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CUIDADO FARMACÊUTICO EM DIABETES • Compreender a prevalência e a importância do diabetes • Reconhecer as diferentes estratégias terapêuticas para o tratamento do diabetes • Analisar as diferentes ferramentas utilizadas no processo de cuidado e acompanhamento do paciente com diabetes • Desenvolver habilidades para aplicação do método clínico de cuidado farmacêutico em pacientes com diabetes Objetivos de Aprendizagem Estudo Nacional realizado em 9 capitais do Brasil (Malerbi & Franco, 1992) Estudo da cidade de Ribeirão Preto (Torquato, 2003) Estudo da cidade de São Carlos (Bosi, 2009) PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS Diagnosticado por TOTG - (Teste Oral de Tolerância à Glicose) Estudos B rasileiros SÃO PAULO RIBEIRÃO PRETO SÂO CARLOS PORTO ALEGRE BELÉM FORTALEZA JOÂO PESSOA RECIFE SALVADOR BRASÍLIA RIO DE JANEIRO 9,9% 13,5% 12,1% 11,2% 9,2% 5,2% 7,9% 5,4% 7,9% 6,5% 7,2 % 5,0 – 7,7% com pré-DM 50% sem diagnóstico Almeida-Pititto B, Di as ML, Moraes ACF, et al. Type 2 diabetes in Brazil: epidemiology and management. Diabetes, Metabolic Syndrome and Obesity: Targets and Therapy 2015:8 17–28. Malerbi DA, Franco LJ. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30–69 yr. The Brazilian Cooperative Group on the Study of Diabetes Prevalence. Diabetes Care. 1992;15(11):1509–1516. PREVALÊNCIA NACIONAL 7,6% Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS 30 35 40 25 20 15 10 5 35-44 45-54 55-64 65-74 35-44 45-54 55-64 65-74 Idade - Homens Idade - Mulheres diagnosticado Diagnosticado Não Pr ev al ên ci a de d ia be te s (% ) ELSA BRASIL Pré-diabetes = 20% a 59% dependendo do critério utilizado Schmidt MI, Hoffman JF, Diniz MFS, et al. High prevalence of diabetes and intermediate hyperglycemia – The Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Diabetology and Metabolic Syndrome 2014; 6:123 50% dos indivíduos identificados com diabetes não sabiam que tinham o diagnóstico de diabetes Diagnosticado por TOTG - (Teste Oral de Tolerância à Glicose) E studos B rasileiros PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS, IDF 2019 Atlas IDF com dados brasileiros compilados em português - https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2018/poster-atlas-idf-2017.pdf International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas, 9th edn. Brussels, Belgium: 2019. Available at: http://www.diabetesatlas.org Número de pessoas (20-79 anos) com diabetes no mundo e regiões da IDF América do Sul e Central Aumento 55% Aumento 74% Oriente Médio e Norte da África Aumento 96% África Aumento 143% Aumento 31% Brasil, IDF 2019 16,8 milhões de pessoas América do Norte e Caribe Aumento 33% 2045 63 milhões 230 56 milhões 2019 48 milhões Europa Aumento 15% 2045 68 milhões 2030 66 milhões 2019 59 milhões 108 milhões 76 milhões 55 milhões 2045 2030 2019 Sudeste da Asia 153 milhões 115 milhões 88 milhões 2045 2030 2019 2045 47 milhões 2030 29 milhões 2019 19 milhões Pacífico 2045 212 milhões 2030 197 milhões 2019 163 milhões 49 milhões 40 milhões 32 milhões 2045 2030 2019 International D iabetes Federation https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2018/poster-atlas-idf-2017.pdf http://www.diabetesatlas.org/ International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas, 9th edn. Brussels, Belgium: 2019. Available at: http://www.diabetesatlas.org Atlas IDF com dados brasileiros compilados em português - https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2018/poster-atlas-idf-2017.pdf PREVALÊNCIA DE DIABETES MELLITUS TIPO 1, IDF 2019 Os cinco países com maior número de crianças e adolescentes (0-14 anos) com DM1 Índia 95.600 EUA 94.200 Brasil 51.500 China 28.700 Rússia 21.600 International D iabetes Federation http://www.diabetesatlas.org/ https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2018/poster-atlas-idf-2017.pdf PREVALÊNCIA DE HIPERGLICEMIA NA GESTAÇÃO, IDF 2019 45 – 49 anos 20 - 24 anos Diabetes diagnosticado primeiramente na gestação Diabetes Mellitus Gestacional 83,6% De acordo com a causa De acordo com a idade hiperglicemia International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas, 9th edn. Brussels, Belgium: 2019. América do Sul e Central 14% Prevalência de hiperglicemia na gestação Global 14% 8,5% 10% 37% International D iabetes Federation DO QUE AS PESSOAS MAIS MORREM NO BRASIL? Mortes por 100 mil habitantes, ambos os sexos 1. Doenças cardiovasculares 1. Doenças cardiovasculares 2. Neoplasias 2. Neoplasias 3. Afecções maternas e neonatais 3. Diabetes e doenças do rim 4. Infecções respiratórias e tuberculose 4. Infecções respiratórias e tuberculose 5. Autolesão e violência 5. Transtornos neurológicos 6. Acidente transporte 6. Autolesão e violência 7. Enterite infecciosa 7. Respiratórias crônicas 8. Respiratórias crônicas 9. Acidente automobilístico 13. Transtornos neurológicos 17. Enterite infecciosa 11. Diabetes e doenças do rim 12. Afecções maternas e neonatais 1990 2017 Doenças crônicas não transmissíveis Causas externasDoenças transmissíveis, maternas, neonatais e nutricionais Global Burden of Disease – http://www.healthdata.org/gbd; https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/Burden of disease in Brazil, 1990–2016: a systematic subnational analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. GBD 2016 Brazil Collaborators. 2018. http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31221-2 Im pacto G lobal da D oença B rasil http://www.healthdata.org/gbd https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/ https://vizhub.healthdata.org/gbd-compare/ http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31221-2 O que é Diabetes mellitus (DM)? “O diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por HIPERGLICEMIA PERSISTENTE, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo.” Diretrizes da SBD, 2019-2020 • Hiperglicemia persistente, resultante de insuficiência relativa ou absoluta da secreção de insulina e/ou vários graus de resistência periférica à ação da insulina Entendendo a condição Fisiopatologia Célula β Célula α Célula Delta Célula PP Polipeptídeo Pancreático Somatostatina Glucagon Insulina Regulação da glicose Resistência a insulina tecidos periféricos + hiperinsulinemia compensatória Ilhotas de Langerhans perdem gradualmente sua habilidade de responder às flutuações na glicemia Liberação basal de insulina é afetada Falência Fisiopatologia Link: https://www.youtube.com/watch?v=YddyK7tyOUU Link: https://www.youtube.com/watch?v=nyvu2euX8tM&t=12s https://www.youtube.com/watch?v=YddyK7tyOUU https://www.youtube.com/watch?v=nyvu2euX8tM&t=12s Fisiopatologia Insuficiência relativa ou absoluta da secreção de insulina • Redução na captação da glicose pelo músculo, fígado e tecido adiposo; • Aumento da produção hepática de glicose; • Hiperglicemia, no jejum e no pós-prandial; • Aumento na produção de ácidos graxos livres a partir da lipólise Fisiopatologia Se o DM está descompensado os valores de triglicerídeos do paciente permanecem elevados Ácidos graxos + def. insulina Lipoproteínas conversão hepática de ácidos graxos em fosfolipídios e colesterol Fisiopatologia Insuficiência relativa ou absoluta da secreção de insulina DM1 DM2 Gestacional Outros >99% DOS CASOS Classificação Diabetes tipo 1 O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina (rápida ou lentamente – LADA) • Doença autoimune • Destruição das células β pancreáticas • Deficiência absoluta de insulina • O paciente precisará invariavelmente de insulina • DM tipo 1 A / DM tipo 1 B Diabetes tipo 2 Resistência à insulina e deficiência parcial de secreção de