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Rosana Sohaila Teixeira Moreira EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Sumário INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3 OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ������������������������������������ 4 EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL ������������������������������������������������������ 7 EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR �����������������������������������������������15 EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CULTURA CORPORAL E PRÁTICA PEDAGÓGICA �������������������������������23 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS ��������������������������������������������30 2 INTRODUÇÃO Os professores de Educação Física e profissionais que atuam no contexto escolar devem conhecer os objetivos específicos de cada etapa escolar, assim como os referenciais documentais que oferecem base para a ação pedagógica, para que sua atuação seja fundamentada e coerente com a realidade da escola, da criança e da sociedade. Pensando nes- sa afirmação, vamos remeter nosso olhar, nesse momento, especificamente para a compreensão da Educação Física na Educação Infantil. 3 OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL A Educação Infantil é uma fase na qual a criança está muito aberta para experiências, assim devem ser organizadas condições para que seja possível dar a elas possibilidades de adquirir e descobrir um mundo rico. Nesse contexto, a Educação Física deve ser implantada no conjunto de ações pedagó- gicas que auxiliem o desenvolvimento infantil, com ênfase no lúdico, mas sem perder sua relevância pedagógica. Nessa fase a criança é muito intensa e curiosa, os movimentos possibilitam que elas explorem suas possibilidades e limites motores. Ou seja, a Educação Física deve possibilitar para a criança a exploração dos mais variados movimentos, para que perceba e compreenda seu corpo, a fim de conseguir confiança para ser um cidadão autônomo. Sob essa ótica, a finalidade da Educação Física precisa ser o aprimoramento motor da criança, com propostas educacionais, de preferência lúdicas, que acolham os interesses das mesmas, gerando conformidade entre as suas necessidades pessoais e as do grupo. Considerando esses pontos, poderá ser capaz de realizar movimentos fundamentais, 4 de manipulação, locomoção e estabilização com propriedade (MANOEL, 2000). Considerando-se que a ênfase deve ser sempre no desenvolvimento integral (cognitivo, social/afetivo e motor), os conteúdos da Educação Física para a Educação Infantil devem ser direcionados para que a mesma atinja os objetivos gerais, que são, de maneira geral, utilizando como base os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) e a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018) são: y Aprimorar o controle corporal; y Ampliar as habilidades motoras; y Estruturar seu organismo para atender as de- mandas da vida diária; y Conhecer e saber utilizar ações para o seu bem-estar; y Utilizar o movimento como mecanismo de comunicação e expressão; y Apropriar-se de condições para atividade física adequada nos momentos de lazer; y Obter comportamentos e valores no que se refere a questões pessoais e sociais. No que se refere aos objetivos específicos da Educação Física para a Educação Infantil, os quais estão diretamente relacionados ao desenvolvi- mento físico e motor da criança, vários estudiosos fazem direcionamentos, sob o ponto de vista das 5 diferentes abordagens educacionais (as quais serão relacionadas posteriormente), mas optamos nas indicações mais generalizadas apontadas por Toledo: Contribuir com a pluralidade cultural, permitindo que os alunos desfrutem das diversidades de seu país e mundo; solucionar problemas de ordem corporal, em diferentes contextos; conhecer a di- versidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal; conquistar seu direito de cidadania ao reivindicarem espaços e projetos adequados para atividades corporais de lazer; reconhecer as condi- ções apropriadas de trabalho, que não prejudiquem sua saúde (TOLEDO, 1999, p. 59). O que o profissional deve ter em mente é que, quando nos referimos à criança, o brincar deve ser destacado, pois as brincadeiras estimulam a ima- ginação, a cooperação, a exploração, a aquisição de habilidades etc. Assim, o professor deve ser o agente direto que auxilia a criança a aprimorar seus conhecimentos, habilidades e relações sociais. Para tanto, o professor precisa entender os está- gios de desenvolvimento, para estimular adequa- damente a criança, pois esses estímulos, a partir de brincadeiras e jogos, possibilitam aprimorar as capacidades físicas, o cognitivo e os aspectos afetivos. 