claro que a Educação 
Física deve constituir-se em componente obrigatório das escolas de Ensino Infantil, 
permitindo que as crianças desenvolvam-se integralmente, onde corpo e mente sejam 
únicos, sem supervalorização da mente em detrimento do corpo, uma vez que não é 
possível matricular apenas os corpos na escola. 
 Assim, para a Educação Física contribuir verdadeiramente com o 
desenvolvimento da criança na Educação Infantil, é necessário considerá-la como um ser 
integral, onde começa a ser lapidada desde cedo, sendo estimulada da melhor maneira 
possível, recebendo o máximo de experiências, evitando, contudo, a especialização 
precoce. (FREIRE, 1997 apud AYOUB, 2001). 
De acordo com Toledo (1999) apud Magalhães, Kobal e Godoy (2007), ao refletir 
sobre a finalidade da Educação Física na escola, salienta que: 
 É necessário que contribua com a pluralidade cultural, permitindo que os alunos 
desfrutem das diversidades de seu país e mundo; solucionem problemas de ordem 
corporal, em diferentes contextos; conheçam a diversidade de padrões de saúde, beleza e 
16 
 
 
estética corporal, conquistem seu direito de cidadania ao reivindicarem espaços e projetos 
adequados para atividades corporais de lazer; bem como, reconheçam as condições 
apropriadas de trabalho, que não prejudiquem sua saúde.(p. 2) 
Em relação ao desenvolvimento dos movimentos fundamentais, estudos 
realizados por Godoy; Kobal; Magalhães e Furloni (2007) indicam que a idade em que se 
encontram as crianças que frequentam a Educação Infantil é a ideal. Esses movimentos 
devem ser explorados e vivenciados, porque são eles que constituem a base da aquisição 
motora posterior, possibilitando a vivência do lúdico, do jogo simbólico, tão importantes 
nessa fase. 
Sendo assim, os autores reforçam que é necessário que as escolas de Educação 
Infantil ofereçam aulas de Educação Física, no sentido de possibilitar um rico repertório 
motor para essas crianças, principalmente nos dias atuais, em que pelas circunstâncias da 
vida, as crianças sofrem tanta privação de espaço para brincar. 
Para Ayoub (2001) a Educação Física na Educação Infantil pode configurar-se 
como um espaço em que a criança brinca com a linguagem corporal, com o corpo, com o 
movimento, alfabetizando-se nessa linguagem. 
Brincar com a linguagem corporal significa criar situações nas quais a criança 
entre em contato com diferentes manifestações da cultura corporal (entendida como as 
diferentes práticas corporais elaboradas pelos seres humanos ao longo da história, cujos 
significados foram sendo tecidos nos diversos contextos sócioculturais), sobretudo 
aquelas relacionadas aos jogos e as brincadeiras, às ginásticas e às danças, sempre tendo 
em vista a dimensão lúdica como elemento essencial para a ação educativa na infância. 
Ação que se constrói na relação criança/adulto e criança/criança e que não pode prescindir 
da orientação do(a) professor(a) (AYOUB, 2001, p. 3). 
Para que a Educação Física se justifique no Ensino Infantil se faz necessário que 
seu projeto educativo ultrapasse a fragmentação, reconhecendo a singularidade e 
potencialidades das crianças num espaço escolar lúdico, criativo e que promova a 
interação entre as mesmas. É necessário que a Educação Física contribua para a ampliação 
da leitura de mundo das crianças, tomando a brincadeira infantil como eixo norteador da 
proposta, numa perspectiva histórico-cultural. (VIEIRA, 2007) 
É importante também que se discuta sobre o papel do professor polivalente e do 
professor especialista em Educação Física, bem como que conteúdos e estratégias são 
aplicados nas aulas de Educação Física no Ensino Infantil. Segundo Vieira (2007) a escola 
deve fazer uma relação dos conteúdos da Educação Física para a Educação Infantil, essa 
17 
 
 
seleção e organização de conteúdos exigem coerência com o objetivo de promover a 
leitura da realidade, o conhecimento denominado de cultura corporal visando apreender 
a expressão corporal como linguagem, assim como compreender a importância e 
concepções de ensino de Educação Física nas escolas infantis. 