insulina pelas células ß,pancreáticas e alteração nasecreção de incretinas • Obesidade e envelhecimento • Inicialmente ocorre aumento da quantidade de insulina • Acantose nigricans e hipertrigliceridemia. • O paciente PODE precisar de insulina Classificação Pâncreas Normal DM1 DM2 Insulina Glicose Classificação Diabetes mellitus tipo 1 • É uma doença autoimune, poligênica, decorrente de destruição das células β pancreáticas, ocasionando deficiência completa na produção de insulina. • Rápida (crianças / jovens) • Lenta (LADA) • DM tipo 1A - confirmada pela positividade de um ou mais autoanticorpos anti-ilhota ou antígenos específicos da ilhota • DM tipo 1 B (Idiopática) - quando não há uma etiologia conhecida • Manifestações clínicas • Início abrupto • Cetoacidose diabética Classificação Diabetes mellitus tipo 2 • Hiperglicemia, caracterizado por resistência à insulina e deficiência parcial de secreção de insulina pelas células ß,pancreáticas, além de alterações na secreção de incretinas. • Assintomática ou oligossintomática • Diagnóstico: alterações laboratoriais e manifestações de complicações • Sintomas clássicos de hiperglicemia: poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento. • Prevalência aumenta com obesidade (adiposidade central) • Tecido hipertrofiado: citocinas pró-inflamatórias > RI A síndrome metabólica ocorre quando pelo menos 3 critérios são observados simultaneamente Fatores de Risco DM2 • Coexistência de um conjunto de fatores de risco cardiovasculares, usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Estes fatores incluem a obesidade abdominal, a hiperglicemia, a dislipidemia e a hipertensão. • Entre as alterações funcionais, a resistência à insulina, a inflamação crônica, a disfunção endotelial e o estado pró-trombótico. Glicemia jejum ≥126 TOTG ≥200 HbA1c ≥6,5% Um resultado anormal deve ser confirmado OU OU Diagnóstico Diagnóstico DM2 • Glicemia casual ≥200 mg/dl + sintomas (sede, poliúria, perda de peso, visão embaçada) Diabetes Gestacional • O DMG é definido como uma intolerância aos carboidratos de gravidade variável, que se inicia durante a gestação porém não preenche critérios diagnósticos de DM fora da gestação. Entendendo a condição Classificação Classificação Fatores de risco Outros tipos específicos de DM • Pertencem a essa classificação formas menos comuns de DM cujos defeitos ou processos causadores podem ser identificados. • A apresentação clínica desse grupo é bastante variada e depende da alteração de base Entendendo a condição • Defeitos genéticos na função das células beta • Defeitos genéticos na ação da insulina • Doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, neoplasia, fibrose cística e outras) • Endocrinopatias (Síndrome de Cushing, feocromocitoma, aldosteronoma e outros) • Infecções (Rubéola congênita, citomegalovírus e outros) • Induzidos por fármacos ou agentes químicos (CORTICOIDES, hormônios tireoidianos, ácido nicotínico, agonistas beta-adrenérgicos, tiazídicos e outros) • Formas incomuns de DM autoimune • Outras síndromes genéticas por vezes associadas ao DM Classificação Glicemia jejum 100 - 125 TOTG 140 - 199 HbA1c 5,7 – 6,4% OU OU Diagnóstico Pré-Diabetes Tratamento Pré-Diabetes • Dieta alimentar (objetivo é reduzir 0,5-1kg/mês) • Benefícios da redução do peso (se sobrepeso ou obesidade) e da prática de atividades físicas regulares (150 minutos/semana) na prevenção do diabetes • Necessidade de controle de comorbidades que aumentam o risco cardiovascular (hipertensão, dislipidemia, tabagismo, doença renal) • Medicamentos (Metformina) – idade menor que 60 anos, obesos com IMC acima de 35 kg/m2, mulheres com história de diabetes gestacional, na presença de síndrome metabólica, com hipertensão ou quando a glicemia de jejum for maior que 110 mg/dL. *PODEM SER CONSIDERADAS, de acordo com os seus respectivos riscos, custos e efeitos adversos. Arcabose, liraglutida, pioglitazona e orlistate Metas terapêuticas Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2022 Metas terapêuticas *As comorbidades crônicas consideradas incluem: câncer, artrite reumatóide, insuficiência cardíaca congestiva, depressão grave, enfisema, doença de Parkinson, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência renal crônica classe III ou pior. **Doença terminal entende-se por câncer metastático, insuficiência cardíaca classes 4-5, doença pulmonar crônica demandando oxigenioterapia, pacientes em diálise. • Infecções • Condições críticas • Medicamentos (Corticosteroides, α e β bloqueadores, pentamidina, agentes simpatomiméticos, diuréticos) • Privação de tratamento Complicações Agudas Complicações Agudas Complicações Agudas Hipoglicemia: o que fazer? • Confirmar sintomas por testes de glicemia capilar • Administração de tabletes de glicose via oral ou carboidratos de absorção rápida (balas, suco de frutas com açúcar, refrigerantes, mel, açúcar puro, entre outros) • Para pacientes inconscientes, caso os familiares disponham de kit para injeção de glucagon (intramuscular ou subcutânea) • Apesar das evidências conflitantes, a maioria dos especialistas recomendam a aplicação de açúcar diretamente sobre a mucosa oral do paciente, massageando a fim de promover a absorção local. Complicações Crônicas Nefropatia Retinopatia Neuropatia Pé diabético • Ricardo, 57 anos, altura 1,72 cm, peso de 74 kg, história prévia de HAS, hipotireoidismo e diabetes tipo 2 há 2 anos. Tabagista (1 maço/dia). Valor de pressão arterial de 168/100 mmHg no momento da consulta. Sem queixas. • Exames : Glicemia casual 169 mg/dL, creatinina sérica 1,2 mg/dL, coleta de urina de 24 horas com uma taxa de eliminação urinária de albumina de 250 mg/dia. Níveis normais de TSH, T4 e T3 e eletrólitos. Caso clínico Complicações Microvasculares Doença renal do diabetes (DRD) • É a principal causa de ingresso em terapia renal substitutiva e está associada ao aumento de morbidade e mortalidade • Microalbuminúria: 30 a 300 mg/g; e • Macroalbuminúria: > 300mg/g RASTREAMENTO No diagnóstico de DM2 DM1 5 anos após diagnóstico Complicações Microvasculares Doença renal do diabetes (DRD) - tratamento • Prevenção: controle da glicemia e PA • IECA ou BRA (redução albuminúria) • Hipolipemiantes • Estatinas x RCV (ajuste /TFG) • Cessação tabágica TFG 30-60 mL/min/1,73 m2 ou albuminúria > 200 mg/g, É RECOMENDADO o uso de inibidores do SGLT2 • Tânia, 63 anos, histórico prévio de hipertensão, dislipidemia e diabetes 2. Em uso de enalapril, hidroclorotiazida, atorvastatina, metformina e gliclazida. Na sua última consulta médica foi orientada a realizar um exame oftalmológico, mas não tinha certeza sobre o quanto era importante ou urgente. Na consulta farmacêutica pede recomendações sobre como proteger os olhos e orientação sobre o que fazer em relação ao exame oftalmológico. Que recomendações você daria? Caso clínico Complicações Microvasculares Retinopatia Diabética • A retinopatia diabética é uma complicação crônica do DM que, após 20 anos de duração da doença, ocorre em 99% dos pacientes com diabetes tipo 1 e em 60% dos pacientes com diabetes tipo 2 • Visão embaçada, perda de visão e distorção de imagens • Níveis de glicemia e PA elevados, junto com longo tempo de duração do DM, são os principais fatores de risco • Recomendações • Exame oftalmológico completo • Tratamento medicamentoso : agentes anti-VEGF • Fotocoagulação com laser • Magda, 75 anos, 55 kg, 147 cm, mora com esposo. Diagnóstico de DM2 há 25 anos. Automonitoramento mostra que os níveis médios de glicose no sangue estão em 180 mg / dL e a Hb1Ac 11%. Em uso de metformina 850 mg 1-0-1, insulina NPH 30-0-35UI, enalapril 10 mg 1-0-0, Sinvastatina 40 