6 EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL Quando nos referimos à Educação Física Escolar, é importante ressaltarmos que é um momento no qual as crianças podem, por meio da ludicidade, desenvolver os aspectos cognitivo, afetivo-social e motor. Mas para que isso ocorra é necessário que as atividades sejam planejadas e executadas com objetivos, conteúdos, procedimentos de ensino e avaliação adequados e sistematizados, visando a que o desenvolvimento seja atingido da melhor maneira possível. Ou seja, as aulas, conforme Nolêto e Oliveira (2020), não podem ser apenas voltadas para fins recreacionais e de lazer, a Educa- ção Física na Educação Infantil deve proporcionar às crianças oportunidades que possibilitem um desenvolvimento amplo. Conforme Nogueira, Bendrath e Basei (2016), o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) é um dos documentos que norteia os parâmetros em que os agentes públicos devem se pautar. Esse instrumento visa a assegurar o processo de ensino-aprendizagem do aluno, esta- belecendo algumas reflexões e proposições acerca 7 de conteúdos e orientações sobre a educação (BRASIL, 1998). O Referencial Curricular Nacional é diferente dos Parâmetros Curriculares Nacionais e das Diretrizes Curriculares Nacionais, porque é um documento de contribuições adicionais, que traz informações e recomendações que vão além daquelas para elaboração de propostas curriculares. Ou seja, foram elaboradas para áreas que precisam de informações adicionais, como a Educação Infantil (MENEZES, 2001). No que se refere à Educação Física na Educação Infantil, o Referencial Curricular Nacional esclarece o que deve ser ensinado nessa etapa da Educação Básica e apresenta entre seus objetivos questões no que se refere: Ao corpo e o movimento, dentre elas destaca a importância de proporcionar condições para que a criança descubra e conheça seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar (BRASIL, 1998. p. 63). Assim como define que sejam proporcionadas as condições para: 8 Brincar, expressando suas emoções, sentimento, pensamentos, desejos e necessidades. Com condi- ções para utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) combinadas com diferentes intenções e situações de comunicação, para que consiga compreender e ser compreendido, expressando suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançando no processo de construção de significados e assim enriquecer sua capacidade expressiva (BRASIL, 1998. p. 63). Embora o objetivo desse documento seja auxiliar os professores da Educação Infantil no processo educativo diário das crianças e servir de base para as discussões entre profissionais da área, não é de uso obrigatório. Mas, como já indicado anteriormente, é importante o conhecimento desse documento, pois tem como foco o desenvolvimento integral da criança, embora ela ainda seja vista como alguém que responde aos estímulos dados pelos adultos, no caso da escola, os estímulos dos professores. Sendo indicado no RCNEI, o tratamento didático visa agarantir a coerência entre objetivos e con- teúdos, sendo nomeado por meio das orientações didáticas. Essa estrutura considera dois âmbitos de experiência: 9 A formação pessoal e social que se refere às experiências que favorecem, prioritariamente, a construção do sujeito. Está organizado de forma a explicitar as complexas questões que envolvem o desenvolvimento de capacidades de natureza global e afetiva das crianças, seus esquemas simbólicos de interação com os outros e com o meio, assim como a relação consigo mesmas [...], conhecimento de mundo que se refere ao preparo das diferentes linguagens pelas crianças e as relações que insti- tuem com os objetos de conhecimento. Assim é relevante que tenham contato com diferentes áreas e sejam provocadas por questões expressivas, para observar e explicar os objetos do conhecimento, para tanto devem lhe ser oferecidas várias maneiras de compreendê-los e representá-los, pois as diferentes linguagens