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Segunda aula Civil I parte 2

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@profa_fernandasampaio 
Direito Civil I – Parte Geral 
 
 
I - CAPACIDADE CIVIL 
MAIORIDADE CIVIL. ABSOLUTAMENTE INCAPAZES. RELATIVAMENTE 
INCAPAZES. EMANCIPAÇÃO CIVIL. 
 
 
Pessoa Natural: pessoa natural ou física é todo ser humano, desde 
enquanto vivo. Disposição de adquirir direitos e contrair obrigações, essa é a 
característica de todo ser humano que a adquire ao nascer com vida. (art. 2ºCC- 
“a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe 
a salvo, desde a concepção, os direito do nascituro”) 
 
Personalidade: Enquanto a pessoa natural é o sujeito das relações 
jurídicas, a personalidade é a possibilidade de ser sujeito. É uma aptidão 
reconhecida a todos os seres humanos, bastando para tanto que nasça com 
vida. É a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações; é atributo 
necessário para ser sujeito de direito. 
 
Nascituro: é o que já é concebido, mas não é nascido; é a pessoa que está 
por nascer. O feto com a possibilidade de nascer com vida e tornar-se uma 
pessoa natural. São assegurados pela lei os direitos do nascituro, porém, estes 
permanecem em estado potencial, de modo que tais direitos só efetivar-se-ão 
com o nascimento com vida do nascituro. Se nascer com vida, adquire 
personalidade, e a expectativa de direito transforma-se em titularidade de 
direitos. 
 
Alguns direitos são assegurados ao nascituro, tais como: receber herança, 
ser contemplado com doação. 
Início da Personalidade (CC, art 2º) – terá início a personalidade com o 
nascimento com vida (teoria natalista), ainda que o recém-nascido venha a 
falecer um segundo depois, pois a lei não contemplou o requisito da viabilidade 
e forma humana para tanto. O nascimento com vida é constatado pela 
respiração, ainda que não cortado o cordão umbilical. Caso seja necessário 
saber se o recém-nascido nasceu com vida é feita a Docimasia Hidrostática de 
Galeno, para saber se está com ar nos pulmões. 
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Direito Civil I – Parte Geral 
 
 
Adquirindo o homem a personalidade, surgem direitos que são típicos 
(direitos da personalidade), tais como os direitos à vida, à liberdade, à saúde, ao 
nome, à imagem, à honra, etc. 
 
CAPACIDADE: é a medida da personalidade, dividindo em capacidade de 
fato e de direito; é um dos atributos da personalidade; é a aptidão de ter ou 
adquirir direitos e contrair obrigações. 
 
Capacidade de direito, de gozo ou de aquisição – é a aptidão, oriunda da 
personalidade, para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil; é a de 
ser titular de direito ou de ter ou adquirir direito. Inerente a todo ser humano em 
virtude exclusiva da sua condição de pessoa, tanto que o art. 1º do CC, preceitua 
que “toda pessoa é capaz de direito e deveres na ordem civil”. 
Capacidade de fato ou de exercício – é aptidão para exercer, por si, atos 
da vida civil. 
Incapacidade: é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil; 
inexistência, na pessoa, dos requisitos que a lei entenda indispensáveis para 
que ela exerça seu direito. 
Incapacidade absoluta: impedimento total para o exercício dos atos da 
vida civil; impedimento de exercício pessoal, porquanto, se devidamente 
representados, os absolutamente incapazes podem adquiri direitos e contrair 
obrigações. Se não estiver representado, o ato praticado pelo absolutamente 
incapaz é nulo. 
São absolutamente incapazes (CC, art. 3º): 
1) Os menores de 16 anos; 
2) Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem 
o necessário discernimento para a prática desses atos – desde que assim 
declarados pelo juiz por processo de interdição; 
3) Ao que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir 
sua vontade – aqui estão incluídas as pessoas de condição psíquica 
normal, mas que no momento, não possam se expressar. 
Incapacidade relativa (art. 4º do CC) – são relativamente incapazes aqueles 
que podem praticar pessoalmente os atos da vida civil, desde que devidamente 
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Direito Civil I – Parte Geral 
 
 
assistidos por representante legal. Caso não sejam assistidos e pratiquem atos 
da vida civil, estes serão anuláveis, se prejudiciais ao incapaz. 
Art. 4º do CC - São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira 
de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 
13.146, de 2015) III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não 
puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por 
legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
Emancipação Civil: a capacidade ocorrerá aos 18 anos completos, mas 
antes da idade legal o agente poderá adquirir plena capacidade pela 
emancipação. 
“Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa 
fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por 
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
II – pelo casamento; 
III – pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação 
de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos 
completos tenha economia própria.” 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil I – Parte Geral 
 
 
Direitos da Personalidade 
São aqueles que não podem ser destacados da pessoa, sendo 
inalienáveis, intransmissíveis, irrenunciáveis, indisponíveis, perpétuos, não 
podendo seus exercícios sofrer limitação voluntária. 
 
Extinção da Personalidade: (CC, art. 6º) é o fim da personalidade, 
coincide com o término da pessoa natural – com a morte real. A prova da morte 
real se dá por meio do atestado de óbito. Ou, em caso de desastre e não sendo 
encontrado o corpo estando provada a presença da pessoa no local do desastre, 
por meio de justificação. 
 
Comoriência ou morte simultânea (CC, art. 8º) – é a morte real de duas 
ou mais pessoas ao mesmo tempo, isto é, na mesma ocasião e em razão do 
mesmo sinistro. Não se podendo averiguar quem faleceu primeiro, consideram-
se falecidos ao mesmo tempo. A importância desta presunção legal tange aos 
direitos sucessórios, não havendo transferência de bens entre comorientes. 
 
Morte presumida: (CC, art 6º, segunda parte) - poderá ser com ou sem a 
declaração da ausência. Ausente é o que desapareceu sem dar notícias por um 
lapso temporal muito grande. 
A morte presumida pode ser declarada, sem a decretação da ausência, 
somente podendo ser requerida depois de esgotadas todas as buscas e 
averiguações, fixando a sentença a data provável do falecimento, nos seguintes 
casos: 
1) Se a pessoa estava em risco de vida, e sua morte era 
extremamente provável; 
2) Se a pessoa desapareceu em campanha ou foi feita 
prisioneira, não tendo sido encontrada nos dois anos posteriores ao 
término da guerra.

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