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TRABALHO DE ADAPTAÇÃO DE TGDP II (1)

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TGDP II
1 Frederico, um rico empresário do ramo imobiliário, solteiro, sem descendentes e ascendentes, deseja realizar uma doação a um de seus sobrinhos. Todavia, não quer que o negócio produza efeitos imediatamente, mas sim no futuro. Sabendo que você é estudante de Direito, ele o consulta, solicitando explicação de cunho jurídico acerca da diferença prática entre inserir uma condição suspensiva ou um termo inicial em seu contrato de doação. Pesquise e responda a indagação de Frederico. (2,0)
O termo e o encargo são elementos acidentais do negócio jurídico, sendo assim as partes podem adicionar no negócio jurídico para alterar suas consequências naturais. Os elementos acidentais estão no plano da eficácia, ficando a critério das partes escolherem quando adicioná-los.
A condição faz o negócio depender de um evento futuro e incerto. Nos termos do art. 125 CC “Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa”. Dessa forma, as condições suspensivas são aquelas que enquanto não cumpridas, impedem o negócio de gerar efeitos. Exemplo ocorre, quando uma pessoa quer doar um bem a outrem, mas deseja que a doação só ocorra quando este se formar na faculdade. Nesse caso a condição suspensiva é a conclusão do curso universitário.
Já o termo inicial (dies a quo) faz com que a eficácia do negócio fique subordinada a ocorrência de um evento futuro e certo. É uma data inicial convencionada pelas partes. Por exemplo, “A” quer doar a “B” um imóvel, mas deseja que a doação só passe a ter efeito em um determinado dia. Sendo assim, o termo inicial será a data que o negócio passar a ter efeito.
De acordo com o art. 131 do CC “Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito”. Isso diferencia o termo inicial da condição suspensiva. No primeiro o sujeito já adquiriu o direito, apenas não pode exercê-lo até uma data determinada. Enquanto no segundo há uma expectativa de direito, a pessoa só adquire o direito ao cumprir a condição convencionada pelas partes.
2 Caetano deve a Matias uma determinada quantia mas está insolvente. Caetano tem apenas um imóvel comercial e aborrecido pela iminência de perdê-lo resolve dispor do bem em favor de seu único amigo, Tobias, fazendo-lhe uma proposta irrecusável, abaixo do valor de mercado. Tobias sabia da existência da dívida com Matias, mas fica muito feliz com o ato de Caetano e realiza o negócio. Esclareça se na hipótese houve algum defeito no negócio jurídico, fundamentando sua resposta. (2,0)
Caetano agiu de modo malicioso contra Matias, estando insolvente, vendeu seu único imóvel com o intuito de não perdê-lo a favor da dívida que possuía. Tal ato constitui, de acordo com o art. 150 do CC, fraude contra credores, isto é, a atuação maliciosa do devedor insolvente que vende seu patrimônio para que não recaia a obrigação de pagar sobre seu bem. Nesse caso, a lei prevê anulabilidade do negócio realizado em fraude contra credores, voltando o imóvel ao patrimônio do devedor.
3 Quando da venda de sua casa, para não ver prejudicada as negociações, Theodoro deixou de mencionar a Carlos, adquirente que, no imóvel vizinho, funcionava estridente casa noturna. Ignorando o fato, Carlos acabou por adquirir o imóvel. Considerando-se que, se conhecesse o fato, Carlos não teria celebrado o negócio, o silêncio do vendedor constitui defeito do negócio jurídico capaz de invalidar o contrato? Justifique. (2,0)
Nos termos do art. 147 do CC, o silêncio intencional de Theodoro acerca da casa noturna caracteriza omissão dolosa, pois se houvesse sido informado tal fato para Carlos, a venda do imóvel não teria sido realizada. É passível de anulação os negócios jurídicos por dolo, nos quais a parte prejudicada não teria realizado o negócio caso não tivesse ocorrido omissão (art. 145 CC). 
4 Roberto completará dezoito anos em maio de 2020. Seu pai foi condenado a pagar-lhe alimentos em fevereiro de 2004, mas nunca pagou nem sequer uma parcela. Roberto aciona seu pai em março de 2018, visando a forçar o adimplemento de todas as prestações vencidas. Diante disso, poderão ser cobradas todas as parcelas vencidas do seu pai, mesmo tendo em vista o longo tempo transcorrido? Justifique. (2,0)
Sim. Roberto, no momento que aciona seu pai ainda não tem dezoito anos completos, sendo assim, de acordo com o art. 197 do CC, não ocorre prescrição entre ascendentes e descendentes durante o poder familiar. Dessa forma, Roberto deverá ajuizar duas ações. A primeira para cobrar os últimos três meses de inadimplemento e as parcelas que vencerão durante o processo. Essa primeira ação é sob pena de prisão. A segunda, para cobrar todas as parcelas vencidas desde 2004, sob pena de execução de penhora.
5 Para desviar de criança que atravessa inopinadamente a rua, no semáforo vermelho, e fora da faixa de pedestres, Josefina, que trafegava prudentemente, é obrigada a lançar seu automóvel em cima da papelaria de Jurandir, quebrando toda a vitrine e causando um prejuízo de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). A criança não foi atingida e saiu correndo depois do acidente, não sendo mais encontrada. Pergunta-se:
a) Nesse caso, ocorreu ato ilícito? Justifique. (1,0)
Não. Embora o ato de Josefina tenha causado prejuízos a Jurandir, de acordo com o art. 188 inciso II, não configura ato ilícito a destruição de coisa alheia a fim de remover perigo eminente. Josefina agiu com o intuito de não atingir a criança e estava, antes disso, dirigindo prudentemente, sendo assim, não ocorreu ato ilícito.
b) Há dever de indenizar? Em caso positivo de quem? (1,0)
Sim, há dever de indenizar. O art. 929 do CP disciplina que se a pessoa lesada não deu causa ao perigo eminente, haverá direito a indenização. Assim, mesmo que Josefina agiu para remover perigo eminente, Jurandir não teve culpa sob o fato ocorrido. Josefina terá o dever de indenizá-lo. Porém, vale salientar que o Supremo Tribunal Federal tem entendido que o fato do agente ter agido sob estado de necessidade pode reduzir o valor da indenização.

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