proporcionam a interação com o outro, as emoções e a mediação com a cultura (BRASIL, 1998. p. 46). A organização para se explorar os dois âmbitos de experiência, objetivos e conteúdos, ocorre por idades: y Crianças de zero a três anos, creches ou enti- dades equivalentes; y Crianças de quatro a seis anos, pré-escolas. Seus conteúdos estão organizados em eixos, que devem ser considerados de maneira integrada, 10 sendo estes: artes visuais, linguagem oral e es- crita, matemática, música, natureza/sociedade e o movimento. Segue a descrição dos eixos no Referencial Curricular Nacional: Artes visuais: [...] são linguagens e, portanto, uma das formas importantes de expressão e comunicação humanas, o que, por si só, justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação infantil, particularmente (BRASIL, 1998, p. 85). Linguagem oral e escrita: [...] devem ser estimuladas a atividades de roda, contar fatos, descrever ações e promover uma apro- ximação com aspectos mais formais da linguagem por meio de situações como ler e contar histórias, cantar ou entoar canções, declamar poesias, dizer parlendas, textos de brincadeiras infantis etc. (BRA- SIL, 1998, p. 138). Matemática: [...] devem ser conduzidas a expor ideias próprias, escutar as dos outros, formular e comunicar pro- cedimentos de resolução de problemas, confrontar, argumentar e procurar validar seu ponto de vista, antecipar resultados de experiências não realiza- 11 das, aceitar erros, buscar dados que faltam para resolver problemas, entre outras coisas (BRASIL, 1998, p. 207). Música (o qual muitas vezes, se aproxima do eixo movimento): [....] as atividades devem oportunizar às crianças canções de ninar tradicionais, os brinquedos can- tados e rítmicos, as rodas e cirandas, os jogos com movimentos, as brincadeiras com palmas e gestos sonoros corporais, assim como outras produções do acervo cultural infantil, podem estar presentes e devem se constituir em conteúdos de trabalho (BRASIL, 1998, p. 58). Natureza e sociedade: [...] os conhecimentos devem ser voltados para a ampliação das experiências das crianças e para a construção de conhecimentos diversificados sobre o meio social e natural... refere-se à pluralidade de fenômenos e acontecimentos — físicos, biológicos, geográficos, históricos e culturais —, ao conhecimento da diversidade de formas de explicar e representar o mundo, ao contato com as explicações científicas e à possibilidade de conhecer e construir novas formas de pensar sobre os eventos que as cercam (BRASIL, 1998, p. 166). 12 Movimento: [...] o trabalho com movimento deve contemplar a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas cor- porais implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas para a ampliação da cul- tura corporal de cada criança (BRASIL, 1998, p. 15). De acordo com Melo et al. (2016), como o Referen- cial Curricular Nacional indica que o processo de ensino reconhece que o trabalho com o movimento deve contemplar a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando tanto o desenvolvimento de aspectos físicos da motrici- dade das crianças, quanto a ampliação da cultura corporal de cada uma delas, o eixo movimento é o que apresenta maior proximidade com a espe- cificidade da Educação Física, contudo não está direcionado especificamente para a área. Os autores, ainda, indicam que apesar da mudan- ça sobre a visão biológica o documento ainda apresenta um caráter instrumental do corpo e movimento, sendo a função principal da ação motora na Educação Infantil oferecer suporte para futuras aprendizagens. Ou seja, direciona para o desenvolvimento de funções psicomotoras, como 13 a coordenação e equilíbrio, a aquisição e estabili- zação de habilidades básicas e a internalização de regras sociais, por meio dos jogos e brincadeiras. Conforme o RCNEI: Os gestos, movimentos corporais, sons produzidos, expressões faciais, as brincadeiras e toda forma de expressão, representação e comunicação devem ser consideradas como fonte de conhecimento para e sobre o que a criança já sabe (BRASIL, 1998. p. 33). Em síntese, deve-se compreender que os eixos da Educação Infantil são princípios norteadores para estruturar o processo ensino-aprendizagem das crianças pequenas na escola, assim como respeitar as suas vivências, com a intenção de ampliar as possibilidades de promoção de atividades signi- ficativas para as mesmas. 