mg 0-0-1 e gabapentina 300 mg 1-0-0. Relata dormência das pernas e dos pés. Caso clínico RASTREAMENTO No diagnóstico de DM2 DM1 5 anos após diagnóstico Complicações Microvasculares Neuropatia diabética • A neuropatiadiabética é a complicação mais frequente e tem sua prevalência aumentada de acordo com o tempo de diagnóstico (50%), ela é decorrente do dano do sistema nervoso periférico somático e/ou do autonômico. Complicações Microvasculares Neuropatia diabética • Rastreamento através de instrumentos – Score de Sintomas Neuropáticos • Manifestação clínica: dormência ou queimação, formigamento, pontadas, choques, agulhadas, desconforto ou dor ao toque e diminuição ou perda de sensibilidade tátil. • Autonômica: hipotensão postural, arritmias, retenção urinária, gastroparesia, pele seca, redução do reflexo fotomotor e miose Complicações Microvasculares Neuropatia diabética Complicações Microvasculares Neuropatia diabética- tratamento O tratamento da NPD leva em consideração três princípios: • Tratamento de base (que interfere na história natural da doença) • Tratamento restaurador (ou fisiopatológico) que visa restaurar a função neural e a funcionalidade, se possível; • Tratamento sintomático (que pode ser farmacológico ou não farmacológico), direcionado para o controle da dor neuropática. Complicações Microvasculares Neuropatia periférica Vasculopatia periférica Alteração biomecânica do pé Pé diabético • “infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associadas a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica (DAP) nos membros inferiores” • Até 25% dos pacientes desenvolvem ulceração no pé em alguma fase da evolução da doença Doença vascular periférica Neuropatia periféricaNeuropatia autonômica Ateros-cler ose Embolia distal Aporte reduzido de oxigênio, nutrientes, antibióticos Gangrena extensa Síndrome do dedo azul Retardo na cicatrização Infecção Gangrena Amputação Déficit reação de alerta Déficit sudorese Auto- simpatectomia Pele seca Redução fluxo Sanguíneo Aumento reabsorção óssea Colapso articular Pé de Charcot Novos pontos de pressão Sensitiva Motora Perda da sensibilidade protetora Predisposição a trauma Atrofia de inter-ossos Deformidades dos dedos Ulceração Complicações Microvasculares O que investigar? ▪ Dor ▪ Câimbras ▪ Parestesia ▪ Eritema ▪ calosidades ou algum problema ou alteração nos pés ou nas unhas ▪ dificuldade de marcha ou no equilíbrio Complicações Microvasculares Pé diabético • Exame pés 1x/ano ou a cada visita a profissional de saúde Complicações Microvasculares Pé diabético Complicações Microvasculares Complicações Microvasculares Complicações Microvasculares Pé diabético Complicações Microvasculares Pé diabético Complicações Microvasculares Pé diabético-Tratamento • Os objetivos do tratamento incluem: cura da úlcera; prevenção de infecção secundária; prevenção de recorrência e evitar amputação • Retirar carga: evitar estresse mecânico sobre a área afetada • Debridamento • Curativo: solução salina 3-4 x/dia • Tratamento da infecção (ATB) deve basear-se na sensibilidade e na resistência da microbiota local • Reconstrução vascular • Amputação Complicações Microvasculares Pé diabético • Cigarro: restrição absoluta • Sapatos: • Couro macio, salto baixo, frente folgada e profundidade suficiente para acomodar a deformidade dos dedos. Tênis para caminhada, com essas mesmas características, também são adequados. • Examinar os sapatos antes de calçá-los a fim de identificar presença de objetos estranhos. • Não usar sandálias abertas, com tiras entre os dedos, nem sandálias ou sapatos de plástico. Nunca andar descalço. Complicações Microvasculares Pé diabético • Higiene dos pés • Usar espelho para ver região plantar • Lavar os pés diariamente enxugando bem entre os dedos • Procurar por calos, bolhas, frieiras, ferimentos • Aplicar hidratante neutro (ex. Ureia 10% creme) exceto entre os dedos. • Temperaturas extremas • Evitar bolsa de água quente, evitar deixar os pés de molho em água quente ou exposição ao frio excessivo. Complicações Microvasculares Pé diabético • Unhas e calos • Cortar as unhas retas • Não cortar calos ou usar calicidas • Não tirar cutícula • Unhas encravadas e calosidades devem ser avaliadas por equipe de saúde • Evitar tratar pés/unhas em salão de beleza • Não usar lixa metálica • Cuidado com animais e insetos: evitar ferimentos e picadas Complicações Microvasculares Neuropatia - manifestações clínicas do sistema geniturinário • Disfunção erétil, disfunção vesical e ejaculação retrograda no homem; • Disfunção sexual feminina, com dispareunia (dor durante o ato sexual); • Em ambos os sexos podem apresentar cistopatia diabética - problemas de armazenamento urinário, com bexiga hipoativa (dificuldade de esvaziamento) ou hiperativa (contrações involuntárias do músculo). 25 - 30% das pessoas com DM têm queixas para urinar Mecanismo que sinaliza o estímulo erétil pode ser afetado por alterações vasculares, neurológicos, hormonais e psicológicas Tratamento: ▪ Controle da glicemia ▪ Mudança de estilo de vida, aconselhamento psicossocial, abandono do tabagismo e terapia de reposição hormonal ▪ Inibidores de fosfodiesterase ▪ Bupropiona - demonstrou melhora da função sexual Complicações Microvasculares Disfunção erétil 6 a 75% de acordo com a idade do paciente e o tempo de DM Complicações Macrovasculares Fatores Patogênicos • Disfunção endotelial • Microangiopatia diabética • Dislipidemia • Resistência a insulina • Estresse oxidativo • Glicação não-enzimática • Alteração da hemostasia Complicações Macrovasculares Compreendem a doença arterial coronariana (DAC), o acidente vascular cerebral isquêmico (AVC) e a doença arterial periférica (DAP). O risco cardiovascular de um paciente diabético aumenta na medida em que se soma a presença de fatores de risco • IAM • Apenas diabetes - 2,5X • Diabetes + hipertensão – 8X • Diabetes + hipertensão + dislipidemia – 19X Complicações Macrovasculares Steno T1 Risk Engine (shinyapps.io) https://steno.shinyapps.io/T1RiskEngine/ Complicações Macrovasculares Complicações Macrovasculares Complicações Macrovasculares *Desde que a meta seja atingida. Gestão da doença por equipe multiprofissional Farmacoterapia Educação do paciente para autocuidado e monitoramento Mudança de estilo de vida Como tratar o diabetes? Caso Clínico Paciente sexo feminino, 56 anos, do lar. Aumento de peso nos últimos 5 anos (10kg). Não tem restrições alimentares. Sedentária e tabagista ( 10 cigarros/dia - 20 anos). Altura:1,56 m; Peso:76 kg; IMC: 31,2; CA: 92 cm PA:150/95 mmHg Glicemia de jejum:138 mg/dL HbA1c: 9,2% CT:280 mg/dL LDL: 190 mg/dL HDL: 30 mg/dL TG:300 MG/dL Orientação nutricional Reduzir consumo de gordura (exceto poli-insaturados – ômega 3 e 6) Reduzir consumo de carboidratos 30 a 45 gramas de carboidratos nas refeições e 15 a 20 gramas de carboidratos para lanches, com o objetivo de não menos de 130 gramas de carboidratos/dia. Entendendo a condição Medidas não farmacológicas Preferir alimentos com menor índice glicêmico (impacto relativo de alimentos contendo carboidratos na glicose sanguínea) Glicemia Carboidrato Insulina Medidas não farmacológicas Contagem de Carboidratos • O que é a contagem de carboidratos? Medidas não farmacológicas Medidas não farmacológicas Contagem de Carboidratos • Regra geral: 1 UI – 15g Medidas não farmacológicas Medidas não farmacológicas Exercício Físico O exercício previne o DM2, principalmente nos grupos de maior risco, como os obesos e os familiares de diabético Indivíduos fisicamente ativos e aqueles com melhor condição aeróbica apresentam menor incidência de DM2 Aumenta oxigenação dos tecidos