Sendo assim, a contribuição da Educação Física na Educação Infantil, “[...] para 
ser relevante e justificada, precisa auxiliar na leitura do mundo, por parte das crianças 
com as quais trabalha, partindo do pressuposto da construção de si mesmo, no decorrer 
desse processo de ‘alfabetização’” (GRUPO DE ESTUDOS AMPLIADOS DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA, 1996, p. 51). 
A Educação Física é uma disciplina que pode contribuir muito para o 
desenvolvimento integral da criança. Com atividades prazerosas, ela proporciona à 
criança a oportunidade de interagir com objetos, com pessoas e com situações que estarão 
preparando-a para sua vida em sociedade. O movimento humano permite às crianças 
agirem sobre o meio físico e expressarem sentimentos, emoções e pensamentos, sendo 
este, também, o principal objeto de estudo da Educação Física. Assim, a Educação Física, 
como componente curricular, pode e deve contribuir com a Educação Infantil. 
5- Considerações importantes 
Diante da pesquisa por nós realizada podemos constatar que a Educação Física na 
Educação Infantil é alvo de muitos debates e reflexões, no entanto, ainda é marcado pela 
escassez de produções teóricas, de pesquisas e estudos que contribuam para o 
aperfeiçoamento da aula para este nível de ensino e para a valorização da disciplina e do 
professor de Educação Física. Exemplo disso é o fato de observarmos a falta do professor 
de Educação Física no trabalho realizado na Educação Infantil, destituindo todo o 
potencial de aprendizagem que pode ser desenvolvido na criança através da compreensão 
das diversas possibilidades das manifestações da cultura de movimento, reduzindo as 
ações de movimento a um simples lazer. 
Entendendo que a criança tem como característica principal a intensidade de 
movimentos, compreendemos como de fundamental importância tratar das 
especificidades do campo do conhecimento da Educação Física desde a Educação 
Infantil. Assim, podemos verificar a necessidade de uma concepção didático-
metodologica para ser desenvolvida na Educação Infantil que respeite a criança em seu 
desenvolvimento, e que trabalhe os aspectos cognitivos, sociais, afetivos e motores de 
18forma integrada, buscando desenvolver o olhar critico da criança para as relações sociais 
da sociedade em que está inserida, partindo da compreensão do seu mundo vivido. 
 A reflexão sobre as causas apontadas para a situação da Educação Física na 
Educação Infantil revela sua importância como disciplina no contexto escolar e formação 
da criança. 
 Além disso é necessário analisar as características da criança da Educação Infantil 
e diagnosticar a aprendizagem a ser abordada no contexto escolar, em especial no que se 
refere ao desenvolvimento da Educação Física. 
 O que se pretende enfatizar é que as crianças que compreendem esse período, ou 
seja, com idade de zero a seis anos, precisam ter acesso à atividade física de forma lúdica, 
mas com um objetivo, a Educação Física nesse período não pode se limitar apenas na 
brincadeira. Logo, o professor generalista, isto é, o docente que atua em sala de aula, não 
pode exercer a função sem ter a formação adequada na área, e o professor de Educação 
Física deve lutar por esse espaço de trabalho e desenvolver ações que justifiquem a 
importância de sua atuação na Educação Infantil. 
 Embora esse assunto seja discutido atualmente e a Educação Física seja 
componente obrigatório da Educação Básica, ainda são apresentadas poucas soluções 
para o trabalho efetivo na Educação Infantil e este fato compromete o aluno, uma vez que 
ele perde a oportunidade de ter um melhor desenvolvimento. 
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