14 EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR O mais recente documento que direciona a educa- ção no Brasil é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicado em 2018, sendo apresentado como “um instrumento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de apren- dizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica” (BRASIL, 2018. p. 4). Na BNCC a criança é a protagonista de todos os contextos, deixando de apenas interagir e passando a ser vista como um ser humano capaz de criar e moldar a cultura e a sociedade. As mudanças na Educação Infantil desde 1988, com o estabelecimento do acesso à creche e pré-escola como um dever e direito da criança, até a Base Nacional Comum Curricular, em 2018, foram muito significativas, pois a criança ganhou seu espaço. Apesar das várias possibilidades de um ideário pe- dagógico, é possível classificar as diferentes linhas ou tendências pedagógicas no ensino brasileiro 15 por meio de cinco abordagens educacionais, as quais foram utilizadas para estruturação da Base Nacional Comum Curricular, no que se refere à Educação Física: Tabela 1: teorias pedagógicas da Educação Física. Teorias Crítico- -supera- dora Crítico- -eman- cipatória Cultural / Plural Sistêmi- ca Aulas abertas Prin- cipais autores Coleti- vo de autores Kunz. E. Daólio. J. Betti. M. Hilde- brandt e Laging Obra Metodo- logia do ensino da Edu- cação Física Trans- forma- ção didáti- co-pe- dagó- gica do esporte Edu- cação Física Escolar: uma abor- dagem cultural Edu- cação Física e socieda- de Con- cepções aber- tas no ensino da Edu- cação Física Funda- mentos teóricos Socio- logia política (Sa- viani e Libâneo) Filosofia (Haber- mas) Antro- pologia (Marcel Mauss) Socio- logia e Filosofia (Berta- lanfy) Socio- logia (Hessis- cher e Kultus- minister) Objeti- vos Trans- forma- ção social Eman- cipação crítico- -peda- gógica Reco- nhecer o papel da cultura Trans- forma- ção social Cons- trução coletiva Temá- tica principal Cultura corporal Cultura corporal de movi- mento Téc- nicas corporais Cultura corporal de movi- mento Cons- trução coletiva 16 Conteú- dos Conhe- cimento sobre o jogo, esporte, dança, ginásti- ca, lutas etc. Conhe- cimento sobre osespor- tes por meio do sentido de movi- mentar- -se História cultural e técni- cas das formas de gi- nástica, danças, lutas, jogos e esportes Vivência corpo- ral: do jogo, do esporte, da dan- ça, da ginástica História de vida na cons- trução do movi- mento Fonte: adaptado de Darido (2003). Assim, considerando-se as diferentes teorias e o avanço no entendimento de como a criança aprende, a BNCC tem como objetivo oferecer refe- rências para a construção de um currículo baseado em direitos de desenvolvimento e aprendizagem bem definidos. Para atender a esse objetivo, está organizada de maneira que as diversas áreas de conhecimento e as diferentes linguagens estejam integradas pelos campos de experiência, pois parte da hipótese de que a criança aprende realizando a junção das diferentes experiências vividas no contexto escolar e também fora dele. Os objetivos de aprendizagem estão baseados em 6 direitos de aprendizagem e desenvolvimento, sendo eles, conforme a BNCC (2018): y Conviver: indica o direito da criança de conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, 17 ampliando o conhecimento de si e do outro, o res- peito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas (BRASIL, 2018, p. 38); y Brincar: refere-se à indicação de possibilitar à criança brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diver- sificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, senso- riais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais (BRASIL, 2018, p. 38). y Participar: direito de interagir efetivamente e participar ativamente, com adultos e outras crian- ças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes lingua- gens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando (BRASIL, 2018, p. 38). y Explorar: diz respeito à liberdade de buscar e explorar movimentos, gestos, sons, formas, tex- turas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas moda- lidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia (BRASIL, 2018, p. 38). 