periféricos, diminuindo o risco de complicações microvasculares Melhora modulação do sistema nervoso autonômico, diminuindo o risco de neuropatia Entendendo a condição Medidas não farmacológicas Medidas não farmacológicas Fluxograma decisório para rastreamento de doenças cardiovasculares antes da prática de exercícios físicos em pessoascom diabetes Exercício Físico Exercícios aeróbios, que devem ser complementados pelos resistidos, tem impacto bastante significativo tanto na melhora do controle glicêmico quanto na melhora de comorbidades, como obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, risco cardiovascular, insônia, entre outras. A prática combinada de exercícios aeróbicos e resistidos deve ser incentivada, pelo menos um ciclo de 10 a 15 repetições de cinco ou mais exercícios, duas a três sessões por semana, em dias não consecutivos e, no mínimo, 150 minutos semanais de caminhada moderada ou de alta intensidade, sem permanecer mais do que dois dias consecutivos sem atividade. Manter 50%-70% da frequência cardíaca máxima (FC MÁXIMA = 220 – IDADE) Entendendo a condição Medidas não farmacológicas Cessação tabágica Questionar indivíduos atendidos sobre o consumo de cigarros e de outros produtos do tabaco. Avaliar a sua disposição para uma tentativa de abandono. Nesse contexto, é importante caracterizar a fase motivacional (pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção). Avaliar carga tabágica e grau de dependência física, comportamental e psicológica. Entendendo a condição Medidas não farmacológicas Caso Clínico Paciente sexo feminino, 56 anos, do lar. Aumento de peso nos últimos 5 anos (10kg). Não tem restrições alimentares. Sedentária e tabagista ( 10 cigarros/dia - 20 anos). Altura:1,56 m; Peso:76 kg; IMC: 31,2; CA: 92 cm PA:150/95 mmHg Glicemia de jejum:138 mg/dL HbA1c: 9,2% CT:280 mg/dL LDL: 190 mg/dL HDL: 30 mg/dL TG:300 MG/dL Educação Modificações no estilo de vida Cessação do tabagismo Plano alimentar adequado Atividade física Gestão do peso Farmacoterapia Plano de cuidade • Dieta hipocalórica, hipossódica, pobre em gorduras saturadas • Exercícios pelo menos 3x/semana • cessação do tabagismo • Retorno (3 meses) Refere dieta e exercício de forma irregular e não parou de fumar Peso 75kg; PA: 140/90 mmHg Exame dos pés: sem alteração Glicemia capilar pós-prandial 192 Sem sintomas • Novos exames Glicemia de jejum:125 mg/dL HbA1c: 9,0% CT:246 mg/dL LDL: 170 mg/dL HDL: 30 mg/dL TG:240 MG/dL Os objetivos/metas do tratamento foram atingidos? Medidas farmacológicas Princípios gerais, conforme o tipo de DM • DM1 - Insulina • DM2 - Agentes antidiabéticos orais, injetáveis e/ou insulina • Diabetes Gestacional - Insulina Para o tratamento farmacológico do diabetes, há uma variedade de classes terapêuticas. Em relação aos fármacos empregados na farmacoterapia do diabetes, é correto afirmar: A A glibenclamida aumenta a secreção pancreática de insulina. B A acarbose diminui a reabsorção da glicose no túbulo renal proximal. C A dapagliflozina inibe a degradação de polissacarídeos em monossacarídeos na luz intestinal. D A pioglitazona aumenta a secreção renal de insulina e a excreção de glicose na urina. Questões DM Sobre a escolha do tratamento farmacológico a ser utilizado após o momento do diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), é INCORRETO afirmar que: A As sulfonilureias e as glinidas (ou metiglinidas) são secretagogos de insulina. As primeiras desenvolvem uma ação hipoglicemiante mais prolongada durante todo o dia (clorpropamida, glibenclamida, gliclazida, glipizida e glimepirida) e promovem queda de 1,5 a 2% na HbA1c. B A metformina tem efeito antihiperglicemiante, reduzindo a produção hepática de glicose, além de ação sensibilizadora periférica mais discreta. A apresentação de liberação prolongada (extended release, XR) causa menor incidência de efeitos gastrintestinais. C Os inibidores da DPP-4 (dipeptidil peptidase), conhecidos como gliptinas, constituem uma nova classe de antidiabéticos orais, cujo principal mecanismo de ação é, essencialmente, a estabilização do GLP-1 endógeno pela inibição da enzima que o degrada, a DPP-4. D Sinais de insulinopenia, tais como hiperglicemia e perda de peso, denotam um estágio mais avançado ou mais descompensado da doença. Nessa circunstância, os medicamentos secretagogos (sulfonilureias e glinidas) não são mais indicados. A paciente S.M.B., de 45 anos, procurou a Unidade Básica de Saúde (UBS) próximo de sua casa, e a anamnese indicou sobrepeso, histórico familiar de diabetes e sedentarismo. Após realização de exames laboratoriais, foram obtidos os seguintes resultados: glicemia de jejum 150 mg/dL; hemoglobina glicada 8,5%. Durante a consulta, foram estabelecidas as metas glicêmicas, mudanças de estilo de vida (alimentação e exercícios físicos) e acompanhamento com equipe multiprofissional do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), além de terapia medicamentosa. Como terapia medicamentosa inicial para S.M.B., de acordo com as diretrizes da SBD, a indicação terapêutica inicial deve ser A monoterapia com metformina. B terapia combinada metformina + gliptina. C monoterapia com gliptina. D monoterapia com insulina. E terapia combinada metformina + sulfonilureia. No que se refere à farmacoterapia do diabetes tipo 2, assinale a alternativa INCORRETA. A Glicazida é indicado para idosos, devido ao menor potencial de hipoglicemia. B Glibenclamida está associada a maior risco de hipoglicemia, sobretudo em idosos. C Meformina é primeira opção terapêutica em diabéticos tipo 2 com sobrepeso ou obesidade. D Sitagliptina apresenta atividade inibidora da alfaglicosidade intestinal. • Hipoglicemiantes - Secretagogos (sulfonilureias e glinidas) 1. Medicamentos que aumentam a secreção de insulina • Anti-hiperglicemiantes (inibidores das α-glicosidases; Biguanidas; Glitazonas) 2. Medicamentos que não aumentam a secreção de insulina 3. Medicamentos que aumentam a secreção de insulina de forma dependente • Inibidores SGLT2 4. Medicamentos que promovem glicosúria • Dependente de glicose / Supressão de glucagon (Inibidores da DPP-IV Gliptinas; Mimético e análogos de GLP-1) Medidas farmacológicas – DM 2 1. Medicamentos que aumentam a secreção de insulina Célula β Hiperglicemia ATP ADP Despolarização Canais K+ATP fechados Ca++ Ca++ Sulfoniluréias e Glinidas Liberação de insulina Secretagogos de insulina Medidas farmacológicas Secretagogos de insulina • Estimula a secreção de insulina pelas células beta pancreáticas, por meio da ligação no receptor SUR-1 (aumenta influxo de Ca → aumenta liberação de insulina) • Ligação ao receptor SUR na célula beta e provoca despolarização, levando à liberação de insulina Entendendo a condição Sulfonilureias Clorpropamida, glibenclamida, gliclazida, glipizida e glimepirida Metiglinidas ou Glinidas Nateglinda e Repaglinida Medidas farmacológicas Medicamento (posologia mínima e máxima em mg) Redução da GJ mg/dL Redução de HbA1c % Vantagens Desvantagens Clorpropamida 125 a 500 60-70 1,5-2 Experiência extensa com a classe Redução do risco de complicações microvasculares (UKPDS) Redução relativamente maior da HbA1C Hipoglicemia e ganho ponderal (clorpropamida favorece o aumento de peso e não protege contra retinopatia) Glibenclamida 2,5 a 20 Glipizida 2,5 a 20 Gliclazida 40 a 320 Gliclazida MR 30 a 120 Glimepirida 1 a 8 Entendendo a condição Medidas farmacológicas Sulfonilureias (Diabinese®, Daonil®, Minidiab®, Diamicron® e Amaryl®) Entendendo a condição Orientações • Monitorar sinais/sintomas de hiperglicemia ou hipoglicemia e relatar dificuldades no controle glicêmico (períodos de estresse causado por infecção, febre, trauma ou cirurgia) • Cuidado ao fazer atividades que exigem prontidão ou coordenação mental, tais como dirigir ou operar máquinas pesadas. • Não ingerir bebidas alcoólicas enquanto estiver tomando este medicamento, pois isso pode aumentar o risco e a gravidade da hipoglicemia • Adimistrar o medicamento com as refeições, caso o paciente pule uma refeição o medicamento não deve ser administrado neste horário Medidas farmacológicas Sulfonilureias (Diabinese®, Daonil®, Minidiab®, Diamicron® e Amaryl®) Entendendo a condição Medicamento (posologiamínima e máxima em mg) Redução da GJ mg/dL Redução de HbA1c % Vantagens Desvantagens Repaglinida 0,5 a 16 3x/dia 20 a 30 1 a 1,5 Redução do espessamento médio intimal carotídeo (repaglinida) Redução da variabilidade da glicose pós-prandial Flexibilidade de dose Hipoglicemia e ganho ponderal discretoNateglinida 120 a 360 3x/dia Medidas farmacológicas Glinidas (Prandin®/NovoNorm® e Starlix®) 2. Medicamentos que não aumentam a secreção de insulina Inibidor da alfa-glicosidase (Aglucose®, Glucobay®) • Inibidor da alfa glicosidase (enzima presente na borda em escova do TGI) levando ao retardo da absorção de carboidratos. Entendendo a condição Medidas farmacológicas Medicamento (posologia mínima e máxima em mg) Redução da GJ mg/dL Redução de HbA1c % Vantagens Desvantagens Acarbose 50 a 300 - junto com as refeições Três tomadas/dia 20 a 30 0,5 a 0,8 Prevenção de DM2 Redução do espessamento médio intimal carotídeo Melhora do perfil lipídico Redução da variabilidade da glicose pós-prandial Rara hipoglicemia Diminuição de eventos cardiovasculares Meteorismo, flatulência e diarreia Redução discreta da HbA1c Entendendo a condição Orientações • O paciente deve ingerir o medicamento com a primeira porção de comida em cada refeição principal • Se a dose for esquecida e a refeição já foi completa, o paciente deve ignorar a dose Medidas farmacológicas Inibidor da alfaglicosidase(Glucobay®) Entendendo a condição Medicamento (posologia mínima e máxima em mg) Redução da GJ mg/dL Redução de HbA1c % Vantagens Desvantagens Pioglitazona 15 a 45 Uma tomada/dia 35 a 65* 0,5 a 1,4* Prevenção de DM2 Reduz resistência à insulina Redução do espessamento médio intimal carotídeo Melhora do perfil lipídico com redução de triglicérides Redução da gordura hepática Rara hipoglicemia Retenção hídrica, anemia, Ganho de peso, Risco de IC pacientes propensos e fraturas em idosos Medidas farmacológicas Glitazonas (Gliozac®, Piotaz®, Pioglit®, Actos®, Stanglit®) • Aumento da sensibilidade à insulina em músculo, adipócito e hepatócito (sensibilizadores da insulina). Entendendo a condição Orientações • Aconselhar mulheres na pré-menopausa (ou qualquer processo anovulatório) a utilizar método contraceptivo, pois o medicamento pode estimular a ovulação • Instruir o paciente para relatar imediatamente sinais/sintomas suspeitos de insuficiência cardíaca congestiva(por exemplo, falta de ar, edema, rápido ganho de peso) Medidas farmacológicas Glitazonas (Actos® e Stanglit®) Biguanidas (Glifage®, Glifage XR®, Glucoformin®) • Aumenta sensibilidade insulínica no fígado, reduzindo a produção hepática de glicose • Aumenta a captação muscular de glicose (ativação da AMPK) Entendendo a condição Medidas farmacológicas Medicamento (posologia mínima e máxima em mg) Redução da GJ mg/dL Redução de HbA1c % Vantagens Desvantagens Metformina 500 a 2.000 (dose inicial: 500 mg) 1 a 3 x/dia 60 a 70 1,5 a 2 Experiência extensa com o medicamento Redução relativamente maior da HbA1c Diminuição de eventos cardiovasculares Previne progressão para DM2 Melhora do perfil lipídico Não causa ganho de peso Baixo custo Sintomas gastrointestinais (diarreia, náusea, anorexia, gosto metálico) Deficiência de vitamina B12 Risco de acidose lática (raro) Entendendo a condição Orientações • A apresentação de liberação controlada (XR) causa menos efeitos gastrointestinais • Administrar o medicamento com as refeições diminui os efeitos gastrointestinais (efeitos são transitórios) • Reduzir a dose para um ponto no qual nenhum efeito colateral GI seja encontrado e aumentar a dose de forma gradativa. • Contraindicado na insuficiência renal TFG < 30 mL/min; insuficiência hepática, cardíaca ou pulmonar e acidose grave Medidas farmacológicas Biguanidas (Glifage®) 3. Agentes que aumentam a secreção de insulina dependente de glicose e que diminuem a secreção de glucagon Inibidores da DPP-IV Gliptinas (Januvia® , Galvus®, Onglyza® e Trayenta) • Aumento do nível de GLP-1, com aumento da síntese e secreção de insulina, além da redução de glucagom. GIP: Polipeptídeo inibitório gástrico GLP-1: Peptídeo semelhante ao glucagon 1 Medidas farmacológicas Medicamento (posologia mínima e máxima em mg) Redução da GJ mg/dL Redução de HbA1c % Vantagens Desvantagens Sitagliptina 50 ou 100 (1 ou 2x/dia) 20* 0,6 a 0,8 Aumento da massa de células beta em modelos animais Segurança e tolerabilidade Raramente causa hipoglicemia Não altera o peso Angioedema e urticária Possibilidade de pancreatite aguda Aumento das internações por Insuficiência cardíaca (saxagliptina e possivelmente alogliptina) Vildagliptina 50 (2x/dia) Saxagliptina 2,5 ou 5 (1x/dia) Linagliptina 5 (1x/dia) Alogliptina 6,25, 12,5 ou 25 (1x/dia) Entendendo a condição Medidas farmacológicas Inibidores da DPP-IV Gliptinas (Januvia® , Galvus®, Onglyza® e Trayenta) Entendendo a condição Mimético GLP-1 Exenatida* Análogos GLP-1 Liraglutida, Lixisenatida e Dulaglutida Medidas farmacológicas AGONISTAS DO RECEPTOR do GLP-1 • Aumenta a secreção de insulina dependente de glicose • Reduz secreção de glucagon • Retarda o esvaziamento gástrico. • Aumenta a saciedade. *Registros não renovados na anvisa Entendendo a condição Medicamento (posologia mínima e máxima em mg) Redução da GJ mg/dL Redução de HbA1c % Vantagens Desvantagens Exenatida 5 e 10 mcg Uma injeção antes do desjejum 30* 0,8 a 1,2 Aumento da massa de células β em modelos animais Redução do peso Redução da PAS Rara hipoglicemia Redução da variabilidade da glicose pós-prandial Redução de eventos Cardiovasculares e mortalidade em pacientes com DCV (liraglutida – LEADER) Hipoglicemia, principalmente quando associado a secretagogos Náusea, vômitos e diarreia Aumento da FC Possibilidade de pancreatite aguda Injetável Exenatida de liberação prolongada 2 Uma vez por semana, via SC Medidas farmacológicas Mimético do GLP-1 Byetta® Entendendo a condição Orientações • Instruir o paciente a procurar atendimento médico imediato em casos de sintomas de pancreatite: dor abdominal intensa, quase sempre de início abrupto, na região superior do abdômen, que pode se irradiar para as costas • Aconselhar o paciente a relatar reações no local da injeção (por exemplo: nódulos, abscesso, celulite, ou necrose) • Caso uma dose tenha sido omitida, instruir que o paciente pule a dose. Não administrar a dose após uma refeição. • NÃO deve ser utilizada em pacientes com clearance de creatinina inferior a 30 mL/min Medidas farmacológicas Mimético do GLP-1 Byetta® Medicamento (posologia mínima e máxima em mg) Redução da GJ mg/dL Redução de HbA1c % Vantagens Desvantagens Liraglutida (Victoza®, Saxenda®) 0,6, 1,2 e 1,8. Uma injeção ao dia sempre no mesmo horário, via SC, independentemente do horário da refeição 30* 0,8 a 1,5 • Redução do peso corporal. • Redução da variabilidade da glicose pós-prandial. • Redução discreta da pressão arterial sistólica. • Redução de triglicérides pós-prandiais (semaglutida oral). • Redução de eventos cardiovasculares em pacientes com DCV aterosclerótica* • Redução de albuminúria. Hipoglicemia, principalmente quando associado a secretagogos Náusea, vômitos e diarreia