18 y Expressar: refere-se ao direito de expressar-se como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões e questionamen- tos, por meio de diferentes linguagens (BRASIL, 2018, p. 38). y Conhecer-se: tem uma relação direta com a identidade a ser estruturada pela criança. Conhe- cer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário (BRASIL, 2018, p. 38). Sendo que esses direitos devem ser atingidos com as relações integradas entre os 5 campos de experiências instituídos na BNCC para a Educação Infantil, os quais estão sintetizados a seguir: y O eu, o outro e o nós: campo no qual são sina- lizadas as experiências pertinentes à construção da identidade e da subjetividade. Aprendizagens e conquistas de desenvolvimento relacionadas à ampliação das experiências de conhecimento de si mesmo e à construção de relações. Assim como o desenvolvimento do sentimento de pertencimento a um grupo, respeito e valores conferidos a dife- rentes tradições culturais; 19 y Corpo, gestos e movimentos: campo que foca nas experiências das crianças em situações de brincadeiras, explorando o espaço com o corpo e as diferentes formas de movimentos, construindo assim referenciais que as orientam em relação a aproximar-se ou distanciar-se. A valorização das brincadeiras de faz de conta é abordada nesse campo. Busca trazer também a importância da vivência de experiências com as diferentes lin- guagens, como a dança e a música, ampliando as possibilidades expressivas do corpo; y Traços, sons, cores e formas: visa a destacar as experiências das crianças, possibilitando diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, abarcando o contato com a linguagem musical e visual, com ênfase no estético e crítico. Salienta as experiências de escuta ativa, mas sem perder o intuito da criação musical, com realce nas experi- ências corporais, considerando a intensidade dos sons e o ritmo das melodias. E também visa às experiências que promovam a sensibilidade inves- tigativa no campo visual, estimulando a atividade produtiva das crianças nas diferentes situações em que participam; y Escuta, fala, pensamento e imaginação: esse campo destaca as experiências com a linguagem oral que expandem as diversas configurações so- ciais de comunicação na cultura humana. Também destaca as experiências com a leitura de histórias 20 que beneficiem as aprendizagens relacionadas à leitura, ao comportamento leitor, à imaginação e à representação e, ainda, à linguagem escrita. Não diferente dos demais campos, neste também as experiências com as práticas cotidianas de uso da escrita são valorizadas, sempre em contextos significativos em que as crianças se arriscam a ler e a escrever de maneira espontânea; y Espaço, tempo, quantidades, relações e trans- formações: este campo enfatiza as experiências que beneficiam a construção de noções espaciais relativas a uma situação estática, destacando a organização do esquema corporal e a percepção espacial, com a exploração do corpo e dos objetos no espaço. São destacadas as experiências em relação ao tempo, favorecendo a construção das noções de tempo físico e cronológico. Também abrange as experiências em relação à medida, por meio de situações-problemas em contextos lúdicos. Destaca as experiências de relações e transformações beneficiando a estruturação de conhecimentos e valores das crianças sobre as maneiras de viver de pessoas em tempos passa- dos e em outras culturas. Em cada campo existem objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, os quais a Base atrela a três grupos etários: Bebês (de 0 a 1 ano e 6 meses); Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) e Crianças 21 pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses) (BRASIL, 2018, p.40-43). Essa divisão foi baseada nas características e necessidades das faixas etárias, pois um ano de diferença, considerando crianças pequenas, pode representar muita diferença da sua relação com o mundo e com as pessoas. Assim, nessa fase, o currículo deve voltar-se para promoção de aprendi- zagens e conquistas de desenvolvimento, acatando os diferentes ritmos, interesses e necessidades que os pequenos apresentam. O primeiro contato que a criança tem com a escola, conforme Dias (2019), é um momento especial, tanto para a criança quanto para a família e a es- cola. Considerando essa afirmação, é fundamental que o professor receba as crianças com afeto e demonstrando segurança para os pequenos. Para isso é importante que o professor tenha com- preensão da proposta e também segurança para estruturar atividades que possibilitem à criança ter liberdade para propor coisas de seu interesse. 