Aumento da frequência cardíaca Possibilidade de pancreatite aguda (raro, observado apenas nos GLP 1-RA injetáveis) Semaglutida injetável: (Ozempic®) 0,25mg, 0,5mg a 1mg 1x semana. Semaglutida oral: (Rybelsus®) 3mg, 7mg, 14mg 1x dia. Dulaglutida (Trulicity®) 0,75 e 1,5 Uma injeção uma vez por semana, via SC Entendendo a condição Medidas farmacológicas Análogos do GLP-1 (Victoza®, Lyxumia® e Trulicity®) *observado com a Liraglutida, Dulaglutida e Semaglutida injetável. Entendendo a condição Orientações • Dulaglutida Trulicity® • Doses perdidas: se uma dose for perdida, administrá-la o quanto antes se restarem no mínimo 3 dias (72 horas) até a próxima dose planejada. Se restaremmenos de 3 dias para a próxima dose, a dose perdida deve ser pulada e a dose seguinte administrada no dia marcado. • Mudando o esquema posológico semanal: o dia da administração semanal pode ser mudado, se necessário, desde que a última dose tenha sido administrada há 3 dias ou mais. Medidas farmacológicas Análogos do GLP-1 (Victoza®, Lyxumia® e Trulicity®) 4. Agentes que promovem glicosúria Inibidores do receptor SGLT2 • Inibidor do receptor SGLT2 nos túbulos proximais dos rins. Impedem a reabsorção de glicose no túbulo renal e promovem glicosúria e natriurese. Entendendo a condição Medidas farmacológicas Inibidor do SGLT-2 Medicamento (posologia mínima e máxima em mg) Redução da GJ mg/dL Redução de HbA1c % Vantagens Desvantagens Dapagliflozina 10 mg – 1x/dia 30* 0,5 a 1,0 Redução de eventos cardiovasculares e mortalidade Redução de internação por IC Redução de desfechos renais Raro hipoglicemia Redução discreta de peso Redução da PA - Propensão à infecção do trato geniturinário - Risco baixo de cetoacidose euglicêmica Empagliflozina 10 a 25 mg – 1x/dia Canagliflozina 100 a 300 mg – 1x/dia Entendendo a condição Medidas farmacológicas Inibidores do receptor SGLT2 (Forxiga®, Jardiance® e Invokana®) Combinação Apresentação Nome Comercial Metformina + IDPP-4 Met 500, 850 ou 1.000 mg + Sitagliptina 50 mg Met XR 500 ou 1.000 mg + Sitagliptina 50 mg Met XR 1.000 mg + Sitagliptina 100 mg Met500, 850 ou 1.000 mg + Vildagliptina 50 mg Met XR 500 ou 1.000 mg + Saxagliptina 2,5/ 5 mg Met 500, 850 ou 1.000 mg + Linagliptina 2,5 mg Met500, 850 ou 1.000 mg + Alogliptina 12,5 mg Janumet®; Janumet® XR, Galvus Met®, Kombiglyze® XR, Trayenta Duo®, Nesina-Met ® Entendendo a condição Medidas farmacológicas COMBINAÇÕES DE ANTI-HIPERGLICEMIANTES ORAIS Combinação Apresentação Nome Comercial Metformina+Sulfonilureia Metformina XR + Gliclazida 500/30mg Glivance XR Pioglitazona + IDPP-4 Pioglitazona 15 ou 30 mg + Alogliptina 25 mg Nesina Pio ® Metformina + ISGLT2 Metformina XR 500 ou 1000 mg + Dapagliflozina 5 ou 10 mg Xigduo® XR ISGLT2 + IDPP-4 Empagliflozina 10 ou 25 mg + Linagliptina 5 mg Dapagliflozina 10 mg + Saxagliptina 5 mg Glyxambi ® Qtern® Entendendo a condição Medidas farmacológicas Medidas farmacológicas A escolha do medicamento deve levar em consideração: • Estado geral, peso e idade do paciente; • Comorbidades presentes (complicações do diabetes ou outras); • Valores das glicemias de jejum e pós-prandial, bem como da HbA1c; • Eficácia do medicamento; • Risco de hipoglicemia; • Possíveis interações com outros medicamentos, reações adversas e contraindicações; • Custo do medicamento; • Preferência do paciente. Medidas farmacológicas Medidas farmacológicas Metas terapêuticas Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2022 Dificuldades para controlar a glicemia, sempre alta (>250 mg/dL), e quando baixa mais do que isso passa mal. Em uso de Metformina 850 mg 1-1-1 e Glibenclamida 5 mg 1-1-0 (começou a tomar e passou mal, por isso parou). HbA1c: 8,5% Manoel, 50 anos Márcia, 55 anos, sobrepeso, diabetes tipo 2 há 3 anos, em uso de Gliclazida 80mg no café há 1 ano. Glicemia em jejum 120mg/dL, HbA1c=8,5%, glicemia pós-prandial 200mg/dL. Dieta ajustada. O que podemos fazer por ela? Márcia, 55 anos Romário, 50 anos, obeso, diabetes tipo 2 há 2 anos, em uso de Metformina 850mg 2x dia. Glicemia em jejum 170mg/dL, HbA1c=8,0%. Queixa-se de muita náusea, dor de estômago, sempre que toma a metformina, por isso deixa de tomar algumas vezes na semana. Não vai ao médico há 1 ano. Quais perguntas adicionais você gostaria de fazer a este paciente? Quais são orientações importantes a este paciente? Romário, 50 anos Roberto, 65 anos, em uso de Glibenclamida 5mg no 1-1-0; Metformina 850mg no 1-1-1. Relata apresentar períodos de tremores e suor em alguns momentos da semana, quando não leva lanche para o trabalho. Tem insuficiência cardíaca diagnosticada há 4 anos, porém está controlado, tem adesão correta a toda a sua farmacoterapia. HMP: DAC (2 infartos há mais de 10 anos), ICC (há 4 anos), DM 2 (há 6 anos) Exames: HbA1c = 6,0% Roberto, 65 anos Magda, 45 anos, 75 Kg, 1,65m de altura. Diabetes tipo 2 diagnosticada há 7 anos, desde então controla a condição clínica. Faz uso de: Metformina 850 mg 1-1-1 (há 2 anos) Dapaglifozina 10 mg 1-0-0 (há 8 meses) Gliclazida 60 mg 1-0-0 (há 5 anos) HbA1c = 7,1%; Glicemia de jejum = 107 mg/dL (há 2 semanas) Relata em consulta que está com a imunidade ruim, pois tem apresentado muitos episódios de resfriado nos últimos meses, além de ter aumentado as vezes que teve infecção urinária, já apresentou 3 esse ano. Magda, 45 anos Insulinoterapia Insulinoterapia Luís, professor, procura o farmacêutico e pede para falar com o farmacêutico “João, tô precisando de ajuda com a insulina, de uns tempos para cá parece que isso não funciona mais” • Identificação (ID): 50 anos, caucasiano, 1.82m, 85kg (IMC 25,86 – Sobrepeso) • História Médica Pregressa (HMP): Diabetes tipo 2 (DM2), diagnosticada há 5 anos e dislipidemia, diagnosticada há 2 anos. • Condições e hábitos de vida: nega tabagismo ou etilismo, e refere restringir açúcares e gorduras. • Medicamentos em uso: o Insulina NPH – 30U manhã e 10U após jantar o Insulina regular – 7U após almoço e 3U após jantar o AAS 100mg após o almoço o Sinvastatina 40mg antes de dormir. HbA1C = 8,2% Luís, 50 anos Monitoramento Glicêmico (mg/dl) Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Jejum 109 143 124 99 133 103 128 Após café 150 148 135 134 Antes almoço 178 214 190 205 Após almoço 265 250 199 248 Antes jantar 115 101 98 119 100 111 109 Após jantar 241 293 281 232 Hora de dormir 214 273 242 208 Madrugada Luís, 50 anos FORMULAÇÕES E COMBINAÇÕES DE INSULINAS DISPONÍVEIS NO BRASIL INSULINAS BASAIS NOME CIENTÍFICO (COMERCIAL) Início da ação Pico Duração Insulina intermediária Insulina NPH (Humulin N® /NovolinN® ) 2-4 h 4-10 h 10-18 h Análogo de ação longa Glargina (Basaglar®, Lantus®) 2-4h - 20-24h Análogo de ação intermediária Detemir (Levemir) 1-3h 6-8h 18-22h Análogos de ação ultra longa Glargina U300 (Toujeo®) 6h - 36h Degludeca (Tresiba®) <4h - 42h Insulinoterapia FORMULAÇÕES E COMBINAÇÕES DE INSULINAS DISPONÍVEIS NO BRASIL INSULINAS PRANDIAIS (BOLUS) NOME CIENTÍFICO (COMERCIAL) Início da ação Pico Duração Insulina Rápida Insulina Regular (Humulin R/Novolin R) 30-60 min 2-3h 5-8h Análogos de ação rápida Asparte (Novorapid) 5-15 min 0,5-2h 3-5h Lispro (Humalog) Glulisina (Apidra) Análogo de Ação ultrarrápida Fast Asparte (Fiasp) 2,5 min 1-3h 5h Insulina Humana Inalada (Afrezza) imediato 10-20 1-2h Insulinoterapia FORMULAÇÕES E COMBINAÇÕES DE INSULINAS DISPONÍVEIS NO BRASIL INSULINAS PRÉ-MISTURADAS NOME CIENTÍFICO (COMERCIAL) Início da ação Pico Duração Insulina NPH + Regular 70% NPH/30% R (Humulin 70/30) 0,5-1h 3-12h 10-16h Insulina NPL + Lispro 75% NPL/25% Lispro (Humalog Mix 25) 5-15 min 1-4h 10-16h 50% NPL/50% Lispro (Humalog Mix 50) Insulina NPA + Asparte 70% NPA/30% Asparte (NovoMix 70/30) Insulinoterapia Insulinoterapia Insulinoterapia Observações pertinentes sobre insulina • Atualmente no Brasil, todas as insulinas são obtidas por tecnologia de DNA recombinante. • A insulina NPH, pura ou em pré-mistura, é a única leitosa e necessita de leve agitação antes de usar. • A maioria delas é titulada em 100 U/mL, exceto a Glargina de marca Toujeo® que é 300 U/mL - ATENÇÃO Insulinoterapia Variabilidade da insulina NPH Pacientes com HbA1C >9,0% Glicemia jejum >250 mg/dl Glicemia casual >300 mg/dl Cetonúria Perda de peso Estresse metabólico agudo (Pacientes críticos) Gestante 1ª L IN H A Pacientes com HbA1C >9,0% Não alcançam metas com associação de ADO 2ª L IN H A Insulinoterapia no DM2 NPH 10U/dia ou 0,1 - 0,2 UI/Kg/diaà noite Aumentar a dose, 10 a 15% OU 2-4 UI a cada 1 ou 2 semanas, até atingir níveis em jejum na faixa alvo (80 - 130mg/dl). A1c < 7% após 2-3 meses? Hipoglicemia ou glicemia <80 mg/dl reduzir a insulina da hora de dormir em ≥4U ou 10-20% se a dose for > 60U. Sim NãoChecar HbA1c a cada 3 meses Geralmente, com metformina ± outros agentes não insulínicos Verificar GJ – Se fora da meta Insulinoterapia no DM2 Não Se a glicemia em jejum está na faixa alvo (80 - 130 mg/dl), monitorar glicemia pré-prandial (almoço e jantar) e na hora de dormir. Se os resultados estiverem acima das metas, adicionar uma segunda injeção diária. Pode-se iniciar com 4UI, 0,1UI/Kg ou 10% da dose basal por refeição, e ajustar 1 - 2UI ou 10 a 15% a cada 3 dias até alcançar a meta. Glicemia pré-almoço fora da faixa: adicionar insulina de ação rápida no café da manhã Glicemia pré-jantar fora da faixa: de ação rápida no almoço ou NPH no café da manhã Glicemia na hora de dormir fora da faixa: adicionar insulina de ação rápida antes do jantar Insulinoterapia no DM2 Dose noturna diminuir a produção hepática de glicose, com efeito principal na glicemia de jejum Hiperglicemia pós prandial, esquema basal-plus após a refeição principal. Insulinoterapia Hiperglicemia pós prandial em mais de uma refeição, esquema basal-plus deve ser ampliado. Paciente não responde aos esquemas anteriores, insulinização plena. Insulinoterapia Opção 1: Cobertura mais uniforme de insulina basal 24h. Opção 2: Ultra-longa basal e cobertura prandial com análogos de curta. Insulinoterapia Metas terapêuticas Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2022 0,2 X 90 🡪 18 UI NPH noite ou após desjejum (T ½ vida <24h) 90Kg Insulinoterapia INÍCIO DE TRATAMENTO • Uma injeção diária de insulina de ação intermediária à noite, para reduzir a hiperglicemia matinal OU antes do desjejum, para minimizar a hiperglicemia pós-prandial do almoço e pré-prandial do jantar. 18 UI 🡪 20 UI 🡪 22 UI/dia (antes de dormir) 90 Kg Não melhorei! GJ = 187 mg/dL Aumento da dose gradativa a cada 2 a 3 dias!! 10 - 15% ou 2-4 unidades, a cada 1 ou 2 semanas para atingir a meta de glicemia de jejum Insulinoterapia PACIENTE MONITORADO 22 UI / dia 18UI NPH (noite) e 4UI regular (antes da principal refeição) 90 Kg Não melhorei! A1C 8,5% 26 UI / dia 22UI NPH (noite) e 4UI regular (antes da principal refeição) Se A1C < 8% Se A1C > 8% 4 UI, 0,1UI / Kg ou 10% da dose basal Insulinoterapia PACIENTE MONITORADO 28 UI / dia 22UI NPH (noite) e 6UI regular (antes da principal refeição) 90 Kg Não melhorei! GPP = 210 mg/dL Aumento de 1 ou 2 unidades, 1-2 vezes por semana até atingir a meta glicêmica. Se hipoglicemia Descobrir e tratar a causa; na ausência de causa conhecida para a hipo, diminuir a dose correspondente em 2-4 U ou 10-20%. Insulinoterapia PACIENTE MONITORADO 31 UI / dia 25UI NPH (noite) e 6UI regular (antes da principal refeição) 90 Kg 10 - 15% ou 2-4 unidades, por 1 ou 2 semanas para atingir a meta de glicemia de jejum Se hipoglicemia Descobrir e tratar a causa; na ausência de causa conhecida para a hipo, diminuir a dose correspondente em 2-4 U ou 10-20%. Não melhorei! A1C = 9,5% 10 - 15% ou 2-4 unidades, a cada 1 ou 2 semanas para atingir a meta de glicemia de jejum Insulinoterapia PACIENTE MONITORADO Luís, professor, procura o farmacêutico e pede para falar com o farmacêutico “João, tô precisando de ajuda com a insulina, de uns tempos para cá parece que isso não funciona mais” • Identificação (ID): 50 anos, caucasiano, 1.82m, 85kg (IMC 25,86 – Sobrepeso) • História Médica Pregressa (HMP): Diabetes tipo 2 (DM2), diagnosticada há 5 anos e dislipidemia, diagnosticada há 2 anos. • Condições e hábitos de vida: nega tabagismo ou etilismo, e refere restringir açúcares e gorduras. • Medicamentos em uso: o Insulina NPH – 30U manhã e 10U após jantar o Insulina regular – 7U após almoço e 3U após jantar o AAS 100mg após o almoço o Sinvastatina 40mg antes de dormir. HbA1C = 8,2% Luís, 50 anos • O ajuste da dose da insulina basal é realizado de acordo com a glicemia em jejum, e os ajustes das doses da insulina bolus (glicemia pré-prandial, fator de sensibilidade (FS) e a taxa de carboidrato do momento). • Dose total diária de insulina (DTD): é a soma da insulina basal com a soma das insulinas utilizadas para cobrir as refeições. • Fator Sensibilidade (FS): é quanto 1U de insulina rápida ou ultrarrápida reduz a glicemia. Exemplo: DTD: 35 UI FS: 51 Insulinoterapia - DM1 • Dose total diária de insulina (DTD): é a soma da insulina basal com a soma das insulinas utilizadas para cobrir as refeições. • Fator Sensibilidade (FS): é quanto 1U de insulina rápida ou ultrarrápida reduz a glicemia. Exemplo: DTD: 35 UI FS: 51 Insulinoterapia - DM1 • Bolus Correção é a dose de insulina utilizada para corrigir a glicemia medida antes da refeição quando esta ultrapassa a meta estabelecida. Insulinoterapia - DM1 Exemplo: Glicemia do momento = 250mg/dl Meta pré-refeição = 100 mg/dl Fator de sensibilidade = 51 Bolus correção = 250 – 100/51= 150/51= 3 UI • Bolus refeição/alimentação é a dose de insulina necessária para metabolizar os carboidratos em cada refeição. • A taxa de carboidrato é obtida pela divisão de 400 pela DTD, e corresponde à quantidade de carboidrato que pode ser consumida de forma que a glicemia não seja alterada após a administração de 1 U de insulina Método 1: 400/DTD : RIC Método 2 Insulinoterapia - DM1 • Bolus refeição/alimentação é a dose de insulina necessária para metabolizar os carboidratos em cada refeição. Exemplo: Método 1: 400/DTD : RIC 400/35: 11,4 150/11,4 : 13 UI Exemplo: Método 2 Paciente com 50 kg = 1: 15 10 UI para 150 g Dose bolus total: dose de correção + dose refeição/alimentação 13 UI + 3UI: 16 UI Insulinoterapia - DM1 150g de carboidrato O cálculo da insulina em bolus também pode ser feito considerando a faixa etária: Crianças: 1 unidade para cada 20-30 g de carboidrato a ser ingerido na refeição Adolescentes: 1 U para cada 10 a 15 g de carboidrato Adultos: 1 unidade para cada 15 g de carboidrato Insulinoterapia - DM1 Insulinoterapia- Aplicação Vias de aplicação e velocidade de absorção • SC>IM>IV • Insulina H* • Análogos IH insulina regular pré-refeição NPH antes da refeição noturna NPH antes da refeição noturna CORRETO INCORRETO Insulinoterapia- Aplicação Prega cutânea • A prega subcutânea é feita com o objetivo de evidenciar o tecido subcutâneo no momento da injeção e, assim, evitar que se injete a insulina no músculo Insulinoterapia- Aplicação Ângulo de aplicação • Para defini-lo, é necessário considerar faixa etária, comprimento da agulha que será usada e espessura do tecido subcutâneo no local escolhido para a injeção. • ID: absorção lenta e risco de perda da dose: hiperglicemia • IM: absorção acelerada: hipoglicemia Insulinoterapia- Aplicação Insulinoterapia- Aplicação Agulhas Insulinoterapia- Aplicação Seringas Insulinoterapia- Aplicação