22 EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CULTURA CORPORAL E PRÁTICA PEDAGÓGICA O corpo e o movimento da criança são visivelmente condições unificadas e estimulantes, pois ao visu- alizar uma criança brincando podemos perceber que se expressa e interage de maneira vibrante, pois gostam de se movimentar. Conforme Gava e Jardim (2015), o corpo é explo- rado pela criança desde seus primeiros meses de vida, como um órgão de aprendizagem e também como mecanismode compreensão e seleção das informações. As autoras ainda salientam que as crianças fazem seu descobrimento do mundo e das pessoas por meio do corpo e de suas ações. Assim, deve ser possibilitado a elas vivenciarem e compreenderem a importância dele. Estudos apontam a contribuição da Educação Física no desenvolvimento geral dos alunos. Pes- quisadores como Ronchi (2010) e Balbé, Dias e Souza (2009), citados por Ferreira e Torres (2013), afirmam que a Educação Física colabora no de- senvolvimento motor, pois, pelo fato de trabalhar diretamente com o movimento humano, a disciplina proporciona uma compreensão maior do corpo e 23 desperta nas crianças consciência corporal que lhes permite perceber o mundo em que vivem. Os autores também destacam a importância de o professor entender a fase do desenvolvimento motor, necessidades e interesses do aluno. Conforme Buss-Simão e Rocha (2007), os processos de apropriação e produção cultural, por meio dos quais as crianças participam da vida social nas instituições educacionais ou fora delas, também ocorrem sobre sua dimensão corporal. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), é destacada a importância da disciplina na escola, indicando que ela possibilita a oportunidade de se trabalhar habilidades corporais e de participar de atividades culturais com fins de lazer e expressão de sentimentos (BRASIL, 1997). Analisando-se esse contexto, podemos afirmar que as aulas de Educação Física são, por consequência, um momento próprio para se aprender por meio de atividades lúdicas e brincadeiras, aprimorando os domínios cognitivo, afetivo-social e motor. Assim, a Educação Física aplicada desde a Educação Infantil se faz importante na formação integral da criança. Para essa discussão sobre a Educação Física na Educação Infantil é preciso indicarmos um ponto importante: embora seja obrigatória na Educação Básica, no que diz respeito à Educação Infantil não 24 ocorre a obrigatoriedade de ser oferecida e nem de ser ministrada pelo professor específico da área, assim o pedagogo deve conhecer as possibilida- des de intervenção para essa faixa etária a fim de estimular adequadamente cada faixa etária, ou seja, respeitando as fases de desenvolvimento. Nesse sentido, devemos visualizar as possibilidades de ação e a contextualização do corpo, movimento e a aprendizagem na fase pré-escolar. Nessa fase devemos destacar os movimentos corporais am- plos, como: correr, pular, rolar, equilibrar-se etc., mas também as atividades corporais finas como: recortar, escrever e outras produções motoras. In- dependentemente das atividades, o foco deve ser manter o corpo em movimento com explorações diversificadas. No processo de ensino-aprendizagem, essa fase deve estar articulada com o processo de desen- volvimento, propiciando uma evolução harmônica, um funcionamento psicomotor entre a criança e o meio, pois estudos apontam que a criança cujo desenvolvimento psicomotor é mal constituído pode apresentar problemas na escrita, na leitura, na direção gráfica, na distinção de letras (exemplo: b/d/p/q), na ordenação de sílabas, no pensamento abstrato (matemática), na análise gramatical, na noção espacial e temporal, dentre outras. 