Reutilização de agulhas e seringas • Recomendações e legislações nacionais RDC 2605 e 156, definem as seringas e agulhas como produtos de uso único • Diretriz SBD não recomenda a reutilização • Perda da lubrificação, afiação e alterações no bisel da cânula; risco de quebra e bloqueio do fluxo devido a cristalização da insulina. • Desaparecimento da escala de graduação; • Desconforto e dor na aplicação, erro no registro da dose , imprecisão da dose administrada, lipo-hipertrofia, consequentemente alteração no controle da glicemia. Insulinoterapia- Aplicação Conservação e validade das insulinas • As insulinas apresentam boa estabilidade e têm ação preservada, desde que devidamente conservadas, segundo as recomendações do fabricante.1. Injetar o ar correspondente à dose prescrita de insulina NPH no frasco de insulina NPH; 2. Retirar a agulha do frasco sem aspirar a insulina NPH; 3. Injetar o ar correspondente à dose prescrita de insulina R, no frasco de insulina R e retirar a dose; 4. Introduzir novamente a agulha no frasco de insulina NPH, no qual o ar foi previamente injetado e, puxar o êmbolo até a marca correspondente à soma das doses das duas insulinas. *** Se a retirada foi maior que a necessária, em hipótese alguma o excesso deve ser devolvido ao frasco. Descartar as insulinas e reiniciar o procedimento. Insulinoterapia- Aplicação Técnica de mistura de duas insulinas NPH+REG Insulinoterapia- Aplicação Luis, 50 anos Luis, professor, procura o farmacêutico: “Tô precisando de ajuda com a insulina, de uns tempos para cá parece que isso não funciona mais” •Identificação (ID): 50 anos, caucasiano, 1.82m, 85kg (IMC 25,86 – Sobrepeso) •História Médica Pregressa (HMP): Diabetes tipo 2 (DM2), diagnosticada há 5 anos e dislipidemia, diagnosticada há 2 anos. •Condições e hábitos de vida: nega tabagismo ou etilismo, e refere restringir açúcares e gorduras. •Medicamentos em uso: oInsulina NPH – 30U manha e 10U após jantar oInsulina regular – 7U após almoço e 3U após jantar oAAS 100mg após o almoço oSinvastatina 40mg antes de dormir. Insulina/dia – ??? HbA1C = 8,2% O que fazer? NPH NPH Luis, 50 anos Monitoramento Glicêmico (mg/dl) Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom Jejum 109 143 124 99 133 103 128 Após café 150 148 135 134 Antes almoço 178 214 190 205 Após almoço 265 250 199 248 Antes jantar 115 101 98 119 100 111 109 Após jantar 241 293 281 232 Hora de dormir 214 273 242 208 Madrugada ? ? ? ? ? ? ? Laura, 58 anos Laura, 58 anos, DM2 há 12 anos, 75 kg, sedentária, em uso de metformina 850 mg 1-1-1, glimepirida 2 mg 1-0-0, apresenta glicemia de jejum de 228 mg/dL, glicemia pós-prandial de 337 mg/dL, Hb1Ac de 9,6%. Laura, 58 anos, DM2 há 12 anos, 75 kg, sedentária, em uso de metformina 850 mg 1-1-1, glimepirida 2 mg 1-0-0, apresenta glicemia de jejum de 228 mg/dL, glicemia pós-prandial de 337 mg/dL, Hb1Ac de 9,6%. Conduta inicial: Otimizar mudança do estilo de vida Estratificar o RCV - alto Encaminhar ao médico com sugestão de: Considerar ISGLT2 - prevenção cardiovascular primária Considerar a introdução de insulina Considerar aumento a dose de glimepirida 4 mg/dia* Laura, 58 anos Após 3 meses perdeu 2kg e apresenta glicemia de jejum de 168 mg/dL, glicemia pós-prandial de 233 mg/dL, Hb1Ac de 8,9%. Laura, 58 anos Após 3 meses perdeu 2kg e apresenta glicemia de jejum de 168 mg/dL, glicemia pós-prandial de 233 mg/dL, Hb1Ac de 8,9%. Conduta: encaminhar ao médico com a sugestão de iniciar insulina bed time NPH 10 UI ou 0,1-0,2 UI/Kg, manter a metformina e glimepirida* nas doses utilizadas. Laura, 58 anos Após 3 meses, 72 kg, e apresenta glicemia de jejum de 102 mg/dL, glicemia pós-prandial de 189 mg/dL, Hb1Ac de 7,6%. Laura, 58 anos Após 3 meses, 72 kg, e apresenta glicemia de jejum de 102 mg/dL, glicemia pós-prandial de 189 mg/dL, Hb1Ac de 7,6%. Conduta: encaminhar ao médico com a sugestão de incluir insulina REG na refeição principal, manter NPH bed time e metformina. Laura, 58 anos Cuidado Farmacêutico Relembre da primeira aula e reflita: O que o farmacêutico pode fazer pelo paciente com diabetes??? Cuidado Farmacêutico • Medidas da glicemia capilar como ferramenta no rastreamento em saúde e efetividade do tratamento; • Educação em saúde e outras ações direcionadas a melhoria da adesão ao tratamento; • Educação sobre medidas não farmacológicas que auxiliem no controle da da glicemia; • Revisão da farmacoterapia, buscando a identificação e solução de problemas; • Solicitação de exames laboratoriais ou automonitorização de parâmetros, a fim de avaliar a segurança e efetividade do tratamento; • Encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde; • Gestão da doença Monitoramento da Glicemia Capilar • Não com objetivo diagnóstico ou prognóstico • Auxílio na detecção de casos suspeitos • Avaliação da efetividade e segurança da farmacoterapia em pacientes diagnosticados Cuidado Farmacêutico ao paciente hipertenso Cuidado Farmacêutico Cuidado Farmacêutico Cuidado Farmacêutico ao paciente hipertenso No diário glicêmico, considera-se anormais os valores de glicemia acima das metas estabelecidas. GMS <150 mg/dL VG <50 mg/dL Indicação do Diário Glicêmico • Pacientes em uso de insulina • Pacientes em uso de ADO após alteração da terapia, descompensação metabólica ou instabilidade no controle glicêmico Monitoramento da Glicemia • Frequência e magnitude de hiperglicemia e/ou hipoglicemia Cuidado Farmacêutico ao paciente hipertenso Cuidado Farmacêutico Glicemia pós-pran dial Hb1Ac Glicemia de jejum Hipoglicemia Glicemia média mensal Variação glicêmica Monitoramento da Glicemia Capilar • Glic (recomendado pela SBD) • Glicemias • Episódios de hipoglicemia • Gráficos e médias de glicemias • Refeições • Cálculo de unidades de insulina • Contagem de carboidratos Cuidado Farmacêutico ao paciente hipertenso Cuidado Farmacêutico 25 estudos Cuidado Farmacêutico Não Adesão aos ADO - Até 64% Não adesão à insulina DM2 - Até 40% Adesão • Cuidado Farmacêutico • Paciente não entende a necessidade do medicamento... Ou sua condição clínica. • O paciente desenvolve um evento adverso e entende que o medicamento está fazendo mais mal do que bem. • O paciente tira férias dos seus medicamentos, principalmente nos finais de semana. • O paciente tem uma “experiência prévia”... Que define suas escolhas! Abordagem centrada no paciente é a melhor estratégia para a ADESÃO!! Concordar para aderir.... Adesão ao tratamento e capacidade de gestão dos medicamentos • Auxílio na detecção de casos suspeitos • Casos de suspeita baixa adesão, sugere-se avaliação e acompanhamento com instrumentos padronizados, como ARMS (Adherence to Refills and Medication Scale) BMQ (Beliefs about Medicines questionnaire) ou MedTake Cuidado Farmacêutico ao paciente hipertenso Cuidado Farmacêutico Rastreamento do Diabetes • Considerando que aproximadamente metade dos pacientes com diabetes não estão diagnosticados, a verificação da glicemia capilar na consulta farmacêutica é fundamental • Pacientes com dois ou mais fatores de risco e/ou com sintomas clássicos de hiperglicemia são elegíveis para o rastreamento Cuidado Farmacêutico ao paciente hipertenso Cuidado Farmacêutico Cuidado Farmacêutico Rastreamento do Diabetes • Consulta / Campanha • Questionário: Escores (FINDRISC) / ADA • ≥ 45 anos, sobrepeso/obesidade*, HAS ou história familiar de DM2, pré DM ou DMG. • Medicamentos (corticoides, diuréticos tiazídicos e antipsicóticos) • Periodontite, infecções fúngicas superficiais e hepatite C . • *IMC > 25 kg\m²; asiáticos IMC > 23 kg\m² Rastreamento em Saúde Rastreamento em Saúde CUIDADO FARMACÊUTICO EM DIABETES
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