25 Ou seja, no processo de desenvolvimento humano, de acordo com Piaget (1974), o indivíduo desen- volve-se através de estágios e até o final da fase pré-escolar a criança passa por dois estágios, sendo estes citados por citado por Cavicchia (20--): y Estágio sensório motor: corresponde a crianças do nascimento até 2 anos, sendo que suas reali- zações, nesse estágio, formam a base de todos os processos cognitivos do indivíduo; y Pré-operatório: estágio que corresponde a crianças de 2 a 7 anos, sendo a fase que a criança realiza a transição entre a inteligência propriamente sensório-motora e a inteligência representativa. Na Educação Infantil, deve-se oportunizar à criança o maior número de experiências possíveis, pois nesse período ela começa a relacionar-se com um meio social e físico, ajudando no desenvolvi- mento. Assim, a Educação Física deve fazê-lo de maneira prazerosa por meio de jogos, brincadeiras e esportes. Com as brincadeiras, a criança é incitada à fantasia, a aprender a acatar regras, respeitar os outros e o ambiente etc. O professor deve ajudar o aluno a desenvolver seus conhecimentos, habilidades e relações sociais. Os estímulos por meio de brinca- deiras e jogos podem fazer a criança desenvolver 26 de maneira mais acelerada o motor, o cognitivo e a parte afetiva. Autores como Gallahue e Ozmun (2005), Freire (2003) e Tani et al. (1988) enfatizam a relevância do desenvolvimento integral do indivíduo, com- preendendo os aspectos motor, cognitivo e afe- tivo-social, havendo uma interdependência entre esses aspectos. Salientam também que a fase de aquisição dos movimentos fundamentais constitui a base de toda a aquisição motora posterior. Caso não se tenha a aprendizagem efetiva desses mo- vimentos, é provável que a criança possua muita dificuldade no aprendizado de gestos técnicos de um esporte, uma dança, ginástica ou luta e até em atividades da vida diária. Outro aspecto a ser discutido é a importância da Educação Física Escolar especificamente na Educação Infantil e na prática pedagógica, assim a primeira coisa que pensamos é o que ensinar? Pois a Educação Física Escolar é uma disciplina que se utiliza do corpo, e consequentemente do movimento, e pode auxiliar de maneira eficaz, for- necendo conhecimentos em diferentes aspectos e de diferentes maneiras. Essa interrogação é importante, pois para a construção de uma proposta pedagógica não basta ao professor saber o conteúdo se não tiver 27 conhecimento da sistematização dos mesmos, considerando os diferentes níveis de ensino e a diversificação dos mesmos. Nesse contexto, um problema da Educação Física Escolar na Educação Infantil a ser conduzido é que a cultura escolar, normalmente, indica uma deter- minada ordem para todas as disciplinas quanto à sistematização dos conteúdos a serem aborda- dos. Contudo, na Educação Física não existe uma sistematização única, mas sim vários autores que propõem diferentes “organizações dos conteúdos”. Em síntese, quando se refere ao corpo em movi- mento na Educação Infantil, o profissional deve trabalhar com foco na potencialização do desen- volvimento integral da criança e, para tanto, faz-se necessário compreender sua cultura de movimento e não reduzir as ações de movimento a um sim- ples fazer, destituído de sentidos, significados e intencionalidades. SAIBA MAIS Segue a referência de um livro para leitura complementar, com intuito de ampliar seus conhecimentos: GALLARDO J. S. P. Educação Física Escolar: do berçário ao Ensino Médio. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. SAIBA MAIS 28 CONSIDERAÇÕES FINAIS Buscamos trazer de maneira abrangente os ob- jetivos da Educação Física na Educação Infantil, considerando documentos oficiais e as indicações relevantes de estudiosos da Educação Infantil, assim como apresentar a Educação Física na Edu- cação Infantil conforme o Referencial Curricular Nacional e a Base Nacional Comum Curricular, assim como discorrer sobre a cultura corporal e a prática pedagógica especificamente no que se refere à Educação Infantil. 29 Referências Bibliográficas & Consultadas BAGNARA, I. C.; FENSTERSEIFER, P. E. Educação Física Escolar: política, currículo e didática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2019. [Minha Biblioteca]. BALBÉ, G. P.; DIAS, R. G.; SOUZA, L. da S. Educação Física e suas contribuições para o desenvolvimento motor na Educação Infantil. Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital, Buenos Aires, a. 13, n. 129, fev. 2009. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. BRASIL. 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Introdução Objetivos da Educação Física na Educação Infantil Educação Física na Educação Infantil: Referencial Curricular Nacional Educação Física na Educação Infantil: Base Nacional Comum Curricular Educação Física na Educação Infantil: cultura corporal e prática pedagógica Considerações finais Referências Bibliográficas & Consultadas